Depois de eu ter me despedido de Embry e Seth, meu avô me chamou no escritório junto com meu pai. Fui meio relutante. Já sabia do que se tratava.

  – Nessie, já faz tempo que não fazemos uma consulta. Preciso continuar a acompanhar seu desenvolvimento.

  As coisas ainda estavam estranhas comigo, mais uma vez me vi sendo torturada, só que desta vez pelo meu avô e seus interminaveis exames. Eu me sentia estranha. Uma cobaia! Um ratinho de laboratório. Meu avô me olhava com curiosidade, e meu pai, com uma expressão triste e preocupada nos olhos, que eu não conseguia identificar o motivo.

   Dentre as explicações que meu avô me deu, a todas as mudanças que eu estava sofrendo, uma em especial me chamou atenção. Eu provavelmente poderia gerar filhos. Não sei por que, mas meus pensamentos se voltaram pra Jake na mesma hora que eu ouvi as palavras de meu avô. Tentei tira-los da mente, mais que rapidamente. Se o meu pai leu isto, eu não sei , mas sua expressão continuava estranha.

  – Está termidado seu processo de crescimento. Esta será sua forma física por toda a eternidade Nessie.

   Meu avô disse, me despertanto dos meus pensamentos. Mas a expressão do meu pai estava me pertubando. Se não tem nada errado comigo, por quê ele me olhava assim ?Não conseguindo mais me conter, perguntei mentalmante.

   – O que foi pai? Algo errado ?
   Ele se assustou com a minha pergunta.

  – Em que estava pensando Renesmee  ?

  – Como? Que tipo de pergunta é essa Pai ?

  – Antes, quando Carlisle falou que poderia gerar filhos. Em que pensou neste exato momento ?

   Fiquei vermelha como um tomate. Por que isso agora ? Ele queria me envergonhar. É isso! Ele sabe o que eu pensei .

  – Não se preocupe pai. Quem vai querer ter um filho com sua mostrinha aqui?

  Pensei, para aliviar meu nervosismo .

  – Não sei ! Você me bloqueou . Vem fazendo isso ultimamente, mas com mais frequência agora. Como sua mãe .

  Ele me encarava assustado e curioso.

  – Não ouviu nada ?

  – Só quando me perguntou e direcionou seu pensamento para mim.

   Finalmente algum poder vampiresco no meio desta loucura toda de hormônios humanos.

   – E agora ?

   Perguntei curiosa.

   – Nada ! Isso é ótimo ! Justo as mentes das duas mulheres da minha vida e eu não consigo ler nada. São silenciosas pra mim .

    Ele parecia frustado. Eu estava me divertindo com isso, afinal não é todo dia que se vê a cara confusa do sabe tudo, poderoso leitor de mente Edward Cullem. .

  – Seus poderes estão expandindo. Fique atenta querida. Pode ter mais alguma evolução.

   Meu avô parecia todo satisfeito, mas a cara do meu pai ainda era de contrariado .

  – Não se preocupe pai. Quando eu quiser que você saiba de algo, você saberá.

   É claro, que também pode fazer como todo mundo e simplesmente me perguntar quando quiser saber algo.

   Falei mentalmente, com um sorrisinho sapeca nos lábios, dando uma piscadinha para ele e saltando da mesa de exames no melhor estilo Alice que consegui, passando por ele, dando um beijo na sua bochecha e outro em meu avô, que me fitava com satisfação e orgulho pelo meu novo dom .

   – Filha!

   Meu pai me chamou, detendo a minha saída . Ficou me encarando por um tempo . Parecia estar pensando nas palavras que ia me dizer .

  – Gostaria que não fizesse isso, Renesmee . Não esconda coisas de mim , gostaria de saber tudo que diz respeito a você ,ou sua mãe, são importantes .

  – Pai, não escondo coisas de você. Pelo menos, não segredos que possam colocar minha vida em perigo ou de outras pessoas. Só, que tem coisa que são minhas. Particulares, íntimas, que eu sinceramente fico feliz em não ter que dividi-las com você. Mesmo te amando demais. Entenda por favor .

   Ele me olhava derrotado e frustado. Sabia que não tinha argumentos pra isso, e eu sorria vitoriosa. Tinha conseguido dobra-lo, sem ter que começar uma briga . Abraçei ele transmitindo imagens nossas juntos e dizendo como eu o amava, e que nada nunca mudaria isso . Ele assentiu com a cabeça, voltando para o escritório junto com meu avô.

  Várias idéias passaram pela minha cabeça . Senti uma vontade louca de ver o Jake. Queria compartilhar com ele minha alegria, que só era completa quando eu conseguia dividir com ele. Sempre foi assim desde pequena, quando meus pais me olhavam com preocupação e medo pelo meu desenvolvimente acelerado, Jake vibrava com cada pequena coisa que eu aprendia. Sentia nessesidade de dizer todo o meu dia pra ele através do meu dom. Toda vez que ele chegava, eu observava suas reações. Era muito prazeroso pra mim .

  Sua imagem invadiu minha mente. Lembrei do seu sorriso perfeito. Do seu toque quente, quando me abraçava. De seu cheiro, que tanto me atraia para ele. Dei um suspiro longo, pensando em cada detalhe do seu rosto .Jake ! Só de pensar nele, meu coração já se enchia de expectativa, e as borboletas bailavam em uma dança nervosa na minha barriga. Será que Seth está certo? Será que eu o amo ? Claro que amo, mas agora é tudo mas intenso. Me vejo perdida em seus olhos, adimirando seu corpo perfeito, tendo sonhos nada comportados com ele . Mas tê-lo pra mim, como meu companheiro eterno ? Claro que sim ! EU O AMO ! Sou louca por ele. Desesperada por ele. Sempre fui, desde sempre. Só nunca dei nome a tudo. Mas a nessecidade de tê-lo por toda eternidade, fez meu coração dar cambalhotas e as borboletas, agora faziam a festa.

  Pai, eu vou a La Push. Preciso ver o Jake . Passei a menssagem para meu pai e saí a toda velocidade, quase derrubando tio Jass no chão, que estava parado como uma estátua na varanda, com tia Alice. Ele sorria !

  – Nossa Ness! Finalmente! Corra ! Vá!

   Ele disse me incentivando. É claro que ele já sabia . Compartilhei com ele, mesmo sem querer . Cada mudança maluca dentro de mim. Sorri e dei um beijo neles correndo, pulando e saltitando. Ainda pude ouvir a louca da minha tia falando de longe:

  – Deixa eu te arrumar um pouquinho Nessie !!

   Não ! Não ia voltar. A coragem tinha dominado meu coração e eu ia seguir a sua vontade .