Só mais uma história de amor escrita por Sali


Capítulo 4
O sal viria doce para os novos lábios.


Notas iniciais do capítulo

Alguém entendeu o título? Sim? Não?

Bom, quem conhece a música All Star, do Nando Reis, entendeu. Quem não conhece, procure saber. Eu, pessoalmente, a-d-o-r-o (coisa gay).

E falando em Nando Reis, eu vou no show dele semana que vem! Awwyeeeaaah! o/

Cara, tô muito feliz.

Mas enfim.

Esse capítulo tá muito cute. E romântico. Difícil acreditar que saiu da minha cabeça.

Mas saiu.

Leiam! *-*

E leiam as notas finais ;)



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Pouco depois que Júlia e eu fomos caminhando até o parque, uma chuva grossa começou, impedindo que qualquer pessoa ficasse lá. E então nós fomos obrigadas a ir embora.

Ela me levou para a casa, e durante o trajeto, o assunto sobre beijos e sentimentos foi esquecido. Ao chegarmos em frente ao meu prédio, despedimo-nos com simples beijos no rosto. 

Saí do banho enrolada na toalha, e fui assim até o quarto. Vesti uma roupa qualquer e me joguei no sofá da sala, ligando a televisão em um canal que não prestei muita atenção.

Eu nunca tinha sido muito adepta a namoros e relacionamentos sérios. Normalmente, eu apenas ficava com as garotas, e por isso, minha experiência com isso não era grande. Mas eu gostava de Júlia. Gostava muito dela, e não queria simplesmente que ela fosse apenas mais uma.

Escorreguei no sofá até ficar deitada ali. Comecei a encarar o teto, pensando no que acontecera mais cedo. Pensei no sorriso lindo de Júlia, no seu jeito tão natural e espontâneo de falar e também no seu beijo doce e carinhoso.

Lembrei da nossa conversa, e do que ela dissera.

"Isso foi só um beijo, não um pedido de casamento. A gente não precisa se casar amanhã."

Mordi o lábio inferior e, de repente, comecei a sentir um tipo de saudade dela. Aquela necessidade que se tem de ficar junto quando você gosta da pessoa. 

Não consegui conter o sorriso que se abriu em meus lábios quando eu me lembrei de outra parte da nossa conversa, ao mesmo tempo em que uma ideia rodeava a minha mente junto às palavras que Júlia me falara mais cedo.

Me levantei do sofá e peguei o celular na mesinha de cabeceira. Resolvi tudo com duas ligações que não duraram mais de quinze minutos cada uma.

Andei até o quarto, e lá troquei a minha roupa por uma camiseta regata simples, azul clara. Também coloquei jeans, um casaco preto de moletom e all star.

Peguei meu celular e as chaves de casa, saindo do apartamento enquanto guardava o celular no bolso.

– Oi, Mariana! – Vinícius, um garoto que morava no prédio, me cumprimentou quando entrei no elevador.

Tive de levantar os olhos para mirar seu rosto: os olhos azuis, os cabelos castanho-escuros e uma barba por fazer.

– Oi. – Respondi simplesmente.

– E então, o que está arrumando? – Ele perguntou.

– Nada. – Dei de ombros.

– Hm... eu também não.

O elevador parou no térreo e abriu as portas. Nós saímos lado a lado.

– Para onde vai agora? Eu posso te dar uma carona.

Hesitei. Sabia que Vinícius não era como aqueles garotos idiotas que sempre que vão conversar com uma garota usam duplo sentido em tudo.

– Seria bom. – Dei de ombros. – Eu só vou buscar algumas coisas naquele restaurante aqui da rua, e ir a pé é meio chato. Mas não vai te atrapalhar?

Ele riu.

– Claro que não, não precisa se preocupar.

– Se você diz...

Nós caminhamos até o estacionamento, onde o seu i30 estava. Entramos no carro e ele dirigiu por alguns minutos, até pararmos em frente ao restaurante de comida chinesa que havia ali.

Entrei e anunciei ao recepcionista que havia ido buscar uma encomenda, e após dar meu nome e assinar uma folha, ele me trouxe três sacolas de papel.

Ao voltar com elas nas mãos, Vinícius ainda me aguardava e disse que me levaria de volta ao prédio.

Eu novamente hesitei, com medo de incomodá-lo. Mas após sua negação veemente, apenas assenti e entrei novamente no carro.

– Obrigada. – Eu agradeci assim que ele parou em frente ao prédio. – Até mais.

– Por nada. – Ele sorriu. – Até.

Entrei no prédio e dessa vez o elevador estava totalmente vazio. Subi os andares que me separavam do meu apartamento e, assim que entrei ali, comecei a organizar as coisas necessárias para os meus planos de mais tarde.

Assim que estava tudo pronto, ouvi o interfone tocar. Era Júlia. Minutos depois, foi a campainha que ecoou no apartamento.

Segui até a sala de estar e abri a porta.

– Mari! – Júlia exclamou.

Sorri.

– Hey, Ju.

Naquele dia Júlia vestia uma camiseta cinza com o símbolo dos Ramones, shorts jeans e sapatilhas. Seus cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo bagunçado e ela também usava um colar prateado com um coração.

– Finalmente eu fui convidada para vir no seu apartamento! – Ela exclamou e eu ri.

– Pois é. Quer conhecê-lo?

– Com toda certeza. – Ela riu.

– Ok, vamos lá.

Apresentei à Júlia a sala, a cozinha e a área de serviço. Caminhamos pelo corredor enquanto eu mostrava-a o lavabo, o quarto de hóspedes e, no fim do corredor, o meu quarto.

Após o pequeno tour, voltamos para a sala de estar. Júlia se sentou no chão, encostada no sofá e eu fiz o mesmo depois de arrumar o nosso jantar sobre a mesinha de centro.

Comemos a comida chinesa rindo e assistindo a um seriado na televisão, e assim que terminamos, ficamos apenas conversando ali.

– Ei, eu quero te mostrar uma coisa. – Falei depois de um tempo, me levantando do chão e ajudando Júlia a fazer o mesmo. – Vem cá.

Fomos até a área de serviço, onde havia uma janela grande. Do lado de fora dela, uma escada de incêndio.

– Aonde nós vamos? – Júlia perguntou.

– Confia em mim? – Dei um sorriso de canto.

– Claro.

Subi no peitoral da janela e atravessei-a, pisando na escada de incêndio do lado de fora. Ajudei Júlia a fazer o mesmo e logo nós subíamos aquela estrutura metálica. Depois de pouco tempo, havíamos chegado ao teto do prédio.

Nos sentamos ali de pernas cruzadas. Diante de nós, as luzes da cidade inteira se mostravam, nos dando uma vista incrível.

O céu estava azul escuro, quase negro e sem nenhuma estrela. Graças à chuva de mais cedo, um vento leve e fresco soprava, fazendo os cabelos de Júlia voarem em suas costas. A lua tinha um brilho intenso, mesmo ela aparecendo timidamente por trás de algumas nuvens.

– O que acha desse lugar? – Perguntei.

– É lindo, Mari. De verdade. – Ela sorriu.

– Eu gosto daqui. Costumo ficar aqui de vez em quando. – Dei de ombros.

– Ouvindo Tchaikovsky?

Ri.

– Ás vezes. – Dei uma pausa. – Mas eu também gosto de ouvir os sons da cidade. O trânsito... esse tipo de coisa.

Ela sorriu e um silêncio se instalou entre nós. Nesse meio tempo, eu estiquei minhas pernas e me reclinei um pouco para trás, apoiando-me nos braços. Júlia também mudou de posição, dobrando os joelhos e abraçando-os contra o peito.

Mirei seu rosto, me surpreendendo novamente com a sua beleza sob a luz da lua. Uma mecha do seu cabelo voou no rosto com o vento, e ela colocou-a atrás da orelha. Sorri ao ver esse movimento.

Ela esfregou os braços.

– Está frio aqui. – Murmurou.

– Quer descer? – Perguntei.

– Não. Está bom aqui.

– Então fica pelo menos com o meu casaco. – Eu dei de ombros, tirando-o.

– Você não vai sentir frio?

– Não precisa se preocupar com isso. – Sorri e entreguei-a a peça.

Ela vestiu-se e nós rimos ao ver o quão grande havia ficado, sobrando uma parte das mangas.

– Obrigada. – Ela murmurou, colocando novamente a mecha teimosa de cabelo atrás da orelha.

Da terceira vez que o vento tirou-a do lugar, eu tomei a liberdade de fazer isso. Júlia deu um sorriso tímido e eu passei os dedos por sua bochecha.

– Júlia? – Eu murmurei.

– Sim?

– Sabe mais cedo? Quando a gente estava lá na rua e tudo? – Perguntei.

– Sei.

– É... eu esqueci de te falar uma coisa.

Ela deu um sorriso de canto.

– O que?

Mordi o lábio inferior, brincando com a argolinha ali.

– Na verdade eu não gosto de você. – Comecei. – E-eu sei que você disse que aquilo foi só um beijo e tudo... Mas, sei lá, eu gosto muito de você. Muito, muito mesmo. – Falei e ouvi-a ofegar.

– É sério?

Assenti.

– Eu também gosto muito de você, Mari. Muito. – Ela sorriu timidamente, olhando para as mãos.

– Júlia? – Chamei-a novamente.

– Sim, Mari. – Ela sorriu e olhou para mim.

– Me beija outra vez? – Perguntei, olhando-a pelo canto do olho.

Ela sorriu e se aproximou mais de mim, pousando uma mão no meu rosto. Nos aproximamos devagar, até que nossos lábios se tocaram novamente em um beijo demorado e delicioso. 

Ao nos separarmos, mirei seus olhos castanho-claros. O vento soprou novamente a mecha da franja dela, e eu voltei a colocá-la atrás de sua orelha.

Ela sorriu e colocou um braço ao redor do meu corpo, e assim ficamos, observando as luzes e o movimento da cidade lá embaixo.


Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.”


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Notas finais do capítulo

Ooooi *-*

Como vão? (é, esqueci de cumprimentar nas NI)

Bom, nesse capítulo eu me inspirei em várias coisas. Por mais que o título e a última frase sejam referência à música All Star, esse capítulo foi inspirado pela música Depois da Meia Noite, da Capital Inicial. Eu não curto muito a banda, mas essa música é bem daora.

É... pra quem tiver curiosidade de ver alguma foto das meninas, no capítulo 1 tem uma foto que eu achei no weheartit e que me inspirou a Mari.

Agradecimentos especiais às 7 lindas que comentaram o capítulo anterior e à Rocks e a Sweet, que favoritaram *-*

Vocês são fodas.

E eu espero reviews, okay? > <.