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(POV-Elena)

                O dia havia sido longo, muito longo estava cansada e Stefan muito mais que eu, mas precisávamos ir pra casa, pra minha ou pra dele, tanto fazia. Resolvemos ir para a mansão.
                Quando saí no corredor dei de cara com Damon com uma mala na mão, ele nem me deu atenção, Stefan estava atrás de mim, logo imaginei que ele também iria pra casa, ele passou voando por mim.
                Sorri para Stefan atrás de mim que estava tenso, imaginei qual seria a conversa que ele e Damon teriam que ter mais tarde.
                Fomos para o carro e incrivelmente a viagem foi silenciosa. Eu me sentia estranha, eu sabia que nem tudo entre mim e Stefan estava resolvido e eu me sentia dividida novamente, era como se eu não tivesse mais certeza sobre Stefan. Mas não podia me esquecer de que Damon também não estava mais ao meu alcance.
                Encostei a cabeça no vidro querendo chorar.

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(POV-Elaine)

                Eu tinha me esquecido de que estava sem carro, infelizmente meu carro estava na casa dos Salvatore’s. Isso ia complicar meu plano, muito aliás ia ter que pedir a Caroline pra ir pra casa.
                Bati na porta dela, ela logo abriu com a mala na mão, Tyler estava atrás dela.
_Oi. –Ela disse sorrindo.
_Oi Care, er... queria saber se pode me levar até em casa, meu carro ainda está na casa do Damon..
_Ah tudo bem. – Ela sorriu. – Está melhor? – Ela me perguntou já indo para o carro.
_Sim. – Sorri.
                Como eu queria contar a ela o que eu iria fazer, mas se eu contasse a ela não deixaria e daria um jeito de me impedir com certeza.
                 A viagem parecia nunca acabar, Tyler ficava falando sobre Katherine e uma hora cheguei perto de manda-lo se calar. Chegamos na porta de casa. Abri a porta peguei a mala e sai. Cheguei perto da janela de Care e disse:
_Obrigada por tudo. – Olhei pra ela e depois pra Tyler. – Amo vocês.
                Virei as costas e saí antes que pudesse falar demais, ela ficou com uma cara confusa, mas não ligou, disse um “Também te amo” baixo e foram em bora.
                Entrei em casa e Jeremy estava sentado no sofá largado, me viu chegar e sorriu.
_Oi El. – Ele veio me abraçar. – E então, como foi?
_Tudo resolvido.  – Sorri cansada pra ele. – Como foi ficar aqui sozinho?
_Bem melhor que ficar naquela loucura. – Disse entediado.
_Tem razão. – Comecei a subir as escadas.
_El, cadê a Lena? – Aquele nome me deu um gelo.
_Não sei, Jer. – Respondi e lembrei que ele era a única pessoa que podia contar tudo que tinha em mente. – Preciso conversar com você.
                Nós subimos as escadas juntos, entramos em meu quarto, sentamos na cama.
_Jer, eu vou sair da cidade. – Esperei a reação dele, mas ele continuou calmo.
_Por que? – Foi apenas o que perguntou.
                Eu contei tudo pra ele, desde o meu romance com Damon desde a traição, minha quase morte. Contei tudo.
_E eu preciso que entregue uma coisa que vou deixar com você pra Damon, Caroline e pra Elena. Tudo bem?
_Promete que vai manter contato? Que não vai me abandonar? Se prometer eu entrego o que você quiser.
                Eu nem tinha percebido, mas estava chorando.
_Eu prometo Jer, você é uma das pessoas que mais amo e não vou te abandonar. – Sorrio. – Me ajuda a arrumar minhas coisas?
_Claro. – Ele sorriu pegando algumas malas debaixo da cama, tinha lágrimas em seus olhos também. -  Obrigado por confiar em mim.
                Sorri o abraçando.
_Obriga por me deixar confiar em você, Jer. – Limpei algumas lágrimas minhas. – Agora vamos guardas as coisas logo que não quero encontrar com Elena e tenho que resolver um problema, meu carro está na casa de Damon.
                Arrumamos as coisas rapidamente. Pedi pra Jeremy me esperar que voltaria com meu carro. Fui correndo até a casa de Damon após me alimentar. Ao chegar pude ver sob a janela do quarto de Stefan ele e Elena abraçados. Ótimo, haviam se acertado, me perguntei por quanto tempo.
                Meu carro estava aberto e a chave estava lá. Entrei olhando por uma última vez aquela casa, pelo menos por um bom tempo. Girei a chave e tomei um susto. Damon estava ao meu lado.
_Que susto! – Sussurrei.
_Quem leva muito susto é porque anda aprontando. – Ele sorriu e não olhei pra ele.
_Apenas vim buscar meu carro. – Disse secamente.
_Podia ter ligado e eu o levaria pra você. – Ele ainda sorria.
_Precisava tomar um ar e resolvi vir busca-lo.   – Coloquei a mão na marcha indicando que ia sair.
_Achei que depois de hoje... – Ele começou.
_Achou que as coisas iam mudar? – Perguntei o olhando.
_Sim.
_E vão, Damon.
_Pra melhor? – Ele não sorria mais.
_Depende do ponto de vista. – Respondi.
_Eu te amo, Elaine.
_Eu também te amo, Damon.
                E nossos lábios se tocaram pela última vez, prometi a mim mesma que aquela seria mesmo a última vez. Ele saiu do carro depois de beijar minha testa. Parou ao lado da minha janela.
_Se cuida. – Disse me olhando profundamente.
_Farei isso, você também. – Ele sorriu e virou as costas.
                Voltei pra casa, Jeremy me esperava com as malas na sala, me ajudou a colocar dentro do carro. Peguei algumas bolsas de sangue também, não sabia quanto tempo demoraria na estrada e não iria fazer caçada humana.
_Já volto, Jer. – Disse subindo as escadas, entrando em “Meu” quarto. Sentei na escrivaninha e comecei a escrever uma carta para cada pessoa que eu amava, as que mais importavam. Escrevi uma carta pra Damon, uma pra Care e pra Elena. Desci as escadas e as entregue a Jeremy, em cada carta estava o nome do destinatário.
_Assim que eu te ligar entregue as cartas tá? – Eu disse com a voz embragada. – Tchau, Jer. – Dei o abraço mais apertado que pude. – Eu te amo.
_Também amo você. – Ele disse agora chorando também.
                Eu fui pro carro, suspirei e tomei meu rumo.

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(POV- Jeremy)

                Já havia se passado dois dias desde que Elaine foi embora, foi doloroso, mas eu sentia que era pro bem dele e ele estava decidida. Todos, especialmente Damon e Caroline, estavam loucos atrás dela e eu ainda não tinha recebido o telefonema me dizendo para entregar as cartas. Elena se sentia culpada, e eu já havia cansado de dizer que não era culpa dela e não era mesmo. Meu celular vibrou no bolso e eu etendi rapidamente.

“Alô? Jer?” – Era Elaine, ela estava com um número desconhecido.
“Oi El, estão todos doidos atrás de você, a Lena e a Care estão arrasadas e o Damon está furioso.” – Era verdade.
“Eu sei.” – Ela disse calma – “E com você, está tudo bem?”
“Tudo, estou me acertando com a Bonnie.” – Eu pude ouvir seu sorriso.
“ Que bom, Jer. Pode entregar as cartas, já estou longe e agora preciso desligar. Se cuida e entro em contato logo. Te amo” – E ela desligou.
                Peguei as chaves do carro e fui pra casa de Caroline, a carta queimava em meu bolso, eu sabia que ela ia querer me matar por esconder aquilo dela.
                Eu toquei a campainha e olhei meu dedo pra ter certeza que o anel Gilbert estava em meu dedo caso ela tentasse me matar. Ela atendeu e me olhou surpresa.
_Oi, Jer.
_Oi Caroline, tenho uma coisa pra você. – Tirei a carta do boldo e entreguei a ela. – Bom tenho que ir, mas é da Elaine.
                Eu corri pro carro rapidamente, antes que ela desse um ataque. Eu apenas ouvi a porta se fechando atrás de mim e me dirigi a mansão Salvatore.

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(POV- Caroline)

                Eu poderia matar Jeremy por me esconder aquilo, mas a curiosidade me fez entrar e ler a carta.
                “Care,
                Não sei nem como começar a me desculpar por ter feito isso sem me despedir, mas tenho certeza que se te contasse que pretendia sair da cidade você, sendo uma ótima Forbes me impediria. Mas, me desculpe. Fui uma péssima amiga, eu sei, mas foi a única saída que encontrei. Não culpo Elena nem Damon por essa minha loucura bem pensada, foi mais pensando em mim. Vou sentir muita falta de você brigando comigo e nossas gracinhas, mas eu entro em contato. Vou ficar longe não sei por quanto tempo, talvez por anos, décadas, ou séculos, aliás tenho a eternidade, não é mesmo? Bom, só preciso respirar, preciso pensar longe. Amo você loira.”

                Eu guardei a carta e sorri, pedindo pra Elaine ser feliz.

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(POV- Jeremy)

                Cheguei na mansão e confesso que fiquei com um pouco de medo, não sabia qual seria a reação de Damon e de Elena, ela também estava lá.
                Toquei a campainha e Stefan abriu a porta, me deu espaço pra entrar.
_Algum problema Jeremy? – Ele perguntou preocupado.
_Na verdade não, Damon e Elena estão? – Perguntei tenso.
_estou aqui, Jer. – Elena me chamou na sala e fui até ela.
_Tenho uma coisa pra você de Elaine. – Ela me olhou com os olhos arregalados. Tirei a carta do bolso e entreguei a ela. – Cadê Damon? – Essa seria  a parte mais difícil, ele adentrou a sala me olhando curioso.
                Entreguei a carta a ele sem dizer nada e sai, voltei pra casa antes que alguém ali sutasse e não queria estar lá quando isso acontecesse.

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(POV-Elena)

                Ao pegar a carta nas mãos meu coração se apertou, olhei pra Stefan que assentiu e fui pra biblioteca.
                Suspirei a abri a carta, ou aquilo me aliviaria o coração, ou faria me sentir mais culpada.

                “Lena,
                Não sei como começar, mas acho que um bom começo seria desculpe pelos insultos que te dei. Você nunca será igual a Katherine. Eu te amo, tá? E isso não vai mudar porque apesar de nossas confusões você é minha prima/irmã rs’
                Falando sobre aconteceu, eu não te culpo, não mesmo! Naquele dia só estava cega pela raiva, sabe como é difícil ser uma vampira frustrada.. Mas eu mesma me enganei e me meti nisso. Sabia o que você sentia pelo Damon e mesmo assim me meti entre os dois. Me desculpe por isso também. Eu sei que atração que sentem um pelo outro não se compara a uma paixonite boba. Damon me disse que cada uma tinha uma metade do coração dele, então agora, deixo a minha metade com você, complete o coração dele. Sei que está dividida novamente. Não contorne e não minta a si mesma sobre seus sentimentos por ele. Nós duas sabemos que é mais forte do que você pensa e mais do que admite. Pense na sua escolha, sei que ama os dois, mas pense em qual seria mais insuportável viver sem e terá suas respostas. Quem sabe um dia nos veremos novamente. Eu preciso pensar, respirar um pouco longe da loucura que é Mystic Falls. Dependente da sua escolha não seja dura com o não escolhido, você saberá ser forte e Care te ajudará, ela sempre te ajuda. Sentirei sua falta.”

                Uma lágrima escorreu quando eu percebi que Elaine não tinha raiva de mim, que ela estava abrindo mão de Damon. Eu me sentia com o coração na mão. Ela ainda me amava e ela pediu desculpa. Desculpa pelo que? Ela era um anjo em minha vida, eu havia destruído uma coisa boa pra ela e ela havia me dado uma coisa boa, ela tinha me dado a sua metade do coração de Damon. E agora, o que eu faria? Aquela escolha estava me perturbando novamente. Damon ou Stefan? Qual era mais insuportável viver sem? Eu tinha a resposta.

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(POV-Damon)

                Assim que Jeremy virou as costas subi correndo até meu quarto. Era uma carta de Elaine pra mim. Eu senti medo, só duas pessoas me faziam sentir medo. Abri a carta.

                “Damon,
                Eu acho que foi o melhor e imagino o quanto deve ter me xingado por essa escolha imbecil. Não vai ser fácil ficar longe de você, mas como eu disse da última vez que nos vimos, tudo vai mudar, você me perguntou se ia ser bom e eu respondi que dependia do ponto de vista. No começo vai ser doloroso, mas o tempo vai passar e vai melhorar, desculpe ter feito isso, mas é o melhor. Não conseguiríamos ser felizes. Espero que consiga se entender com seu coração que já sofreu tanto e me desculpe se estou contribuindo pra isso acontecer novamente. Eu preciso respirar, pensar um pouco longe de você, já que não consigo fazer isso quando estou perto. Por mais que tenha sido por pouco tempo não vou esquecer o que aconteceu entre nós, porque foi bom, e coisas boas guardamos nas lembranças. Não sei se nos veremos novamente, mas quem sabe, ainda temos a eternidade. Eu sinto que tudo vai ficar melhor para nós dois. Eu te amo, mas isso também vai melhorar. Ninguém vai sofrer pra sempre. Não prometo entrar em contato, aliás não sei se está me odiando agora. Mas saiba que não te odeio e nunca te odiei, senti raiva claro, mas uma vez na vida não sentir raiva de Damon Salvatore é praticamente impossível. Eu te amo.”

 _Eu também amo você, Elaine. Quero que seja feliz. – Sorriu deixando uma lágrima cair.
                Impossível sentir raiva dela, era tão meiga, dócil, tão humanamente vampira.