13 – A placa dos Demônios

POV Dean

- Temos que tirá-los daqui. Não vão durar muito mais. – meu irmão apontou para o casal desacordado.

- Eu estou mais preocupado em me soltar agora Sammy. – bufei.

- Se balancem! – Mary falou de repente.

- O que? – a olhei incrédulo.

Ela revirou seus olhos.

- Se balancem. Tente chegar até mim Dean assim conseguirei soltar suas mãos.

Ah! Era isso...

Segui sua instrução e após algumas balançadas e batidas no caminho, finalmente consegui encostar suas mãos as minhas.

- Vai logo Mary!

- Cala a boca Dean! Eu estou tentando! Aí! Consegui! Agora me solta.

Me balancei novamente e desamarrei as mãos de Mary em seguida desamarrei Sam.

Impulsionei meu corpo para cima e desamarrei meus pés. A queda não foi nada legal.

- Vocês estão bem? – perguntou Mary, ela ainda estava pendurada pelas pernas.

- Yeah! – respondeu Sammy se esticando.

- Não consegue descer? – perguntei provocativo.

Ela revirou os olhos.

- É claro que consigo, mas o casal está desacordado. Vou soltá-lo, mas preciso que vocês o segurem aí embaixo.

- Não é muito bom nos descuidar. O Wendigo pode voltar a qualquer momento. – alertei.

- Então fica a postos enquanto Sam me ajuda.

Bati uma continência debochada e segui até nossas malas que estavam empilhadas em um canto da caverna. Preparei cinco garrafas com gasolina e enfiei um pano no gargalo de cada uma colocando fogo em seguida.

Olhei para trás e vi Mary de cabeça para baixo segurando o homem pelas pernas e Sam o segurando para ele não cair de cabeça ao chão. A garota já estava desmaiada encostado em um canto.

- Dean! – Mary gritou apontando para algo atrás de mim.

Virei-me rapidamente encontrando o Wendigo nos olhando. O bicho feio! Sem perder tempo joguei a garrafa em sua direção, mas a criatura foi mais rápida e desviou do ataque.

Escutei um baque surdo no chão atrás de mim e avistei Mary correndo para o lado do casal.

- Melhora essa pontaria paixão, senão ninguém vai sair vivo daqui! – reclamou ela.

- Sammy! Uma ajudinha aqui? – chamei.

Ficamos posicionados em frente aos três e esperamos a criatura aparecer.

Gritos humanos soaram por todos os lados. Ele tentava nos distrair, mas era inútil. Até que finalmente ele resolveu nos atacar. Sam jogou a garrafa a esquerda do Wendigo que desviou, mas não pode desviar da minha garrafada.

A gasolina espalhou pelo corpo da criatura e o fogo se alastrou rapidamente. Logo ele estava no chão virando cinzas.

Tivemos que carregar o casal direto para o hospital. Eles não acordaram em momento nenhum. Deixamos que o médico cuidasse deles e seguimos viagem.

- Esse caso foi rápido. – comentei.

- Ele tinha que ser resolvido com velocidade, se demorássemos mais algumas horas aqueles dois estariam mortos. – completou Mary esticada no banco de trás.

Meu celular começou a tocar, era um caçador conhecido nosso, mas quando ele falou do que se tratava eu estranhei.

- Jeremmy, espere um pouco, vou encostar o carro.

Encostei celular contra o meu corpo e me virei para a caçadora.

- Ele está perguntando sobre a placa dos demônios. – murmurei.

Mary ficou tensa e sussurrou.

- Diga que está destruída. Destruída por mim. Não podemos deixar essa história vazar nem entre os nossos.

- Jeremmy? Está na linha?

- Sim Dean.

- Que história é essa de placa dos demônios? – perguntei seriamente.

- É o que está circulando. Estão dizendo que nessa placa tem um jeito de destruir todos esses filhos da puta. Os demônios estão loucos atrás dela, parece que ela foi escondida por algum caçador e eu imaginei que se alguém era capaz de esconder algo desse nível esse alguém era você ou seu irmão. Mas se está mesmo com vocês porque ainda não usaram? – disparou ele sem paradas para respirar.

- Jer! Escuta, a placa não está conosco. Ela foi destruída por uma caçadora chamada Mary Swan.

- Cara. Não tem como ela ter destruído a placa. Os demônios estão muito empenhados em procurar essa placa, muito mesmo.

- Nós vamos ver o que descobrimos Jer. Qualquer coisa te ligamos. – finalizei a ligação trocando um olhar sério com meu irmão.

POV Bella

Droga! Droga! Droga! Como isso foi acontecer? Dean saiu do carro e logo eu e Sam saímos também.

- Os demônios não caíram na sua mentira. – disse-me Dean.

- Ou nos escutaram falando. – completou Sam.

Encostei-me ao carro e cruzei meus braços no peito. Olhei fixamente para a floresta que rodeava a estrada. Tentava encontrar algum jeito de concertar isso. Eu já não tinha mais tanta certeza se o local onde a placa estava escondida era seguro o suficiente.

- Mary, não acha melhor nos contar onde está? Podemos ajudar a manter segura. – falou Sam gentilmente.

Neguei lentamente.

- Não Sam. Eu sou a única que sabe onde ela está e continuará assim. Não vou arriscar a vida de vocês.

- Percebe que está colocando um grande alvo em sua testa? – perguntou Dean.

O olhei e me surpreendi ao notar a feição verdadeiramente preocupada.

- Sei disso Dean. Mas eu já fodi a vida de muita gente por causa das minhas escolhas. Não vou colocar vocês dois nessa lista.

- Mary... O que aconteceu com sua família não foi culpa sua. – Sam tentou consolar.

Ergui um dedo pedindo que ele parasse com aquilo.

- Não vou começar esse assunto. O fato é que de algum modo os demônios não acreditaram no boato da destruição da placa.

- E milhares deles estão procurando, assim como os caçadores. Jeremmy apenas falou da parte da destruição dos demônios. O que é estranho... – falou Dean.

Assenti.

- Acho que os demônios espalharam esse boato para que ficasse mais fácil de achar. Quanto mais gente procurando maior a chance de acharem. Provavelmente colocaram demônios vigiando cada caçador conhecido. O primeiro que achar avisa o resto. É uma caça ao tesouro. – trinquei meus dentes, ainda mais incomodada com o local em que escondi a placa.

- Ligue de volta para Jeremmy Dean, confirme a mesma história, mas acrescente que descobriu que a placa além de ter guias de como acabar com todos os demônios também tinha o modo de abrir definitivamente o inferno. Por isso Mary a destruiu. Vamos fortalecer ainda mais o nosso boato.

Sam e Dean começaram a discutir os detalhes do boato que seria fortificado.

- E se eles encontrarem? – olhei com medo para os irmãos.

- Os demônios ou os caçadores? – perguntou Dean.

- Qualquer um dos dois. – respondi. – Se os demônios encontrarem estamos fodidos. Se algum caçador encontrar ele estará em grave perigo e será muito fácil para um demônio o dominar.

- O lugar em que você escondeu é um bom esconderijo? – perguntou Dean.

Suspirei.

- É o melhor possível, mas também o mais arriscado. Somente quem já leu a placa pode saber onde ela está. Não é óbvio, acho que ninguém imaginaria que eu esconderia algo tão importante justamente naquele lugar, mas o problema é que não sei quantos já a leram e quantos destes ainda estão vivos.

- Você é a última.

- Puta que o pariu Castiel! – pulei para o lado dos garotos quando o anjo apareceu ao meu lado.

- Eu não nasci como os humanos, nenhuma mulher me pariu. – disse ele.

Revirei meus olhos.

- Esteve sumido. – comentou Dean.

- Estava resolvendo alguns problemas no céu. – disse simplesmente.

- O que quis dizer com a Mary ser a última? – perguntou Sam.

- Ela foi a última a ler a placa dos demônios. Os outros já estão mortos há mais de 50 anos.

- Isso me deixa um pouco mais aliviada. Neste caso eu sou a única que pode chegar a placa.

- Aliviada? – perguntou Dean ironicamente. – Quanto tempo você acha que vai demorar para os demônios te pegarem e fazerem você falar?

O olhei diretamente nos olhos.

- Talvez demore segundos para eles me acharem, mas eles não conseguirão tirar nada da minha cabeça.

- Eu acredito em você, mas acho que seria bom Cas nos dar uma ajudinha. – sorriu torto Dean.

Retribui seu sorriso. Nós finalmente estávamos criando um laço de confiança.

- Cas, você precisa fortificar o boato que estamos lançando. Precisa fazer com que todos acreditem que a placa está destruída, quando eu digo todos são todos mesmos. Seus amigos anjos, demônios e toda criatura possível.

O anjo assentiu.

- Prometi protegê-la e se for necessário mentir o farei. – ergui minha sobrancelha para a estranha submissão vinda do anjo.

- Então acho que devemos seguir viagem. Continuaremos a vida como se a placa realmente estivesse destruída. O boato tem que virar verdadeiro, começando por nós. – finalizou Sam.

[...]

POV Alice

Nos mudamos ao dia seguinte em que Bella e os caçadores foram trabalhar. Voltamos para o Alasca. Nossos primos Denali nos receberam de braços abertos e ficaram muito curiosos com o que contamos sobre os tais caçadores e até sentiram um tanto de medo sobre o que isso significaria para nós.

- Edward, pare de se torturar. – pedi novamente ao vê-lo mais uma vez em frente ao computador pesquisando coisas sobrenaturais.

Ele passava horas e horas pesquisando sobre o sobrenatural. Era um jeito de se sentir mais perto de Bella, mas ele acaba imaginando ela caçando e começa a ter milhares de tipos de medo.

- Essa é a realidade de minha Bella agora, ela é capaz de matar esse tipo de coisa Alice. – apontou para o computador. – Ou eu me acostumo com isso, ou nunca vou reconquistá-la. Se um dia ela resolver voltar para mim eu sei que ela não vai deixar de caçar. Faz parte da natureza dela tanto quanto o vampirismo faz parte da nossa. – então tirou os olhos do computador e olhou para mim sorrindo. – Esse mundo é fascinante.

Não consegui evitar sorrir.

- Ela está incrível né?

Os olhos de meu irmão brilharam ainda mais.

- Será que é possível se apaixonar mais de uma vez pela mesma pessoa? Porque eu acho que consegui.

Tive que rir com sua frase. Mas logo desmanchei meu sorriso.

- Você sabe que Bella não vai ter perdoar não é?  Pelo menos eu não vejo nada acontecer no futuro próximo.

- Eu sei Alice. - suspirou. - Acho que também não me perdoaria se estivesse no lugar dela... Mas não vou desistir. Minha paciência pode durar a eternidade. - piscou com apenas um olho. 

De repente uma visão me invadiu.

Dean dirigia cantarolando um velho clássico do Rock. Sam observava em seu tablet alguma notícia. Bella estava toda esparramada no banco de trás tamborilando os dedos no apoio da porta. A janela aberta espalhava seus cabelos para todos os lados.

- Temos um caso... – disse Sam um tanto hesitante.

Seu irmão o olhou e ergueu uma sobrancelha esperando a resposta.

- Continue Sam. – pediu Bella sentando-se ereta e ajeitando os cabelos bagunçados.

- Há indícios de bruxaria nessa cidade...

- Então vamos pegar essas bruxas de merda. – disse Bella em tom brincalhão fechando os olhos para se aconchegar novamente no banco.

Sam se mexeu desconfortável no banco e quebrou o silêncio que tinha se instaurado.

- A cidade é Forks, Mary.

Bella sentou-se ereta imediatamente arregalando os olhos.

- Eu não posso ir para Forks! Alguém pode me reconhecer.

- É um caso importante Mary, a bruxaria é muito pesada. Aqui diz que a cidade está um caos. – disse Sam preocupado.

Bella ficou com a feição preocupada.

- Você pode ser sua filha. – Dean falou de repente.

- Como?

- Seja Mary, prima distante de Bella Swan. Então não importará a sua aparência.

- Isso pode dar certo. – ponderou Sam.

Bella ficou olhando para o horizonte sem nada dizer.

Olhei para Edward de olhos arregalados assim como o meu sorriso.

- Eu dava tudo para ver isso de perto! – pulei batendo palmas. – Já imaginou Mike Newton revendo seu amor passado, aposto que ele dará um gritinho achando que é um fantasma querendo puxar seu pé!

Edward revirou seus olhos.

- Você é uma criança Alice.