Cowboy Sedutor escrita por Lady Suprema


Capítulo 17
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários meninas.



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Os gêmeos acabaram ajudando a misturar o molho. Billy era o único que podia realmente prepará-lo, porque mantinha a receita em segredo.

Mas todos ajudaram em alguma tarefa, até mesmo os gêmeos, que colocaram rótulos adesivos em centenas de potes de vidro que Bella tinha encomendado para entrega expressa.

Houve muitos erros no primeiro dia. O molho espirrou em tudo, das panelas borbulhantes sobre o fogão às garrafas já com rótulo.

Logo, entretanto, Bella conseguiu estabelecer um processo de trabalho mais organizado e higiênico, e tudo passou a correr com mais rapidez.

No dia quatro de julho, o primeiro pedido do Molho Para Churrasco Billy já estava pronto para ser enviado, e Bella estava ansiosa por comemorar.

Billy parecia partilhar esse sentimento porque sugeriu:

— Terminamos bem a tempo de limpar tudo e nos juntarmos às festividades em Port Angeles.

— Festividades? — ela indagou, imaginando o que uma cidade pequenina como Port Angeles preparava para o feriado do dia da independência.

— Isto mesmo. Vamos agora.

Billy com delicadeza empurrou-a na direção dos aposentos de empregada.

— Limpe-se e iremos.

— Está bem. Luce, eu gostaria de sua ajuda, se puder vir a meu quarto.

A garotinha, embora aparentando curiosidade diante do pedido, não fez nenhum comentário enquanto a seguia. Assim que alcançaram o quarto, Bella falou:

— Tenho uma surpresa para você.

Estendeu-lhe o pacote que tinha chegado no dia anterior. Luce rasgou o papel com o entusiasmo de uma criança de sete anos. Pedaços de papel foram jogados para o ar enquanto a garotinha com ansiedade abria a tampa da caixa para encontrar... roupas.

— Fazem parte da coleção da B.Me. São muito bonitas. Veja, os vestidos são jeans com lindos arremates em vermelho e branco.

Bella estendeu-o para a apreciação de Luce.

— Achei que você poderia usar este vestido hoje.

Luce ergueu o queixo e meteu os dedos nos bolsos traseiros da calça jeans, como se o ato de tocar no vestido de alguma maneira pudesse transformá-la em uma menina tola.

— Não usarei um vestido! — exclamou com teimosia. — E você não pode me obrigar!

A expressão em seu olhar prosseguia a dizer: "Você teria de me amarrar para que eu usasse uma roupa como essa".

— Não gostou?

Bella olhou para as roupas como se as estivesse observando pela primeira vez. Realmente pareciam um tanto superadas. Sempre tiveram tantos babados?

— Hmm, talvez você tenha razão. São um tanto...

— ...afeminadas.

Luce disse a palavra como se fosse o maior dos insultos.

— O que há de errado em ser feminina? Caso não haja babados ou franjas, qual o problema?

— Minha mãe era uma garota.

Bella assentiu, não entendendo o raciocínio da menina.

— Certo.

— E foi embora e magoou meu pai. Ele não gosta de garotas tanto quanto gosta de meninos.

Um som no batente da porta foi a única indicação da chegada de Edward.

— Espere aí, mocinha! — Pegou Luce nos braços. — Não é verdade que eu gosto mais de garotos do que de meninas.

— Isto eu posso atestar — murmurou Bella, lembrando-se do beijo intenso no celeiro.

— Eu a amo tanto quanto a Luke — Edward falou para a filha, a voz rouca de emoção. — E acho que você ficaria maravilhosa com esta roupa na comemoração do feriado de quatro de julho.

Luce encarou-o com incerteza, enrolando no dedo uma media dos cabelos curtos.

Ah “!, pensou Bella.” Agora sei o motivo de ela ter os cabelos em um comprimento não muito curto “.

Era a primeira vez que via a garotinha enrolar o cabelo no dedo e também a única situação em que flagrava Luce mostrando-se insegura sobre alguma coisa.

Duas retorcidas nervosas no cabelo foram necessárias antes de Luce perguntar:

— Isto significa que eu preciso usar um vestido?

— Não se você realmente não quiser — o pai concedeu.

Bella percebia que a garotinha sentia-se perdida, dividida entre querer agradar o pai, usando o vestido, e sua própria aversão a franjas e babados. Ofereceu-lhe outra opção.

— Você pode ficar bem arrumada sem usar um vestido. O que acha deste colete?

O colete jeans não tinha babados, apenas um toque colorido devido às flores bordadas na frente.

— Você poderia usar isto.

A garotinha saiu dos braços do pai para tocar na peça de roupa. Satisfeito com o que vira, Edward resolveu se afastar.

— Não demorem muito. Precisamos partir em quinze minutos.

Se estivesse em New York, Bella demoraria quinze minutos apenas para pintar os olhos. Mas desde que viera para a fazenda aprendera a simplificar sua rotina de beleza.

Durante os primeiros dias, arrumava os cabelos longos em um sofisticado coque francês, como sempre os usara, mas o penteado se desfazia antes que metade de suas tarefas rotineiras estivessem prontas e também requeria que ela levantasse meia hora mais cedo para ajeitá-lo.

Resolveu mudar de tática.

Decidiu recorrer a uma trança única, à francesa, mas até mesmo isso exigia muito tempo e esforço. Por fim optou por um simples rabo-de-cavalo, o qual parecia combinar melhor com seu novo estilo de vida.

Luce já usava calça jeans e camiseta vermelha, por isso tudo o que Bella teve de fazer foi acrescentar o colete e virar a menina para que pudesse ver o próprio reflexo no espelho do banheiro.

A criança contemplou com um misto de espanto e desdém os vidros de perfume, sais de banho e loções para o corpo que estavam no balcão perto da pia.

Bella nada falou enquanto refazia o próprio rabo-de-cavalo, acrescentando um enfeite vermelho para amarrá-lo.

— Meu cabelo é curto demais para um rabo-de-cavalo — disse Luce.

Bella observou o rosto da menina em busca de uma pista para saber se aquilo a satisfazia ou não. Pensou ter captado um lampejo do mesmo desejo que vira antes, quando Luce pusera a mão na túnica com flores bordadas.

— É curto demais para um rabo-de-cavalo — Bella concordou. — Mas eu tenho um...

Quase disse "enfeite bonitinho", mas decidiu que a descrição seria mal interpretada por Luce.

— Tenho algumas presilhas que você poderia usar.

Mostrou à garotinha as opções.

— Você poderia me ajudar a colocá-las? — Luce perguntou com uma ponta de timidez.

— Claro!

Levantou a menina e a pousou no balcão para que pudesse lidar melhor com a tarefa. Assim que colocou um pente perto de cada orelha, usou uma escova de cabelo para pentear os fios macios, curvando-os ao redor das faces.

— Pronto. O que acha?

Luce virou-se para olhar por sobre o ombro e ficou contemplando o próprio reflexo, a satisfação evidente nos olhos azuis. Mas em voz alta tudo o que falou foi:

— Parece que está bom.

Então estendeu os braços para dar a Bella um abraço forte, tão curto quanto inesperado.

Era a primeira vez que a menina tinha contato físico com ela.

No instante em que Bella sentiu lágrimas nos olhos, Luce já a soltava e descia do balcão.

— Obrigada — acrescentou, antes de sair correndo do quarto.

Cinco minutos mais tarde, Bella juntava-se aos demais fora da casa. Teve tempo somente de vestir calça jeans limpa e camiseta. Acrescentou algumas jóias de prata: brincos e um bracelete com enfeite cor de turquesa.

Mesmo assim, sentia-se mais feliz do que se houvesse passado o dia todo em um spa de beleza. Luce a abraçara e a fizera sentir que seu trabalho era importante.

Luce também insistira em ir com Bella no carro dela em vez de com o pai, Billy e Luke na caminhonete. Mike e Jasper iam em uma caminhonete azul bem velha, atada a um trailer para transportar dois cavalos.

O pequeno carro vermelho de Bella destoava das caminhonetes monstruosas e trailers em Port Angeles, mas ela não se importava.

Encontrou-se com Edward no local combinado, esquina das ruas Primeira com Principal.

— Vejo que conseguiram chegar inteiras — observou, sorrindo. Usava seu traje habitual: calça jeans e camisa, com as mangas enroladas para cima. Naquele dia a camisa era branca, contrastando com o bronzeado que conquistara sob o sol do Colorado.

— Eu me perdi apenas naquele primeiro dia — respondeu Bella. — Desde então tenho conseguido encontrar o caminho muito bem.

— Você tem conseguido fazer muitas coisas bem. — A voz soou inusitadamente rude. — Ainda não lhe agradeci pelo que fez por meu pai. Encontrou uma companhia de catálogos para comercializar seu molho... Nunca pensei que isto pudesse acontecer.

— Eu lhe disse que sou boa no que faço.

— Começo a lhe dar crédito.

— Espero que sim.

Seus olhares se encontraram por um momento antes de Bella obrigar-se a virar a cabeça.

— Fale-me do desfile. Aposto que data dos tempos de Jebeddyah Cullen, certo?

— Pelo que me lembro, Curly realmente usou o desfile como distração para roubar um banco, certa vez. Mas não temos mais esta espécie de problema.

— Porque seu irmão é um excelente homem da lei.

Edward ficou surpreso.

— Você conheceu Emmet?

— Claro. Naquela primeira vez em que vim para a cidade com os gêmeos.

— Oh, certo. Eu tinha me esquecido. Você precisa ver meu irmão mais novo. É um cavalheiro.

— É encantador — falou sem pensar, e então se perguntou se o lampejo de ciúme que viu nos olhos azuis de Edward fora imaginário.

Ele usava chapéu naquele momento e era difícil identificar a expressão de seu olhar. A menos que inclinasse a cabeça para trás. Então, seria o mais puro pecado, capaz de fazer todos os sinais de alerta de Bella dispararem. Para um homem sério e responsável, ele certamente tinha olhos pecaminosos.

— Uhm.

Ela buscou um tópico de conversa.

— E quanto a seu outro irmão? Virá ao desfile?

— Não. Cord está trabalhando em uma mobília especial solicitada por um banco. Além do mais, não gosta de multidões.

— Isto é uma multidão? — inquiriu com um sorriso provocador diante das poucas dezenas de pessoas alinhadas no trajeto do desfile.

— É uma aglomeração maior do que estamos habituados a ter. Houve um ano em que todos da cidade participaram do desfile, o que significava que não havia ninguém ao longo da rua principal para assisti-lo. Por isto agora designamos quem deve marchar no desfile e quem deve ser espectadora, e então alternamos a opção a cada ano. No ano passado nossa família toda desfilou, por isso agora temos de assistir.

— Assistir está bem para mim — murmurou ela, observando-o de soslaio.

Edward ajeitava a roupa de Luke pouco antes de o garotinho disparar pela rua. Após um mês no oeste, ela adquirira muita experiência não apenas em olhar as crianças como também em observar Edward.

Observar o modo como andava. Seu jeito de cowboy era menos arrogante e mais poético. Outros rapazes andavam. Edward se movia. Como resultado, movia também o coração de Bella. Ou ameaçava fazer isso.

O desfile começou com o caminhão do Departamento de Bombeiros Voluntários de Port Angeles à frente. Bella achou graça no banho oferecido pelos bombeiros aos espectadores acalorados.

O sol intenso tornava o dia muito quente. Ou pelo menos Bella gostava de achar que era o sol e não Edward.

O desfile foi breve e tranquilo, indo até o final do trajeto e então retornando para que parecesse maior do que realmente era.

Havia cavalos com belas selas e cavaleiros, os veteranos da Legião Americana em seus uniformes. Também passou a banda da escola de St. Woods, com garotas acenando com pompons.

Em todo lugar havia bandeiras norte-americanas, alegrando postes de luz e sendo balançadas pelos presentes.

Após o desfile, todos foram para o parque Port Angeles, a área atrás do trailer que abrigava o escritório do xerife. Ali, numerosas mesas para piquenique haviam sido postas e os aromas do verão... cachorro-quente e mostarda, batata frita, algodão doce e melancia fresca enriqueciam o ar da montanha.

Os gêmeos foram diretamente para a mesa onde estavam as melancias e competiram no que era aparentemente uma tradição em Port Angeles: o Concurso da Melancia.

Luce ganhou a disputa do arremesso de semente de melancia para seu grupo de idade enquanto Luke obteve honra máxima no quesito "devoração de melancia".

O menino comeu a maior quantidade da fruta em um minuto e somente com o movimento do rosto. Não podia usar as mãos.

Luce decidiu não entrar na disputa. Bella desconfiava de que era porque não queria sujar o cabelo, mas a menina nada comentou. Entretanto, Bella flagrou-a segurando um prato de metal e sorrindo ao olhar para o próprio reflexo.

Após um almoço de cachorros-quentes e batatas fritas encerrado com sorvete de morango, os jogos começaram.

Bella e Luce chegaram em segundo lugar na corrida em parceria, enquanto Edward e Luke em primeiro. Quando Billy convidou Bella para participar de um jogo com cascos de cavalo, ela quis tentar. Acabou vencendo.

Não houve tempo para comemorar, porque foi convocada para ser juíza das geleias, na tenda de comida.

Parecia que a sra. Battle, a empregada doméstica anterior de Edward que sabia cavalgar embora estivesse na casa dos oitenta anos, tivera de cancelar sua presença no último minuto por causa de uma indigestão.

Após saborear geléias de pêssego, morango silvestre e cereja, entre outras, Bella proclamou que a de morangos silvestres feita pela participante Annie Benton fora a vencedora.

Jéssica Benson, uma professora da cidade, surpreendeu-se com a vitória.

— Nunca tivemos coragem de contrariar as decisões da sra. Battle, antes — uma mulher que se apresentara como Alice disse. — Mas você nos deu coragem para fazer isto.

— Eu? — Bella a encarou surpresa. — Tudo o que fiz foi escolher a melhor geléia.

— Está certo. Você escolheu a melhor geleia, sem preconceitos. Exatamente o que devíamos estar fazendo em vez de deixar sra. Battle nos dar ordens.

— Não a conheço, mas tenho a impressão de que é uma mulher formidável — disse Bella.

— É verdade, mas até mesmo ela não conseguiu lidar com os gêmeos Cullen. E você tem feito maravilhas com aquelas crianças. — Alice assentiu em aprovação antes de confidenciar-lhe: — No ano passado jogaram a bandeira sobre a rua Principal. Caiu em cima da banda que se apresentava e entrou dentro da tuba antes de enrolar-se em todos os outros instrumentos. As crianças mantiveram-se na formação em marcha, mesmo com a bandeira toda enrolada ao redor deles. Demorou-lhes bastante tempo para ajeitar tudo.

Naquele momento, Luke aproximou-se em rápida velocidade, parando com um sobressalto ao lado de Bella.

— Beauty ganhou o cordão roxo porque foi considerada a maior porca de Port Angeles! — anunciou sem fôlego.

Bella nem mesmo sabia que Beauty estava ali.

— Que ótimo!

— Tudo por sua causa!

Luke deu-lhe o mesmo olhar de admiração com que a brindou quando soube que o pai dela tinha trabalhado com répteis no zoológico.

— Por causa de toda aquela comida que você fez e não conseguimos comer, e por isso demos a Beauty.

Bella desatou a rir.

— Bem, fico feliz por alguém ter se beneficiado de minhas experiências culinárias.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sugestões?



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