49 Days escrita por AnneWitter


Capítulo 6
Prepara-se para uma das verdades...


Notas iniciais do capítulo

- Peço desculpas pela demora de atualização.
— Espero que gostem desse novo capitulo.
— Não esqueçam de deixar comentários!



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Prepara-se para uma das verdades...

Ficou sentada pacientemente perto da porta, viu o momento que a ruiva se levantou e calmamente seguiu para o banheiro, onde demorou algum tempo, depois a viu colocar um casaco grosso sobre a blusa de lã fina que usava e amarrar o cabelo de uma forma nada elegante. Deixando a imagem desprovida de qualquer cuidado daquela mulher ainda pior.

Erza não tinha o cuidado em se olhar no espelho, parecia desprendida dessas coisas de vaidades, sua roupa e estado de cabelo demonstrava isso claramente, algo que perturbava Lucy antes – quando estava em seu corpo – e agora ainda mais. Sua alma agitou-se com isso, queria realmente ajudar aquela mulher de alguma forma.

Erza abriu a porta e Lucy aproveitou para sair, já que não tinha o precioso dom de abrir portas – ou melhor, tocar em tudo que era material.

Lucy seguiu Erza até seu emprego, qual era numa cafeteria 24 horas. Uma filial de uma conhecida cafeteria, com decoração moderna e com funcionários com uniformes padronizados.

A loira a observou do lado de fora, pela porta de vidro. Viu-a cumprimentar educadamente, mas sem qualquer energia, outro funcionário e em seguida sumir numa porta atrás do balcão; Lucy continuou ali até que Erza retornasse, quem voltou já vestida em seu uniforme e nenhum momento o semblante deprimido dela sumiu de seu rosto jovial e belo, tornando-a mais velha do que realmente era.

Aquilo machucou o coração de Lucy, que se retirou dali lentamente. Agora que estava fora do corpo de Erza ele retornaria para o hospital, queria rever seus pais e saber como estavam as coisas lá.

A caminhada foi longa, mas como alma não cansou como imaginara. Totalmente diferente daquela tarde, quando estivera no corpo de Erza e andara por toda parte da cidade, completamente perdida.

Sorriu por estar ali, e nesse tempo esqueceria da sua nova amiga, aquela que sem saber estava lhe dando o dom da vida novamente e a chance de conseguir retornar para seu corpo.

Com uma oportunidade Lucy conseguiu entrar no hospital, vasculhou pelo mesmo até encontrar novamente seus pais, esses sentados numa sala de espera, olhos vermelhos e de mãos dadas, aquela imagem destroçou seu coração, não suportava a ideia de vê-los daquela forma, seguiu em direção deles e colocou-se agachada diante deles.

–Não precisam ficar assim, eu estou bem. – disse ela amavelmente. Levou sua mão em direção a eles, para tocá-los, mas sua mão perpassou o corpo deles e essa visão a fez se afastar, aterrorizada com sua nova realidade. Tinha certeza de que iria continuar com essa sua jornada, mas tudo era cruel demais.

Ela se levantou e saiu dali, queria realmente ficar ao lado de seus pais, mas doía demais vê-los daquela forma, era-lhe apavorante tudo aquilo.

Num dos corredores que percorria encontrou sua melhor amiga, Juvia, encostada na parede, com o olhar preso na parede diante dela, sem realmente prestar atenção ao lugar que olhava. Devagar Lucy aproximou-se dela, antes que chegasse realmente nela sentiu alguém passar por ela, seguiu com o olhar Gray, seu noivo, aproximar de Juvia.

Novamente uma sensação estranha lhe dominou, ainda não conseguia entender a aproximação daqueles dois. Continuou a caminhar até eles, viu Gray levar sua mão até o rosto de Juvia.

–Disse que não precisa ficar aqui, não foi? – disse numa voz gentil, similar ao timbre que sempre usava com Lucy.

A loira franziu o cenho confusa, aquilo não lhe parecia certo, não importasse a circunstância.

–Não quero deixa-lo sozinho aqui. – respondeu ela.

–Não seja boba, não estarei sozinho. – o sorriso dele, a caricia no rosto de Juvia pareceu tão errado diante a visão de Lucy que ela avançou para ele, como um modo de protestar a quebrar aquele contato, mas isso não ocorreu.

Sentiu um nó formar em sua garganta, e lágrimas formarem em seus olhos, começava a odiar esse sentimento devastador que cobria todo o seu ser.

–Vocês... Vocês não podem. – sua voz saiu fraca, tão inútil quanto à sua tentativa de tocá-los.

Gray aproximou-se mais de Juvia e selou levemente seus lábios no dela. Naquele instante Lucy sentiu seu mundo rodar vorazmente, regado a uma crueldade sem fim.

Não conseguiu se manter em pé ali, caiu no chão, sem realmente sentir esse. Os olhou se afastaram e Gray na mão de Juvia carinhosamente, e desse modo se retirarem dali. Aquela imagem, vendo-os se afastarem de si, a perturbou ainda mais. Aquilo não poderia ser verdade, não tinha como ser.

As lágrimas simplesmente caíram pelo seu rosto. E a dor perfurou a sua alma, deixou com que um grito de angustia saísse pelo seus lábios, desejando loucamente que aquela dor acabasse, que tudo chegasse ao fim.

–ODEIO ISSO! ODEIO! – gritou, sentindo-se injustiçada por estar naquela situação.

–Grita, quem sabe assim eles não lhe ouvem. – a voz indiferente do programador lhe chamou atenção, ela se virou.

O espírito mais bem vestido estava ali, caso pudesse chama-lo daquela forma. Ela também odiava ele, levantou-se, ao menos nele ela poderia tocar, poderia descontar tudo que sentia agora.

–EU TE ODEIO! – grunhiu e lhe deu um soco no peito.

Ele aceitou aquilo, sabia que diante a uma verdade como aquela era devastador demais. Ela lhe acertou mais algumas vezes, para então ele a segurar.

–Está pronta para desistir? – indagou provocador.

–NÃO! Usarei cada dia que tenho para conseguir o que preciso, para quando recuperar meu corpo fazer esses dois pagar por isso. – a voz dela saia num engasgo, o choro a dominar a pronuncia.

–Estarei torcendo por isso. – disse franco.

Desde que o viu pela primeira vez, essa tinha sido a primeira vez que sentira bem em estar na presença dele e melhor, por saber que havia alguém do seu lado.

–Obrigada. – agradeceu.

Ele a soltou e deu um leve sorriso, e sem dizer mais nada sumiu. Ela olhou em direção que outrora Gray e Juvia estavam e sussurrou as palavras que marcariam para sempre a sua alma.

–Toda a mentira de vocês será desmascarada. - Fechou o punho com força, embora a sensação não passasse de uma vibração no seu corpo astral. – Eu juro.


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