A Arena De Fogo escrita por Aprendiz de Escritora


Capítulo 3
A Central




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Fernanda

Eu e Nicholas entramos em um banco, o que foi meio estranho fazer com malas em minhas mãos. Mas de qualquer forma, ninguém perguntou nada, apenas fizeram sinal para que Nicholas continuasse a andar depois dele sussurrar alguma coisa no ouvido de um dos guardas.

Nós fomos para um lado do banco que eu nunca havia nem imaginado que existia e, do nada, aparecemos em uma sala branca, tão clara que eu tive que colocar a mão na frente de meus olhos para tampá-la.

E então a luz ficou um pouco mais clara e uma sala apareceu em seu lugar – uma sala bastante iluminada, mas não tanto. Ela era toda branca, havia várias mesas e cadeiras. Era uma espécie de escritório, mas ao invés de coisas normais de escritórios, havia computadores com telas gigantes, e as pessoas usavam roupas normais, não roupas sociais.

– Nicholas! Seja bem vindo de volta! E Fernanda, seja muito bem vinda aqui! Prazer em te conhecer, Nicholas fala muito de você. Meu nome é Lauren. – disse uma mulher com um sorriso de orelha a orelha saltando de seu rosto. Sua pele era negra, e seus cabelos escuros. Olhos castanho-escuros bem brilhantes. Linda é pouco para descrevê-la. Ela era bem alta e vestia um belo vestido dourado e longo.

Eu apenas sorri, sem saber o que dizer.

– Lauren, desse jeito você vai assustá-la. – Nicholas riu. – Fernanda, essa é a Lauren, ela é a Dama da Luz.

Eu continuei sorrindo e olhei pra ela. Me forcei a dizer:

– Prazer.

Ela sorriu

– O prazer é todo meu, querida. Como foi a viagem de vocês? – ela perguntou.

– Um tanto... Perturbadora. – falou Nicholas.

– Perturbadora? Por quê? – perguntou Lauren passando do sorriso para uma expressão de preocupação.

– A Fernanda não costuma reagir muito bem a essas coisas... – ele riu. – Ela quase me matou!

– Não matei não! Eu só tive vontade de dar um tapa na sua cara, mas eu não te matei! – protestei.

– Óbvio que você não me matou né, se você tivesse, nós não estaríamos aqui. – falou Nicholas.

– Tá... Mas eu não QUASE te matei, também...

– Mas ficou morrendo de vontade que eu sei...

– Não fiquei...

– Ficou sim.

– Tá... Só no começo.

– Eu sei. Eu estava lendo a sua mente.

– NICHOLAS!

– Que foi? Eu falei que havia parado de ler DEPOIS disso.

– Tá, tá bom então né...

– Crianças! – Lauren riu. – Vocês são realmente irmãos, meu Deus! – ela riu ainda mais alto. – Mas, que bom que esse foi o único transtorno na viagem. – ela se segurou e sorriu. – Eu vou chamar Maggie para te acompanhar até seu quarto, Fernanda. E... Nicholas. Cornelius queria falar com você.

– Ok. Obrigada, Lauren. E, Fe... Nos vemos na Reunião. – ele deu uma piscadela pra mim e saiu da sala por um dos portões de luz que havia ali. Ou sei lá o que era aquilo...

– Fernanda, esta é Maggie, minha filha. Ela tem a sua idade. Maggie, acompanhe Fernanda até o dormitório dela por favor?

– Fernanda Holter? – ela perguntou. – Já até sei qual é o quarto. – ela riu. – Vamos, Fe! Conheço alguém que está louco pra te ver! – ela riu.

Eu apenas sorri para Lauren e peguei as minhas malas. Maggie pegou também e eu me perguntei como aqueles bracinhos conseguiam aguentar minhas duas malas, uma em cada braço.

Eu a segui pelo portão e cheguei a um corredor.

– E aí, Fernanda? – ela falou como se fossemos velhas amigas.

– E aí, Maggie... – eu disse meio sem jeito.

– Você está louca pra saber quem está louco pra te ver né? – ela falou e deu uma risadinha.

– Tô... – admiti enquanto ria.

– Quer que eu te dê dicas?

– Pode ser...

– Você faz as perguntas e eu respondo, ok? Vai, começa. – Maggie falou.

– Tá... Menino ou menina?

– Menina. – não era o Jason, eu pensei comigo mesma. Mas como poderia ser? Ele não tinha nada a ver com aquele mundo!

– Tá... Cor do cabelo?

– Castanho.

– Só meio mundo tem cabelo castanho.

– Pois é! – ela riu. – Quer fazer mais alguma pergunta? Já estamos chegando no quarto. Lembre-se que é a sala número 453, quarto 1 ok?

– Tá, tá bom... – eu falei.

– E essa – ela estendeu a mão – é a sua chave. Só você pode usá-la. – ela me entregou a chave. – Vamos, abra! – ela estava animada, o que eu realmente não entendi.

– Tá bom... – eu falei e a abri. Me deparei com a sala mais linda que eu já vi na minha vida.

Ela era azul escura em uma duas paredes.

No canto havia uma espécie de cozinha e uma bancada com quatro bancos também azuis. Mais pro meio havia um grande sofá, com uma mesinha na frente e uma TV de tela plana, com tudo quanto é tipo de video-game. Tinha uma daquelas cadeiras transparentes que ficam penduradas por um fio que dá pra girar, redondas... É eu não sei explicar... Mas eu sou LOUCA pra ter! E uma poltrona do outro lado.

Havia também, e essa era a minha parte favorita e a que eu menos acreditava que era real, uma grande cachoeira que despencava em um grande lago, que virava uma praia. Havia pedras, areia, e uma barraca de madeira. Eu podia sentir o cheiro da água, o que me deu vontade de pular ali de roupa e tudo, mas eu faria isso um pouco mais tarde, provavelmente.

– E aí? Gostou? – Maggie perguntou.

– Gostar é pouco pra o que eu to sentindo aqui. – eu falei sorrindo.

– Você não viu seu quarto ainda. – disse uma voz conhecida.

– Meu quarto, o que tem meu...? – eu me virei, e então eu percebi. – REBEEECCAAA! – eu berrei e pulei em cima dela. – MEU DEUS, FILHA, QUE ISSO? ELA QUE TAVA LOUCA PRA ME VER? AFF, ME AMA DEMAIS, ME VIU DE MANHÃ E QUERIA ME VER AGORA TAMBÉM! – eu ri.

– Pois é né! Só para de gritar, há outras pessoas aqui. – ela riu. – E só pra você saber, eu sou sua segunda protetora. Eu espero que você entenda isso.

– JUUUURAAAA??? Eu queria que fosse você, na boa. Confio demais em você, posso contar tudo o que eu quiser, e você pode me proteger direito sabendo de tudo sobre a minha vida. Own, minha best é minha protetora, own. – eu falei.

Rebecca riu mais uma vez.

– Bom, eu já vou indo. Até mais! – falou Maggie.

– Tchau Maggie! – falou Rebecca sorrindo.

– E aí...? Bora ver o meu quarto? – eu ri.

– BOORA! – ela riu. – Fui eu que escolhi como iria decorar o seu quarto. Tá, não só eu, o seu irmão também, mas eu ajudei. – ela riu. – Também fui eu e os outros protetores que colocamos essas coisas na sala de vocês – sim, isso é tudo da sua equipe – espero que você goste de tudo.

Eu ri.

– Agora fecha os olhos. – ela falou.

Eu obedeci e a ouvi abrindo a porta. Quando ela abriu e disse que eu podia abrir meus olhos, eu simplesmente me apaixonei por cada detalhe do quarto. A cor, o lugar da cama, os posters colados na parede, tinha até mesmo um notebook novo! Eu simplesmente pirei! E havia um violão encostado na parede. UM VIOLÃO NOVO. TÁ ENTENDENDO O QUANTO ISSO É UM SONHO PRA MIM?

– Rebecca, eu te amo, sua linda! – eu falei e dei um abração nela.

– Eu sei que você me ama, coisinha! – ela riu e retribuiu o meu abraço.

Eu continuei olhando o quarto e simplesmente pirei vendo tudo. Havia até um monte de CDs e livros novos ali em cima. Eu fui ficando cada vez mais animada sobre tudo aquilo, até que meu celular tocou. Eu fui ver quem era e...

– Jason. – eu falei para que Rebecca.

– Você vai atender? – ela perguntou.

– Eu não sei... Eu acho que... – o celular parou de tocar. – Eu acho que se ele quisesse falar comigo de verdade ele teria deixado uma mensagem de voz como ele sempre deixa. – eu falei jogando meu celular na cama irritada.

– Mas Fe...

– Eu não quero falar com o Jason, Becca. Eu... Não quero ouvir a voz dele e saber que ele não quer ouvir a minha voz, e sim de outra pessoa. Que quando ele está falando comigo, ele queria a todo momento estar com outra pessoa. Você sabe o que é isso? – eu falei quase começando a chorar e me sentando na cama.

– Mas Fe... Você vai deixar mesmo que tudo isso acabe com a amizade de vocês? – ela falou se sentando ao meu lado.

– Não, eu só vou deixar que isso nos afaste um pouco, de forma que ele não me conte mais essas coisas. Pra eu não sofrer mais. Por isso que eu não posso criar expectativas, entendeu? – eu falei.

– Mas ele te ligou, Fe. Ele quer pelo menos pedir desculpas... Ele não é do tipo que liga quando não se importa... Nem do tipo que liga pra xingar mais ainda.

Eu fiquei em silêncio e refleti sobre o que ela havia dito.

– Verdade... – eu disse enfim.

– Bom, que horas são? – ela perguntou.

Eu peguei meu celular e olhei o horário. – Duas horas.

– A Reunião de Iniciação é daqui a meia hora... – ela refletiu. – Acho que dá tempo...

– Dá tempo pra o quê?

– De irmos buscar vestidos.

– Como assim buscar vestidos?

– Vai ter um baile no final de semana. Todos os membros da Central estão convidados, inclusive você. E acho que você não tem um vestido social novinho aí né?

– Não sei se eu vou querer ir nesse treinamento... – eu falei.

– Vai querer sim! Vamos Fe! – ela insistiu.

– Tá, tá bom... – eu disse.

– Que bom, porque senão nós iríamos ter que sair daqui de qualquer jeito. Faz parte das tarefas de um protetor. Tirar o guerreiro da sala e do quarto antes que o próximo guerreiro chegue. Combinei com os outros pra onde cada um vai. Os outros vão para pontos opostos da Central para que nenhum de vocês se encontre.

– Você sabe quem os outros guerreiros são?

– Sei né, dã.

– Ok então né – eu ri também.

– Então vamos. – ela falou e abriu a porta, me puxando pra fora, provavelmente porque o tempo limite estivesse acabando.

Ela abriu um portal de luz e nós duas entramos. Em menos de um minuto eu estava dentro da loja mais perfeita que eu já vi na minha vida.



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