Fabula Temporis escrita por Linnet Lestrange


Capítulo 1
Capítulo 1 - Aquele com a Idéia




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Capítulo 1 – Bela Idéia, LeCroix.

Sabe naqueles desenhos animados, quando acontece algo da pesada e o queixo do personagem cai?

Então, nunca achei que isso acontecesse na vida real.

Mas acontece. Puxa, acontece sim.

Sei disso porque era exatamente assim que eu estava, com o queixo no pé, enquanto Dumbledore falava comigo.

Como se eu ainda estivesse ouvindo alguma coisa.

Ok, vou contar como foi.

Acontece que eu pertenço a uma organização, a Armée de la Lumiére, que é como uma Ordem da Fênix, só que francesa. O nosso, hã, "líder" é Desiré Depardieu (que, juro pra você, é um homem, apesar do nome esdrúxulo), que é um auror de arrasar e amigo bem próximo de Dumbledore. Então nós ajudamos a Ordem sempre que possível, assim como ela nos ajuda.

Sendo assim, compartilhávamos o mesmo puro e genuíno desespero de ver o Voldemort botar o mundo para quebrar. Ele já tinha reunido um exército olímpico e nós já tínhamos a perfeita noção de que estávamos bem perto de perder a guerra.

Foi aí que eu tive a idéia.

Eu apenas pensei "puxa, se não podemos acabar com a raça de Voldemort agora, quem sabe não podemos voltar à época em que ele ainda era, hm, mortal para chutar o seu traseiro?"

Mandei uma carta para Desiré contando minha idéia pra lá de genial, e no momento seguinte ele já estava em Baeuxbatons com Dumbledore.

Puxa, posso ser um membro 'júnior', mas sou tão boa quanto os outros, então minhas idéias são igualmente levadas a sério.

- É arriscado... – murmurava o Sr. D, que andava pela sala em círculos, apertando os lábios com as mãos, fazendo com que ele parecesse mais peixudo do que nunca. Quero dizer, com aqueles olhos esbugalhados e tudo o mais. Talvez ele goste de parecer um peixe. É um animal muito incompreendido, em minha opinião. Tenho certeza que ele possui muitos truques e utilidades, ainda desconhecidos pelo ser humano. Eu me orgulho do Sr. D por admitir sua identidade peixosa.

- Arriscado, porém possível e pode dar certo – Disse Dumbledore, naquela voz calma, fazendo com que eu parasse de admirar a semelhança do Sr. D a um peixe.

- É claro que pode, é genial – Eu disse, fazendo cachinhos na ponta de uma mecha do meu cabelo castanho quase preto.

- Mas não consigo pensar em uma maneira de tornar isso possível – comentou o Sr. D, largando a boca, fazendo com que ele se parecesse um pouquinho menos com o Nemo – Poderíamos usar um Vira-Tempo, mas não creio que ele conseguirá mandar alguém para um passado assim tão distante.

Dumbledore não respondeu, apenas se aproximou da mesa de Madame Maxime, que não se encontrava em sua sala no momento (era uma reunião particular – apenas eu, Dumbledore e o Sr. D - amo repetir isso), e conjurou um livro velho e nojento. Eu, que estava preguiçosamente sentada na imensa cadeira da diretora, cheguei um pouco para frente para ler o título do livro.

"O tempo perguntou para o tempo quanto tempo o tempo tem"

Puxa, as pessoas realmente deveriam pensar melhor antes de nomear suas obras literárias.

- É um livro muito teórico, poucas das teorias citadas nele foram realmente testadas, mas estamos em uma situação crítica e acho que vale a pena tentar – disse Dumbledore, folheando as páginas empoeiradas do livro, fazendo com que uma fumaça de poeira viesse diretamente na minha cara – Aqui está! – exclamou, parando em uma das páginas.

Depardieu parou de rodar e se aproximou da mesa, e virou o livro em sua direção, para ler o que Dumbledore indicava (o que foi muito egoísta da parte dele, pois o livro ficou de cabeça para baixo para mim). Seus olhos passavam rapidamente entre as frases, e assim que ele terminou de ler, voltou a apertar os lábios e a andar em círculos.

Virei, então, o livro para mim.

"Chaves de portal – Podem nos levar mais longe do que imaginamos.

As Chaves de Portal sempre foram utilizadas como maneira de transporte. Entretanto, o que poucos sabem, é que elas também podem ser úteis para transporte no tempo.

É claro que viagem no tempo é e sempre foi algo extremamente perigoso e complicado, e essa técnica não foge à regra.

Basta pegar um Vira-tempo e fundi-lo a uma Chave do Portal que leve ao local que você deseja estar quando chegar ao passado, utilizando o feitiço Confundo. Após, deve-se realizar o feitiço Tergum Temporis, não esquecendo de especificar o ano para qual deseja se transportar.

É uma técnica argilosa, que não possui resultados exatos, e não indicada para mais de uma pessoa. Caso duas pessoas tentem se deslocar para o mesmo ano, existem grandes chances de alteração genética (mutação).

Para voltar ao tempo presente, deve-se utilizar a mesma Chave do Portal fundida ao Vira-tempo, porém desta vez fazendo o uso do feitiço Protinus Temporis, técnica também inexata."

Terminei de ler sentindo uma enorme, enorme pena de quem quer que fosse que teria que fazer aquilo.

- Achei aceitável, e vocês? – perguntei.

- É a forma menos perigosa... – murmurou Dumbledore – Esses dois feitiços, Tergum e Protinus Temporis, são extremamente difíceis de realizar, mas penso que talvez eu consiga.

- E então, quem vai embarcar nessa emocionante aventura? – perguntei, ansiosa para saber quem seria o pobre coitado.

- Temo que não tenhamos alternativa... – começou o Sr. D, encarando Dumbledore, que afirmou com a cabeça, como se já soubesse o que ele iria dizer - ... Se não você, Holly.

E foi aí que meu queixo caiu.


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