Quando Freddie chegou, encontrou a casa toda na penumbra, exceto a biblioteca. Havia informado que retornaria para casa em seis dias, mas uma ansiedade, vinda não sabe de onde, o fez retornar um pouco antes. Dispensando o cavalariço, Freddie entrou em casa e seguiu para a biblioteca.

Sam cochilava deitada num divã enquanto lia um livro. Com o
barulho da porta se abrindo, Sam levantou assustada. Ficou ainda mais assustada quando viu Freddie parado na porta. Seu coração imediatamente começou a dar pulos, e por sorte estava sentada senão teria caído no chão devido o tremor em que seu corpo se encontrava.

Freddie olhando intensamente sua esposa, agora compreendia
sua pressa para retornar para casa. Era ela. Seu corpo parecia estar em chama só de vê-la. Ainda não conseguia compreender o que a levou expulsá-lo de sua cama. Enquanto esteve em Aylesbury não conseguira tirá-la de seus pensamentos, atrapalhando-o em seus negócios. Mas agora que estava em casa, com ela, parecia ter tirado um peso de suas costas, sentia-se aliviado e ao mesmo tempo exasperado. Queria tê-la em seu braços novamente. Era a única coisa que conseguia pensar.

– Olá... – Sam disse olhando para fora da janela e depois de volta para ele, ainda estava escuro... Concluiu então que ele chegara antes do previsto.

– Boa noite. O que faz acordada uma hora desta? – ele perguntou olhando em volta da biblioteca.

– Cochilei enquanto lia um de seus livros.

– Qual deles lhe chamou a atenção? – Freddie perguntou com
uma das sobrancelhas levantadas em sinal de puro interesse.

– Estava lendo um dos volumes sobre administração agrária.

– Gosta?

– Bem... Não sabia disso até começar a ler sobre o assunto.

– Intrigante uma mulher se interessar por estes assuntos... –
Freddie respondeu com ar pensativo enquanto apoiava-se com uma das mãos na lareira que ficava há uns dois metros de onde Sam estava.

Sam observou sua aparência cansada e como suas roupas estavam sujas. Parecia ter viajado direto sem fazer nenhuma pausa. Devia estar faminto e cansado.

– Neste horário todos os empregados já estão dormindo. Vou
preparar algo para você comer.

– Não precisa se incomodar.

– Poderia trocar-se enquanto preparo algo. – Sam disse saindo
da biblioteca e indo em direção á cozinha. Bem, pelo menos não era uma dessa mulheres que não sabiam cozinhar. Mas pelo horário teria de usar a imaginação e ser rápida. Seria a primeira vez que cozinharia para seu marido. Pensou consigo mesma. Decidiu fazer uns ovos mexidos com carne seca, que era algo bem rápido de fazer.

Apesar de ter lhe dito que não o queria mais, Sam sentiu um
forte desejo de correr para seus braços desde o momento que ele entrou na biblioteca. Também não deixou de perceber a forma como ele a olhara, parecia traga-la com os olhos. E mesmo sem tocá-la, ele a fazia sentir seu estômago revirar de desejo por ele.

Sam já terminava de colocar na mesa algumas frutas, pão,
queijo e vinho quando ele entrou na cozinha. Usava uma camisa de flanela branca e calça, os cabelos ainda molhado dava sinal do banho recente. Encostado no batente da porta com os braços cruzados ele observava seus movimentos.

– Pela fome que deve está sentindo eu não tive como fazer
algo melhor, mas acho que dá para matar a fome.

– Está ótimo. – Freddie disse sentando-se à mesa. – me acompanha?

– Estou sem fome.

– Pelo menos se sente aqui comigo? - Hesitando Sam sentou-se
ao seu lado.

– Isso está muito bom... – Freddie disse enquanto mastigava.

– Obrigada. Como foi a viajem? – Sam perguntou curiosa.

– Um pouco estressante. E você, como passou esses dias?

– Bem.

– Como anda seu trabalho na decoração da casa?

– Estou aguardando os tecidos para as cortinas chegarem. També pesquisei alguns móveis, mas achei melhor aguardar seu retorno para consulta-lo sobre os valores.

– Samantha, você é minha esposa e não precisa de autorizações minha nesses assuntos. Também gostaria que tirasse um tempo para fazer compras para você, não fique ligada somente aos assuntos da casa.

– Desculpe-me, mas não irei aceitar gastar seu dinheiro com ‘futilidades’.

– Abri uma conta bancária para você, faça o que quiser com
seu dinheiro.

– Presumo que não será necessário usá-lo.

– Bem... Minha duquesa, já que quer começar uma discussão. Gostaria de saber o motivo de ter me expulsado de sua cama logo após eu ter feito o que a senhora queria?