Eu me acordei e desci as escadas de pijama, a preguiça não queria deixar eu trocar de roupa, apesar de que descer com pantufas de coelhinho seja meio constrangedor.

Meu pai me deu as pantufas... Na verdade eu fui obrigada a aceitar por que eu tinha feito uma aposta com meu pai e quem perdesse ia ter que usar essas pantufas para o resto da vida. Elas ficam enormes em mim, mas eu sou obrigada a usa-las. Que pai legal eu tenho ein?

Cheguei na cozinha e percebi que meu pai estava na sala... Mas estava todo sujo. Do mesmo jeito que a cozinha. Ele nunca foi um bom cozinheiro, da ultima vez que ele tentou fazer meu almoço eu quase vomitei tudo. (Ele só fez meu almoço por que a mamãe tava numa das ‘viagens’ dela)

Meu pai me viu e começou a rir de mim.

-O que foi? –perguntei com a voz ainda cheia de sono

-Nada, só seu cabelo... –ele falou e continuou a rir

Fui me ver numa colher da cozinha e percebi que deveria pelo menos ter escovado o cabelo. Eu tava parecendo um leão com aquela juba. Tentei ajeitar ele e consegui pelo menos com que ele ficasse menos bagunçado. Peguei uma jarra de suco e coloquei um pouco no meu copo.

-Cadê a mamãe? –perguntei

-Ainda dormindo. –ele falou, tinha parado de rir

-E como vai ser? –perguntei

Ele me olhou tentando entender do que eu estava falando.

-Pra derrotar Lúcifer... –falei

Ele finalmente entendeu. Tadinho, é lento...

-Não sei... –ele disse

Nossa pai, ajudou muito. Me sentei com ele no sofá e fui tomando o suco. Ficamos assistindo TV por um tempo. Eu ainda achava incrível que meu pai gostasse do Bob Esponja, mas não reclamo por que só assim posso ver meus desenhos...

Passou um tempo e vi minha mãe descendo as escadas. Ela parecia cansada também. Ela se sentou no sofá ao meu lado.

-Bom dia. –ela disse num bocejo

-Bom dia. –eu e meu pai respondemos

-Iaí, mãe, como vai ser pra nos livrarmos de Lúcifer? Tô perguntando pra você por que o papai é um inútil mesmo... –falei

-Peraí, é o que? –meu pai falou

-SHHHH. –falei

Eu tenho desses dias de ficar fazendo piada de tudo, e com tudo. O incrível é que esse não podia se um dia pior pra isso acontecer... Cara, a gente tava prestes a batalhar com Lúcifer e eu estava toda metida a piadista assim... Isso é a convivência com meu pai!

-Lucy, eu ainda quero saber como vamos fazer isso... –minha mãe falou

-E o pior é que não temos muito tempo para pensar... –meu pai disse

-EU TIVE UMA IDEIA! –Dean gritou saindo correndo do quarto em que ele estava dormindo

Legal, deu a louca nele.

-Que plano? –minha mãe perguntou

-E se mandarmos Lúcifer para o purgatório? –Dean falou

-Não daria na mesma mandar pra jaula dele? –meu pai disse

-O purgatório não pode ser aberto assim tão fácil... –Dean falou

-Então como vamos abri-lo sabichão? –meu pai falou debochando

-Sua filha aí pode fazer isso. –Dean falou

-Será mesmo que pode? –Sam tinha saído do quarto

-Não sei, mas seria uma boa hora pra sabermos... –Dean falou

-Se funcionasse seria uma boa alternativa... Lúcifer não escaparia tão fácil... –minha mãe disse

-Posso tentar agora se qui... –falei

-NÃO! –todos gritaram me interrompendo

-Tá, já entendi! –falei e levantei as mãos como se estivesse me rendendo

-Primeiro temos que encontrar Lúcifer. –minha mãe falou

-Depois sua filha abre o purgatório e manda o filho da mãe entrar... –Dean falou

-Dean, ele é meu irmão... –Gabriel falou

-Exatamente! Filho da mãe igual a você! –Dean falou

Meu pai pareceu não gostar muito disso.

-Balthazar! –minha mãe gritou

-Eu? –ele apareceu no meio da sala

-Tem alguma pista de onde Lúcifer pode estar? –minha mãe perguntou

-Não. –ele falou arrogante

-Pode nos ajudar a procurar? –minha mãe se levantou do sofá e foi na direção dele

-Por que faria isso? –ele perguntou

Minha mãe deu um sorriso meio malicioso e falou alguma coisa no ouvido dele que fez ele arregalar os olhos. Ouvi meu pai resmungar alguma coisa como “Odeio quando ela faz isso” e “Ela devia fazer coisas do tipo pra mim.”

Pois é, antes eu até podia dizer que era “santinha” mas quando meu tio meio que me “despertou” eu fiquei sabendo se bastante coisa. E eu sabia exatamente sobre o que meu pai estava falando. Ri com isso.

-Certo, eu ajudo. Mas vai ter que cumprir sua promessa... –Balthazar falou pra minha mãe

-Sem problema! –minha mãe falou e sentou do lado do meu pai

Ele a olhou com um pouco de raiva e espanto. Ouvi minha mãe sussurrar alguma coisa como “Eu dou meu jeito, confia em mim.” E vi que meu pai ficou mais aliviado.

Balthazar desapareceu e ficamos na sala olhando para o meio dela como idiotas.

-Por que estão olhando pro meio da sala feito idiotas. –Bobby comprovou minha teoria

-Temos um plano para nos livrarmos de Lúcifer. Mas acho que só vamos ter uma chance... Os poderes de Lucy ainda podem ser muito limitados. –minha mãe falou

-Abrir o purgatório uma vez pode deixar ela esgotada. Se não der certo, não vamos tentar isso de novo. Não vou arriscar perder minha filha. –meu pai falou

Apesar de chato as vezes, até que ele era um bom pai... Tirando pela parte de assistir pornografia quase toda hora...

Ficamos sentados por mais um tempo planejando tudo. Só teríamos uma chance, e não poderíamos falhar, a partir de agora o mundo estava em jogo.