Inimizade Amorosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 6
Ciúmes excessivo entre amigos.


Notas iniciais do capítulo

Olá como vão?? Fiquei muito feliz com o cap passado!!! :) Obrigada a todos que participaram!!! :D Entretanto, ninguém acertou TUDO, tudo, mas a que chegou mais perto foi a Duda Sansão, e aqui vai uma das fanfics one-shot dela: http://fanfiction.com.br/historia/104806/Um_Encontro_Verbal/ É uma fanfic bem engraçada, recomendo! :) Bem agora, Boa Leitura!! :D



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Depois do choque que Daniel levou ao me ver com Carlos, ele meio que ficou carrancudo.

- Isa, eu preciso falar com você, agora. –disse todo autoritário pegando em meu braço e me arrastando para longe de Carlos.

- Ai, calma. Que foi? –eu disse estranhando o modo que ele estava agindo.

- Cara, sua mãe não te deu educação não? Sabia que arrancar uma pessoa de um lugar, sem ela querer, é rude? –Carlos disse, logo atrás de nós, já que nos seguiu para fora da livraria.

- Educação ela deu sim, e de sobra. Principalmente para quando eu ver uma amiga sendo forçada à algo e impedir. –Daniel disse se defendendo, e encarando Carlos.

- Eu não estava forçando a Isa a fazer nada, já você a forçou a sair de perto de mim... –disse Carlos também encarando Daniel. Ai Jesus, socorro! O que eu faço?

- Eu só queria conversar com ela, mas em particular, sem nenhum babão atrás para ouvir... –disse Daniel com a voz carregada de deboche. Vi que era a hora de interferir.

- Ei, ei! Ta tudo bem! Isso não foi nada, eu converso com você sim Daniel, fica tranquilo, o Carlos não vai atrapalhar... –eu disse.

– Ta tudo bem?! Daniel repetiu incrédulo- Esse cara tava usando o truque mais velho possível pra poder te agarrar, Isa! E você toda inocente nem percebeu! Ele disse mais incrédulo ainda. Fiquei estática por um tempo, imaginando o que iria responder. Tipo... O que se diz em uma hora dessas? Não queria ser grossa novamente.

- Daniel, ta tudo bem? –perguntou a amiga do Daniel indo perto da gente.

- Tamires?! –Carlos falou surpreso- O quê você ta fazendo com esse idiota? –perguntou. Ih, babo.

- O que eu faço da minha vida não é da sua conta! –a tal de Tamires exclamou irritada. De primeiro momento achei que Tamires fosse uma ex-namorada de Carlos, mas então comecei a notar algumas semelhanças físicas: Os mesmos cabelos loiros, a expressão fofa-maníaca, e os olhos verdes.

- Vocês são irmãos? –Daniel perguntou tirando as palavras da minha boca.

- Sim. –responderam os dois juntos.

- Sinto muito Tamires, mas se você é irmã desse aí, a gente nunca vai ter chance. –Daniel disse rude e insensível. – Por favor Isa, posso conversar com você? Sem ninguém ouvindo? –o Daniel perguntou.

- Pode ir Isa, outro dia a gente se fala, vou levar minha irmã pra casa. Vamos Tamires. –Carlos disse muito bravo levando a irmã para o mais longe possível de nós.

- Argh! Você sempre destrói a minha vida! –Tamires gritou para o irmão- E quer saber Daniel? Eu nem achei você bonito, você só seria mais um pra minha listinha! –ela exclamou irritada. Daniel sorriu cinicamente, fez sinal com a mão de "boa viagem" e disse:

- Digo o mesmo! Nessa hora peguei o braço de Daniel e o arrastei em uma área mais reservada, sem quase ninguém.

- O que foi isso?!?! –perguntei extremamente irritada.

- Eu... –Daniel respondeu meio perdido- Eu precisava falar com você, longe daquele cara. –ele disse com as mãos no bolso se fazendo de inocente e me olhando com aqueles lindos olhos azuis.

- Então fala logo o que você quer... –eu disse suspirando pesado e cruzando os braços.

- Você não vai me bater? Ou me xingar? –ele perguntou estranhando. Olha, eu prometi a mim mesma que seria mais tolerante com ele, mas assim ta difícil. Suspirei novamente.

- O que foi Daniel...? –falei cansada.

- Eu... –ele disse meio indeciso- Eu... Eu queria me desculpar pelo modo que agi na petiscaria... É que às vezes você me tira do sério!

- Eu te tiro do sério?! Tem certeza?! Questionei alterada.

- Sim, tenho. –ele disse com cara de bicudo. Tive que revirar os olhos.

- E porque você não gosta do Carlos? O que ele tem demais? –perguntei.

- Ele é só mais um aproveitador! É típico de caras assim ficarem com as turistas, e depois partirem o coração delas! Só estava querendo te proteger... –ele disse meigo.

- Vamos fazer um trato então? –perguntei.

- Claro, pode falar.

- Não vamos brigar mais até chegarmos em Londrina. Eu sei que vai ser uma tarefa difícil, mas vamos manter um relacionamento de amizade, O.k.? –perguntei sem nem reparar nas minha palavras direito, mas me lembrando com satisfação que ele havia falado que eu era amiga dele.

- Trato feito. –ele disse estendendo a mão. A apertei, e em um momento de confusão ele me puxou para mais perto e me abraçou. Foi uma abraço reconfortante. Nos braços dele eu me sentia mais segura, como se nada nem ninguém poderia me fazer mal. A não ser minha barriga que parecia estar entrando em combustão de tanto que as famosas “borboletas” se mexiam.

- O que ta acontecendo? –uma vozinha surpresa falou por trás de nós. Me soltei de Daniel imediatamente.

- Nada demais, Tomás. Só um acordo de paz. –disse Daniel nos defendendo, mas pude perceber que este estava um pouco corado.

- Hum, sei... –disse meu irmão. Meu irmão! De sete anos! Ai socorro...

- Mas porque você está aqui em baixo sozinho? –perguntei fugindo do assunto.

- Ah, é que eu estava procurando o banheiro... O boliche é ali em cima... Tem um playground também! –ele exclamou todo feliz.

- Am... Daniel, mostra pra ele onde é o banheiro? Eu já vou subir. –disse sorrindo amarelo.

- O.k, vamos Sr.Mijão, o banheiro é por ali. –Daniel disse levando Tomás. Subi as escadas, e dei de cara com um grande playground, com em média uns vinte tipos de máquinas diferentes, algumas mesas de sinuca, e por fim, um grande espaço para o boliche. Fui para onde meus pais, os pais de Daniel e Dona Aurora estavam (que era o caixa).

– Olá. –cumprimentei.

– Oi. Filha, não ter jeito de jogar boliche, já está lotado, e só vai sair uma vaga daqui duas horas... O Tomás e o Daniel provavelmente vão jogar em algumas coisa, ai você fica aqui também, o.k? Vamos voltar para as lojas. –disse meu pai.

- Tudo bem. –respondi. Logo depois, meu pai me deu uma nota de vinte reais, e todos eles voltaram para a área das lojas. Fui olhando a área das máquinas de jogos procurando algum interessante. Parei meus olhos na máquina de Guitar Hero. Tinha dois garotos jogando, um na guitarra, e o outro no baixo, fui vê-los jogar enquanto Daniel e Tomás não chegavam.

- Ha ha, assim fica fácil vencer. Você não joga nada! –debochou um dos garotos que jogava. Este tinha os cabelos encaracolados e castanhos, igual ao meu (só que curto), vestia uma calça escura e uma camisa xadrez verde. Parecia ser bem bonitinho, não mais bonito que Daniel, mas mesmo assim bonito. Reparei que o que ele falava era verdade, o outro garoto estava perdendo feio, pois errava quase todas as notas.

- Para de se achar Diego! Não precisa se mostrar só porque tem uma linda garota nos assistindo jogar. –disse o outro garoto em resposta. Este também era bem bonito, estava com uma jaqueta azul, e uma calça jeans escura; os cabelos eram lisos e pretos, bem parecidos com o do Daniel. Que droga, tenho que parar de comparar os outros garotos ao Daniel. Enfim, olhei para os lados para ver se tinha mais alguma garota vendo o jogo, mas me surpreendi ao reparar que não, só tinha eu.

- O que? –o tal de Bruno falou confuso e se virou para trás, para me enxergar. É nesses momentos que eu queria ser um avestruz e esconder minha cara debaixo da terra, em um buraco. –Ah sim. –respondeu voltando atenção ao jogo. Fui saindo de fininho, para que não parecesse constrangida, mas não funcionou.

- Ei, calma. Não precisa ficar sem graça, o jogo já está acabando... –falou o garoto de cabelos pretos, e bem nessa hora a máquina começou sua contagem regressiva e o jogo deles acabou.

- Prazer, meu nome é Heitor. –o garoto com cabelos pretos disse estendendo a mão.

- Am... oi. O meu é Isabela... –respondi morrendo de vergonha.

- Quer jogar? Ainda temos algumas fichas... –Diego ofereceu. Quando eu ia recusar senti uma mão em volta da minha cintura.

- Eu... Ah! –falei assustada vendo que Daniel e Tomás já haviam chegado, e o dono da mão que estava em volta da minha cintura era Daniel.

- Ela infelizmente não vai poder jogar... –Daniel respondeu por mim sorrindo cinicamente. Bruno e Heitor pareceram entender a ideia, e ficaram constrangidos.

- Ah, sim. Tudo bem, então tchau. –se despediram.

- Tchau... –eu disse tirando as mão de Daniel de mim, e o olhando com raiva.

- O que foi? –ele disse inocentemente, mas não conseguiu sustentar meu olhar, então ficou olhando para os lados.

- Vamos nesse aqui? –Tomás disse todo alegre vendo uma máquina onde tinha uma espécie de metralhadora e que matava Zumbis-Piratas. Fui até o caixa e comprei quatro fixas (era o que o dinheiro dava). Tomás foi no jogo de Zumbis-Piratas enquanto eu e Daniel jogávamos Guitar Hero. Jogamos “B.Y.O.B.’ Do System of a Down, o Daniel ganhou. É claro, ele é viciado, enquanto eu mal sei apertar o botão colorido junto com o que deveria ser a corda. Depois que Tomás repetiu o jogo “emocionante" dele, voltamos ao shopping em busca de nossos pais. Os encontramos em uma loja comprando blusas de frio. Logo depois voltamos para casa de praia.

- Daniel, você estava com ciúmes do Heitor e do Diego? –arrisquei em perguntar. Estamos apenas eu e ele na sala, enquanto os outros estavam fazendo outras atividades.

- Ciúmes? Eu? –ele disse se fazendo de surpreso.

- Idiota. –eu disse rindo enquanto tacava uma almofada nele.

- Sou mesmo. –ele disse com cara de convencido. Então começamos a rir.

- Crianças, vamos jogar um pouco de baralho? –disse Dona Aurora indo à sala.

- Vamos. –eu e Daniel respondemos juntos.

Fomos para a mesa da cozinha e começamos a jogar um jogo não muito conhecido, que nomeamos de “7”. É basicamente as mesmas regras do Uno (que por sinal é uma cópia do 7) só mudando o +4 pelo 7, e assim por diante.

- Ah! Não pode fazer isso com a sua avó Daniel! –disse Dona Aurora quando Daniel mandou um 7 para ela.

- Nesse jogo não podemos ter piedade, vó. –ele respondeu rindo. E assim foi o jogo, e sempre que pulávamos Daniel, ou fazíamos ele comprar repetíamos a sua frase: No jogo não se pode ter piedade. Foi muito divertido, Dona Aurora é uma boa companhia.

Quando eram uma meia-noite e meia, fomos nos deitar, já que amanhã o dia seria longo, pois iríamos ao Beto Carreiro.

- Boa noite. –sussurrei para não acordar Tomás que já dormia feito um anjinho.

- Boa noite, durma com Deus. –Daniel respondeu em sussurro também.

Nem acredito que em um dia só tanta coisa aconteceu... Daniel leu meus poemas, fui à praia correndo igual a uma louca só de pijama, visitei dois santuários, descobri que Daniel tem uma paixão secreta (que temo ser por Bianca), presenciei uma “briga” de Carlos e Daniel, fiz um “acordo de paz” com Daniel, e ele sentiu ciúmes de mim. Sinto que isso só vai fazer a minha paixão idiota e sem sentido por Daniel aumentar... E não gosto disso, sei que nunca vou ter um final feliz porque na vida real não existe esse negócio de amor pra vida inteira, até porque a morte está aqui para acabar com isso... E além do mais, por mais que esse amor possa existir, tenho certeza que não é o meu e o do Daniel, afinal, do quê adianta eu gostar dele se ele não gosta de mim? Mas diz isso para o meu coração pra você ver... Ele só vai te ignorar e seguir em frente com a tortura que é amar alguém que não me ama. Enfim, vou tentar para de pensar um pouco e dormir só pra variar, amanhã vai ser um longo dia.

Fechei os olhos e adormeci quase de imediato.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? :) Aah, e não se esqueçam de dar uma passadinha na one-shot: http://fanfiction.com.br/historia/104806/Um_Encontro_Verbal/ É tipo um teatrinho, vale a pena ler! Bom, vou indo.. Beijos!