BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 29
Ciúmes e Clove não combinam.


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOLÁ :)
Como vocês estão nesse dia lindo? - mentira ta chovendo pra caramba aqui em Sampa.
Não sei se vocês se perguntaram, mas: ONDE ESTÁ MADGE?
Boa leitura :D



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[Russian Roulette – Rihanna]


Continuamos a olhar para o nada. Onde está a névoa? Para onde ela foi? A pilha humana ainda está intacta. Um jogado sobre o outro. Finnick e Peeta estão sendo amassados por mim e por Cato. Mas em momento algum, repito momento algum, Cato solta a minha mão. Estou mais segura com ele aqui. Mesmo assim começo a chorar.

– Vivos – o som horrível e rouco sai da minha boca.

Parece inacreditável, mas ainda estamos vivos. Vivos!

– Vocês poderiam sair de cima de mim? – diz Peeta.

– Oh, me desculpe Peeta. Você está bem? – digo.

– Sim, só um pouco amassado – ele responde. Soltou a mão de Cato rapidamente e saio de cima de Peeta.

Finnick se estica no chão e se deita de costas. Ficamos lá deitados arquejando, nos contorcendo, nossas mentes e corpos invadidos pelo veneno. Até que Peeta faz um esforço para se colocar de joelhos e rastejar encosta abaixo. Todos nós rastejamos, já que caminhar agora parece tão impossível quanto voar. Rastejamos até as trepadeiras darem lugar a uma faixa de areia formando uma praia onde a água morna que cerca a Cornucópia bate em nossos rostos. O ferimento em contato com a água arde tanto que parece que estou sendo tocada por uma chama.

No começo a sensação é tão insuportável que quase desmaio. Mas há outra sensação, de tranquilidade. Alívio. Coloco apenas a minha mão na água. Mordo meus lábios tão forte que sinto o gosto do sangue. Torturante, sim, mas cada vez menos. Vejo através do azul da água, uma substância branca sair dos buracos na minha pele. Á medida que a brancura diminui, as dores diminuem. Não há sensação melhor. Meu macacão, que não presta para absolutamente nada, não passa de um trapo cheio de furos. Um membro de cada vez. Peeta e Cato parecem estar fazendo a mesma coisa. Mas Finnick está deitado de bruços na areia, ou sem coragem ou sem força para limpar suas próprias feridas. Depois de me lavar por completo, estou suficientemente apta a ajudar Finnick. Peeta se oferece para me ajudar. Cato está esticado na areia se recuperando. Não podemos arrastar Finnick para a água porque a dor o mataria. Então de pouco em pouco enchemos nossas mãos de água e despejamos nas partes expostas. Peeta corta o macacão de Finnick e encontra duas conchas que nos ajudam muito mais. Molhamos cada parte do seu corpo. A névoa sai do seu corpo do mesmo jeito que entrou, tomamos o maior cuidado para não tocar nela. Finnick permanece deitado, com os olhos fechados.

– Precisamos colocá-lo mais em contato com a água – diz Peeta.

Junto a ele arrasto Finnick até a água. Só alguns centímetros de cada vez. Nós o molhamos de pouco em pouco e esperamos. Molhamos um pouco. Esperamos. Finnick começa a abri os olhos lentamente e percebe que está sendo ajudado. Peeta e eu trocamos um sorriso quando Finnick levanta os braços acima da água. Descanso a cabeça dele no meu colo e de uma vez mergulhamos seu corpo do pescoço para baixo, por mais ou menos uns cinco minutos.

– Finnick, essa é a pior parte. Só falta a sua cabeça. É rápido, você vai ver, a dor vai passar – diz Peeta. E assim vai. Nós oferecemos nossas mãos para ele apertar enquanto molha o rosto. E quando terminamos, Finnick sorri.

– Você precisa beber água – digo – Aí, a irritação na garganta passa. Vou procurar algum córrego e volto logo.

– Vou com você – a voz de Cato está próxima.

Ajudamos Finnick a sair da água e o estiramos na faixa de areia. Pego a minha garrafa vazia. Eis que ouço um ruído parecido com gritos afeminados. Uma criatura surge de dentro da mata. O brilho da lua a ilumina.

– Peeta! Peeta! – uma menina de cabelos loiros se aproxima, gritando loucamente por Peeta.

Já estou em posição de ataque, com as facas na mão, pronta para matá-la.

– Não, espere! É a Madge – diz Peeta.

Madge parece tão feliz por encontrar Peeta. Ela corre como se não tivesse limites e fosse voar. Com um sorriso no rosto. E então pula nos braços de Peeta e o abraça. Ele não parece nem um pouco surpreso com a atitude da garota.

– Que mal lhe pergunte, mas o que ainda faz viva? – digo. Sinto uma pontinha de ciúmes. Só pouquinho.

– Sou do Distrito 12. Quer resposta melhor? Sobrevivo á tudo. – diz ela, com um sorriso sarcástico e uma vozinha irritante e irônica. É impressão minha, ou essa menina está tirando uma com a minha cara?

– Hum – digo. A minha cara não podia ser outra á não ser de nojo e raiva. Ela me lembra tanto a Glimmer. Só de pensar nela já me estresso. – Tomara que saiba caçar e ir buscar sua própria água. Aqui é cada um por si, Madge.

– Não é, não – diz Cato, com as sobrancelhas baixas e olhos estreitos.

– Agora é – digo, fuzilando-o com os olhos – Vamos, Cato, vamos buscar a nossa água.

Peeta ri como se não estivesse entendo nada. É bom que não entenda. E é melhor que não saibam que eu estou me roendo de ciúmes.

Achamos um córrego bem próximo, mas não sabemos se a névoa o afetou em alguma coisa. É claro que não sou tão mal e levei água á todos, mas para a Madge não. Madge não! Aquela... Ela me olho como cara de quem espera por algo, de quem espera pela sua água. Eu tinha que mudar? Tinha que me tornar uma boazinha?

– Tome – digo. Não acredito até agora que dei a minha única garrafa de água a ela.

– E você? – ela diz, com um sorriso no rosto. Cale essa boca e beba toda a água, antes que eu pegue a minha garrafa de volta.

– Eu já bebi, lá no córrego. Você está com cara de quem não bebe nada há algum tempo – digo.

– Obrigada – diz ele.

Finnick continua estirada na faixa de areia. Imóvel. Ás vezes me pergunto se ele está morto, ou está morrendo. Morto não, o canhão ainda não estourou. Aproximo-me dele e lhe dou água. De gole em gole, ele bebe tudo.

– Ciúmes? – ele diz, fracamente.

– De quem? – digo – Oh, ta. Ciúmes e Clove não combinam.

– É mesmo!? – ele diz.

– Pra alguém que acabou de ser torturado pela água salgada e está cheio de buracos no corpo, você até que está bem. Ouvindo a conversa do outros... – digo. Finnick ri um pouco. Acho que está na hora de juntá-lo aos outros. Não é bom ficar aqui sozinho, longe de todo mundo.

Com a minha ajuda, Finnick caminha até a nossa fogueira. Comemos o peixe esquisito e de sangue preto que Cato pescou e estava delicioso. Noite tranquilo. A mata está escura e a cada vez que olho para ela tenho a sensação de estar sendo vigiada. Todos nós sabemos que os Jogos Vorazes são reality shows mortais, mas a sensação de estar sendo vigiada não é pela população inteira de Panem, não. Mas por algum bestante.



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Notas finais do capítulo

EEBA, achamos a Madge! E agora Clove, está com ciúmes?
Beijos pra vocês minhas leitoras queridas.



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