BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 27
A quase morte de Peeta


Notas iniciais do capítulo

Eu não tenho muito o que contar...
Então, boa leitura e beijos.



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- Boa noite.

Já está de noite? Eu dormi o dia inteiro?

- Oi – digo.

- Tenho uma surpresa pra você – diz Peeta. Ele aponta para o mar que está lindo com o auxílio da lua cheia. E lá estão três serezinhos tentando pescar alguma coisa. Uma pessoa com as costas corcunda, outra levantando um peixe enorme e a outra aplaudindo.

Com os olhos estreitos consigo identificar uma velha. Mags.

- Você? – digo – Peeta!

- Eu os achei perdidos pela selva quando eu fui buscar água no córrego – ele diz.

Peeta os trouxe para mim. Como é que eu vou agradecer?

- Ah, Peeta! – eu me levanto e o abraço. Ele sorri.

O que? Queriam que eu desse um beijo nele? Que eu... Sei lá.

- Foi por acaso – diz ele.

- Mesmo assim – me afasto. Acho que já agradeci até demais.

Eles vem até nós dois com um peixe enorme.

- Oi, você já acordou – diz Cato.

Eu fico muda como uma Avox, sem reação como uma pedra, imóvel como uma estátua. Já se passaram quatro dias que não o vejo. Quatro dias sem ele. Me sento na areia e então me lembro do enorme corte em minha testa, o que está proporcionando uma grande dor de cabeça. Minha mão vai até a minha cabeça e massageia até a dor passar um pouquinho, mas não por inteiro.

- Corte feio, não? – ele sorri.

Balanço a cabeça em concordância.

- Pensei que você estava morta, eu te vi cair na água e os tubarões – eu balanço a cabeça em discordância - Rawr em você, entende?  – ele mostra os dentes para mim. Balanço a cabeça em concordância – O que há de errado? Não consegue mais falar? É o veneno das gotas-de-sangue? – balanço a cabeça em discordância – Acho que você ainda não está bem, porque não volta a dormir? – balanço a cabeça me discordância.

- Eu pensei que você – começo, a raiva começa a tomar conta de mim. Minhas bochechas queimam como fogo – Argh. Eu estou morrendo de raiva de você – dou uns tapinhas fortes nele – Você me deixou na água e nem ao menos foi me buscar.

- Finnick me obrigou a ir para o outro lado da ilha – ele responde

- Não me coloquem no meio – diz Finnick.

Eu lanço um olhar furioso para Finnick e ele levanta as mãos como um sinal de que já se rendeu.

- Não se intrometa mais, seu Cão do Mar – digo. CÃO DO MAR? De onde eu tirei isso?

Finnick se esforça para não rir. Cão do Mar!

- Você, arhg! Me entende? – digo a Cato.

Cato se senta ao me lado e começamos a discutir. Falamos besteiras um ao outro. Mags nos interrompe e diz uma coisa que não entendo, só sei que ela disse algo relacionado com parar ou algo assim.

- O que? – pergunto a ela.

- Ela disse para vocês pararem de discutir – Finnick traduz.

- Faz sentido – Peeta dá de ombros.

Ela começa a acender uma fogueira, eu acho que aquilo é uma fogueira.

- NÃO! – gritamos todos juntos.

Ele recua e nos lança um olhar de medo e susto.

- Sem bem quem não tem problema, nós estamos em quatro – diz Peeta. Mags passa a mão pelos seus fios de cabelo branco e olha para Peeta – Cinco. Estamos em cinco.

Mags está liberada para acender a fogueira e assar o peixe. A noite está bem até demais, até Cashmere, Gloss, Seeder  e Chaff aparecerem de dentro da selva. Pegamos tudo o temos de útil e saímos em disparada para a floresta.

 Peeta vai na frente, cortando a densa vegetação com sua faca longa. Deixo Finnick em segundo lugar porque muito embora ele seja bem mais poderoso, suas mãos estão ocupadas com Mags. Cato vai em terceiro, mas permanece calado. E eu vou por último. Temos que parar para descansar porque Finnick está carregando Mags nos ombros e por mais que ele tenha uma capacidade física excelente, ela é pesada.

Quando repõe a energia e seu fôlego, ele diz:

- Vamos seguir em frente. A gente precisa de água.

Até agora não apareceu nenhum córrego ou fonte de água, e água salgada não pode ser consumida.

- É melhor a gente achar isso logo – diz Finnick – A gente precisa estar escondido quando os outros vierem nos caçar.

Continuamos a nossa caminhada. Presumo que já andamos uns dois quilômetros e nem sinal de água. Paro e encosto-me a uma árvore, bem, antes eu precisei ver se não era uma gota-de-sangue. Meus olhos captam um pequeno quadrado engraçado cheio de ondulações pendurado no ar como se fosse uma placa de vidro retorcido. A princípio, penso se tratar do reflexo brilhante do sol no chão. Mas o objeto está fixo no espaço, não muda de posição á medida que me movo. E só então faço a ligação entre o quadrado, Wiress e Beetee no Centro de Treinamento, e percebo o que se encontra de diante de nós. Meu grito de alerta está apenas se formando em meus lábios quando a faca de Peeta surge no ar para retalhar algumas trepadeiras.

Ouve-se um zunido agudo. Por um instante, as árvores somem de vista e eu vejo um espaço aberto por sobre uma curta faixa de areia. Então Peeta é lançado para trás, o impacto foi tão grande que fez com que todos nós caíssemos no chão. A dor na minha cabeça volta. Eu a bati com força contra o chão. Tudo está girando. E é aí que eu me lembro de Peeta, o Garoto dos Pães. Corro até onde ele está deitado, imóvel.

- Peeta?

Aquele odor de coisa queimada vem até o meu nariz. O desespero começa a me consumir enquanto os outros ainda se recuperam. Chamo novamente seu nome, sacudindo-o, mas ele sequer reage. Não sei se grito, se o sacudo, se o deixo morrer ou se tento salvá-lo.  Meus dedos tocam lentamente seus lábios em busca de esperança e saber que ele está respirando. Meu ouvido gruda em seu peito, onde sei que ouvirei a batida forte de seu coração. Só há silêncio.

- Peeta! – grito. Ele não acorda e me diz oi como sempre faz. Eu o sacudo com mais força e até dou uns tapinhas na cara dele. Mas seu coração parou. O motivo da minha preocupação? Não faço a mínima ideia. Acho que é porque ele já me ajudou de mais.

Finnick encosta Mags numa árvore e me empurra para o lado.

- Espera, deixe-me tentar – Seus dedos tocam pontos do pescoço de Peeta, percorrem os ossos em suas costelas e coluna. Em seguida, ele fecha as narinas de Peeta.

- Você NÃO pode matá-lo! – me jogo em cima de Finnick. A mão de Finnick se ergue e me bate com tanta força no peito que saio voando. Fico tonta, por um instante, pela dor, por tentar readquirir o fôlego enquanto vejo Finnick fechar novamente o nariz de Peeta. O que eu vou fazer agora? Esperar pelo anúncio da morte de Peeta, quando sou detida pela visão de Finnick beijando Peeta. O QUEEE? Ah, beleza! O Finnick tem uma fama de “pegador”, mas o Peeta? Um menino? MORTO! Eu acho. Ufa! Ela não está beijando o Peeta. Ele manteve o nariz de Peeta fechado mas a boca bem aberta, e está soprando ar em seus pulmões. Posso ver, realmente, o peito do Garoto dos Pães subindo e descendo. Então Finncik puxa o zíper da parte de cima do macacão de Peeta e começa a pressionar com as mãos o ponto em cima de seu coração. Agora, só agora, consegui entender o que ele está tentando fazer.

Minhas esperanças só diminuem. Não há chance nenhuma de Peeta sobreviver. No momento em que eu estou admitindo que é tarde demais, ele tosse ligeiramente e Finnick finalmente se senta no chão. Me arrasto até ele.

- Peeta? – afasto os fios louros e molhados de seus cabelos e percebo a pulsação em contato com os meus dedos, encostados em seu pescoço.

Seus cílios cor de ouro se abrem e seus olhos azuis encontram os meus desesperados.

- Cuidado – diz ele fracamente – Tem um campo de força lá na frente.

Eu rio.

- Idiota, quase me matou de susto – digo, indelicadamente – Você estava morto! Seu coração parou! Sério! – legal, agora eu estou chorando por causa do Conquistador. Ponho a mão na boca porque estou começando a emitir aqueles horrorosos ruídos de quem está engasgando com o choro.

- Parece que agora está tudo bem – diz ele – Está tudo bem, Clove – balanço a cabeça em concordância, mas os sons que escapam da minha boca não param – Clove?


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Notas finais do capítulo

Beijos pra vocês e até mais ...



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