Batman - Shadows Of Gotham escrita por Raphael Redfiel


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capítulo 4

Empresas Fayol. 23h15
      Os poucos funcionários do prédio mantinham suas posições cotidianas, apenas cumprindo o serviço pelo qual eram pagos. Do lado de fora uma chuva pesada caia, iluminando o céu com poderosos raios. Sentado lendo distraidamente o "Boletim de Gotham", Adam o segurança do térreo fazia calmamente as palavras cruzadas, vezes ou outra parando para ler uma notícia ou vigiar a entrada do Hall. Segurava em uma das mãos um lápis e na outra como de costume segurava sua 9mm, em todos os anos que estava em serviço como segurança, aprendera que nunca deveria se distrair ou mesmo manter a mão longe de sua arma. Batidas na grande porta de vidro chamaram sua atenção. A chuva estava pesada e algumas pedras de granizo começavam a ser juntar no chão. Nada alarmante, apenas mais uma chuva pesada. Voltou a sua distração, porem mais batidas pesadas na porta o fizeram voltar o olhar. Aguçando a visão, conseguiu perceber que havia uma senhora de idade do outro lado, segurando o que havia sobrado de seu guarda-chuva e batia fervorosamente no vidro pedindo o que ele pode imaginar, como "Me ajuda".      

Deixou o lápis de lado e procurou a chaves da porta, mantendo ainda a outra mão junto da arma. Girou o molho de chaves e pegou uma grande e cinza, que entrou facilmente na fechadura liberando caminho para a encharcada senhora que andava com extrema dificuldade.

  ---  Vozinha, por favor tenha calma, pronto a senhora esta segura agora  ---  falou Adam segurando-a com o maior cuidado  ---  Precisa que eu ligue para algum parente?

      Ela não respondeu, apenas tremeu e gemeu de frio.  ---  Espera, vou pegar meu sobretudo.      

Mas antes que ele conseguisse, ela o segurou pelo braço e empurrou para ele um objeto begê. Sem entender a princípio, pegou o aparelho e observou, depois de analisar o que seria encontrou em suas memórias que aquilo era um aparelho para surdos e que ela provavelmente não estava escutando nada que ele havia dito.

  ---  Entendi  ---  ele gesticulou positivamente  ---  Um momento  ---  fez sinal que já iria retornar mas foi pego novamente pelo braço da senhora.      

Ela indicou o aparelho e fez para que ele verificasse se realmente não estaria funcionando. Adam não sabia mexer com aquele objeto, verificou se estava molhado, mas parecia a única coisa seca que a mulher trouxera. Colocou o aparelho no ouvido e como esperava deveria estar escutando melhor o ambiente, porém nada aconteceu, ainda observando o objeto encontrou uma leve saliência, com cuidado apertou e notou uma luz piscar, contente de poder ajudar aquela senhora colocou novamente no ouvido e espantou-se com a barulheira. Um rugido emanava do objeto, como se uma grande onda sonora fosse disparada para seus tímpanos, antes que pudesse retirar o objeto, já era tarde de mais, seus olhos começaram a se fechar e ele não viu mais nada.      

A senhora chegou perto dele e de sua boca uma voz masculina surgiu.

  ---  Adam meu grande amigo de noites frias e chuvosas, me faça um favor  ---  Adam encarou a senhora que não era mais quem aparentava ser, mas sim Jervis Tech  ---  Pegue o sobretudo que você me prometeu, depois vá na sala de filmagem e nocauteie quem estiver lá, depois paralise as filmagens de todos os andares, em seguida retorne. 

      Adam obedeceu, foi até a chapelaria, pegou seu sobretudo e entregou a Jervis que vestiu prontamente retirando as roupas molharas. Anos trabalhando naquele empresa haviam sido muito úteis, todos os funcionários conheciam o ponto cego do Hall, um deles era exatamente onde Jervis estava, bastaria apenas que ele retirasse a roupa molhada sem que a câmera pudesse perceber e por fim vestir o sobre tudo e manter-se aquecido para fazer o que viera planejando para esta noite. O segurança zumbi não demorou muito em sua tarefa, logo retornou com sangue nas mãos, provavelmente havia brigado com quem estivesse por trás das câmeras, esperava apenas que não tivesse matada o companheiro evitando a demissão de um ex-colega de trabalho.

  ---  Paralisadas as estão câmeras  ---  disse Adam parecendo um aprendiz de Mestre Yoda da saga de "Star Wars".      

Jervis já havia imaginado que o seu controlador mental poderia confundir a mente e que os usuários teriam problemas quanto a falar ou agir, mas era um problema mínimo e fácil de solução.

  ---  Certo Adam, quero que continue aqui no Hall, entre em contato pelo radio com cada um dos seguranças que estiverem trabalhando hoje e peça para que verifiquem se as saídas de emergência estão tendo problemas com infiltração de água novamente e de ênfase que são ordens do senhor Fayol, além de que é necessário que você pronuncie corretamente o que eu informei, sem trocar as palavras de lugar.      

Ele afirmou com a cabeça e procurou no corpo o radio. A droga estava mexendo bastante com o cérebro, parecia na visão de Jervis que ações simples como nocautear alguém e paralisar as filmagens era mais fácil de memorizar do que procurar na mente qual sinal deveria ligar para avisar a todos os seguranças e dar a mensagem de modo claro e correto.      

Retirando o sobretudo Jervis voltou-se a entrada do Hall, abriu a porta e assobiou. Os dois brutamontes, Barney e Bruno entravam, cobertos por capas de chuva.

  ---  Caramba Jervis!  ---  exclamou Barney  ---  Você vai nos matar assim, nos abandonando naquela tempestade maldita.

  ---  Se for necessário eu pago o melhor hospital da cidade, mas não se preocupem já consegui realizar o plano A, agora quero que vocês continuem o B e eu estarei subindo para realizar o C, certo?      

Barney bufou e empurrando Bruno, seguiram adiante com o plano. Jervis virou-se para o elevador e apertou o botão. Em poucos minutos estaria subindo no escritório de Fayol que ocupava um andar inteiro. O início do seu plano começará bem, agora faltava algumas jogavas para derrubar o rei.





 Mansão Wayne      

Quando os empregados chegaram para recolher a louça, Bruce pegou carinhosamente na mão de Julie e indicou para que o seguisse.

  ---  Sr. Wayne  ---  ela disse no tom mais suave e alegre que pode interpretar  ---  O senhor guarda quantas outras surpresas? Até mesmo parece que você é uma incógnita!

  ---  Se eu fosse uma charada, você já a teria respondido.

  ---  Porque acha isso?

  ---  Você é inteligente Julie, o modo como despistou os seguranças aquele dia, foi ato de uma mente brilhante.

  ---  Porém você foi mais brilhante e conseguiu despista-los melhor do que eu.  ---  Eu tinha a vantagem de não me conhecerem e não poderem prever meus movimentos.

  ---  Então acho que sempre terei que chama-lo nessas horas?

  ---  Será um prazer senhorita  ---  puxou a mão dela beijando como um cavalheiro a se encontrar com uma dama.

      Continuando o caminho de mãos dadas, Bruce avançou vagarosamente por entres os jardins recém plantados. Observaram mais uma vez o esqueleto do que seria a mansão e com um ar de esperança ele apontou para cada sessão que estava sendo construida e o que se tornaria quando ficasse pronta. Chegaram ao grande portão de carvalho que dava acesso a mansão. Bruce empurrou sem mais delongas e ajudou Julie a entrar no Hall.

  ---  NOSSA!  ---  ficou pasma com o interior abrindo sua boca, mas logo notou um dedo masculino fechando sua boca com delicadeza.

  ---  Cuidado, boca aperta chama mosquito.      O Hall era forrado com poderosas paredes de madeira, no meio uma escadaria de pedra branca subia imponentemente até dividir-se em outras duas, alcançando tanto o segundo andar como o terceiro. O chão era desenhado com ladrilhos de ébano que davam um ar todo sofisticado. De cada lado o Hall havia uma porta e entre elas o chão dividia espaço com tapeçarias e mesas.

  ---  Que lindo Bruce!  ---  exclamou ela novamente tocando a mobília mais próxima  ---  Você fez um lindo trabalho neste lugar, tão bom que chegaria a dar inveja a qualquer um.

  ---  Fico contente que tenha gostado, tive muito trabalho em decidir tudo sozinho, não gosto de decoradores, eles costumam deixar o ambiente com muita pompa  ---  puxou a linda jovem para o meio do Hall e indicou a porta a esquerda deles  ---  Deste lado ficam a cozinha e a sala de jantar  ---  virou e apontou para o outro extremo  ---  deste lado temos a sala de jogos e a sala de estar  ---  por fim apontou para a escadaria  ---  nos andares superiores tem lógico os quartos e no último a piscina e um pequeno jardim botânico com vista para a cidade de Gotham.

      Bruce não comentou a princípio sobre as escadas que levavam para debaixo da escadaria, pretendia deixar aquele local longe de qualquer suspeita de importância, alias era exatamente aquele local que fora o primeiro a ser construído depois do incêndio. Quem invadisse claro encontraria apenas um sótão, mas entre tantas tralhas e coisas velhas de família, havia um pequeno dispositivo que apenas reconheceria Bruce e Alfred pela voz, fazendo ambos descerem muitos metros abaixo da terra por um elevador embutido no chão. Levando a nova e mais equipada Batcaverna, presente de Lucius Fox

.  ---  Não vejo a hora de poder ver todo esse paraíso pronto!  ---  Você claro já esta convidada para a festa.

  ---  Falando em festa  ---  Julie procurou no vestido o que viera trazer a Bruce mas havia se esquecido completamente  ---  Meu pai vai patrocinar no final do mês um evento de moda  ---  puxou meio envergonhada do sutiã um envelope prata  ---  Quero que você esteja lá, meu pai quer muito conhece-lo.

      Ele pegou da mão da jovem ainda envergonhada e observou a escrita dentro do cartão.        

"Caro Bruce Wayne, venho o convidar para o lançamento da coleção da estilista Jacqueline Cruz, dia 31/01 ás 19h00 na mansão Fayol.

Para divertimento de todos pedimos que venham fantasiados como preferirem, para quem tiver a melhor fantasia haverá um prêmio surpresa!
Contamos com sua presença.


AtenciosamenteViktor Fayol & Sir Arthur Madison"


  ---  Bom  ---  falou Bruce quebrando o silêncio  ---  ainda tinha dúvidas se teria medo de enfrentar o futuro sogro ou um baile a fantasias que como já poderia esperar, haveria alguém vestido de Coringa ou Batman  ---  Devo pegar você então que horas em casa?

      Julie sorriu e chegando próxima de Bruce deu-lhe um beijo ardente de paixão. Agora ele começara a ganhar um pouco mais de força para enfrentar Sir Arthur.






      O Nerd deixo cauteloso o elevador, apesar de desconhecer qualquer segurança que pudesse fazer turno naquele andar, sabia que só havia um modo de subir ali e era por elevador. O último andar do prédio havia sido construído com tecnologia o bastante para proteção do executivo, a entrada era o pequeno elevador que só era acessado pelo penúltimo andar e havia ainda diversas opções de fuga caso fosse necessário, desde um pequeno helicóptero para uma única pessoa, até um tubo em caracol que levava ao estacionamento do prédio ao lado.

      Jervis estava no famoso corredor de vidro do andar, o caminho do elevador até a porta do escritório era feito de puro vidro blindado. Dos dois lados era possível observar, com muita dificuldade graças a tormenta do lado de fora, o belo jardim oriental. Sem poder se dar ao luxo de apreciar a paisagem, continuou seu caminho até notar o desafio que o esperava desde que planejara a invasão. O dispositivo de digitais que liberaria a porta apenas para Viktor Fayol. Parou de frente ao objeto e estudou por alguns instantes, depois de bufar e fazer cara de frustação, retirou do bolso um aparelho pequeno cheio de fios, conectou ao dispositivo e sentou-se observando a chuva que caia do lado de fora.

      Precisamente quinze minutos depois o dispositivo apitou e a porta se abriu. o Aparelho que Jervis usará nada mais era do que uma engenhoca que invadia qualquer sistema de segurança e procurava um modo de burla-lo, até que esse revelasse a senha para assim ser usada e liberar a passagem. Por ser um leitor de digitais era fácil prever qual digitais teriam sido gravadas nele, em primeiro lugar a de Viktor e em seguida de seus seguranças pessoais, porém como era esperado o aparelho era inteligente o bastante para só abrir a porta caso Viktor já estivesse dentro de sua sala. Depois de programar o aparelho com cuidado Jervis apenas precisou especificar para usar a digital que mais havia sido utilizada e que possivelmente teria deixado algum registro no aparelho. Máquinas são burras, normalmente guardam as informações que recebem e não é difícil encontrar no que os HACKER´S conhecem como, "Limbo dos dados".

      Jervis entrou enfim no escritório. O lugar era tingido com tinta verde-musgo e prata, uma combinação um pouco extravagante, mas bem a cara do executivo. Entre as mobílias de Mogno, o Nerd encontrou o que procura. O Computador de Fayol. Correu até a máquina e como esperava, não havia senhas ou qualquer proteção, já que Viktor devia se achar protegido o bastante para não perder tempo digitando senhas. Um erro fatal que iria custar muito no futuro.

      Aproveitando o conhecimento que tinha, avançou em realizar pesquisas, descobrir os últimos acessos do usuário e até mesmo o que escreve e clicara. Distraído com as buscas não notou Barney e Bruno vindo pelo corredor. Antes que os dois capangas chegassem ao escritório, Jervis deu de caro com uma pasta suspeita de nome, "Latina". Para qualquer um aquilo poderia ser uma pasta comum de pornografia, mas Tech encontrou algo muito mais interessante ao acessa-la. Entre diversos vídeos e fotos, imagens de Marina, sua ex-esposa apareciam hora e outras entre tantas mulheres latinas. O Nerd conhecia todos elas, ex esposas e namoradas de Viktor.

  ---  HA, HA, HA, HA  ---  Jervis precisou sentar para segurar a euforia  ---  Isso é melhor do poderia ter encontrado!

      Barney e Bruno entraram alarmados no escritórios, mas Jervis fez sinal de que estava tudo bem, os dois se entreolharam e colocaram no chão o que estavam carregando nas mãos. Deixaram ali as armas dos guardas e dois galões de óleo de cozinha.

  ---  Estamos prontos Jervis  ---  disse Bruno sorridente.

  ---  Certo já estou acabando aqui  ---  Jervis começou a copiar tudo que precisava do computador, inclusive a pasta pornográfica  ---  Podem começar a jogar o óleo por tudo  ---  mesmo tendo dado a ordem, os dois pareceram um pouco apreensivos  ---  Lembram o motivo pelo qual pedi para deixar nosso carro no prédio ao lado, era justamente por lá que nos iremos fugir.

  ---  Espera, como assim?  ---  questionou Bruno.

  ---  Vejam ali  ---  indicou um guarda-roupa de metal  ---  iremos descer por ali, este tubo leva diretamente para o estacionamento do prédio onde deixamos o carro  ---  conseguindo gravar todos os dados, guardou rápido no bolso e correu para o guarda-roupa  ---  Leva apenas cinco minutos, os relatórios no computador são confiáveis, estaremos a salvo assim que chegarmos do outro lado e não haverá surpresas no caminho.

      Os dois concordaram e começaram a untar o quarto com o óleo. Jervis pegou as armas e embrulhou no sobretudo que ainda usava, abriu o guarda-roupa e olhando para o buraco logo a frente, entrou sem fazer cerimonias, abrindo um sorriso de orelha a orelha. Seu plano estava ficando cada vez melhor, todos que o fizeram de idiota iriam pagar e já tinha até data marcada.


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