Love And Music escrita por Mari Scotti


Capítulo 9
Capítulo 9




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Capítulo 9


A hora da apresentação estava próxima e apesar dos últimos acontecimentos, Isabella sentia-se segura para cantar, a adrenalina por ter enfrentado o pai correndo por suas veias. Edward estava tocando divinamente esta noite, parecia embebido em felicidade, rodopiava com o instrumento no tronco, dedilhando as notas magistralmente enquanto todos, incluindo ela, o admiravam perplexos.

Ao fim do rock Rosalie deixou o som sumir no ambiente para anunciar as apresentações, com um floreio digno de Shakeaspeare ela apontou para Isabella que estava ao lado do palco.

_Apresento a vocês um achado, Isabella Swan.

O salão explodiu num côro frenético de palmas e assobios a deixando momentaneamente afogueada, discretamente usou o remédio, guardou-o no bolso e subiu ao palco, agarrando o microfone com as duas mãos para parar de tremer.

_Obrigada. – sussurrou para Rosalie que se afastou tomando lugar no backing vocal – Boa noite, hoje iremos apresentar uma das minhas músicas prediletas – direcionou-se ao publico – Oceano de Djavan.

O som do piano preencheu o ambiente, Isabella virou-se para encarar o tecladista da banda sentado ao piano, era esguio, tinha um sorriso torto marcante e olhos incrivelmente azuis apesar dos cabelos escuros e a pele morena, seu nome era Fabianno, Fabianno Reis. Ele lhe lançou um sorriso ao fim da introdução, corajosa Isabella se voltou para os presentes iniciando com a voz macia e arrastada.


Assim
Que o dia amanheceu
Lá no mar alto da paixão,
Dava prá ver o tempo ruir
Cadê você?
Que solidão!
Esquecera de mim?

De repente a letra pareceu em branco, engasgou na segunda estrofe e foi salva por Rosalie que floreou a primeira palavra, clareando a memória de Isabella. Ela acompanhou o floreio como se fosse ensaiado e enganchou a letra, seu coração dava saltos e por milagre, ela não sentia um pingo de falta de ar.

Enfim,
De tudo o que
Há na terra
Não há nada em lugar
Nenhum!
Que vá crescer
Sem você chegar
Longe de ti
Tudo parou
Ninguém sabe
O que eu sofri...

A letra sempre a levava ao inicio de sua paixão por Edward, cantá-la agora trazia certa nostalgia ao seu coração, deixou-se levar, a voz ganhando um tom melancólico que a letra pede, ainda macia porém com um tom rouco ao fundo quando iniciou a frase, respirou puxando o ar ruidosamente de forma proposital, o teatro, a dor na voz, tudo se encaixou perfeitamente. Os presentes soltaram expressões de espanto e triunfo ao vê-la alcançar o tom facilmente e embalá-los numa tristeza gostosa.


Amar é um deserto
E seus temores
Vida que vai na sela
Dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor...

Vem me fazer feliz
Porque eu te amo
Você deságua em mim
E eu oceano
E esqueço que amar
É quase uma dor...

Só sei viver
Se for por você!

A intenção na voz ficou perceptível, ela quis que ele soubesse que as últimas silabas eram para ele, girou a cabeça levemente na direção do contrabaixista, sussurrando melódica. Quando acabou sorriu para a salva que recebia em troca. Haviam pessoas com lágrimas nos olhos a encorajando a cantar novamente.

Rosalie se postou ao lado dela, segurando o microfone com posse, Bella se afastou trôpega, ainda embebida pela canção, seus olhos marejados. Foi para detrás do palco para recuperar-se do nervosismo.

Pensou no momento em que recostou-se na parede fria que não havia notado quando toda a banda acompanhou o piano, cantar com eles era como beber água, natural. Ficava nervosa diante da platéia, mas ali era seu lugar, sempre fora. Sorriu agradecida por não ter errado o tom ou passado mal com a crise de asma, que agora voltava com toda a força. Usou a bombinha sorrindo para o aparelho.

_Por que nunca fico ruim enquanto canto? – perguntou a si mesma em um sussurro.

_Porque é um dom. – interrompeu sua mãe, a mulher havia estado lá o tempo todo, mas Isabella não quis perguntar porque escondida, se abraçaram – Você foi excepcional. – beijou a têmpora da filha, afastando-se para olhá-la.

_O papai...?

_Eu disse que o Edward me deixaria em casa, tudo bem?

A garota fez que sim, algo lhe dizia que ele não negaria isso, nunca. Ouviu seu nome e olhou na direção da porta que dava para o palco.

_Venha, querem que você cante mais uma. – Edward a chamava segurando o braço do contrabaixo com uma mão e a outra estendida para ela – Bella?

Ela se apressou segurando-o pela mão e sorriu ainda constrangida. Ovacionada foi levada à frente do palco por mãos desconhecidas que a instigavam. Sorriu para Rosalie que não parecia tão relutante em lhe entregar o microfone. Estendeu a mão, porém recebeu outro. Um sem fio novo, prateado e fino na extremidade. Apertou o cenho confusa, mas a chamada da música a fez entender. Era um dueto.

_Você começa? – questionou baixinho e Rosalie fez que sim.

Olhou os presentes e começou a melodia do McFly, a tradução falava sobre traição, a letra era forte, o ritmo encorpado. Isabella estremeceu tentando lembrar se sabia a letra em inglês. Cantaram juntas, intercalando entre os solos para ao fim Isabella não se intimidar e harmonizar com a segunda voz.

Foram aplaudidas de pé e a garota não sabia se conter de felicidade. Uma hora depois estava do lado de fora esperando por Edward que precisou guardar os instrumentos no estúdio e não aceitou a ajuda da garota, as pessoas passavam por ela e a cumprimentavam animadamente pela apresentação.

_Parabéns! Sua voz é incrível. – disse uma garota vestida toda de preto e cabelo cor de rosa, ela saiu apressada entrelaçando os dedos a mão de outra menina.

Bella arregalou os olhos, ainda não estava acostumada as liberdades atuais, duas meninas namorando ou dois rapazes lhe deixavam com um nó no cérebro tentando processar. Não conseguia imaginar-se em uma situação daquelas e admirava quem tinha coragem de assumir. Sorriu quando sentiu os braços de Edward envolvê-la pelos quadris.

_Oi. – beijou-lhe no lóbulo da orelha – Para a sua casa ou a minha? – Isabella ergueu uma das sobrancelhas espantada e ele começou a rir – Estava brincando.

_Ah. – ela se virou e o abraçou com força – Foi perfeito, obrigada por me ajudar a ter coragem de cantar hoje.

_Você só precisava de um empurrãozinho.

Ela notou a mãe logo atrás e sorriu.

_Amor, pode levar minha mãe também? Não sei se o Jasper precisa de carona, mas ela sim.

_Claro. – olhou no relógio, beirava a uma da manhã – Sua mãe estar junto significa que podemos ultrapassar a hora, certo? – perguntou preocupado.

_Tinha esquecido... – resmungou baixinho e ele tocou-lhe o queixo erguendo-o para que ela o encarasse.

_Não estrague a felicidade desta noite, doçura. – riu com o apelido – Hoje senhorita Swan, você se tornou a primeira garota que assumi em toda a minha vida. É minha namorada, a melhor cantora desta escola e a mais linda também. Vamos?

_Hm... obrigada. – soltou com um muxoxo tímido.

Dona Esmeralda se empoleirou no banco de trás do carro e Isabella no do passageiro, vestindo o cinto de segurança, Edward dirigiu sem pressa na direção da casa delas, depois de ter tido certeza que Jasper teria como retornar.

_Edward. – a mulher chamou-o.

_Sim senhora?

_Você ama a minha filha?

_Mãe! – Isabella escondeu o rosto nas mãos.

_Amo sim senhora. – respondeu Edward sem pestanejar.

_Então cuide dela, não ultrapasse os limites e não provoque meu marido. – pediu, a voz estava levemente melancólica. Bella olhou para ela questionadora – Você sabe que ele é bipolar, Bella, sabe que ele pode descumprir a promessa se achar que deve.

Ela suspirou e se virou para a frente.

Edward colocou a mão em sua perna como uma forma de mostrar que estava presente, tentava imaginar pelo que a menina já passara com aquele homem, Charlie não parecia ser do tipo espancador e bipolar, mas as aparências realmente enganavam.

_Prometo que farei de tudo para não contrariá-lo. – prometeu.

Estacionou à frente do portão da garota e a mãe saiu depois de dar um beijo na bochecha dele e pedir que Isabella não se demorasse, assim que entrou na casa, Edward tomou as mãos dela entre as suas.

_Obrigada pela paciência, Ed, não sei como você ainda está aqui depois de tudo.

_Também não sei, você me enfeitiçou. – murmurou ele beijando os nós dos dedos dela lentamente e dando algumas mordidinhas.

Bella mordeu o lábio – E se o feitiço passar? – questionou-se, então sorriu deixando ser levada pelo beijo carinhoso que ele lhe deu.

Despediram-se e depois que ela entrou na casa, Edward dirigiu direto para o estúdio de seu primo, precisava ficar sozinho para entender o reboliço que estava acontecendo em sua vida. Adentrou o apartamento escuro indo direto ao quarto de hospedes que era o seu atualmente, odiava a casa gigante em que morava praticamente sozinho, com os pais.

Livrou-se das roupas deixando-as sobre a escrivaninha e digitou uma mensagem no celular para Isabella.


Lindos sonhos, feiticeira.


Sorriu para a palavra e deixou o celular sobre a camisa, entrando no chuveiro. Não costumava demorar, mas estava distraído pensando nela, em como poderia ajudar com os problemas que passa. Comparou com seus próprios problemas e se deu conta que ter pais ausentes não era tão ruim quanto apanhar daquela maneira.

Saiu do banho pensativo, pois ela não demonstrara mais as dores, estaria escondendo dele? A possibilidade o deixou aborrecido, pois queria a confiança dela, que lhe contasse tudo, que pedisse sua ajuda.

Adormeceu horas mais tarde, aborrecido.


Era domingo de manhã, por volta de sete horas quando ouviu o celular despertando-o, correu para atender e como não suportava ser acordado, atendeu mau humorado.

_O que?

_E-Edward? – gaguejou Isabella do outro lado.

Ele respirou fundo amansando os cabelos e dando um puxão para despertar do mau humor e do sono. Sorriu com a voz.

_Bella... bom dia. Que horas são?

_Bom... sei que é cedo, mas... te acordei ne? Desculpa... – a voz dela estava sussurrada e ele notou que parecia até tremula.

_Aconteceu alguma coisa?

_S-sim. – murmurou – Posso passar o dia com você? – pediu e pelo seu tom ele sabia que ela estava se esforçando muito para pedir.

_Claro que pode. Posso te pegar que horas?

Isabella pensou em dizer “agora”, mas mordeu o lábio olhando no relógio de seu celular, estava ligando do numero do irmão.

_Quando você puder.

_Em uma hora. – prometeu.

Desligaram e ele se apressou para se arrumar, tinha planejado vê-la mais tarde, e não se importava de ser mais cedo, mas uma angustia se instalava em seu estomago o perturbando. Por que ela queria vê-lo? Iria terminar? Teria apanhado de novo? Trincou o maxilar jurando que espancaria o homem na mesma proporção se tocasse nela de novo.


Emmett e Rosalie haviam dormido juntos naquela noite, algo comum para o casal apesar de terem discutido muito antes da trégua. Ela despertou o observando adormecido a seu lado, ele tinha o rosto sereno, mas ela sabia que em breve o veria mortífero de novo, portanto decidiu aproveitar daquele momento para admirá-lo. O amava? Acreditava que sim, mas a rotina os havia engolido um pouco e ela se pegava suspirando por Jasper algumas vezes, não queria que fosse assim, pois até alguns meses viam-se apenas como irmãos e ele era obcecado por Alice a prima de Emmett.

Que coincidência ridícula! – caçoou sua consciência ao lembrá-la que tanto Edward quanto Alice se apaixonaram pelos irmãos.

O peito do homem estava descoberto revelando alguns pelos castanhos ali, ela deslizou os dedos cautelosamente sentindo a fortaleza de seus músculos. Como podia duvidar do que sentia por ele quando até dormindo ele a deixava desconcertada? Sentiu os olhos marejados ao se dar conta que ainda o amava, não queria perdê-lo por ter sido tola. Se aninhou a ele sentindo-o puxá-la para si e só então perceber que ele já havia despertado.

_Faz tempo que acordou? – perguntou ela, escondendo o rosto no vão de sua axila. Ele era sempre cheiroso e bem cuidado.

_Um tempo. – murmurou rouco, ela suspirou acariciando o peito dele, os dedos ainda estavam ali – Dormiu bem?

_Humrum – chiou baixinho, a garganta apertando com medo de reiniciarem a briga – E você?

_Não muito. – confessou. Emmett virou o corpo a obrigando a sair de sua posição de conforto e o encarar, tocando seu rosto e o puxando violenta e cautelosamente para cima – Pensou?

_Sim.

_E?

_Não quero mais discutir. – choramingou.

_Você não tem que querer, apenas responder minha pergunta. Quer terminar nosso compromisso, Rosalie?

_Não. – foi firme.

_Mas?

_Sem mas. Amo você, não tenho duvidas quanto a isto. – quando viu que ele a interromperia negando acreditar, ela se sentou e cruzou os braços irritada – E ai de você se não acreditar em mim, Emmett Mccarty Cullen!

Ele ergueu uma sobrancelha diante da atitude dela, irritada Rosalie ficava irresistível e ele precisou de todas as forças para não despi-la e fazer as pazes com ela ali, ao lado do quarto de seus pais.

_Senhorita Rosalie então, você me ama e ainda quer se casar comigo?

_Amo. – um bico se formando em seus lábios rosados.

Ele passou os dedos nos cabelos dela que estavam emaranhados, puxou-a para si a obrigando a se sentar sobre seu quadril, ele estava excitado e ela arfou baixo com a sensação de desejo que a possuiu.

Emmett entrelaçou os dedos com firmeza nos fios de cabelo dela formando um nó em volta de sua mão direita e puxou com força, ela gostava disso, seus lábios se entreabriram quando o queixo foi para cima. Ele mordiscou-lhe a mandíbula calculadamente, a mão livre apoiada na cintura dela, a puxando para se moldarem um ao outro. Estava apenas com a boxe branca e ela com uma camiseta e a calcinha o que facilitava sentirem o quanto se desejavam. Ele sussurrou rouco quando chegou no ouvido dela, a língua rodeando o lóbulo.

_E quanto ao Jasper?

_O que? – estranhou o assunto quando estavam tão íntimos e arfou quando ele puxou a ponta da orelha junto seus cabelos deixando uma dor perpassar por seu couro cabeludo.

_O ama? O deseja?

A voz de Emmett estava alterada de desejo, fúria, ciúmes. Rosalie conhecia o lado selvagem do noivo, mas nunca o tinha sentido tão brutal. E gostou disso. Provocou-o murmurando uma resposta sem realmente dizer algo. Ele puxou-lhe os cabelos e a encarou exigindo que falasse algo.

_O amo. – arriscou.

Os olhos dele se tornaram inflamados e a respiração dela se alterou furiosamente, embaixo de si percebeu o quanto a confissão falsa o excitou, não sabia porque, o quão ele era maluco, deixou um sorriso malicioso cruzar seus lábios e rebolou.

Ele a prendeu obrigando a parar de se mover, puxou-lhe o lábio com fúria.

_Deseja ser possuída por ele, Rosalie?

_Não. – respondeu e percebeu que ele perdeu a postura altiva, esperava que ela respondesse sim, seu corpo ardeu de desejo, expectativa. A confusão manifestada em seu rosto – Você quer que eu o deseje?

_Quero. – confessou roucamente – Peça por ele. – murmurou rodeando a língua no lábio inferior da mulher – Me deixe furioso Rosalie. – pediu.

Resolveu não pensar e perguntar depois o que era aquilo. Ela cravou as unhas na nuca dele gemendo quando ele a puxou pelos cabelos a tirando de seu colo e a deitou na cama. A dor criou lágrimas em seus olhos e umedeceu sua calcinha deliciosamente. Ela gemeu e ele riu raivoso. A raiva o deixava como ela gostava, nada carinhoso e totalmente possessivo. Cravou os olhos nos dela esperando, não queria se tornar amoroso, queria possuí-la com raiva, mas sua personalidade não permitia que fizesse isso, a mente raciocinava corretamente sem estar furioso. Ele riu.

_O que foi?

Ela queimava diante do olhar tempestivo dele, fechou os olhos sentindo sua calcinha ser arrancada por ele, abriu erguendo o tronco quando ele puxou também a camiseta.

_O que queria que ele fizesse com você, agora? – sussurrou observando-a nua. Queria beijá-la, acalentá-la, mas em seu intimo queria machucá-la, marcá-la, mostrar que ela tinha dono.

_Que me beijasse, me possuísse, me fizesse sentir desejada. – o olhar dele a encorajava a continuar, mas ela falava de Emmett e não de Jasper e no fundo ele também sabia disso.

_Vadia. – xingou e ela soltou um gemido de aprovação, rindo de súbito, surpresa por ter gostado – Você vai ser possuída, por mim, cachorra.

Ele desceu a cueca e sem prepará-la a penetrou. O grito de ambos ecoou na casa constrangendo os pais que estavam no quarto ao lado.

Movia-se furioso, encarando os olhos de Rosalie, ambos conectados de forma que jamais ficaram, era disso que precisavam, libertar suas vontades, deixar o formalismo de lado, pertencendo realmente um ao outro. Ela gemeu baixo mordendo o lábio com força quando ele acelerou os movimentos, estava tempestivo, furioso, ardente. Ela queria se contorcer e gritar, mas antes que fizesse Emmett a calou com um beijo, a língua se movendo do mesmo modo intenso que as investidas que dava contra ela. Foi rápido, mas arrebatador.

Deitaram-se lado a lado, ofegantes, rindo do acontecido e novamente ligados, ele a aninhou desenhando carinhosamente a bochecha dela com o polegar.

_Por que pediu aquilo? – perguntou sonolenta e feliz.

_Aquilo o que?

_Do Jasper. – murmurou temerosa e ele riu, não sabia como estava tranqüilo por causa do ciúmes.

_Porque isso me deixa irritado.

_Ah...

Novamente ele riu, a beijou nos lábios carinhosamente e suspirou, levando a mão dela até seu quadril, estava novamente desejando-a.

_Muito irritado. – demonstrou com sua excitação.

_Ah... – sussurrou mordendo o lábio e ambos riram.


Edward chegou à casa de Isabella por volta das nove da manhã, estava vestido de jeans escuro, camiseta branca e tênis, seus cabelos ainda molhados do banho. Antes de tocar a campanhia enviou uma mensagem para ela avisando que estava na porta, porém foi o pai que o atendeu.

_Bom dia senhor.

_O que faz aqui tão cedo, garoto?

_Isabella e eu vamos passear.

_Qual era a regra?

Edward esqueceu-se totalmente, mas se recompôs.

_Durante a semana namoramos aqui em sua porta e devemos guardar os passeios para o final de semana. – lembrou.

_Oh... – Charlie pareceu confuso, mas não argumentou. Isabella se despediu trancando o portão e em seguida entrando no carro do rapaz.

_Vamos, por favor. – sussurrou.

_O que houve? – perguntou depois de afastarem-se da casa. Segurou a mão dela dando um beijo rápido.

_Ele está muito irritado hoje. – confessou – Não queria ficar em casa, desculpa te acordar.

_Gostei que me acordou. – sorriu – Bem, mais ou menos... não sou muito bem humorado de manhã.

_Eu sei. – ela o olhou, corando.

_Como sabe?

_Presto atenção. Quando temos aula de manhã geralmente você está de mau humor. – riu baixinho.

Ele suspirou e riu em seguida, um pouco perturbado em se sentir tão louco por ela.

_Isso me lembra... como está suas costas?

_Melhor. – fez uma careta desviando os olhos para a janela – Para onde vamos?

_Não sei. Não pensei nisso, estava preocupado.

Silenciosamente ela repousou a mão na coxa de Edward, fazendo carinho, ele sorriu pegando a mão e lhe dando um beijo carinhoso, seguiram para o apartamento onde ficava o estúdio, sabia que era perigoso ficar sozinho com ela, mas ansiava beijá-la até tomar-lhe o fôlego.

Seguiram em silencio até o apartamento, durante o trajeto Edward enviou uma mensagem ao primo pedindo que não fosse até lá, pois estaria com Isabella, sorriu da travessura e devolveu o celular ao bolso da calça.

_Tomou café da manhã?

Ela mordeu o lábio e fez que não, pois não tinham nada para comer em sua casa, somente arroz para o almoço, ela havia entregue à mãe cem dos trezentos dólares que economizara para ela comprar comida mais tarde.

_Você comeu? – perguntou baixinho e ele também negou, tinha saído apressado para buscá-la.

Se aproximou segurando-a pela nuca e antes de qualquer decisão sobre o café decidiu beijá-la. Não havia pressa apenas carinho no movimento dos lábios contra os dela. Bella sorriu se perdendo nos lábios dele, esquecendo de tudo o que passara naquela madrugada, até Edward apertar suas costas e puxá-la contra si. O susto que levou com o choro dela o fez se afastar bruscamente e ela cambaleou até se segurar na parede mais próxima, sentia as costas latejando e o bumbum era o local mais sensível do seu corpo naquele momento.

_O que aconteceu? Você disse que estava melhor, Isabella!

As lágrimas vieram teimosas e ela não aguentou mais esconder, iniciando um choro compulsivo e audível. Ele a abraçou tentando acalmá-la, fazendo caricias nos seus cabelos em silencio, a conduziu até o sofá a colocando delicadamente sob suas pernas. Ficou em silêncio até que a menina parasse de chorar e pudesse explicar o que estava acontecendo. Os minutos se passaram arrastados e ele já tinha planejado várias formas de matar o pai dela.

_D-desculpe. – gaguejou – Desculpe...

_Não se desculpe, só desabafe comigo, quero saber o que houve, meu amor.

_Podemos não falar disso? – pediu cautelosa, aceitando o lenço que entregava a ela.

_Não, realmente não. Me fale, ele te bateu de novo?

_Humrum.

_Isso é um sim?

_Sim.

_Por que?

Edward tentava manter a voz branda, pois percebeu que cada vez que falava mais alto ela se encolhia.

_Porque o desafiei na sua frente ontem e ele disse que vamos nos mudar.

_Mudar? – a encarou – Para onde?

_Não sei, ele não quis falar. Nem temos condições de nos mudar, isso com certeza foi só para me assustar. – explicou rapidamente.

_Você confia em mim? – perguntou algum tempo depois, não sabia o que dizer a ela, nada faria o que aconteceu desaparecer.

Isabella limpou os olhos e o nariz com o lenço e ergueu a cabeça do peito dele para responder, encarando-o.

_Confio, por que?

Lentamente ele a aninhou, enfiou o braço por baixo das pernas dela e o outro firmou em suas costas, deu um impulso se levantando do sofá, Isabella era mais pesada do que ele estava imaginando, mas não demonstrou, a carregou até o quarto onde estava dormindo, a sentou na beira da cama e enquanto ela absorvia o ambiente, retirou-se para o banheiro.

O quarto estava com as luzes apagadas mas uma luz fraca passava pela brecha minúscula na janela. Era branco e os moveis em tons neutros e pasteis. A cama de casal em tamanho normal, coberta por uma colcha bege. Um armário na parede oposta a porta contendo cinco portas e algumas gavetas. Não havia muito ali que pudesse chamar a atenção de Isabella, a não ser a presença de Edward ao retornar.

A boca do estomago dela se contraiu de nervoso, confiava nele? Sim... mas não para fazerem amor depois dela ter apanhado e estar tão vulnerável, surpreendeu-se ao perceber as lágrimas nos olhos por achar que ele tentaria aquilo num momento tão difícil para ela. Abaixou o rosto olhando para os pés.

_O que foi? – perguntou ao se aproximar e notar o olhar baixo – Ah claro... você está triste por causa do seu pai. – explicou a si mesmo.

_É... – mentiu – Ahm... por que estamos aqui?

_Você pediu para te buscar... bem cedo aliás. – tentou brincar para vê-la sorrir e conseguiu.

_Não, quero dizer, aqui aqui. Neste quarto! – ela gesticulava nervosamente ao dizer.

Como estava preocupado e distraído com o frasco que tinha nas mãos, não percebeu a insegurança dela, apenas a encarou e lançou um sorriso cúmplice e carinhoso, que a fez gelar mais uma vez.

_Quero cuidar de você, posso? – mostrou o pote, o cheiro de ervas finas estava forte mas havia algo mais na mistura que ele colocara ali, pois havia um palito de madeira com que ele mexia o creme.

_O que é isso?

_Creme para o corpo e eu coloquei um pouco de gelol para a dor. – explicou – Mas pouco por causa da sua alergia.

O rosto dela ficou espantado, mais ainda quando ele se adiantou falando da alergia, poucos sabiam que cheiros fortes atacavam a asma dela. Sorriu constrangida.

_Obrigada.

_Confia em mim, certo?

_Por que a pergunta?

_Porque vou tirar sua blusa e abrir seu sutiã. – explicou sem nenhuma timidez, Isabella arfou com a idéia dele lhe ver semi-nua.

_Para que?

_Para passar o creme.

Apenas para saber da reação dele, ela acrescentou enquanto tirava os tênis para não ter que olha-lo diretamente.

_Se eu disser que meu bumbum também está machucado...

Ela não precisou terminar a frase para ele respirar fundo, riu divertida com isso e esticou os braços para cima. Edward a encarou, havia um brilho em seus olhos que ela não conhecia, mas gelou a boca de seu estomago mais uma vez.

_Não me seduza. – pediu baixinho, agarrando as bordas da camiseta dela e erguendo, dobrou a camiseta sem tirar os olhos do rosto da menina – Vou olhar, não suporto não olhar. – sussurrou e o tom parecia pedir permissão.

_Se olhar não vai mais se sentir seduzido. – comentou baixinho ao imaginar o que ele veria, era gorda, seios enormes, a barriga dobrada sobre a calça. Suspirou.

_Ah vou. – repreendeu-a, então desceu os olhos analisando o colo, os seios pequenos dela, mas firmes. Ela estava acima do peso, porém não havia uma marca de estria, algo que ele achava que veria, ao contrário, a pele dela era uniforme, lisa, branquinha e convidativa. Edward fechou os olhos e balançou a cabeça – Você tinha que usar sutiã de renda? – questionou rouco.

_Por que, não gosta? – sentiu-se corar ainda mais.

_Ah gosto. – murmurou se aproximando um pouco dela – Mas tenho que me concentrar nas suas costas, pode deitar?

Havia um brilho sensual nos olhos de Edward e rapidamente ela deitou de bruços, com medo de provocá-lo ainda mais. Não entendia como ele podia sentir-se atraído por ela. Assim que se deitou ele arfou, mas desta vez não pareceu sensual ou desejoso, mas aflito.

_Muito feio? – virou o rosto para o lado oposto dele e fechou os olhos, voltando bruscamente para a realidade.

_Talvez não dê para passar o creme. – comenta baixinho se sentando na cama – Desabotoa a calça. – pede num sussurro. Ela hesita mas faz e delicadamente ele desce o tecido e o tira de Isabella, não precisa descer a calcinha para ver que o bumbum está no mesmo estado que as costas – Com o que ele te bateu? – pergunta exasperado.

Isabella estava arfando por estar nua e exposta diante dele, não havia depilado as pernas mas agradeceu por seus pelos serem fininhos e loiros. A pergunta a fez se concentrar de novo.

_Vara...

_O que? – se exaltou, colocou as mãos na cabeça e puxou os cabelos com força – Seu pai é um louco! Eu vou matar ele. – soltou entre dentes – Eu vou matar ele!

_Edward... é assim que ele disciplina... por favor, por favor... não fica assim. – pediu choramingando.

_Como posso não ficar assim se ele te feriu, Bella? – ele se ajoelhou ao lado dela na cama, no lado que ela havia virado o rosto e a encarou – Você não viu o que eu vi, está muito feio, me admira você ter conseguido sentar e vir até aqui comigo. – os olhos dele estavam inflamados, em fúria – Seu pai merece uma surra.

_Me promete que não vai fazer nada?

_Não posso prometer isso.

_Ele vai descontar em mim se você fizer. – isso o fez repensar, Edward respirou fundo, fechando os olhos por um segundo.

_Por hora, não farei nada. – prometeu – Posso tentar passar o creme?

_Pode... se doer eu aviso. – murmurou baixinho – Obrigada por entender.

_Não entendi, só não quero ele descontando em você. – se levantou bruscamente, estava irritado.

A menina respirou fundo, não o queria bravo com ela.

_Não queria que você visse, mas... eu precisava sair de lá. Não fica chateado comigo. – pediu baixinho.

_Não estou chateado por ter me procurado, Isabella, estou bravo com o que um homem adulto fez com você. – ela sentiu a cama afundar quando ele tornou a se sentar, o cheiro do creme pairou no ar – Vou abrir seu sutiã – avisou baixinho e o desatou, Isabella suspirou quando sentiu o alivio da peça sendo afastada de sua pele, não se constrangeu desta vez, pois ele estava apenas cuidando dela, era o que o cérebro a fazia se lembrar para não corar – Agora vou passar o creme, pede para parar se doer, ta?

_Ta bom.

Edward espalhou uma quantidade generosa nas mãos, o cheiro do gelol estava fraco e esperava ser suficiente para amenizar a dor dela. Nas costas incontáveis vergões roxos, esverdeados, rubros, alguns bem saltados sob a pele branca. Contou mais de cinco que pareciam a ponto de romper e sangrar, estes ele evitaria tocar. O bumbum estava igual, mas ali havia a marca concreta do material que ele usou para bater nela, um vergão do tamanho de dois dedos, saltado e roxo escuro. Hematomas feios que demorariam semanas para desaparecer. Respirou fundo e tocou o centro das costas dela delicadamente, o local onde estava o feixo do sutiã parecia o menos afetado, por isso começou por ali.

A menina retesou-se e apertou os olhos sentindo a dor reverberar pelo corpo, causando pequenos pontos de choque, mas conforme se acostumava com o carinho leve dele, ia relaxando, suportando as fisgadas para deixar que cuidasse dela. Apesar da dor e da vergonha de mostrar-se vulnerável e deixar que mais alguém soubesse do que passavam em sua casa, estava reconfortada por Edward se preocupar com seu bem estar, nunca em sua vida imaginou estar seminua diante dele e sendo tocada por ele.

_Está doendo? – sussurrou.

_Um pouco, mas está bom... – suspirou baixinho.

O rapaz passou o creme por quase toda extensão das costas dela e nos vergões nas laterais também, evitou olhar os seios que estavam amassados entre a cama e ela com a queda do sutiã, e se condenou por se aproveitar da situação para observar o corpo dela, mordeu o lábio com força.

_Vou passar no bumbum...

O rosto dele ficou vermelho, as sardas salpicando seu rosto, mais chamativas por causa da cor, Isabella mordeu o lábio e nada disse, o carinho a estava instigando mais do que achava que deveria. Suspirou quando ele desceu o tecido até suas coxas.

_Estou com vergonha. – avisou baixinho.

_Eu também. – ele riu – Posso dar um beijo para sarar?

Isabella enfiou o rosto no travesseiro e soltou um grunhido, Edward ficou paralisado achando que foi demais para ela. Começou a pedir desculpas mas foi interrompido.

_Pode... mas eu to mesmo com vergonha.

_E eu também... mesmo. – sorriu com a voz. Abaixou o tronco e depositou um beijo casto em uma das bandas, depois na outra – Agora sara mais rápido. – comentou a fazendo rir sem graça.

No bumbum ele não viu problemas em espalhar o creme com toques menos sutis, estava bem machucado, mas não tão alarmante quanto as costas. Isabella gemeu baixo quando ele começou, firmando os glúteos.

_Relaxa por favor, para não doer. – sussurrou para ela.

_Ed...

_Não estou sendo pornográfico, te juro!

_Hã? – olhou para ele sem entender e ele deu de ombros, vermelho de novo, pois imaginou bobagens com a troca das frases, estava mais nervoso que ela.

_Nada, hm... relaxa se não quando eu passar o creme, vai doer.

_Vou tentar, mas você ta me tocando num lugar que não podia, é meio difícil... – riu baixinho.

_Ta gostando? – foi inevitável e ela fez que sim, timidamente – Então vou continuar.

O corpo dela era firme apesar de acima do peso e o bumbum bem arredondado. Ele voltou a espalhar o creme, concentrado na tarefa como se fosse um enfermeiro, não queria mais tratar aquilo como brincadeira ou um momento intimo para os dois, queria se concentrar na realidade. Quem fez aquilo merecia uma lição, ele só não conseguia pensar o que poderia fazer para que o pai dela nunca mais fizesse isso.

Uma hora mais tarde ela estava adormecida, apenas de calcinha e com um leve lençol sobre suas costas. Quando terminou a massagem ela já tinha dormido e não quis despertá-la. Foi para o estúdio tocar piano, a única coisa que poderia distraí-lo um pouco, pois a fúria estava a ponto de explodir e se acontecesse o pai dela talvez não sobrevivesse para contar o que houve.

_Edward? – ele deu um salto ao ouvir a voz dela na porta do estúdio, Isabella estava com o lençol em volta do corpo, os cabelos revoltos e o rosto sonolento, parou de tocar e se levantou indo na direção dela.

_Está se sentindo melhor?

_Muito melhor, obrigada... mas assustei quando não te vi. – confessou bem baixinho. Ele a conduziu de volta para o quarto e a fez se deitar, depois deitou junto deixando os tênis no chão.

_Não quis te acordar, vem, dorme mais um pouco. – abriu o braço esquerdo e ela rapidamente se aninhou ficando com metade do corpo sobre o dele para não encostar no colchão.

O toque dele foi suave na nuca e nos cabelos dela, massageando, Isabella passou a ponta do nariz no pescoço dele ouvindo-o gemer baixinho assim que ela mordeu o mesmo local, um sorriso se formou em seu rosto.

_Gosta de mordidas? – perguntou baixinho.

_Gosto de muitas coisas que você faz.

Ela mordeu de novo, ele correu a mão até a coxa dela e a obrigou a sentir os quadris se moldando, a menina respirou fundo ao senti-lo e parou com a brincadeira, decidindo dormir.

_Você não se controla não?

_Só com você eu me controlo.

_O que? – arregalou os olhos e afastou-se o encarando – Tem outras?

_Não Bella! – riu baixinho dando um selinho nela – Quis dizer que é porque é você que eu me controlo, não faria isso por ninguém. Ninguém nunca mereceu meu respeito. Você conquistou, talvez por isso...

Pausou pensativo e suspirou.

_Por isso?

Virou o rosto a encarando.

_Que tenha me apaixonado por você. Só me apaixonaria por alguém tão incomum quanto você.

Ela sorriu ao ouvir que ele estava apaixonado por ela, mas o incomum não surgiu o efeito que ele queria, ela se viu gorda, coitada por ter sido espancada e boba por ser inocente e ele não tocá-la mais intimamente. Suspirou deitando a cabeça no peito dele, dormiram pouco tempo depois.










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