Estava sentada debaixo de uma árvore grande a qual não sabia ao certo o nome, pouco importava. Passava de leve a mão na grama esverdeada sentindo a textura densa. Sorria como boba observando no céu as nuvens adquirirem formas engraçadas.

- Tudo tão perfeito...

Dos olhos verdes saíram lágrimas de felicidade, estas que escorriam pelo rosto, pingando do queixo para o vestido azulado. Pousou os dedos sobre um belo livro fechado.

Já fazia um tempo que se questionava sobre as maravilhas da natureza, mas não só isso, os milagres acontecidos ao seu redor. A família restaurada, a alegria que agora transbordava.

Não conseguia compreender a sua salvação, o porquê de Deus pousar seus olhos justamente em si, uma menina pecadora quem não devia receber um pouco do perdão, mesmo assim sentia-se abraçada todas as noites por braços calorosos, estes que sussurravam em seus ouvidos “Eu te amo, minha filha.” Consolando-a.

Abriu a bíblia aleatoriamente caindo em Eclesiastes, da mesma forma escolheu o capitulo e versículo.

“Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que ele faz.” 2; 11

Abriu um sorriso mais largo, percebendo que Deus tinha um propósito sim em sua vida...

- Como você, pai, pode ser tão perfeito? – Voltou a ler, preenchendo-se mais do espírito.