Minha Pequena Vida escrita por Gabs Black


Capítulo 20
Uma nova vida.


Notas iniciais do capítulo

Não me matem.
Por favor.
Tenham piedade da alma da autora.
Gente, sério, eu tenho uma explicação totalmente lógica para a minha demora, eu tinha perdido essa conta aqui, sério, eu não conseguia entrar de jeito nenhum e já tinha até dado ela por perdido, tava pensando em recomeçar aqui no Nyah! e tal. Maaaaaaaas, hoje de tarde veio uma luz na minha cabeça e eu fui fuçar meu antigo e-mail, e por lá consegui recuperar o e-mail dessa conta aqui e ai sim recuperar a conta.
Enfim, espero que possam me perdoar.
Juro que nunca mais demoro tanto pra postar.
Adoro vocês, espero que ainda estejam ai.
Nos vemos lá embaixo.
Enjoy.



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Rose Weasley.

“...Nós estávamos em meio a um assalto”

Minha cabeça girava. Eu ainda estava sentada à mesa segurando a mão de Rick com força, desejando profundamente que aquilo só fosse um tipo de treinamento especial cedido pelo restaurante em caso de assalto. Tipo aqueles alarmes de incendios falsos.

Pelos gritos da garçonete e pela maneira como o homem mascarado havia dado uma coronhada em sua cabeça, fazendo-a desmaiar, aquilo parecia bem real.

─ TODO MUNDO PRO BANHEIRO ─ gritou o outro homem, que se ocupada em trancar as portas do lugar ─ Se comportem e ninguém saira machucado.

Eu respirava forte. Rick apertava cada vez mais minha mão, quase fazendo o sangue parar de circular ali.

“Eu vou te tirar daqui Rose, calma, ficará tudo bem..” ele repetia, mas eu não ouvia realmente, era como se ele estivesse debaixo d’agua e eu não pudesse ouvi-lo com clareza. De repente o ambiente era um misto de vultos e cores, minha consciencia pesava e demorava a registrar tudo, a única coisa que eu ainda sentia com clareza era a mão de Rick apertando a minha e me puxando com o máximo de delicadeza que podia, forçando-me a levantar.

Precisamos ir Rose, por favor, Rose, fique comigo” Seu tom de voz era desesperado, por isso eu meio que me obriguei a prestar atenção nele e voltar para a realidade.

─ Vamos logo com isso ─ Um dos assaltantes disse com ira na voz e empurrou Rick, que quase perdeu o equilibrio.

─ Estou com uma mulher grávida cara, por favor, não faça... ─ Rick tentava fazer com que o sujeito entendesse a situação.

─ PRO INFERNO COM SUA MULHER GRÁVIDA IRMÃO, EU TENHO TRÊS FILHOS EM CASA PASSANDO FOME E NINGUÉM SE IMPORTA. ─ ele gritou com raiva e acertou um soco em Rick, eu gritei.

Rapidamente o homem me puxou para ele, forçando Rick a soltar minha mão.

─ Calada ruivinha ─ sibilou ele em meu ouvido e apontou a arma para a minha cabeça, engoli em seco e fitei os olhos verdes de Rick, que quase saltavam das orbistas de tanto desespero. A essa hora todas as pessoas estavam trancadas no banheiro do recinto, estavámos sozinhos com os assaltantes ─ Você é até bonitinha, se não estivesse prenha eu até podia te traçar sabe... ─ Ele me apertava contra o corpo dele e eu sentia o cano da arma em minha cabeça ─ Mas não, não gosto de gordas ─ ele riu alto com a propria piada.

─ Largue essa mulher ou acabe com ela de uma vez Rogério, você está se desviando do que viemos fazer aqui ─ gritou o outro, que se ocupava em esvaziar o caixa.

A única coisa que eu ainda entendia era a arma em minha cabeça e em minhas pernas que poderia ceder a qualquer momento.

O medo me dominava mortalmente. Quantos homens tentariam acabar comigo no decorrer da minha vida afinal? Até quando eu seria obrigada a temer.

A arma em minha cabeça praticamente gritava que aquela seria a ultima vez, eu não sobreviveria para saber.

Será que se eu morresse salvariam meu bebe ou o deixariam morrer lentamente junto comigo? Provavelmente tentariam salva-lo, provavelmente Rick cuidaria dele.

Eu não viveria para ver minha criança crescer, mas Rick faria isso por mim, eu tenho certeza.

Estava prestes a fazer um apelo silencioso a ele quando um liquido quente começou a escorrer pelas minhas pernas.

─ Que nojo. Está se mijando. SUA PORCA! ─ O homem gritou, vendo meu vestido claro se manchando com o liquido e a poça se formando no chão e me jogou novamente para os braços de Rick, que me aparou com um suspiro de alivio.

─ Você está bem ─ ele sussurrou.

─ BANHEIRO, AGORA ─ gritou o homem, com violencia.

Ele praticamente me arrastava para o banheiro, mas eu não conseguia processar nada, a única coisa que estava em minha mente era que eu não estava com vontade de fazer xixi.

─ Rick... Rick... ─ eu chamava, minha voz engrolada na garganta, meus sapatos ensopados pelo liquido que não parava de descer.

─ Chegamos Ro, tudo bem, tudo bem ─ ele estava muito nervoso e batia na porta com ferocidade, pedindo para que abrissem.

─ Rick.. ─ fiz minha voz sair mais firme e o obriguei a olhar para mim ─ Isso não é xixi.

Abriram a porta. A compreensão caiu sobre ele. Parados no batente da porta, ele me olhava com o rosto palido. Eu gritei e coloquei a mão sobre a barriga. A primeira contração chegara.

─ Por Deus, entrem logo ─ disse a senhora que estava para na porta, provavelmente a gerente do pequeno restaurante.

Em alguns instantes estavámos la dentro, eu sentada em uma latrina e Rick escorado na parede, totalmente perplexo. Como tinhamos entrado lá eu nem me lembrava, a dor que vinha de dois em dois minutos me cegava completamente.

Enfim eu entendia os gritos da ala da maternidade no hospital.

As pessoas ali presentes não sabiam como me ajudar, algumas molhavam meu rosto com aguá, outras mantinham distancia, mas a que mais se mostrava prestativa era a senhora que abrira a porta para nós. Ela colocara minhas pernas em cima da latrina, deixando-as abertas, arrancara minha roupa intima deixando-me totalmente exposta, mas eu realmente não me importava.

Só queria que a dor fosse embora. Só queria que meu bebe ficasse bem.

Meu bebe de oito meses, com o pulmão ainda em formação, despreparado para esse mundo horrivel e cruel.

─ Eu preciso de ajuda aqui ─ gritou a senhora ─ Ela vai cair daqui, precisamos coloca-la no chão.

Fechei os olhos. Sempre acreditei que depois de um tempo, quando a dor é muito forte, seu corpo simplesmente desliga os sentidos e você pode morrer em paz.

Era assim que eu me sentia, morrendo, mas a dor ainda estava presente, e isso significava que ela ainda não estava forte o bastante.

Sentia mãos masculinas me retirando da latrina e me colocando no chão, bem no meio do banheiro. Minhas pernas abertas, minha cabeça sendo escorada pelo colo de Rick, que até então não pronunciara uma palavra sequer.

Eu gritava, isso poderia incomodar os assaltantes, mas eu não conseguia evitar, por isso a senhora tirou o proprio chale e me entregou, para coloca-lo entre os dentes e evitar os gritos de puro desespero. Suor escorria pelo meu rosto, era como se cada poro meu expulsa-se sangue. Minhas mãos encontraram os braços de Rick e eu os apertei com força, deixando profundas marcas de unhas no mesmo. Ele não disse nada, nem um protesto sequer.

Talvez ele estivesse entorpecido demais para sentir, ou apenas com dó de ralhar com uma mulher aparentemente a beira da morte.

Eu puxava o colarinho de sua camisa, e cheguei até rasgar um pouco, tamanha era a minha força, eu pedia para que ele simplesmente acabasse com a minha vida pois não valia a pena viver com toda aquela dor, simplesmente não valia.

A senhora mandava que eu respirasse como um cachorro. Eu tive vontade gritar com ela, manda-la para o inferno. Quem diabos respira como um cachorro?

“Mulheres dando a luz em banheiros sujos e escuros”

Eu fazia força, podia sentir o bebe forçando para sair, podia sentir que não havia dilatação suficiente, não havia espaço suficiente para ele. Ele estava ficando sem ar, e as contrações continuavam a todo vapor, fazendo-me morder o pano com tanta força que eu duvidava que continuaria tendo dentes.

─ Sem dilatação... Sem dilatação. O que eu faço? ─ gritou a senhora ─ Não entendo muito de partos.

─ A medica aqui é ela. ─ Rick se manifestou pela primeira vez, o panico em sua voz.

─ O bebe vai morrer. ─ suplicou a senhora

Eu gritei novamente, um som tão grotesco que nem o pano chale conseguiu sufoca-lo. Fiz uma força tão grande que pude sentir, eu estava conseguindo.

Era algo selvagem, um instindo e uma força tão profundos que eu nem sabia que existia.

Talvez só mais um impulso e eu conseguisse.

Meu bebe abria espaço as forças dentro de mim, e eu não sabia quanto tempo conseguria esperar.

Gritei novamente, puxei com força a blusa de Rick, rasgando-a totalmente desse vez, e pude ouvir todos respirarem aliviados quando a senhora puxou a cabeça do meu bebe e logo depois do restante do corpo.

Ela sorriu abertamente segurando meu filho nos braços.

Rick olhava pasmo para aquela cena, minhas pernas antes firmemente apoiadas no chão agora caiam, completamente sem forças.

─ É uma garotinha. ─ ouvi a senhora exclamar.

Era uma menina, minha menina.

Depois de alguns segundos o desespero tomou conta de mim.

Ela não chorara, e aparentemente ninguém se lembrara disso, pois todos olhavam em minha direção.

─ Ela não.. ─ falei com a voz rouca e fraca ─ Chorar... Faça...

A senhora finalmente se tocou do que se tratava e desviou atenção de mim, dando algumas palmadinhas na bunda da minha menina.

E ela chorou.

Um choro pontente e alto.

Seu primeiro sopro de vida.

Seus pulmões estavam formados, afinal.

Tombei a cabeça para o lado, totalmente sem forças, mas completamente realizada, então entendi o por que de todos estarem olhando para mim.

─ Chamem uma ambulancia pelo amor de Deus. ─ gritou Rick.

O chão estava lavado com sangue.

A porta foi aberta bruscamente.

Tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo foi realmente dificil de escrever, mas até que gostei do resultado.
Me digam o que acharam nos comentários, por favor.
Beijoss..