Os Semideuses e a Árvore De Sangue escrita por DennysOMarshall, Robert Zhang, HenryDixon


Capítulo 5
ADAM




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O pente passou cuidadoso pelos cabelos sedosos e castanhos. Os olhos fitavam o espelho do chalé com admiração. No corpo, um terno dos mais caros e que se encaixava perfeitamente com o rapaz irradiava beleza. Os olhos castanhos eram fechados. O cabelo penteou-se sem complicações. O rapaz parecia já ter prática naquilo. Mas é claro que tinha. Os sapatos Prada masculinos brilhavam como um presente do próprio Apolo.

— Bunny... — disse Ivanne, uma bela moça de cabelos loiros usando um vestido vermelho que lhe cabia perfeitamente. Tinha um corpo magro e belo, e era, como usual, admirada por todos os homens. Agora podemos constatar o óbvio: estamos no chalé de Afrodite. — O jantar começou. Você não estava se apressando?

Nenhuma resposta, se não o olhar malicioso e sorridente. Os dentes formavam uma fila de trinta e dois completa e perfeitamente alinhados eram brancos como nuvem. Adam Bunny, filho de Afrodite, o garoto mais desejado do Acampamento estava pronto para ir ao jantar para encontrar uma pessoa em especial.

Fechou a porta do chalé delicadamente ao sair. Até seu modo de caminhar era encantador. Parecia a abertura de um filme de Hollywood, onde o protagonista anda até o seu destino. O fogo brilhava em sua pele sedosa. Muito lhe esperava no pavilhão.

Enquanto isso, o refeitório estava muito agitado. Todos os semideuses que lá estavam conversavam uns com os outros. Como comum, grupinhos sociais divididos. Quando Adam Bunny chegou, com a mão nos bolsos do paletó negro, diversas garotas o olharam: filhas de Atena, Afrodite, Apolo. Dois beijos em cada bochecha pra cada garota, um jeito bem clássico de cumprimentá-las.

No fundo, Dakota, Oliver e Xavier estavam entretidos numa conversa com três filhos de Hermes, e falavam sobre peças que pregaram no Acampamento. Estavam entre conhecidos. Dakota vivia no acampamento nos verões desde os treze anos, e muitas aventuras foram vividas. Poderia contá-las, não fossem os fatos muito mais interessantes que estão para ocorrer.

Mas Adam não se interessava no grupo de Dakota, no de Sara, nem no grupo de Raphael Chimicatti e a garota morena que estava envolvida nos braços dele. Se interessava numa única figura. A garota sentada no fundo, lendo um livreto sobre monstros antigos. Usava uma jaqueta de couro sobre a camisa do acampamento. A calça justa brilhava sob o fogo brilhante das tochas posicionadas nos pilares que sustentavam o teto.

Katherine A. Darkholme era o seu principal interesse naquela noite. E não somente por causa da sua beleza estonteante e seus belos cabelos ruivos. Era porque ele suspeitava dela. Vira ela frequentando a Casa Grande muito preocupada em não ser vista. Estava espionando-a nos últimos três dias. Própon parecia sumir com ela, e vice-versa. Quase fora pego por Turbanus uma vez, mas conseguiu convencê-lo que estava procurando um coelhinho. Queria, de qualquer jeito, descobrir o que Katherine tanto conversava com Própon. Conseguiu vê-la uma vez, discutindo com ele. Ele parecia irritado com ela, e ela parecia ignorá-lo e responder mais alto. Tamanha insolência com o diretor do acampamento passar batido era muito suspeito.

Antes de se dirigir à Katherine, olhou para Própon, sentado em seu trono. Turbanus, a seu lado, falava com dois sátiros que caíam em risada com duas latas de Coca-Cola amassadas na mão. Voltou sua atenção para Katherine de novo. Seus lábios estavam cobertos por um glitter que brilhava. Conseguiu-se lembrar de Lana del Ray com aquele semblante confuso que o seduzia.

— Darkholme. — sua voz era doce e clara, e atraiu o olhar da garota no mesmo instante — É um prazer — estendeu as mãos, meio cobertas propositalmente pela camisa social branca que estava por baixo do terno — sou Adam Bunny. Afrodite.

Ela o olhou secamente, embora notasse sua beleza. Apertou sua mão e deu um sorriso.

— O meu nome você já sabe. — disse ela — Também é um prazer te conhecer, Adam Bunny.

Própon olhou-os de relance. Sabia que Bunny os espionava. Lançou um olhar irritado para Adam.

Do outro lado, Adam, pela primeira vez, não fazia ideia de como puxar assunto com ela. Ele sabia, por toda a sua experiência pelo menos, que "O que é que você conversa com o diretor todo dia, sua megera?" não era a resposta, definitivamente. Katherine o olhava estudando completamente suas feições. 

— Então... — ela disse, meio desconfortável — você ia me dizer algo?

Adam olhou-a nos olhos. Não se dirigiam a ele, mas a Própon, do outro lado do salão. Adam percebeu que aquela era a deixa dela para sair daquele lugar antes que o filho de Afrodite lhe fizesse mais perguntas e ela acabasse dizendo algo indesejado. 

— Não — Adam disse, serenamente — só puxando assunto mesmo... 

— Ótimo — ela retrucou — com sua licença, eu devo ir agora.

O rapaz inclinou-se e estendeu a mão para Katherine. Katherine retribuiu, estendendo as mãos pálidas e segurou na mão dele, usando-a como apoio para se levantar. Os lábios brilhantes sorriram. E partiu para a floresta escura. Adam pensou em seguí-la, mas viu que Própon permanecia no mesmo lugar, e ela em si não era importante para ele. Sentou-se numa viga caída e começou a beber um copo de suco de abacaxi. Olhou Própon atenciosamente num transe mental, que logo foi quebrado. Decidiu que deveria seguir Darkholme. Saber ao menos para onde ela iria, uma vez que se ela fosse se encontrar com Própon, seria menos difícil seguí-la do que seguí-lo.

Levantou-se e camuflou-se meio às árvores. Mesmo se ela o visse não estranharia. Os filhos de Afrodite costumam vagar pela floresta, procurando riachos para se olhar. Quando perguntados porque não se veêm nos vários espelhos que o chalé oferece, costumam responder que riachos são mais poéticos de se ver.

Mas Adam não ia se deixar entregar a essa tentação. Continuaria se locomovendo pela floresta escura seguindo a filha de Hades até que soubesse para onde ela fosse. E alguns minutos mais tarde descobriu que tudo que ela estava fazendo era passando pela floresta para chegar no chalé de Hades. Provavelmente porque tinha medo que alguém a visse chegando lá. 

Adam esperava que ela fosse parar na Casa Grande e se decepcionou. Para a sua alegria, antes que fosse embora, viu-a ser puxada para trás de uma parede. Curioso, esgueirou-se para perto e viu um rapaz alto e de cabelos encaracolados. Estava ali somente desde os quatorze anos mas conhecia o semideus mais ocioso do acampamento: Samuel Addams. Filho de Hades também. Viu-o segurar Katherine pelos ombros com força.

"Até onde você acha que vai esconder isso?" disse ele, apertando-a.

"Sam, me solta." ela o olhou furiosa "Me solta agora."

"Não, eu não vou te soltar até que você me diga o que é que tu tá escondendo com o seu papaizinho."

"Sam... Não é da sua conta."

"Não é da minha conta?! Sua inútil!" e soltou o braço dela, empurrando-a contra a parede "Tudo o que faz jus e a você é da minha conta. Ou você esqueceu que esse é o nosso segredinho? Esqueceu que eu posso muito bem contar pra todo mundo? Me diz!"

Katherine o olhou com nojo. Adam saiu dali, já que imaginava que essa é a parte da discussão que ela cospe na cara dele e entra em casa. Infelizmente, sem cuspe. Ela só olhou secamente e entrou no chalé. Ele foi para a floresta. Adam, tentando decifrar que conspiração ela culminava com Hades, foi para o seu chalé e não dormiu a noite inteira. Não importava se aquilo lhe daria algumas olheiras. Ele estava aterrorizado.


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