Clato - 74 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Clove Fuhrman


Capítulo 2
Confusa


Notas iniciais do capítulo

Obrigada as pessoas que leram ^^, não resisti e postei o segundo capitulo hoje. Espero que gostem...



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Caio em seus braços, como eu queria poder cair e me quebrar no chão, muito menos perturbador. Estou vermelha, muito vermelha. Me atiro no chão, mas ele me segura e impede que eu caia.

-- Que sorte que eu estava aqui – Cato fala sorrindo.

-- Já pode me soltar – digo, puxando a faca. Observo algumas pessoas rindo.

-- Nem um obrigado? – ele fala, ainda sorrindo.

Então ele me solta, bem no momento que Silvia está passando pelo corredor e vê, ela começa a rir freneticamente, e eu volto para as facas. Meu mundo gira, não consigo parar de pensar em seus olhos azuis. E no interrogatório que a Silvia vai fazer.  O resto do treino foi monótono comparado a essa parte, mas ele continua me olhando. Quando a aula acabou, fui para casa, meus pais não estavam, na verdade, notei a falta deles esses últimos dois dias. Eles estão trabalhando muito essa semana, nem me lembro ou me importo com o motivo. Silvia chega:

-- Me conta tudo!

-- Não – digo, começando a rir.

-- Finge que sou seu diário – Silvia fala, com um sorriso extremamente exagerado.

-- Não dá, sabe não vou falar nada – respondo.

-- Hum, então foi mais do que eu pensei. – ela fala.

-- Não foi nada, eu só cai – falo pegando uma maça. – Ansiosa para a colheita? – Falo tentando mudar de assunto.

-- Não muito – ela diz entre risos – ainda vou descobrir tudo que aconteceu.

Subo para o quarto, preciso pensar.  Escrevo no meu diário tudo, os olhos, as cordas, o calor. Se a Silvia ver isso, estou morta. Não sei o que pensar, preciso me concentrar nas facas, lutas, treinos. Tomo banho, e durmo. Mais sonhos, mais jogos. Dessa vez foi diferente eu estava lá de novo mas ninguém tentava me matar ou ferir, eu só gritava uma palavra que vai atrapalhar meus sonhos, quem sabe até mais do que isso. Hoje não tem aula, algum motivo qualquer, por isso fico na cama o máximo que posso. Silvia me acorda e fala que vai caminhar, hum casa toda minha e nada para fazer. Desço para a cozinha para comer, como um sanduiche. Eu vou até a sala fico olhando pela janela e vejo o Cato passando:

-- Ca... – escapa da minha boca.

Ele olha para trás, volta, olha para os lados consigo ouvir ele sussurrando “Clove”, e então voltando a correr. É, eu estraguei a minha vida. Nunca mais vou conseguir ir para a escola, começo socar a parede até trincar. E então vou contar tudo à única coisa confiável que existe nesse mundo: o meu diário. E para melhorar Silvia chega na hora errada.

-- O que aconteceu com a parede? Porque está chorando? – ela começa.

-- Eu soquei, e não estou chorando. – falei bufando. Ela vem para o meu lado e olha para o diário antes que eu consiga fecha-lo.

-- Hum, escrevendo sobre o Cato, estou totalmente por fora da situação – ela fala olhando para a parede.

Subo correndo para o quarto, não posso estar gostando de alguém, muito menos dele. Metido, arrogante, é bonitinho, e tem uns belos músculos. Dou-me um soco. A noite passa rápido, sem sonhos, pelo menos assim. Acordo cedo. Me arrumo e prendo o cabelo, vou até a sala onde Silva e mamãe estão conversando:

-- Oi mãe – eu falo.

-- Oi Clove – ela começa – eu e seu pai vamos passar uma semana fora, vamos ter que viajar ao outro lado do distrito, e temos uns estudos para fazer lá.

-- Tudo bem – respondo – Vou indo para a escola.

Hoje o dia está frio, dentro da escola é agradável, mas eu realmente preferia estar em casa agora. Quando finalmente nos levam para o treinamento me sinto atraída para tentar o percurso das cordas novamente, mas não quero ter o mesmo resultado do anterior. Mas dessa vez os papéis são trocados. Eu não consigo parar de olhar o que ele está fazendo, de vez em quando nossos olhares se cruzam, eu desvio mas consigo perceber os sorrisos. “foque nas facas” falo para eu mesma. E isso dá certo, até que vejo ele se aproximar.

-- Oi Clove – ele começa.

-- Não atrapalha – falei, ainda atirando dos alvos. Ouço risos.

-- Achei que depois de ontem você seria mais amigável – ele fala se distanciando.

Ora, amigável, não sou eu que fico me exibindo pelo ginásio. E quanto à ontem, o chão era mais macio. Eu podia ter falado isso. Vou até os alvos móveis, eles ficam se movendo em sintonia, esses sim são divertidos. Estou com fome, então pela primeira vez vou no refeitório na hora do intervalo, vejo que Silvia esta me chamando, pego um prato qualquer com salada e vou até ela.

-- Oi maninha, não sabia que vinha aqui – ela fala em tom de surpresa.

-- Não venho, hoje foi a primeira vez. – falo.

-- hum, tudo bem – diz ela voltando a conversar com as amigas.

Estou confusa. Quando termino de comer volto ao ginásio, mas quero tentar algo diferente, hum, peso não, sou fraca, arco e flecha, muito sem graça. Passo meus olhos para ver as outras armas “que tal espadas?” penso. Parecem facas maiores mas não podem ser lançadas, ou se podem eu pelo menos não tenho força para isso. Escolhi uma espada e começo a tentar lutar contra um boneco. Então ouço alguém atrás de mim:

-- Quer ajuda?

-- Você?! – digo fuzilando Cato com os olhos.

-- Porque a surpresa? Venho aqui todos os dias – diz Cato alterando a voz para um tom sério.

-- Tudo bem, vou voltar para as facas. – digo me virando.

-- Clove Rivers a garota das facas – ele fala.

Sorrio. Pela primeira vez com sinceridade. E estou vermelha como um tomate.

-- Ouvi sua voz ontem – ele fala olhando para o chão – estava treinado.

-- Ah, te vi correndo – falo constrangida.

-- Me encontra lá? Hoje?

-- Não – falo, me segurando para não rir.

-- Tudo bem, então vai ser as seis. Até lá. – ele fala indo embora.

O problema é que o lugar é na frente de casa, e eu não posso passar o resto da minha vida em casa, e outra coisa, se a Silvia o ver, estou perdida.Tenho duas opções, posso tentar conseguir veneno de teleguiada e seda-la ou contar tudo. Após alguns minutos refletindo minhas ideias, percebo que as duas são horríveis, mas, vou ter que contar. Vejo que já está na hora de sair e vou encontrar Silvia na porta, mas antes que eu possa falar, ela começa:

-- Clove...

-- O que foi?? – pergunto.

-- Eu vou na casa da Emma agora, você se vira sozinha até as sete ou oito certo? – ela pergunta.

-- É claro, não sou um bebê. – continuo – o que vai fazer lá?

-- Vamos, ah, dar uma volta – ela fala já andando – não fala para a mamãe... Se bem que eles nem voltam essa semana, fui – ela fala piscando.

Muito suspeito... Isso ocorreu no momento perfeito, não vou ter que contar e nem mentir, é só simplesmente ignorar. Mas depois me ocorre que ela pode saber de tudo. Voltei para casa sozinha e em silêncio, e foi assim que permaneci, enquanto esperando ansiosamente para as seis da tarde.


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Notas finais do capítulo

Mandem comentários :D
Pretendo postar o 3° capítulo no meio da semana...



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