Deep in the Meadow escrita por Pennyweather


Capítulo 10
Os Vitoriosos


Notas iniciais do capítulo

Olá, tributoooos!
Estou tão feliz, mais gente favoritou a fic e tem comentado. Estou me sentindo top *-*
Enfim, não sei o que pensar desse capítulo. Mas espero que gostem.
Vejo vocês lá em baixo.



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POV. Madge

Blake me olha de modo nervoso e responde impacientemente:

–Não, imagina. Eu sou só um sósia dele- ele diz, cuspindo sangue- O que faz aqui, Undersee? Perdeu o caminho de casa, é?

Não sei o que dizer, então fico em silêncio.

–Qual é a sua, Undersee? Não vou encostar em você, não se preocupe. O seu namorado deixou uma mensagem bem clara.

Ignoro seus comentários e falo:

–Blake... o que... o que aconteceu com você?

Blake ergue as sobrancelhas e diz bruscamente:

–E desde quando você se importa?

–Desde que seu rosto está manchado de sangue por uma garrafa que sua própria mãe atirou- digo friamente.

Ele solta um suspiro e se senta na calçada, de modo cansado. Sento-me ao seu lado, um pouco desconcertada. Tudo bem, ele pode ser um babaca e tudo o mais, brigou com o Gale e tal, mas eu simplesmente não consigo sentir repulsa por ele numa hora dessas. Ele está todo machucado, a lateral de sua testa, onde começam os fios de cabelo, está com um longo corte e sangue pinga de seus cabelos loiros. E saber que quem fez isso foi sua própria mãe faz com que eu fique com mais pena dele ainda.

–Blake, você... está doendo muito? Tem alguma coisa que eu possa fazer?

–Qual é Madge. Não se preocupe comigo. Eu- ele dá um longo suspiro e diz em um tom ainda mais chateado- eu estou acostumado com esse temperamento da minha mãe. Ela é uma total bêbada e desorientada.

–Eu... eu sinto muito mesmo, Blake.

–Não. Não sinta. Não estará me fazendo nenhum favor. Eu não mereço sua pena e também não a quero.

Dou um longo suspiro, e continuo sentada ao seu lado. Por fim, Blake fala:

–Eu sinto muito, está bem?

–Sente muito? Pelo que?

–Por ser tão idiota. Por ser tão... impulsivo. Por não te tratar do jeito que você merece. Eu gosto mesmo de você, Madge- ele diz e fecha os olhos com força, como se estivesse sendo difícil para ele admitir isso- E não é porque você é uma das únicas garotas que nunca ficou comigo. É mais do que isso, ok? Te tratei daquele jeito porque era a única maneira que eu havia encontrado para tê-la. É aquele velho dilema, ″ se não vai por bem, vai por mal″. É... difícil para alguém como eu dar amor para alguém se nunca recebeu amor de pessoa alguma. Nem mesmo de minha mãe.

O que ele fala me deixa instantaneamente surpresa. Será que agora eu estou conhecendo o verdadeiro Blake?

–Não, deixa pra lá- digo a ele- Você não tem culpa.

– Será que a gente pode... começar do zero, talvez?- ele pergunta me olhando de um jeito sincero.

Sorrio e respondo:

–Acho que seria ótimo.

E pela primeira vez, vejo Blake sorrir. Não é um sorriso falso ou de sarcasmo, é um sorriso sincero. Era o sorriso do verdadeiro Blake. O Blake que eu não conhecia, mas que agora estou disposta a conhecer.

–Quer ajuda para cuidar disso aí?- pergunto, indicando seu corte com o dedo.

–Não seria ruim- ele diz- Mas não tenho como entrar em casa e pegar curativos. E a sua casa está longe, eu imagino- ele diz, rasgando a manga da camiseta e colocando o pedaço de pano sobre o corte- Está tudo bem, Mad. Posso te chamar assim?-confirmo com a cabeça- Está tudo bem. Vai dormir, já está tarde.

Confirmo com a cabeça e me levanto. Quando já estou um pouco longe de Blake, ouço-o falar:

–Ei, Madge?

–O que foi?-pergunto me virando para ele.

–Obrigado. Enfim, por tudo.

Sorrio para ele e saio andando, sumindo em meio à escuridão.


POV. Gale

Poucos dias haviam se passado, as entrevistas com os familiares e amigos dos tributos haviam começado e eu me sentia cada vez mais ansioso. Eu tenho certeza de que Katniss e Peeta ganharão. E foi o que eu disse nas entrevistas, mas não disse nada mais além disso. Madge fez a mesma coisa, apenas disse que eles ganhariam e que confiava neles, mais nada. Ninguém nesse distrito está disposto a emitir sua opinião à Capital.

Minha vida com Madge têm sido mais animada. Aquele negócio de afastamento foi esquecido e passamos a fazer companhia um ao outro. Caçamos e montamos armadilhas juntos, vemos os Jogos juntos e à tarde, eu levo morangos para ela. Não nos beijamos novamente, por mais que minha vontade de beijá-la de novo às vezes seja grande, estamos agindo apenas como amigos.

Ela parece ter ficado bastante amiga de uma tal de Julieta, uma garota extremamente simpática. Acho que é bom para Madge ter uma companhia feminina- já que ela passa a maior parte do tempo comigo, agora- Eu não entendo dessas coisas de menina. Ainda bem, né.

Nada mais além disso. Mas nesses últimos dias, sem que ela percebesse, eu adquiri o costume de me sentar em frente à porta de trás de sua casa e ficar escutando ela tocar o piano. Ouvi-la tocar delicadamente canções calmas me deixa extremamente bem. Eu me sinto leve. Sinto vontade de entrar em sua casa e sentar-me ao seu lado, e ficar apenas observando ela tocar habilidosamente o piano.

É o que estou fazendo agora. Fecho os olhos e acabo dormindo ao som de suas canções. Já é quase noite quando sou acordado por uma voz:

–Gale?

Abro os olhos lentamente e percebo que é Madge me acordando. Ela segura meu rosto com as duas mãos e está agachada de frente para mim.

–Mad? O que está fazendo aqui?

–Eu é que deveria te perguntar isso! O que está fazendo dormindo em frente à porta da minha casa?-ela pergunta rindo e mexendo em meus cabelos carinhosamente. Fecho os olhos ao sentir seu doce toque.

–Eu... Eu estava te escutando tocar- digo por fim.

Ela beija minha testa e diz:

–Vem, vamos para a praça. Precisamos ir ver Katniss, lembra?

Caminhamos até a praça e nos encontramos com a Julieta. E então, começamos a assistir os Jogos.


POV. Madge

Jogo-me nos braços de Gale, chorando. Chorando de felicidade. A alegria dentro de mim é indescritível, e Gale retribui meu abraço, tão aliviado e feliz quanto eu.

Katniss ganhou os Jogos. Katniss e Peeta são os vitoriosos da septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes. Eles vão voltar para casa. Finalmente.

Claro, foi muito triste o modo como ganharam. É triste para todo mundo. Ver o coitado do Cato morrer daquele jeito, aquilo me arrancou o coração. Ninguém merece morrer daquele jeito. Todos nós morremos um dia, mas morrer em uma arena equipada especialmente para te matar é... cruel. É o tipo de coisa que me faz odiar cada vez mais a Capital, o presidente Snow.

Ainda não sei se o fato de Katniss ter tentado se matar junto com Peeta, usando amoras cadeado, foi um ato de amor desesperado ou um ato inconsciente de rebelião. Se eu tivesse que apostar, eu apostaria na segunda opção, por mais que eu ache que ela o ama, mesmo que não saiba disso ainda. Não sei que respostas a esse ato serão emitidas, mas no momento não consigo pensar em mais nada além do fato de que Peeta e Katniss voltarão.

Eles vão voltar. Vão sair daquela arena. A septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes... acabou.


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Notas finais do capítulo

Curtiram?? Deixem suas reviews! Principalmente vocês, leitores fantasmas. Eu adoraria uma review de gente nova! E quem sabe, mais uma recomendação...?
Vou tentar postar sexta, ok tributos? Não morram de saudades... ahushashuahsuaha
Beijos meus lindos!