Rose mal conseguira dormir; ficava apenas pensando no belo Scorpious que sempre ocupava seus sonhos e pensamentos. Estava começando a ficar difícil de estudar com ele sempre perto dela mordiscando a pena, tirando os cabelos loiros da frente dos olhos, tamborilando os dedos na mesa...

Como, mesmo que distraído, ele podia ser tão bonito?

A aula de Transfiguração passou rápido. Afinal, ela passara a aula inteira olhando para ele, e ele nem percebera...

O que ele dissera no dia anterior continuava na mente dela. Ele andava pensando nela... será que isso era bom?

Saindo da classe, ainda observando-o discretamente, sem querer ela escutou uma conversa.

— Reparou com a garota ruiva olha para o Scorpious? — sussurrou uma garota sonserina, Caren, para sua amiga Liana.

— Acho que ela gosta dele. Mas coitada, mal imagina de quem ele gosta. Pobrezinha... tão iludida... vai continuar achando que algum dia terá uma chance.

Ela queria socar a cara daquelas nojentas, porém ficou quieta e conteve-se, continuando a xeretar a conversa dos outros.

Caren riu maldosamente.

— Ela é tão... ridícula, e é mestiça. Scorpious jamais vai gostar dela. Ele é puro sangue... rico... e lindo, é claro. Ele já me paquerou — isso quebrou o coração de Rose.

— Ih, Liana, deixa de baboseira — Caren continuou a rir. — Ele jamais vai gostar de alguém. Ele é diferente dos outros, me disse um dia que está procurando a garota certa e que não vai ligar para seu sangue e tudo mais. Mas continuo achando que Rose-gosma não tem chance.

— Pois é. Sabe os Weasley? A família do pai dela...

— Sei sim, o quê tem?

— São todos ruivos nojentos... pobres! Tem sangue puro mas são traidores... o avô da Rose tinha adoração por trouxas... esquisitão.

Rose apertou a varinha entre os dedos. Com certeza estava muito vermelha, tremendo de raiva. Vadias! Como ousavam dizer aquilo?

— Até eu tenho mais chance que a Rose-gosma. Sou loira, sonserina, de uma família de puro-sangue... a mãe dela nasceu trouxa. Uma sangue-ruim.

— Hermione, não é? Ela não era amiga do Harry Potter?

— Ainda é.

— Hm. Já vi o rosto dela... num cartão de sapo de chocolate. Ela lutou junto com o Potter na batalha de Hogwarts.

— Não deixa de ser uma sangue-ruim imunda...

— CALE ESSA BOCA!

Caren e Liana encararam Rose, estupefatas, com as testas franzidas.

— NÃO OUSE MAIS DIZER UMA PALAVRA! PARE DE XINGAR EU E MINHA FAMÍLIA! JÁ CHEGA!

— Oh, queridinha... não basta ser assim, uma reles gosma ruiva na nossa escola, ainda ter que ouvir a conversa dos outros...

Rose suspirou e contou até 10 mentalmente para não dar logo um Crucio na cara de Liana.

— Hm. Amarelou. Parabéns, Rose-goma, é tão corajosa... uma verdadeira Grifinória.

— Eu. Disse. Pra. Calar. Essa. Boca!

— Me obrigue... — Liana disse, de nariz arrebitado e queixo pra cima, desafiando.

— Sua sonserina nojenta... Olha, eu sou uma boa aluna, não quero comprometer minhas notas me estressando por uma inútil como você. Mas se você der mais uma palavra contra mim, vai sentir na pele qual é a sensação de levar um crucio ou de ser queimada viva. E da próxima vez, eu não vou pensar duas vezes. Que fique avisado.

E então, Rose foi embora, furiosa.

Tinha dado uma de durona, porém lágrimas grossas corriam por sua face como lava, queimando.