CAPÍTULO 6


No dia seguinte acordei
ansiosa demais para ir à escola e meu pai percebeu isso.

- Pai, ainda
está aqui! – sorri ao vê-lo e o abracei, sentando-me à mesa em seguida.
-
Bom dia Bells. Você está bem animada. – ele me observou antes de dar uma
colherada no cereal.
- É o sol. – olhei para a luz que invadia toda a
cozinha – Humm... onde está a mamãe?
- Foi correr. – ele deu de ombros.
Charlie parecia triste. Remexia no cereal desanimadamente.
- Pai o que está
havendo? – ele me encarou e eu decidi seguir em frente – Você e a mamãe estão se
desentendendo e não estou gostando disso. – Charlie continuou me encarando
parecendo decidir se me contava a verdade ou dava uma desculpa qualquer.
-
Ao que parece seu ódio por essa cidade contagiou Renée. – ele suspirou,
brincando com o copo de leite.
- Vocês querem se mudar? – falei pausadamente
e assustada pela decisão. Eu não queria sair daqui. Não agora que tudo estava
bem. – Pai, eu não...
- Eu não vou a lugar nenhum, Bells.


Encaramo-nos enquanto eu captava os sinais em seus olhos e acalmava meu
coração depois do susto que tomei, porém a calmaria durou pouco. Perdi o ar
quando finalmente entendi o que ele estava querendo dizer.

- Ela não
faria isso... – disse eu enquanto Charlie deu de ombros.
- Não se preocupe
Bella. – disse ele retirando-se da mesa – É apenas uma fase. Sabe como é a
Renée.

Ele abriu a porta e saímos. Antes de entrar em seu carro Charlie
sorriu e apertou minha bochecha. Fiquei parada por um instante pensando se seria
possível meus pais se separarem, porém fui tirada de meu devaneio por um toque
frio em meu rosto.

- Bom dia. – Edward sorriu, aproximando-se para me
beijar.
- Bom dia. – retribui o beijo, feliz por estarmos indo bem. Edward
me deixava imensamente feliz.
- Quer uma carona?
- Claro.

Quando
saímos do carro vi Alice boquiaberta. Ainda mais depois que Edward segurou minha
mão, demonstrando para quem quisesse ver que estávamos juntos, obviamente. Fomos
até ela que estava acompanhada por Jasper e também por Emmett, Rosalie e Ângela,
que conversava animadamente com um menino que eu não conhecia e Mike, que
parecia estar sobrando.

- Olha o novo casalzinho chegando. – anunciou
Emmett.
- Desculpe Rose, mas você ficará viúva antes do tempo. – lancei um
olhar feroz e ameaçador para Emmett, que por um momento achou que eu estava
falando sério.
- Se eu fosse você não brincaria com ela. – alertou Edward me
abraçando por trás e beijando-me o pescoço. Aquilo me deixou arrepiada e Edward
pareceu gostar da minha reação.

O primeiro tempo de aula foi legal. Mas,
não posso dizer o mesmo das aulas de literatura e física, pois estar ao lado de
Edward era algo tentador. Nós nos olhávamos e minha vontade era de beijá-lo até
meus lábios ficarem dormentes. Meu corpo estremecia com toda essa mágica do
primeiro amor. Ele segurou minha mão durante as aulas, alisando-as. Acho que
como uma forma de acalmar a nós dois.

No intervalo fomos para a mesma
mesa de sempre, onde sentávamos todos juntos. Percebi que Edward sacudia sua
perna, demonstrando impaciência. Quando todos estavam em seus devidos lugares,
Edward se levantou e me puxou para ficar de pé também. Todos pararam para nos
observar, e quando eu digo todos, me refiro ao refeitório inteiro.

-
Edward o que está fazendo? – olhei em volta sem graça pelos olhares que recebia.

- Uma coisa que deveria ter feito ontem, mas você não deixou o momento
propício para que eu o fizesse. – Edward se ajoelhou na minha frente, pegando
minhas mãos e olhando-me intensamente.
- OMG.

Senti minhas bochechas
ficarem quentes, enquanto ele beijava minhas mãos e sorria de lado. O refeitório
estava em silêncio a fim de ouvir o que Edward tinha a dizer.

- Não
posso pensar em mim sem imaginar você ao meu lado. Bella... quer ser minha
namorada?

Parecia que todos se inclinaram para ouvir a resposta. Fiquei
paralisada. Estava surpresa pelo que estava acontecendo. Não imaginava que um
dia fosse me apaixonar desse jeito.

- Bella? – encarei Edward com os
olhos cheios d’água.
- Claro que eu quero! – não pude deixar de sorrir.


Nesse momento todos gritaram “aêêêê” e “uhull” e bateram palmas. Edward
e eu nos olhamos contentes demais para que algo fosse dito. Apenas encostamos
nossas testas e fechamos nossos olhos, ignorando todo o barulho e as pessoas em
volta. Ficamos apenas ouvindo e sentindo a respiração um do outro.

-
Obrigado por me fazer tão feliz. – ele disse por fim, beijando-me a testa.


Dei o meu melhor sorriso, demonstrando minha alegria por ele estar me
escolhendo e dizendo aquelas coisas lindas.
Alice foi a primeira a me
abraçar dando pulinhos e batendo palmas assim que me soltou. Depois vieram os
meus outros amigos e Emmett que me esmagou quando me abraçou me tirando do chão
e me rodando sem parar.
Fui para o resto das aulas com um sorriso bobo no
rosto. E até na aula de matemática que eu odiava, eu respondi a uma pergunta do
professor, contente demais para me preocupar com o espanto dele por eu estar
certa.
Na aula de biologia Alice exigiu todos os detalhes de como tinha
começado tudo isso e eu prometi que mais tarde contaria.
Quando o sinal da
saída tocou, fiquei ansiosa para vê-lo novamente. Vi que Edward me esperava ao
lado de seu carro.

- Oi. – ele deu um sorriso que iluminou todo o
estacionamento.
- Oi. – disse sorrindo quando Edward me puxou num rápido
abraço e me beijou, apenas encostando nossos lábios.
- Vamos? – Emmett
perguntou se aproximando – É só o tempo de levar Rose em casa.
- Vai sair? –
perguntei desanimada por ter de me separar dele justo hoje.
- Tenho que
resolver um problema para Carlisle em Portland. – Edward e Emmett se
entreolharam e eu desconfiei de que isso não era verdade.
- Hummm... –
semicerrei os olhos encarando os dois.
- Falei com Alice para levá-la em
casa. Não quero você andando sozinha por aí. – ele alisou meu rosto, beijando
minha testa.
- Bella! – ouvi Alice me chamar.

Despedi-me de Edward e
entrei no carro com Alice, me preparando para o interrogatório. Primeiro contei
sobre a tarde na praia, quando fui rejeitada. Alice queria todos os detalhes,
então foi a única coisa que pude contar antes de chegarmos em casa.

-
Por que não almoça lá em casa? Faz tempo que não vai lá e minha mãe já está
perguntando por você.
- Tudo bem. – respondi – Vou deixar minhas coisas e já
volto.

Quando entrei estranhei a calmaria do lugar e fui logo procurar
por Renée.

- Mãe, cheguei!

Olhei na cozinha, mas Renée não
estava lá. Verifiquei todos os cômodos da casa e não a encontrei, então deixei
um recado dizendo onde estaria caso precisasse falar comigo.

Depois de
almoçar com Alice, fomos para seu quarto. Contei nos mínimos detalhes o que
dissemos e o que senti com o toque de Edward. Ela parecia satisfeita com o que
contava. Estava feliz demais para me irritar com as perguntas de Alice.


- Bella ele te ama de verdade! – ela disse quando terminei meu relato.

- Acho que sim. – sorri timidamente.
- E o que foi aquilo no refeitório?
Nossa foi muito romântico! – eu assenti, relembrando do momento mágico que tive
– Tinha que ver a sua cara. Seus olhos brilhavam feito diamante.
- Eu sei. –
deitei na cama abraçando o travesseiro – Pensei que nunca encontraria alguém que
me fizesse sentir o que sinto por Edward. – Alice me ouvia com o queixo
encostado nos joelhos – É algo tão forte, tão... definitivo.
- É o amor. –
ela se jogou em cima de mim, caindo deitada ao meu lado. Nós duas ficamos
encarando o teto em silêncio.
- Mas tenho medo de que ele vá embora. – disse
por fim.
- Acho que ele não assumiria algo tão sério com você se esse fosse
o caso. Edward não seria capaz. – ela me encarou – Até porque esse é o último
ano, vocês podem ir para a mesma faculdade, se casar... – ela deu de ombros,
sorrindo.
- Você tem razão. Ele não faria isso se não tivesse certeza de que
ficaria por aqui.
- Vocês vão sair para comemorar?
- Acho que não. Ele
foi para Portland resolver algo para Carlisle. Embora eu não esteja totalmente
convencida de que foi isso que Edward foi fazer por lá.

Alice se apoiou
em seu braço esquerdo, virando-se para mim.

- Você acha que ele vai te
preparar uma surpresa?
- Duvido muito. – a olhei – Ele foi com Emmett, o que
significa que se fosse uma surpresa, algo confidencial, Emmett com certeza não
estaria envolvido. – nós duas rimos.
- Isso é uma verdade. – disse Alice
ainda rindo.

Assim que anoiteceu ela me deixou em casa.

- Mãe?
Até que enfim te encontrei. – a beijei no rosto.
- Oi Bella. - ela sorriu.

- O que aconteceu? Você parece muito feliz. – analisei seu rosto e fiquei
contente por ela e Charlie terem se acertado.
- E estou. – Renée se virou
para mim e mordeu o lábio inferior. Eu sabia que ela queria me contar algo. Esse
era o sinal que ela dava quando tinha novidades – Filha eu...

Ela foi
interrompida pela campainha. Eu corri para a porta e meu coração disparou por
vê-lo.

- Entre. – ele me deu um selinho.
- Está ocupada?
-
Edward! – minha mãe apareceu na sala, o cumprimentando.
- Boa noite senhora
Swan.
- Por favor, me chame de Renée. – achei estranha essa atitude de minha
mãe, pois ela sempre gostou de ser chamada pelo nome de casada.
- Renée. –
Edward repetiu sorrindo.

Reparei nas roupas que Edward usava e vi que
ele estava muito bem arrumado. Usava calça jeans escura, com uma camisa azul que
combinava com seus olhos por baixo do paletó.

- Vai sair? – perguntei
murchando lentamente.
- Nós vamos. – ele sorriu.
- Então vou me arrumar.
Não demoro.

Liguei rapidamente para Alice pedindo o mesmo vestido que
tinha usado na festa.
Perfumei-me e passei um gloss incolor depois que Alice
me maquiou. Quando desci, vi que Edward ficou surpreso com a escolha de minha
roupa.

- É o vestido perfeito para essa noite. – ele disse em meu ouvido
quando passou a mão por minha cintura.
- Divirtam-se! – disse minha mãe nos
acompanhando até a porta.

Entrei no carro e antes de dar a partida,
Edward e eu nos olhamos intensamente.
Aproximei-me e toquei seus lábios,
envolvendo-o num beijo calmo, porém com muita necessidade.

- Senti sua
falta. – disse quando me separei dele.
- Eu também. Por isso, vamos matá-la
agora. – ele sorriu e girou a chave.

Fiquei curiosa em saber qual era
nosso destino, mas Edward disse que era perda de tempo perguntar. Eu também não
insisti, não queria estragar o clima. Demoramos uns quarenta minutos para chegar
ao local. Parecia um restaurante bem simples à primeira vista, porém, quando o
garçom nos levou até a nossa mesa, eu abri a boca, perplexa.
Nossa mesa
estava distante das outras num gramado que ficava de frente para um pequeno
lago. A vista era incrível. E a noite colaborava com o céu pintado pelas
estrelas e pela lua, que nos saudava.

- É lindo. – disse quando
estávamos a sós – É realmente lindo. – olhei o lago, maravilhada.
- Sabia
que iria gostar. – ele sorriu, parecendo satisfeito com minha reação.


Logo o garçom veio com o cardápio e eu escolhi uma salada simples, não
estava com fome. Tinha me entupido de porcarias na casa de Alice. Quando
terminamos Edward pediu a sobremesa: torta de chocolate com trufas enormes. Eu
amava! Estava delicioso. Ele segurou minhas mãos sobre a mesa me olhando.


- Você está perfeita.
- Obrigada. Você também está perfeito e muito,
muito lindo. – elogiei.
- Quero lhe dar algo. – ele mexeu no paletó, pegando
uma caixinha em seu bolso.

Edward me entregou e eu olhei a pequena
caixinha enquanto eu a abria. Era um cordão de prata, bem fininho com o nome de
Edward gravado em uma perfeita caligrafia. Olhei para ele emocionada.

-
Obrigada Edward. É lindo!
- Deixa que eu coloco. – levantei meu cabelo para
que ele pusesse o cordão em meu pescoço, fazendo-me arrepiar com seu toque.
Edward beijou meu ombro e me virou de frente para ele – Ficou lindo em você.


Reparei que ele também tinha um cordão parecido com o meu só que era
mais largo, num modelo masculino.

- Posso? – apontei para o objeto em
seu peito.
- Claro. - Ele sorriu, satisfeito por eu notar.

O cordão
tinha meu nome na mesma caligrafia perfeita que o meu.

- Agora
pertencemos um ao outro. – Edward me abraçou, beijando meu pescoço inúmeras
vezes.

Uma banda começou a tocar uma música lenta e Edward me puxou pela
mão, levando-me até a pista de dança que ainda estava vazia. Olhei para ele
desesperada.

- Eu não sei dançar! – sibilei.
- Eu te ensino. Fique
calma. – ele deu o sorriso torto que fazia meu coração simplesmente parar de
bater.

E foi mais fácil do que pensava. A música também ajudou muito.
Edward segurou em minha cintura com as duas mãos, colando nossos corpos enquanto
eu envolvia seu pescoço com as minhas.
Encaramo-nos e ambos olhávamos
alternadamente dos olhos para nossos lábios. Com a respiração de Edward batendo
a todo o momento em meu rosto, ficava impossível impedir meu coração de bater
mais rápido. Segurei em sua nuca, puxando seu cabelo enquanto ele grudava mais
ainda nossos corpos. Ele suspirou beijando o lóbulo da minha orelha, fazendo
meus pêlos de todo o meu corpo se eriçarem.

- Você me deixa louco Bella.
– ele sussurrou em meu ouvido.
- Você não faz diferente comigo. – disse.


Dançamos mais algumas músicas e fomos embora. Eu já estava ofegante com
suas carícias e não poder fazer nada era desesperador. E parecia que Edward
sentia o mesmo.
Entramos no carro e ficamos um tempo em silêncio com nossas
cabeças encostadas nos bancos.

- Está ficando cada vez mais difícil me
controlar perto de você. – ele disse se aproximando, beijando o meu pescoço.

- Então não se controle.

Minha voz saiu fraca devido aos beijos que
eu recebia de Edward. Não consegui me conter e agarrei sua nuca envolvendo-o em
um beijo ardente. Eu precisava daquilo, precisava da pele dele na minha. E
precisava agora. Edward retribuiu com a mesma intensidade, puxando-me para seu
colo. O choque de nossos corpos fez a temperatura do meu subir rapidamente.
Beijei seus lábios com ainda mais vontade enquanto ele acariciava minhas pernas
e subia cada vez mais, levantando o meu vestido até meu quadril. Quando suas
mãos alisaram a parte interna de minha coxa eu soltei um gemido alto demais, que
foi abafado pela boca incansável de Edward que agora parecia querer me sugar. O
tesão era tanto que a única coisa que eu via em minha mente era Edward. Edward.
Edward. Edward.

- Bella...

Ouvir sua voz rouca em meu ouvido só
me deixou ainda mais excitada, contudo quando suas mãos tocaram meu sexo eu me
afastei rapidamente, nervosa pela intimidade.

- Edward eu... – encostei
minha testa na dele enquanto recuperava o ar. – Eu... Não estou preparada pra
isso.
- Desculpe-me. – respondeu ele ainda mais ofegante que eu, alisando
meu rosto – Acho que fui longe demais.

Ficamos mais alguns minutos nos
controlando até que eu voltei ao meu assento e Edward deu a partida no carro.

Quando chegamos em casa nenhum de nós dois sequer encostou na porta para
sair. Eu não queria me separar de Edward, mas já estava tarde e eu precisava
entrar.

- Acho melhor...
- É melhor...

Nós dois começamos a
rir quando falamos juntos.

- Vem cá.

Edward me puxou para perto
dele e me abraçou de lado, beijando meu cabelo. Eu fechei meus olhos memorizando
aquele toque em minha mente enquanto decorava a fragrância de sua pele.


- Eu tenho que ir. – falei olhando a hora no painel de seu Volvo.
-
Tudo bem. Vemo-nos amanhã.

Dei um beijo rápido no canto de seus lábios e
pulei para fora daquele pequeno espaço que fazia minha cabeça girar com a
presença de Edward.