Chorei tanto que estava difícil não fazer ruídos.

-Você está se sentindo bem minha jovem? Precisa de algo?

O taxista perguntou em um tom amável.

-Não, eu estou bem.

Menti e ele pareceu perceber, continuou me olhando pelo retrovisor.

-Pra onde quer que eu a leve?

Ótimo, ele pareceu desistir de me fazer perguntas. Dei o endereço de Bonnie, não estava muito afim de ir pra casa da Carol e ela me encher de perguntas, eu apenas queria dormir. Quando cheguei no prédio de Bonnie ,toquei a campainha e nada, toquei mais uma vez e nada, continuei insistindo e ela abriu a porta com o hobbie envolvendo o corpo e seu rosto sonolento.

-Elena?

Ela perguntou surpresa.

-Bonnie, apenas me deixe ficar aqui essa noite, por favor...

Eu supliquei. Ela assentiu e me puxou para um abraço apertado, sem perguntas. Nos soltamos e eu senti um peso cair sobre mim.

-Sente-se, eu vou fazer um chá pra você, está muito nervosa Elena.

Bonnie disse e foi saindo para a cozinha.

-Você pode ir para o quarto de hóspedes, já sabe onde é.

Ela disse com uma voz afável, como se quisesse me acalmar de algum modo. Fui para o quarto e me deitei, não conseguia mais dormir de barriga pra cima, afinal, eu completaria sete meses no outro dia  e minha barriga estava grande demais para dormir de bruços ou de barriga pra cima. Bonnie me tirou dos meus pensamentos quando entrou no quarto.

-Me conte.

Ela disse apenas. Expliquei tudo para Bonn, mas sem detalhes. Ela ouviu tudo atentamente.

-Acho melhor você dormir Lena, teve um dia muito cheio, o chá de camomila vai te ajudar.

Bonnie disse, eu não sabia exatamente o que ela pensava sobre essa história toda, Bonnie sempre foi mais reservada. Deitei na cama e peguei no sono mais rápido do que pensei, me sentia extremamente cansada, apenas consegui ouvir de longe Bonnie falando com alguém, mas isso foi antes da escuridão da minha consciência me arrastar.

Damon Narrando

Ouvi as palavras duras de Elena calado. Ouvir aquilo dela provocou uma dor em mim inimaginável, Deus, se eu soubesse que ela estava grávida tinha mandado todos para o inferno e cuidado dela, teria amparado, a dor ficou insuportável de aguentar e logo as lágrimas vieram, meu Deus, aquilo estava doloroso demais, penoso demais. Decidi ir atrás dela, mesmo que não adiantasse nada, eu precisava vê-la. Liguei pra Carol, mas Elena não estava lá e então resolvi ligar pra Bonnie, ela acabou me dizendo que ela estava lá , nem deixei Bonnie terminar, fui correndo pra casa dela, não me demorei muito a chegar. Toquei a campainha repetidas vezes e Bonnie abriu com uma cara emburrada.

-Eu disse que não poderia vir aqui!

Ela sussurrou.

-Se não quisesse que eu vinhesse aqui, não deveria ter me dito que a Elena está aqui!

Eu disse num tom sarcástico, não queria que Bonnie visse meu estado emocional. Fui entrando ouvindo um grunhido de Bonnie atrás de mim. Eu a encontrei deitada na cama, seus olhos estavam vermelhos ao redor, e seu nariz tão delicado vermelho também, ela havia chorado, e como aquilo me fazia sofrer, morrer por dentro. Elena começou a se mexer na cama, seu sono estava agitado, sua barriga estava mexendo, eu acho que era meu filho que estava se remexendo lá dentro, pousei minha mão sobre a barriga de Elena e a acariciei, aos poucos os dois foram se acalmando.

-Damon.

Elena sussurrou meu nome, mas ela ainda em sono profundo. Sorri ao ouvir aquilo.

-Eu dei um remedinho pra ela dormir, ela chegou aqui muito agitada, o que você fez a ela Damon?

Bonnie perguntou me fitando da porta.

-Eu fui um babaca e preciso consertar isso.

Eu disse, dei um beijo na testa da Elena e outro em sua barriga e fui para a minha casa.