A Vida De Uma Sonserina escrita por Laís Levesque


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

As notas sobre a história virão á seguir.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273974/chapter/21

Jessica acordou pouco tempo depois em um quarto escuro e desconhecido. Sua cabeça doía e as coisas a sua volta giravam. Ainda vestia as mesmas roupas o que lhe trouxe a exímia certeza de que não fora um sonho. Levou a mão ao bolso da calça e não sentiu a varinha; tentou sentar-se e isso resultou em uma dor muito forte vinda da parte de seu abdômen. Quando por fim, ofegante e tremendo, conseguiu sentar-se, observou o lugar onde estava. Era um quarto grande e bastante refinado; não era nada comparado ao que ela possuía em casa ou ao que dividia com as garotas em Hogwarts.

Os móveis eram todos de madeira negra e lustrosa, via-se logo de cara que não eram o tipo de móveis que se encontra em qualquer lugar. Uma grande janela localizava-se do lado direito e por ela, a luz pálida da lua adentrava o quarto; não surtia efeito algum, pois o quarto permanecia de súbito escuro. Jessica arrastou-se para fora da cama, mas teve que se segurar um pouco. Estava zonza e quase caiu ao tentar ficar de pé. Respirou fundo e então caminhou até a janela, precisava tentar pelo menos decifrar em que lugar estava. Deparou-se então, um grande e belo jardim; não conseguiu distinguir muita coisa, apesar da lua, a luz não lhe favorecia em nada.

Um medo repentino se apossou dela. Não sabia onde estava e principalmente com quem estava; virou-se então para observar o quarto novamente. O fato de estar sem a sua varinha ainda por cima, complicava ainda mais a situação. Tentando não fazer nenhum ruído, caminhou pé ante pé em direção a porta; tocou a refinada a maçaneta e a girou. Para seu total espanto, a porta não estava trancada. Evitando ainda de fazer o menor ruído e mal respirando, Jessica viu-se parada em um longo e escuro corredor. Precisava de alguma maneira deixar aquele lugar.

Encaminhou-se até o fim do corredor e por fim quando aproximava-se da escada, escondeu-se novamente nas sombras. Olhando com cautela, ela viu abaixo, na sala de estar, estavam os comensais da morte que haviam atacado Hogwarts. Dentre eles os únicos que conseguiu distinguir foram Bellatrix — pois era a mais esganiçada dentre todos —, Lúcio. Não conseguiu ver Draco. Não podia sair dali, pois sabia que mesmo não estando tão claro seria notável a sua presença. Tentou ouvir o que diziam mas á aquela distância, ficou um tanto quanto complicado.

Foi então que de repente, alguém lhe surpreendeu e tapou-lhe a boca para que não gritasse, o que certamente teria feito. Desarmada e sem o que fazer, com o coração batendo loucamente ela deixou-se guiar novamente até o quarto. Finalmente foi solta e então correu para próximo da janela. Quando virou-se seu coração parou. Era Draco.

— Ficou louca? — Perguntou ele num tom de voz baixo, que significava que ninguém deveria ouvi-los. — Se eles a pegam, eu não gostaria nem de imaginar o que poderia te acontecer. Eles só deixaram você viva porque...

— Porque? — Indagou Jessica, mas lá no fundo ela já conhecia a razão.

— Porque eu pedi que não te fizessem mal — respondeu Draco, desviando os olhos para outro canto do quarto. — Bellatrix não lhe daria chance alguma, mas eu consegui impedir isso. Ou pelo menos acho que consegui.

A princípio Jessica não respondeu, em seguida deu alguns poucos passos em direção á ele e disse:

— É a sua casa não é? — Perguntou Jessica ainda em voz baixa.

— Sim.

— Draco, você precisa me ajudar a sair daqui — pediu.

O olhar que Draco lhe retribuiu não foi nada animador.

— Eu não posso, não que eu não quisesse te tirar daqui. Mas, eles te matariam se te pegassem novamente. Eu tenho medo até então do que eles são capazes de fazer á você! — Respondeu ele. Era notável o quão preocupado com Jessica ele estava.

Sabendo que não haveria mais no que insistir, Jessica sentou-se na cama e pôs o rosto entre as mãos. Não queria que naquele momento Draco a visse chorar. Porém, quando sentiu os braços dele a sua volta, o mundo praticamente desabou sobre sua cabeça. Estava completamente perdida e sem a mínima noção do que iria fazer. Estava presa em uma casa cercada por comensais da morte e não havia como sair, seu pai estava longe e ficaria maluco quando não tivesse notícias sobre ela.

A porta do quarto se abriu e ela e Draco puseram-se de pé. Uma mulher adentrou o quarto, ao mesmo tempo em que mantinha uma postura firme, olhou para Jessica com um misto de compaixão e pena.

— Eles querem vê-la — disse Narcisa, diretamente para Jessica.

— Mãe...— Draco avançou em direção á ela.

— Vai ficar tudo bem querido — garantiu-lhe ela com um breve sorriso.


Com um último olhar a Draco, Jessica seguiu Narcisa para fora do quarto e por diante até enfim, chegarem a sala de estar. O silêncio que se abatia sobre o lugar causou calafrios em Jessica; mal teve tempo de observar onde estava e na presença de quem se encontrava quando Bellatrix tomou as rédeas da situação e investiu contra ela, jogando-a sobre o sofá.

— Vá com calma Bella — disse Narcisa, impassível.

— Calma? — Vociferou Bellatrix. — Essa garota sabe de tudo, ela viu o que aconteceu na torre. Deve ser morta!

Enchendo-se de uma coragem fora de hora, Jessica vociferou de volta por entre dentes:

— Isso! Mate-me e depois eu acho bom que tenha bons argumentos para justificar seus atos ao seu tão poderoso lord! — Mal terminara de falar e percebeu um certo assombro por entre os presentes, e em seguida, Bellatrix acertou-lhe um tapa no rosto.

— Como ousa? — Ofegou. — Como ousa referir-se ao Lord das Trevas nesse tom insolente?

— Pois fique sabendo — replicou Jessica, que já não sentia mais medo e sim raiva —, que o seu Lord mantinha contato comigo; de uma forma indireta, mas mantinha.

— Mentiras! — gritou Bellatrix, apontando a varinha para Jessica. — Crucio!

Jessica gritou tão alto que, o som estridente ecoou por cada canto daquela casa. Bellatrix se preparava para mais um quando Draco interveio.

— É verdade! — disse ele em um tom que demonstrava um certo desespero. — É tudo verdade.

Parecia demais para Bellatrix aceitar aquela história. Ordenou então que trancassem Jessica no quarto e não tirassem de lá. Não suportaria ficar olhando para a cara dela. Fazendo o que lhe foi mandado, Draco subiu com certa dificuldade as escadas com Jessica apoiada em seu ombro. Quando alcançaram o quarto, ele deitou-a na cama e a fitou com certa tristeza. Em seguida inclinou-se sobre ela e murmurou:

— Eu a tiraria daqui agora mesmo se houvesse como, nem a mim estão permitindo sair.

Uma única lágrima rolou pelo rosto de Jessica, quando ela com certa dificuldade sentou-se. Segurou hesitante a mão pálida e gélida de Draco, o fitou nos olhos e em seguida o beijou. Certamente que não era uma situação propícia e poderiam ser vistos, mas o beijo acalmou a ambos. Deu a sensação de que definitivamente estavam juntos e mais do que nunca unidos. Precisamente mais próximos um do outro; em seguida, Draco a abraçou.

— Só prometa que ficará comigo! — pediu ele.

Jessica aconchegou-se ainda mais em seus braços, pois sabia agora, que ele seria capaz de ajudá-la se pudesse. E já que teria de ficar ali, ele seria de fato sua única companhia; pois a tia dele, Bellatrix, seria capaz de lançar um Avada Kedavra em Jessica apenas se visse a sombra dela pelos corredores. Pedindo proteção a sua mãe mentalmente, Jessica sussurrou para ele de volta.

— Eu ficarei.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vida De Uma Sonserina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.