What if the storm ends and I don't see you
As you are now ever again?
The perfect halo of gold hair and lightning
Sets you off against the planet's last dance
(Snow Patrol - What if the storm ends)

“Quem é você?”

Os olhos dela continuaram nos seus, mas estavam desorientados, perdidos, assim como a sua primeira frase, depois de toda aquela tempestade, demonstrava. Os seus dois corações doeram, mas ele não deixou isso transparecer no seu rosto. Afinal, Rose havia acordado e ia precisar de toda a ajuda possível.

“Você consegue se levantar?” Ele falou com a voz controlada. Ela olhou para ele e para si mesma e começou a tentar sentar, mas se sentia fraca. Rose olhou para ele.

“Me ajuda?”

“Claro.” - O doctor colocou um dos braços nas costas dela e a ajudou a se sentar e permanecer sentada. Ela encostou a cabeça no ombro dele e olhou para todas as pessoas no fundo da sala encarando-os quase sem respirar. O timelord, percebendo a direção do olhar de Rose, se inclinou para ela e falou no mesmo tom controlado e baixo que usou antes. “Reconhece alguém?” - Ela balançou a cabeça, e parte dele sentiu uma onda de alívio cruzar o seu corpo por não ter sido o único esquecido.

“Rose, sou eu... Sua mãe...” - Jackie deu uns passos a frente, mas Rose encarou o Doctor assustada. Ele fez um sinal com o braço livre para que a mãe parasse onde estava.

“Mas...”

“Jackie, por favor.” - Sarah Jane se aproximou da loira mais velha e colocou suas mãos no ombro numa tentativa de consolo. Ele se voltou para a companheira. - “O que você se lembra?”

Rose parou pensando por uns momentos. “dor.”

“Você está sentindo alguma dor?”

Ela balançou a cabeça. - “Não. Eu só lembro da dor.” - Ela levantou um dos braços em direção a têmpora. - “Uma dor na minha cabeça.” - Ele assentiu.

“Posso tentar te ajudar?” - Ela assentiu. - “Eu vou precisar da minha mão.” - Ele sorriu carinhoso para ela que segurava sua mão do braço que a ajudava se manter sentada. Ruborizou e sorriu envergonhada, enquanto soltava a mão dele e tentava colocar o peso sobre seus quadris e braços. “Eu vou colocar as minhas mãos no seu rosto, assim... e qualquer coisa você pede para eu parar, ok?” - Assentiu mais uma vez, sem retirar os olhos dos deles.

Quando tentou acessar as memórias dela foi rechaçado. Ele a encarou confuso e tentou de novo, sendo empurrado novamente. “o que houve?”

“Eu não consigo penetrar...” - Ele disse frustrado. Ela levantou as mãos e colocou as pontas dos dedos nas têmporas dele, imitando-o. E ao fechar os olhos viu flashes do que ele guardava no fundo da mente. O doctor se afastou do toque dos dedos dela e a encarou assustado. “Como você fez isso?”

“Você muda e tem medo que eu mude também” - Ele ficou tenso. Ela sorriu envergonhada. “Desculpa. Eu não sei como eu fiz isso.” - Ele permaneceu encarando-a rugas de preocupação se formaram em sua testa. Ele não sabia direito o que ela tinha visto e principalmente ele não tinha a menor ideia sobre como ela conseguira fazer aquilo. Ela percebeu sua hesitação. - “Posso pedir uma coisa?”

“Que coisa?”

Ela abriu um sorriso, porém encarou os outros ao redor e sua face demonstrou timidez. “Eu estou com fome. Você pode me ajudar, doctor?”