Querido Diário Otaku escrita por Panda Chan


Capítulo 50
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, quem imaginaria que eu ia postar esse capítulo tão cedo?
Boa leitura e não se esqueçam de ler o capítulo de agradecimento a cada um dos leitores.



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“Então ele a tomou em seus braços e a beijou até sentir falta de ar. Lucca era um perfeito cavaleiro, justamente o que Anna precisava. A garota sentia sua pernas bambas, seu rosto pegava fogo e sua mente pensava em todos os mil significados que aquele beijo teria, ‘eu te amo’ ‘não me deixe’ ‘seja minha’ , o seu favorito, ‘quero você’.

– E-Eu te amo – disse sem jeito .

– Eu te amo mais, Anna – e como se nada tivesse acontecido eles se beijaram novamente de forma menos urgente e mais carinhosa.

Aquele era um dos pequenos momentos que Lucca e Anna levariam para toda sua vida, mas será que era o fim?”

Bebi um gole de chocolate quente e suspirei cansada.

– Agora só falta ver se o epilogo está correto – disse para mim mesma.

Você bem que poderia dormir...

– Calada preguiça – comecei a revisar o texto pela décima segunda vez.

Sei que um editor e um revisor vão ler isso antes de ser publicado, porém, não acho que isso seja desculpa para entregar algo imperfeito.Esse não é meu primeiro romance a ser publicado, mas é o mais especial.

Oh, quanta indelicadeza minha, esqueci de me apresentar.

Prazer, sou Bond. James Bond.

Você não caiu nessa né? Tento usar essa piadinha há mais de dez anos e ninguém nunca acredita nela... Isso é frustrante. Meu nome real é Jullie Anne Elizabeth Way Foster, tenho vinte e cinco anos completados com muito orgulho há mais ou menos dois meses e diferente da minha mãe não tento esconder a idade. Há alguns anos atrás comecei a escrever um diário, um lindo diário que eu carinhosamente chamava de ‘Diário Otaku’, o problema é que quando eu comecei a escrever esse diário minha vida começou virar de cabeça pra baixo e depois de muitas emoções (no caso meu sequestro e a morte do meu irmão) minha psicóloga recomendou que eu o transformasse em um livro. Loucura não?

Minha avó é uma pessoa extremamente influente e antes de morrer conseguiu me dar contatos com várias editoras.

Grace morreu há cinco anos, foi a morte mais bela que já presenciei. Ela ficou doente e teve que ser internada várias vezes, mas nunca desanimou. Quando os médicos disseram que ela podia ser cuidada em casa foi pra lá que ela foi. Fui morar com Grace em Londres para cuidar dela.

Um belo dia, um dos poucos com sol que temos em Londres, Grace não acordou cantando pela manhã, a enfermeira responsável por cuidar dela naquele dia subiu ao quarto e encontrou Grace morta. Ela morreu enquanto dormia, o que significa que não sentiu dor e nem sofreu.

Depois do dia em que Lucca morreu, aquele foi o dia em que mais chorei na minha vida.

Após levarem o corpo, encontrei uma carta que ela escreveu antes de morrer. Na carta ela falava em como a morte parece uma velha amiga, que se aproxima lentamente tentando te conquistar e depois a rouba para si. Pediu pra que eu cuidasse de seu menino, no caso Andy, e que olhasse o closet dela antes do enterro. Fiquei intrigada com o último pedido, quando abri a porta do closet encontrei um saco preto com um bilhete colado que dizia ‘ Caso eu morra me enterre com isso. Com amor, Grace’, dentro do saco havia um vestido vermelho sangue comportado, sem decote e sem brilho, encontrei um bilhete igual em um par de sapatos pretos de salto e em um chapéu vermelho.

O enterro de Grace foi todo decorado com rosas brancas e vermelhas. Sinto falta dela até hoje, mas sei que ela está feliz em sei lá onde.

Fiquei um mês com minha mãe para ajuda-la a lidar com o luto. Dona Mãe continua bela como sempre, meu pai agora é mais atencioso com ela e tenta ao máximo possível me convencer a assumir os negócios da família. Um dia, quem sabe. Nesse mês que passei com eles fui visitar o tumulo de Jessie.

Jessie Marie Franc Del Monte foi a garota mais popular da escola, até enlouquecer e tentar acabar com minha vida. De certa forma ela conseguiu, meu irmão foi morto por ela.

Jessie se matou um ano depois de ser internada em um hospital psiquiátrico. Nenhum enfermeiro imaginou que ela conseguiria se matar enfiando uma caneta na garganta e morrendo por hemorragia. Infelizmente, ela morreu sem nunca revelar quem eram os capangas que a ajudaram a me sequestrar e eles saíram impunes de tudo.

Depois disso passei um ano viajando com meu, na época noivo, Andy e sua banda pelo mundo.

Durante nossa viagem tivemos ataques de fãs lunáticas, histórias engraçadas e a maior atenção possível da mídia para o nosso noivado.

Durante uma premiação americana ele subiu ao palco para receber um prêmio e me pediu em casamento na frente de milhares de pessoas. Senti-me como a Katniss e o Peeta no livro Em Chamas.

Casamos-nos, meu nome gigante ficou maior ainda com a adição do ‘Foster’, mas não ligo pra isso. Amo esse nome e o acho lindo.

– Terminou de revisar seu livro? – Andy estava com seu diário preto surrado e uma caneta, devia estar confessando algo. Pergunto-me até hoje como ele consegue deixar aquele diário sempre com folhas novas para escrever algo.

– Não me apresse – disse tentando fazer cara de séria – Se você me apressar vou usar meus raios lasers em você. Ou os raios de fogo. Ou os raios de gelo. Ou os raios de lasanha.

– Não! – ele começou a rir – Raios de lasanha não! Eles são mortais.

Sorri e bebi mais um gole do meu chocolate quente.

– Ainda bem que você sabe como sou ameaçadora.

Ele riu e voltou a escrever em seu diário infinito.

Acho que é um Death Note quebrado que não mata pessoas mas tem páginas infinitas.

Depois que eu quase fui pra Alemanha, Grace comprou para Andy e eu passagens pra uma ilha paradisíaca, ela pagou nossa hospedagem e todas as despesas que tivemos lá como presente pelo nosso ‘reconciliamento’ . Voltamos um mês depois para casa e falamos pro meu querido pai que nem ele e nem ninguém iria nos separar. Saímos do Saitine e começamos a estudar juntos em outra escola onde Andy conheceu quatro garotos e hoje em dia eles tem uma famosa banda de rock. Mesmo estando muito bem de vida, Andy ainda tem o seu carro Tony e agora comprou mais vários modelos estranhos de casa e os apelidou com nomes de super-heróis.

Eu aproveitei e me foquei na escrita. Já publiquei uma trilogia sobrenatural e agora estou escrevendo uma história inspirada na minha vida com uma pequena diferença, eu não sou a personagem principal e o Andy não existe.

– Terminei – anunciei fechando meu notbook e retirando meu pen drive de ursinho carinhoso com o livro escrito.

– Ótimo – sorriu – Vamos pegar uma carona no Thor.

Thor é uma Ferrari 308 GTS que Andy comprou porque é o mesmo modelo de carro usado numa série de 1980 chamada Magnum P.I. da qual ninguém, repetindo, NINGUÉM, ouviu falar.

Como em todos os nossos passeios Andy ligou o rádio e começou a ouvir bandas de rock com nomes estranhos e músicas mais estranhas ainda. Tão previsível. Chegamos ao prédio da editora e fiz Andy prometer que me esperaria no restaurante da esquina.

– Não sei pra que tanto mistério – disse ele sério – Isso tudo é sobre você e eu mesmo!

– Deixe-me Andrew Foster Way – Andy odiava quando eu colocava o sobrenome do meu pai como se fosse dele – Só vou entregar esse arquivo e já volto.

Ele encheu as bochechas como sempre fazia quando não conseguia o que queria e saiu com o carro.

Entrei correndo no elevador e quase matei a secretária da minha editora por demorar tanto pra me anunciar, depois de longos cinco minutos (A VIDA É CURTA DEMAIS PRA SE DESPERDIÇAR CINCO MINUTOS) entrei no escritório da Kim, minha editora.

– Olha que veio me ver – sorriu – Minha escritora favorita.

– Tenho que ser rápida Kim. O Andy está me esperando.

–Ah –ela fez cara de nojo – Não sei o que você viu nesse rockeiro tatuado.

– O amor é cego.

Entreguei meu pen-drive e esperei pacientemente enquanto ela lia as minhas últimas alterações na história.

– Agora sim isso está digno de ser publicado em nome de J. Foster – sorriu – Estou fascinada com essa história, vai ser um sucesso.

– Obrigada – olhei no relógio – Agora eu tenho que ir, correndo.

– Pra que a pressa?

– Tenho uma boa notícia pra dar e estou ansiosa. Tchau – sai correndo sem nem me dar ao trabalho de fechar a porta.

Entre no elevador e em menos de um minuto estava na rua de novo correndo pra cima e pra baixo até chegar no restaurante e encontrar Andy.

– Ufa – sentei ofegante na cadeira – Cansei.

– Por que você veio correndo tanto?

– Tenho uma boa notícia pra você – falei e em seguida esvaziei meu copo de água e o dele.

– Espero que seja o segredo do seu livro porque você acabou de beber minha água -revirou os olhos .

Andy fez um sinal para que um garçom servisse outra água pra ele.

– Não é isso – coloquei minha mãe sobre a dele – É algo mais empolgante que isso.

– Então me diga essa coisa empolgante e depois o mistério do seu livro.

O garçom serviu a água para Andy e depois saiu.

– Eu estou grávida!

Acho que nem se tivesse combinado isso teria saído tão perfeitamente sincronizado. Assim que terminei de dar a boa notícia, Andy, que estava bebendo água, colocou tudo pra fora numa hilária cena. Ele cuspiu água e uma parte dela saiu por seu nariz, não me aguentei e comecei a rir como maluca dele.

– Você está falando sério? – o rosto dele tinha traços de incredulidade, surpresa e felicidade.

– Claro que estou,baka!

–Nem me importo de você me chamar de vaca agora – ele sorriu e me pegou no colo – OUVIRAM PESSOAS? ELA ESTÁ GRAVIDA! VOU SER PAI!

Vários desconhecidos que estavam no restaurante começaram a aplaudir enquanto outros gritavam “ Parabéns!” ou “ Aquele não é o Andy Foster?”.

Uma senhora se aproximou nos parabenizando e eu agradeci enquanto um Andy muito sorridente mandava o garçom trazer os mais diversos doces.

– Desse jeito nosso filho vai ter diabetes antes de nascer.

– E daí? VAMOS TER UM FILHO! – ele se ajoelhou e começou a beijar minha barriga por cima da roupa – Tem noção de como isso é importante?

– Sim – sorri.

– Então, já sabem o sexo? – perguntou um estranho.

– Ainda não – respondi – Mas já sei o nome se for menino.

– E qual vai ser? – perguntou Andy ainda sorrindo.

– Lucca Kyle.

Andy fez uma careta.

– Luca até entendo, mas Kyle? Odeio meu segundo nome.

– Eu amo seu segundo nome – beijei sua testa.

– Você é incrível sabia? – ele me deu um beijo na ponta do nariz e ficou me encarando com aqueles grandes olhos azuis – Agora me diga qual o mistério do seu livro, J. Foster.

– No meu novo livro não tem Andy.

– O que? – ele estava confuso, o que o fazia parecer um cachorro que não entende como o galho não está onde devia e sim na sua mão – Esse livro é sobre seu diário não é? Aquele que escreveu quando nos conhecemos.

– Sim – respondi – Mas nesse livro alterei algumas coisas pra não deixar tudo muito óbvio. Você já está com a mocinha Andy, não seja egoísta.

– Então quem você colocou como herói nesse livro? – ele estava com ciúmes. Que fofo.

– Lucca me disse na carta que pelo menos uma vez na vida queria ser o herói que termina com a mocinha – de repente não consegui mais encarar seus belos olhos e fiquei observando as linhas da barra da minha blusa – Na vida real ele já foi um herói, eu lhe dei a mocinha.

– Isso quer dizer que ...

Andy sorria. O ciúmes foi embora e ele estava feliz pela minha pequena homenagem a lembrança do meu irmão mais velho que nunca deixou de ter 17 anos.

– Lucca fica com a mocinha no final.


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Notas finais do capítulo

O NYAH APAGOU MEU CAPÍTULO DIVONICO DE AGRADECIMENTOS, OBRIGADA PESSOAS QUE NAO ME AVISARAM QUE NAO PODE FAZER ISSO U_Ú
Aqui tem o video de agradecimento >> http://www.youtube.com/watch?v=ScI9FUb6-GA