Lythian - The Warbringer escrita por DragaodeJade


Capítulo 2
Capítulo 1 - O Sono da Humanidade


Notas iniciais do capítulo

"Todos os humanos que ainda não tem conhecimento do Mundo das Trevas dormem o que chamamos de Sono da Humanidade. Não as desperte a não ser que realmente haja necessidade. A inocência é uma benção que, uma vez perdida, jamais pode ser entegue devolta. Isso é tão útil para nós quanto é bom para os 'adormecidos'. Você deveria saber disto..." - Sophie
—_________________________________________________________



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/27298/chapter/2

Mal o galo cantava, e batiam à porta de seu quarto...

- Lyllian! Acorde, querida!... - Gritava a sua mãe do outro lado da porta. - Hora de começar o trabalho!

- Já vou... - Respondia o mais alto que conseguia, ainda sonada...

Ainda não amanhecera mas Lyllian já estava de pé. Levantar antes do Sol. Essa era a sina de ter nascida aldeã. Contudo, embora levantassem antes do Sol nascer, ninguém abria as janelas ou saía de casa antes do nascer do Sol. Isto era regra em toda a cidade...

Vestira seu vestido azul de trabalho e enrolara um pano de linho na cabeça, para prender o comprido cabelo ruivo nas costas e proteger sua cabeça e seu cabelo do Sol.

Após tomar seu desjejum e satisfazer suas outras necessidades matinais, Lyllian ajudava sua mãe a limpar a casa, enquanto seus irmãos seguiam com seu pai para a oficina. Seu pai era ferreiro e seus dois irmãos estavam aprendendo a profissão para poder substituir o seu pai em breve.

A casa em que moravam era uma casa padrão de aldeão. Possuia uma sala-cozinha, um pequeno corredor e três quartos. Em um dos quartos dormia seus pais, no outro seus dois irmãos, no terceiro e menor, dormia Lyllian. Em seu quarto só havia sua cama, forrada de palha, um baú onde guardava suas roupas, e uma mesinha, ao lado de sua cama, para se colocar o candelabro com a vela, para luminar durante a noite. A banheiro se resumia a uma casinha de madeira com uma fossa do lado de fora da casa, e era compartilhado pelas casas vizinhas.

Eram três filhos, com Lyllian sendo a única menina e ainda a caçula da família. Tinha acabado de completar 16 primaveras e se aproximava da idade de se casar. Seus pais e irmãos sempre foram muito protetores com ela, e pareciam ter ficado ainda mais agora que muitos rapazes da cidade começavam a notá-la. Também não era pra menos: era uma das garotas mais lindas da cidade...

Com seus cabelos castalho-avermelhados lisos até o meio das costas contrastando com sua pele alva, típica da região, chamava a atenção com facilidade, mesmo à distância. Sua silhueta, agora que terminava de se formar, já era bem feminina e atraía os olhares masculinos. Seus traços também eram delicados, tipicos dos de uma menina-moça. E seus olhos amendoados, com íris de coloração verde vivo, terminavam, dando o toque final. Muitos rapazes caíam seduzidos com um único olhar dela, por mais inocente que fosse...

Após terminar de limpar a casa, saía com sua mãe para ajudar a cortar lenha para prepararem o almoço e para aquecimento durante a noite. As sombras das árvores já estavam menores que elas quando Lyllian parara para lavar o suor de seu rosto, indicando que era hora de ir ao mercado comprar as coisas para sua mãe preparar a comida.

Pega as moedas de ouro, já separadas para as compras, e segue em direção ao mercado, que ficava no centro da cidade...

A era uma cidade pequena, e era cercada por um muro de pedra. As entradas eram fechadas por portões de ferro, e guardadas pela militia local, precariamente armados. Não estavam em zona de conflito e o Duque local não via necessidade de armar melhor a militia...

Dentro dos muros da cidade havia, além das casas dos moradores, o mercado, que se resumia a uma área destinada aos comerciantes para montarem suas barracas de venda; uma catedral, onde eram celebradas as missas todos os domingos; e a área das oficinas, onde os artesãos trabalhavam, como ceramistas, tecelãos, alfaitares e ferreiros, como o pai de Lyllian. Não havia mais de 10 mil pessoas morando na cidade, sem contar os fazendeiros, que moravam na área dos campos, à alguns minutos de caminhada. O muro possuia duas extremidades, terminando praticamente encaixado na carrilheira montanhosa ao lado da qual a cidade fora construída, de modo a ficar protegida pelas montanhas de um dos lados, impedindo que fosse completamente cercada. No meio destas montanhas, no ponto mais plano entre elas, se erguia um castelo de aparência rústica, um tanto quanto gótico, com estátuas de gárgulas guardando a entrada e circulando o castelo, como se quisesse afastar possíveis inimigos só pela visão asquerosa. Ali vivia o Duque local e porta voz do Rei...

Lyllian já voltara para casa quando as sombras das árvores só formavam a imagem de seu cume no chão, indicando o ponto mais alto do Sol no céu. Pegara água no poço, no centro da área das casas, enquanto sua mãe acendia o fogo, e ajudava sua mãe a preparar o almoço. Separavam a comida para seu pai e irmãos e Lyllian ía levar o almoço até a oficina, do outro lado da cidade. Almoçava com eles e trazia os recipientes de volta para casa depois do almoço, para lavá-los e deixá-los prontos para o dia seguinte.

O Sol já começava a se pôr quando Lyllian conseguia finalmente parar. Pegava mais um balde de água no poço para tomar um banho antes de se preparar para dormir. Se banhava dentro de uma casinha de madeira embutida na parte de trás da casa, sem teto, que todas as casas tinham. Quando entrava, já devidamente vestida e pronta para dormir, seu pai e irmãos já haviam chego e sua mãe já reacendera o fogo para manter a casa aquecida e iluminada durante a noite. Seus pais e irmãos também se preparavam para o descanso.

Quando o Sol se punha, ninguém mais saía de casa. Assim como sair de casa antes o Sol nascer pela manhã, era proibido para qualquer aldeão andar na rua após o pôr-do-Sol, com o perigo de ser preso e levado a responder sobre sua desobediência ao próprio Duque. Todas as janelas e portas deviam se manter fechadas também. Toda a cidade ficava silenciosa á noite por causa disto, e patrulhas do Duque vigiavam cada canto da cidade, teoricamente procurando aldeões desobedientes. Lyllian jamais havia se encontrado com essas patrulhas, pois nunca, esteve fora de casa a noite. Nem mesmo sabia como era a noite lá fora...

Seu pai contava para ela e para seus irmãos que vultos assustadores se esgueiravam pelas laterias das casas e edifícios durante a noite, procurando presas, e que até os soldados que guardavam os portões no turno da noite, assim como os que patrulhavam a cidade, eram de arrepiar. Ele fora preso uma vez e levado até o Duque por desobediência quando teve que voltar à oficina por ter esquecido o saco de ouro que havia recebido no dia e não conseguira chegar em casa antes do pôr-do-Sol. Dizia também que o Duque era um homem aterrorizante e que seu olhar pareceu penetrar dentro de sua cabeça enquanto se explicava, como se fosse capaz de saber se estava mentindo ou falando a verdade. Outra coisa que seu pai falara e que Lyllian gravara pela modo estranho como isto lhe soara foi que, embora não tivesse reparado direito, ele não lembrava de ter visto as gárgulas de noite quando fora levado para o castelo. Mas não conseguia afirmar com certeza se elas realmente não estavam lá ou se só a sua memória que estava falha por causa do terror que passara naquela noite.

Essas histórias só aumentavam o medo que Lyllian sentia normalmente da noite e do escuro, de forma que sempre dormia com uma vela acesa ao lado da cama. Não conseguia relaxar na completa escuridão. Ainda assim, imagens de monstros andando pela cidade e de seres que devoravam pessoas populavam sua mente antes de conseguir dormir. Algumas vezes, quando acordava no meio da noite e sua vela já havia se pagado, se encolhia de medo em sua cama e só voltava a dormir rendida pelo cansaço físico.

Essa era a vida de Lyllian, uma aldeã comum na pequena cidade de Gilbsten, na região que séculos depois seria conhecida como Holanda. Era uma garota comum do século XI. Uma garota dormindo até hoje o que as mais antigas criaturas da Noite chamava de Sono da Humanidade, vivendo sua vida simples sem se dar conta do Mundo Real ao seu redor. O Mundo que se mostrava após o pôr-do-Sol. O Mundo conhecido como Mundo das Trevas...

___________________________________________________________________________

No alto de uma colina, há alguns kilômetros da cidade de Gilbsten, um grupo de 11 cavaleiros armados, numa formação semi-circular, e 3 batedores, um em cada lado da colina, pareciam montar guarda. Com olhos bem treinados, era possível ver a cidade ao longe, na escuridão da noite. A lua, que estava na fase minguante, se resumia a uma fina cunha de prata no céu, estava bem perto do seu ápice. A única estrutura com que emanava luz pelas janelas era o castelo, no começo das montanhas...

- Comandante Vincent! - Um batedor vinha da cidade, subindo a colina rapidamente. Era um cavaleiro jovem, provavelmente um aprendiz. Não parecia ter mais que 18 anos. Falava com a voz ofegante conforme seu cavalo parava de correr próximos aos cavaleiros. - Trago notícias da cidade. Nosso espião confirmou suas suspeitas, Comandante...

O Comandante a quem se dirigia estava no centro da formação semi-circular e trajava uma armadura completa prateada, que reluzia à luz da lua. Não usava capacete, contudo, deixando seus cabelos negros e lisos até os ombros soltos. Estranhamente, eles pareciam sempre arrumados, não importava o que acontecesse, sempre perfeitamente dispostos para trás. Diferene dos outros cavaleiros, que olhavam ao redor, Vincent mantinha os olhos fechados. Não fazia diferença, contudo, uma vez que era cego. Não dependia da visão para enchergar ao redor...

Vincent faz um leve aceno com a cabeça para o batedor, mostrando que entendera o recado.

- Fez um bom trabalho, meu jovem. Pode descansar... - Respondia com a voz calma e tranquila. - Vou levar a notícia imediatamente. - Aponta para dois cavaleiros armados que estavam ao seu lado. - Vocês vêm comigo. Os demais, vigiem à distância e me relatem toda a movimentação que acontecer durante o resto da noite ao anoitecer de amanhã. Não temos tempo a perder... - E, dizendo isto, vira seu cavalo, começando a cavalgar na direção oposta a cidade, seguido pelos dois cavaleiros. Se o que o batedor relatou era verdade, deviam agir o mais rápido possível...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

__________________________________________________________
(Nota do Autor)

Alguns já devem ter percebido que o prólogo não está em ordem cronológica, mas é uma cena que ainda está por vir em um ponto bem mais para a frente da história. Acredito que este tipo de narração aumente o suspense, além de gostar de narrações que seguem este padrão. Este primeiro capítulo deve ter parecido maçante, e peço desculpas por isto. Como o título deste sugere, foi uma descrição do Sono da Humanidade na época em que se passa a hitória. Será necessário para entender o psicológico de alguns personagens, incluíndo o da própria Lyllian. Peço desculpas também por possíveis erros de ortografia ou por faltar letras, mas meu teclado não está muito bom. Tentei corrigir todos os erros, mas eu bem sei que tem alguns que escapam aos olhos do escritor. Os leitores mais atentos que perceberem, peço que me avisem, comentando ou me enviando mensagem, como preferirem. Quero deixar o texto o mais bem feito possível.

Para os que estão esperando ação, como também já deve ter dado para notar, o próximo capítulo será muito mas dinâmico. E também ainda não entrei na zona que os avisos sugerem, mas garanto novamente que não irá faltar conforme eu apronfundar cada vez mais a história.

Até o próximo capítulo (^.^)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lythian - The Warbringer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.