LXXIX — Amanhecer

(...)

Acordou nos braços de Edward. Assim que abrira os olhos na manhã seguinte, estava um pouco confusa sobre tudo o que havia acontecido na noite anterior. Tentou mexer o braço, porém estava totalmente presa pelo garoto ainda adormecido. O rosto dele estava enfiado em seu pescoço e dormia profundamente. Suspirou enquanto se lembrava da noite mágica que tiveram. Reviveu com nítidos detalhes tudo o que acontecera desde o momento em que fora deitada naquela mesma cama e ter o seu corpo adorado e amado por Edward — até o momento da consumação daquele amor que mal cabia em seu coração.

Apesar da inexperiência de ambos, não podia imaginar uma primeira vez melhor do que aquela; havia sido perfeita em todos os sentidos da palavra. Edward fora gentil com ela, tão gentil que suplantara o desconforto da penetração.

Voltou ao presente quando percebeu que ele começava a acordar. Bella ficou esperando — constrangida por ainda estar nua —, o momento em que ele abrisse os olhos. Lembrou-se com tristeza que naquele mesmo dia voltariam para casa e tudo voltaria a ser regrado como antes. Talvez até mais, após passar tanto tempo longe de casa.

— Bom dia, princesa — disse Edward ao seu ouvido com uma voz rouca.

— Bom dia — respondeu com um sorriso.

Edward aproximou seu rosto ao dela para beijar a ponta de seu nariz.

— Sua mãe pode passar por aqui a qualquer momento — começou Bella, levando os dedos em direção aos cabelos amassados e embaraçados do namorado para acariciar —, e eu acho que ela não ficaria feliz em... nos encontrar assim...

— Eu não vejo nenhum problema em ter você assim, nua, em meus braços.

Bella ruborizou com o comentário.

— Você — concordou Bella. — Mas e Esme? Ela pode surtar legal, então é bom não correr esse risco.

— Você está certa — ele concordou. — Mas enquanto a minha mãe não vem nos acordar, quero conversar sobre a noite passada...

— Eu estou bem, se é o que você quer saber.

Edward sorriu com a sua astúcia.

— Não está arrependida?

— Como eu poderia estar arrependida, sendo eu quem pedi para você fazer amor comigo?

— Você sabe do que eu estou falando...

— Sei? — retrucou.

— Você está bem mesmo, está feliz? Não está arrependida ou querendo me ver bem longe de você?

Se possível fosse, Bella juntou mais os seus corpos para demonstrar que não o queria longe, nem um mero centímetro, ao contrário; queria-o perto, muito perto, ao alcance de seus dedos.

— Você me faz feliz. Muito feliz. A garota mais feliz do mundo — afirmou beijando levemente os lábios dele. — Mas até uma garota feliz, apaixonada e amada precisa escovar os dentes.

Sorriu e beijou a bochecha do namorado antes de se sentar na cama e levar o lençol fino consigo até cobrir os seios. Já haviam dormido na mesma cama nas noites anteriores, mas não haviam feito o que fizeram. Como estaria a sua aparência naquela manhã? Provavelmente horrível! Levou os dedos aos cabelos e, mesmo sem ter um espelho à sua frente, entrou em pânico. Parecia que pássaros haviam se aproveitado dela enquanto dormia para fazer ninhos e mais ninhos em sua cabeça.

Quando puxou mais o lençol metade da perna de Edward ficara à vista. Se suspendesse mais um pouquinho... Afastou os pensamentos. Engoliu em seco e pensou no que faria para se deslocar até o banheiro. Percebendo a dúvida de Isabella, Edward disse:

— Nem pense em monopolizar o lençol! — Ele disse. — E, além do mais, não há nada que você queira esconder que eu já não tenha visto, tocado, beijado...

Ruborizada dos pés a cabeça ela deu um tapa na mão de Edward que subia em direção ao local em que segurava firmemente o lençol.

Quando ouviram passos no corredor os dois entraram em pânico. A porta, por sorte, estava trancada. Mas, ao fitar o chão ao lado da cama, percebeu uma prova óbvia do que fizeram: a embalagem aberta do preservativo. Tomando para si toda a coragem do mundo, contou até trinta, inspirou e expirou várias vezes, até sentir 1 por cento de confiança e largar o lençol na cama e praticamente correr em direção ao banheiro, fechando a porta e encostando-se à madeira ao chegar. Seguiu em direção ao espelho próximo às duas pias que havia no lavabo e pôs-se a se observar.

Se não fosse por algumas marcas avermelhadas em seu busto, continuava a mesma Isabella de outrora. Os olhos castanhos e tão brilhantes também eram algo que não estavam ali ao sair de Forks. Não percebeu que passou tanto tempo fitando-se ao espelho até ouvir a porta ser aberta e uma figura masculina com os olhos verdes tão intensos chegar por trás de si e começar a beijar o seu pescoço.

Havia se esquecido da timidez, do medo, de suas inseguranças quanto à noite anterior enquanto se permitia, mais uma vez, ser amada por seu namorado.