LXV – Jogo.

(...)

Durante o restante do fim de semana, nenhum dos dois ousou tocar no assunto sexo, ou quaisquer umas de suas vertentes. Esqueceram-se momentamente do desejo resguardado do adolescente. Mas Edward devia admitir: Isabella estava se comportando para não provocá-lo. Os beijos trocados eram quase inocentes e sempre interrompiam o contato quando percebiam que estavam ultrapassando aquele limite imposto pelo garoto. Nada de ficar no colo. Nada de beijos molhados no lóbulo. Nada de raspar as unhas em suas costas e, principalmente, nada de beijar qualquer parte além da garganta. Estava dando certo. E eles estavam curtindo aquela nova fase do namoro. Ou quase.

Quando Isabella estava no quarto de Edward, mantinham a porta aberta, pois, com a desconfiança de que alguém poderia passar do corredor, eles não tinham como avançar.

– Você está roubando! – Isabella praticamente gritou, jogando as cartas do baralho em cima do tabuleiro.

– Eu? – Edward apontou inocentemente para si. – Você está equivocada, Bella.

– Claro que você está roubando!

– Você é que não sabe jogar – arrumou as cartas, embaralhando-as.

– Eu quero misturar as cartas – estendeu a mão.

Edward deu de ombros.

– Toda sua – entregou-lhe as cartas. Isabella embaralhou-as uma centena de vezes, cerrando os olhos para o namorado sentado em sua cama despreocupadamente.

– Eu não confio em você, Edward – separou as cartas dele. – Nem que eu perca essa merda novamente, mas eu vou pegá-lo roubando! – prometeu.

Quinze minutos depois, o vencedor estava anunciado: Edward.

Isabella tinha os seus braços cruzados e sua face, emburrada. Edward deitou a cabeça em suas pernas, gargalhando com a careta da Swan.

– Eu detesto você – cuspiu. – Nunca mais aceito jogar cartas. Você rouba!

– Eu não roubo – defendeu-se. – Ter algumas cartas escondidas debaixo no tabuleiro não faz de mim um ladrão.

Isabella alargou os olhos castanhos. Desferiu dois tapas no ombro do garoto.

– Pior ainda! Você trapaceou.

– Você é péssima no jogo, Bella.

– Claro, se você estava roubando!

– Não estava roubando, não. Desde quando é contra as regras do jogo deixar cartas na reserva?

– Você me fez de besta – cruzou os braços.

Edward tentou tocar o rosto da namorada, mas ela afastou a sua mão.

– Qual é Bella, vai ficar assim só porque eu escondi umas cartas?

– Vou.

– Nós podemos jogar outra vez. Prometo que não vou trapacear.

– Eu não confio em você.

– Por favor?

– Não. – permaneceu emburrada.

– Ok. – ele se levantou.

Bella continuou a encarar a porta do quarto esperando que o namorado retornasse. Dez minutos se passaram. Deitou-se na cama e cobriu o rosto com o travesseiro. Repentinamente seu rosto é descoberto do lençol e ela sente algo molhado lhe tocar o nariz. Ela abre os olhos, pronta para gritar, mas para ao ter mais um pouco de chocolate sujando-lhe a face.

– Que merda você pensa que está fazendo? – ela se senta na cama. Com as mãos limpa o chocolate no nariz e testa. – Daqui a pouco várias formigas vão comer o meu rosto!

– Me desculpa? – sujou mais um pouco o nariz dela com chocolate.

– Você vai parar de melecar a minha cara?

– Você vai me desculpar?

– Eu perguntei primeiro!

– Certo, eu paro de sujar você. O chocolate é para comer.

– Então eu desculpo.

– E você vai jogar comigo outra vez. Sem trapaça.

– Tá, vamos jogar – Bella riu maliciosamente.

Dez minutos depois de entregar as cartas, Bella anuncia a sua vitória. Edward a encara perplexo.

– Isso é impossível...

– Eu acho que sim – inclina-se para plantar um selinho nos lábios do garoto. – Eu trapaceei. E você não tem o direito de reclamar – retirou várias cartas escondidas debaixo da perna.

Sorriu vitoriosa.