Forever And Always escrita por Firefly Anne
XLII — Concessão.
(...)
Era de conhecimento prévio à Renée que, quando Charlie fazia uso do nome “Isabella Marie”, a situação para a única filha do casal não estava as melhores. Por isso, apesar de não concordar com o modo antiquado do marido, obedeceu ao seu pedido, indo chamar Isabella que descansava depois do “pequeno acidente”.
— Bella — chamou baixinho próximo à orelha da filha.
Isabella se mexeu, cobrindo a orelha com a mão que estava “boa”.
— Bella, meu amor... — tentou novamente, dessa vez afastando alguns cabelos que estavam sobre a face da primogênita.
As pálpebras de Isabella trepidaram — um sinal de que ela acordaria em breve.
— Charlie está chamando por você, Bella — comunicou assim que a garota tinha os olhos descerrados. — Na verdade, ele está convocando a sua presença.
— O que o papai quer? — a voz da adolescente estava rouca, por causa do sono.
— Em síntese, saber o que acontece entre você e Edward — tapou os lábios com o dorso da mão.
— Como ele sabe? — os olhos dela estavam grandes e assustados.
— Qualquer pessoa, no mínimo atenta, desconfiaria. Seu pai, no entanto, demorou alguns anos a perceber.
— O que eu farei?
— Seu pai não está bravo, meu anjo. Ele apenas não está muito satisfeito por ser o último, a saber, que a filhinha dele se tornou uma mocinha e já está namorado.
Renée deu privacidade para que Isabella trocasse o pijama que vestia por roupas normais. Esperava a chegada da filha encostada à porta. Do corredor em que estava, pouco podia ver sobre o que acontecia no andar de baixo. Provavelmente, mais uma sessão de Charlie intimidando o garoto.
— Estou pronta — anunciou Bella, fechando a porta do quarto.
Renée segurou os dedos de Isabella enquanto desciam às escadas.
— É estranho, mãe — comentou a menina. — Parece que estou sendo guiada a uma sala de tortura. O quão bravo papai está? Seja honesta, por favor.
Renée quase gargalhou antes de responder — só não o fez, realmente, por temer que Charlie interpretasse erroneamente o seu riso.
— Seu pai tende a exagerar, Bella. Ele não está irritado. Não de verdade. De qualquer forma, Edward é o único que não sabe disso.
Desceram os últimos degraus. Os batimentos de Isabella se aceleraram ao fitar Edward — com feição desesperada —, e Charlie no sofá em frente com uma postura belicosa.
— Isabella Marie — chamou Charlie. — Sente-se.
“Sim, isso é a droga de uma sessão de tortura”, pensou a adolescente.
Bella foi em direção ao sofá em que Edward estava assentado. Quando se preparava para sentar, Charlie interrompeu.
— Não ao lado desse garoto.
— Papai... — tentou contestar.
— Não tente me contrariar, Isabella Marie.
Suspirando, Bella obedeceu, sentando-se em uma poltrona estampada entre os dois rapazes.
Renée se estabeleceu ao lado de Edward, olhando com compaixão o garoto.
— Vocês dois — apontou de Edward para Isabella. — O que acontece entre vocês?
Os dois ficaram mudos.
— Se eu faço uma pergunta, eu exijo uma resposta!
— Pegue mais leve, Charlie.
— Responda por eles, Renée. Você parece estar por dentro do que acontece entre a sua filha e esse rapazote.
— Eles são namorados — explicou novamente.
— Há quanto tempo?
— Três anos, senhor Swan — Edward respondeu.
Bella apenas rolava os olhos com a inutilidade de toda aquela inquisição. Pais!
— Três anos? — replicou com indignação.
— Sim, três anos, senhor.
Charlie permaneceu mudo, apenas assimilando as informações dos últimos dois minutos. Ajustando-se no sofá, ele interrogou, exclusivamente a Edward.
— E até que ponto esse namorico chegou?
— Charlie... — Renée tentou brecar o interrogatório.
Bella sabia, naquele momento, que suas bochechas conheceram o ápice do carmim. Tapou os olhos com as mãos.
— Não aconteceu nada, senhor Swan. Nada. — frisou.
Charlie suspirou.
— E o que seus pais pensam sobre isso, garoto?
— Eles estão de acordo — disse. Completou em pensamentos: “eu acho”.
— Ótimo — permitiu-se relaxar.
— Acabou a inquisição? — perguntou Renée, mais ansiosa que os garotos para o fim daquela discussão.
— Por hora. No entanto, tenho algumas observações — fitou Edward e Isabella. — Namorar apenas nesta sala. Você — apontou para Bella. — Nesse sofá. Edward no outro. Nada de contatos que ultrapassem ao aperto de mãos. Nada de beijos, ou qualquer outra coisa. Vocês não podem ficar sozinhos em um mesmo espaço, e quando Edward vir a esta casa, eu ficarei os observando.
Bella abriu a boca para contestar.
— Gostaria de dizer algo, Isabella? — havia um sorriso escarnecedor nos lábios de Charlie. Bella imediatamente cerrou os lábios, cruzando os braços.
— Não.
— Ótimo. Vá para casa, Edward. Já está ficando tarde para você. Isabella suba e volte a dormir. Renée, eu preciso do meu café — encerrou a discussão guiando Edward para a saída da casa.
Emburrada, Bella fez o seu caminho para o quarto.
“Nem sempre ter um pai policial é algo bom”, escreveu no bloco de anotações no criado mudo ao lado da cama.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Olá, anjos da Annie! ♥ Todo mundo achando o Charlie hilário, hahaha. Alguns pais tendem a agir de modo semelhante. Se e seu pai não é assim, agradeça aos céus! Enfim, obrigada aos comentários do capítulo anterior. ♥ Leio, amo, vibro com cada um deles! Sério, vocês deixam o meu dia mais lindo com tanto amor. ♥333
Deixem comentários que amanhã tem mais F&A para vocês!
Grande beijo,
Annie.