XXXVII — Percepção

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Em uma cidade pequena, se as boas notícias chegavam rapidamente, as más chegam através de um foguete. Não era um exagero. Em menos de trinta minutos, o burburinho em estabelecimentos comerciais, senhoras de idade tricotando toalhas de mesa, era que Isabella Swan, filha única do chefe de polícia da região, havia sido atropelada.

“A menina Swan sofreu um grave acidente.”

“Ouvi dizer que ela perdeu um braço.”

“Coitada menina, está entre a vida e a morte.”

“Alguém comentou que esmagaram a cabeça dela. Os miolos da menina estão espalhados pelo asfalto. Uma coisa triste.”

“Dizem que ela já morreu.”

“Pobre Charlie, perdeu a filha única em uma tragédia.”

“Quando será o enterro?”

Eram alguns dos comentários que como a fumaça estavam se espalhando pelos quase 9 quilômetros quadrado da cidade. De tal modo que não demorou muito para que a tal notícia da “tragédia” chegasse aos ouvidos do apaixonado Edward Cullen. O rapaz podia dizer que literalmente correu em direção ao único hospital que havia na cidade para ver a sua amada e verificar se ela estava bem. Que ela havia sofrido um acidente, isso ele acreditava. Mas, com o exagero tão típico das bordadeiras do condado, desconfiou de uma possível morte.

— Ela está bem? — questionou ao pai. Carlisle havia acabado de sair de uma salinha onde Isabella estava repousando.

— Ela está bem — confirmou, e Edward suspirou aliviado.

— Posso vê-la? — estava desesperado.

Carlisle sorriu brevemente, antes de tocar o ombro do filho.

— Os pais de Bella estão com ela, então, caso você não tenha contado sobre... Esse namorico, eu o aconselho a não entrar naquela sala.

— Mas...

— Não tente contestar, filho.

Aborrecido e frustrado, Edward aguardou pelo momento em que os pais de Isabella deixassem o posto de saúde para que ele pudesse vê-la, e com seus olhos contemplar que ela estava perfeitamente bem.

— Edward? — uma voz doce, chamou-o.

O adolescente ergueu a cabeça para fitar a visitante, encontrando a figura de Renée.

— O que faz aqui? — perguntou, logo ao sentar-se ao seu lado. — Não precisa responder, eu sei — Renée sorriu. — Ela está sozinha, Charlie foi à lanchonete buscar um lanche para ela. Porém, seja breve, sim?

— Obrigado — agradeceu à Renée, enquanto arrastava os pés em direção à salinha onde a sua Isabella estava.

Mães... Criaturas tão perceptivas!, pensou o garoto.