Annabeth Chase não era o tipo de pessoa que alguém gostaria de ver irritada, mas aparentemente Percy Jackson, seu namorado, havia esquecido-se disso.

Percy andava de um lado por outro, tal ato do garoto deixava Annabeth agoniada e irritada.

-Percy, querido, pare de andar, se não vai fazer um buraco no chão.

-Hum... – o rapaz nem prestava atenção na namorada,  seus pensamentos estavam sendo ocupados pela bela visão do acampamento Meio Sangue.

-Percy, se você não parar de andar eu te esquartejo com minha adaga – diz a garota. – Mas, sem pressão.

-Está bem – diz o garoto e senta no sofá, ao lado de Annabeth. – Você acha que a Alex vai me perdoar?

-Olha, Cabeça De Alga, eu sinceramente acho que não, mas nunca e sabe.

Percy faz um muxoxo e encosta-se ao sofá.        

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Bianca e Matt estavam na frente da porta do apartamento dos Jackson. Bianca encarava a porta como se fosse a coisa mais importante que ela já tinha visto.

-Vai abrir a porta? – pergunta Matt, impaciente.

-Não – responde a garota – Vamos admira-la mais um pouco, olha como é bonita, branca, e...branca.

-Eu abro, então – diz Matt e empurra a porta.

No exato momento em que a porta é totalmente aberta, e Matt entra e arrasta Bianca junto, dois adolescentes que estavam sentados no sofá se levantam.

-Quem é esse? – pergunta Percy de imediato, o garoto estava com os olhos estreitados. O que o incomodava não era o fato de que um estranho estava na sala de estar de sua casa, e sim o fato de que o estranho estava perto de mais de sua irmã.

-Esse é meu amigo, Matt – responde Bianca – Filho de Apolo, vai pro acampamento conosco.

-Está bem – diz Percy – Mamãe chega daqui a pouco.

-Quem são esses? – sussurra Matt á Bianca.

-Anh, o garoto é meu...irmão – diz com um pouco de desprezo na voz – e a garota é a namorada dele, filha de Atena.

-Nomes...?

-Perseu Jackson, e Annabeth Chase.

-De onde esses nomes me parecem familiares? – pergunta Matt.

-Da serie de livros Percy Jackson e Os Olimpianos? – chuta Bianca.

-É, eu não li os livros, você sabe, porque tenho dislexia. Mas já ouvi falar deles, e muito bem, por sinal.

-É... – Bianca fez de tudo para mudar de assunto.

-Cheguei! – ouviram uma voz vinda da porta, uma mulher de cabelos castanhos cacheados com alguns fios grisalhos estava na porta, sorrindo, era Sally Jackson.

-Oi, mãe – cumprimenta Bianca.

-Olá, Sra. Jackson – diz Annabeth.

-Oi – murmura Percy.

-Bianca! Você veio – o olhar de Sally cai sobre o garoto loiro. – E quem é esse?

-Meu amigo, filho de Apolo, vai pro acampamento com a gente, ok?

-Certo, então, querem ir logo?

-Não devíamos avisar à Paul, ou algo assim? – pergunta Percy.

-Ele já está sabendo – diz Sally – Vamos crianças.

Os 5 se dirigem ao elevador, descem até o estacionamento e lá entram no carro de Sally. Sem dizerem nada, a viagem começa.

No banco do motorista estava Sally, ao seu lado no banco do passageiro estava Annabeth. No banco de trás, na janela esquerda estava Bianca, no meio, Matt e na janela direita Percy.

Durante a viagem, Sally ficava focada no pouco transito, ela ficaria com saudades dos filhos, mas sabia que manda-los para o acampamento era o certo a fazer.

Annabeth tinha, como sempre, milhões de coisas na cabeça. E uma dessa coisa era o que os aguardava naquele ano. Annabeth sabia que não teria paz tão cedo.

Percy estava encostado na janela, obviamente pensando numa coisa muito seria : Bob Esponja Calça Quadrada, Bob Esponja Calça Quadrada, Bob Esponja Calça Quadradaaaaaa.Bem, pelo menos ele tentava pensar em uma coisa seria, mas aparentemente não conseguia. Depois de muito pensar, ele tentou dormir.

Bianca não se sentia confortável. A garota se remexia de um lado para o outro e tamborilava os dedos na calça jeans que usava. De algum modo, Bianca sabia que não seria uma estada normal, alguma coisa teria de acontecer, e mais uma vez, ela salvaria o dia e seria cortada... A garota decidiu que continuar pensando não seria uma boa ideia. Ela se se encostou ao peito de Matt e tentou dormir.

Matt não se sentia muito bem. Ele não conhecia ninguém daquele carro, a não ser Bianca. Mas tudo estava silencioso, o garoto aproveitou o tempo para pensar no que tinha acontecido de estranho no dia. “Primeiro” o garoto pensou “Minha melhor amiga controlou a água de uma fonte. Segundo, minha mãe demonstrou um sentimento senão raiva. Terceiro, descobri que seres mitológicos são reais e que sou um semideus” Definitivamente Matt já tivera semanas melhores. Quando a amiga se encostou a ele, o garoto pode ter o mínimo de conforto, e acabou dormindo também.

            Não demorou muito e o carro já se aproximava do “nada” que era o acampamento pela visão dos mortais.

-Chegamos – fala Sally, ao ver que ninguém respondeu, a mulher olha para trás, e vê Percy, Bianca e Matt dormindo. Bianca e Percy babavam, Sally dá um risinho com isso. Ao olhar para o lado, vê que Annabeth também dormia. – Que tal acordarem? – pergunta Sally.

-Hum? – pergunta Annabeth coçando os olhos – Que foi?

-Como acordamos eles?

-Hum, jogue água, não sei – Annabeth sabia que acordar os filhos de Poseidon não era uma tarefa muito fácil.

            Depois de mil e uma tentativas, Sally finalmente consegue acordar os três adolescentes.

-Mas que raios...? – pergunta Bianca quando a mãe lhe dá um choque com um fio solto do radio – Eletricidade, mãe? Serio, mesmo?

-Foi preciso – diz Annabeth – Alias, vocês ainda babam enquanto dormem – Bianca e Percy limpam a boca, um tanto envergonhados.

-Precisava desenterrar? – pergunta Percy.

-Sim – diz Annabeth.

-Vamos, então? – pergunta Matt.

-Claro – concorda Percy. Eles saem do carro.

            Sally tinha de deixar os filhos irem, então o máximo que faz é segurar as lagrimas e abraça-los.

-Não se esqueçam do protetor solar quando forem a praia – avisa ela – E não se esqueçam de que vocês só podem ir nadar 30 minutos depois de comerem. E não quebrem as regras, não matem ninguém, não comecem a próxima guerra mundial, não roubem artefatos místicos, não desobedeçam a eguinha pocotó, digo, o pônei, quer dizer, o Quíron, não desrespeitem os deuses, não os chamem de Amendoim, ok?

-Não garantimos nada – fala Bianca.

-Ok – concorda Sally – Bianca não pode se aproximar demais de nenhum menino. Percy não pode se engraçar pra nenhuma filha de Afrodite a não ser que queira morrer nas mãos da Annabeth. Matt...Também não pode se engraçar pra nenhuma filha de Afrodite. Ah, e Bianca, nada de se envolver com deuses, estamos entendidos?

-Mais uma vez, não garantimos nada – diz Bianca.  

-Só não matem ninguém e não sejam presos, tá? – pergunta Sally.

-Acho que isso conseguimos – diz Percy.

-Então, tchau.

-Tchau – dizem em uníssono e começam a subir a colina.

            Quando chegam no topo, um garoto os esperava, ele tinha cabelos pretos, sorria arrogante, tinha olhos azuis escuros que pareciam ter um brilho violeta, era pálido como um fantasma, era alto e magricela.

-Olá – cumprimeira Percy, por educação.

-Oi, me chamo Anthony, me mandaram aqui para receber vocês.