“ Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida.

Eu sei que vou chorar a casa ausência tua eu vou chorar.

A cada ausência tua eu vou chorar.

Mas a cada volta sua a de apagar, o que essa ausência sua me causou.”

Tom Jobim

Eu olhava nosso filhos brincando no nosso jardim e tudo parecia ter acontecido a apenas alguns minutos.  O nascimento deles, as noites em claro, a primeira febre, o desespero da primeiro dente e depois engatinhar e andar. Tudo parecia ter ocorrido ha apenas alguns minutos, mas já tinham se passado exatos três anos e eu ainda me deslumbrava quando Edward entrava em casa, me abraçava e dava atenção aos escandalosos dos nossos filhos, que queriam e disputavam sua atenção como se ele tivesse feito uma viagem de dias e não por algumas horas de trabalho na Prefeitura e depois na fazenda com Phill. Eu os entendia, também sentia falta dele pela casa, brigando com Augusta ou dando opinião em algo que não lhe dizia respeito sobre a minha forma de dirigir o meu negócio. E a cada dia eu tinha mais certeza que mesmo que ele não me perdoasse, mesmo que nada fosse esclarecido e que ele nunca tivesse voltado eu iria amá-lo para sempre porque ele era meu Edward e homem nenhum iria ficar no seu lugar, em meu coração ou vida. Eu sempre seria dele mesmo que ele não fosse meu.

Só que tê-lo ali hoje era concretização de um sonho, eu estava dormindo e vivendo dentro de um sonho magnífico, com uma família enorme. Caroline e Augusta foram quase mães para mim e Edward nesses anos. Gêmeos com pais de primeira viagem ,elas riram muito de nós nos primeiros meses, seja do desespero de Edward aos vê-los com cólicas ou o meu choro quando não conseguia entender as necessidades dele de primeira.  Esme e Carlisle vieram nos visitar, mas morávamos muito longe de todos. Até Alice desistiu de suas vindas constantes quando sua loja ficou ainda mais famosa e ela engravidou do marido. Jasper, como Edward costumava a dizer, era um santo em agüentar Alice.

Nossa enorme família então virou a nossa comunidade, que nos amava e sempre nos apoiava. Assim que Edward venceu as eleições para Prefeito da cidade tudo ficou ainda mais familiar. A cidade nos via como a família modelo apesar de nenhum de nós abraçar o titulo, tínhamos nossas imperfeições e muitas delas eram mostradas quando brigávamos no gabinete dele sobre algo que ele discordava de mim e achava que eu não iria incomodar até a noite. Ledo engano, a Prefeitura ficava perto da loja, só duas quadras de distancia, e eu ia lá diziam desaforos se achasse necessário. No entanto, era no mesmo gabinete que ele fazia amor comigo e eu saia corada quando a secretária dele fingia não saber o que ouviu depois da gritaria. Sempre que isso acontecia eu sai quase como fugitiva de lá e deixava um Edward sorridente e sem vergonha para trás que ainda tinha a cara de pau de dar “boa noite” para a secretária no final do expediente.

A cidade melhorou muito com a administração de Edward, pequenas franquias foram aceitas, as lojas ganharam pequenos incentivos para modernização e treinamento de pessoas, a escola sofreu uma forte modernização com computadores de última geração e também capacitação de professores. O Hospital, o único da cidade, estava em reforma e ele garantia que tudo ficaria pronto até o final ano e que novos médicos estavam sendo  contratados. Era uma cidade acolhedora e linda, eu tinha certeza que Lirical Music seria a casa que eu morreria com ele, junto dele.

Nunca mais ouvimos falar de Jacob, Edward processou ele e com bons advogados conseguimos que ele pegasse quinze anos de prisão. Os crimes dele incluíam chantagem, tentativa de homicídio no caso dos bebês e meu e por me drogar naquele dia. Ele iria responder por cada um e por ordens médicas, meu depoimento escrito foi aceito pelo juiz e eu nunca mais o vi ou ouvi falar dele. Acho que Edward ainda mantinha o caso sob um olhar atento, garantindo que ele não chegasse perto de conseguir uma condicional, mas isso não me importava. Meus filhos e meu marido era a minha prioridade e depois é claro minha loja.

Meus negócios iam muito bem apesar de Edward querer se meter, essa era sempre o motivo de nossas brigas, mas eu me divertia com a reconciliação. Abrimos uma filiam em outra cidade e as vendas na internet corriam muito bem. Contratei mais três funcionários, um deles era só para vendas on-line e os outros para as lojas. Um para cada loja. Gostava das compotas e isso me dava um prazer enorme, fazer algo útil e saudável. Anthony e Nessie sempre iam nas lojas comigo e foi por causa das constantes tentativas deles de quebrarem que nós fizemos prateleiras mais em cima fora do alcance deles e foi assim que descobrimos que produtos mais altos e a vista das mãos e olhos dos clientes vendem mais e reformei as lojas aumentando em trinta por cento as vendas o que deixou até Edward supreso. 

- Bella está tudo pronto, vamos arrumar as crianças que elas comam todos os doces antes dos convidados? – Caroline disse me tirando do transe em que estava.

- Vamos sim, mas acho que Edward está dando um desfalque muito grande também.

Olhei e vi ele incentivando as crianças a mexerem na mesa de doces que Augusta tinha acabado de arrumar.

- Seu marido ainda vai quebrar a cabeça com as panelas de Augusta, vamos tirar eles de lá antes que ela volte sim?

E fomos andando em direção a eles que estavam na mesa do bolo agora.

- Edward vamos nos arrumar, a festa já vai começar.

- Hum.. – ele estava com a boca cheia. – Isso está muito bom... Prova.

- Mãe é de chocolate esse. – a boca de Nessie estava toda suja. Anthny colocou dois de uma vez na boca e por isso não conseguia nem falar.

- Vamos... vamos... não quero  confusão hoje e parece que vocês estão muito afim de uma boa briga!

Subimos e arrumamos as crianças e depois fui para o quarto onde Edward estava tentando ajeitar a gravata. Parei para olhar meu marido naquele smoking lindo.

-  Está um gato sabia?

- Só para você amor... só para você.

- Preciso me arrumar.

- Como está Christine? – ele perguntou.

- Ela estava vomitando de tão nervosa.

- Phill falou que ela é virgem, é verdade.

- Acredita? Ela se guardou esses anos todos para ele.

- Bom, eu sei que ele não teve ninguém nesse período. E está muito nervoso também, ontem ele quase matou um funcionário da fazenda porque ele foi brincar sobre a lua de mel.

Rimos juntos e entrei no banheiro. Christine amava Phill e ele esperou que ela voltasse para casarem, ela queria ter feito isso antes e teria largado a faculdade quando ele se declarou, mas ele bateu o pé e disse para ela que só se casaria com ela quando o diploma estivesse nas mãos dela. Ele percebeu que se ela largasse ela seria infeliz e Edward me disse que ele queria uma mulher que ele poderia se orgulhar dos seus feitos como ele se orgulhava dos meus. Impossível não se derreter com isso.

A festa estava linda e Christine e Phill realmente estavam mais tranqüilos depois da cerimônia rápida já que eu pedi para o padre não demorar ou  algum dos dois ia ter alguma crise nervosa no meio do altar. E agora eles dançavam lindos numa pista feita no jardim onde as luzes e flores davam um clima romântico e agradável com o verão.

- Dança comigo? – Edward perguntou.

- Sempre.

E fomos nos juntar ao vários casais que dançavam ao som de uma banda que tocava “Crazy Love” e eu estava olhando as crianças correrem com outras numa parte distante do jardim e Caroline atenta a cada passo deles.

- Amo esse clima de compotas e campo sabia? – Edward falou enquanto me girava.

Sorri com aquela frase.

- Compotas e campo? – disse divertida com aquilo.

- Compotas, campo e minha família.

- O senhor Prefeito deveria gostar mesmo, está concorrendo a reeleições.

- Só para fazer mais para minha família, se vamos morar aqui o resto das nossas vidas, que seja numa comunidade com tudo o que podemos dar de melhor.

- Todos concordam com você.

- Nunca fui tão feliz sabia?- Ele disse encostando minha cabeça em seu peito.

- Nem eu.

E ali dançando olhei para nossos amigos e familiares e todos felizes.

- Edward. – falei ele me olhou nos olhos.

- Sim amor?

- Vida nova Edward.

Ele abriu uma grande sorriso para mim e me girou na pista de dança.

- Edward.. assim eu fico tonta! – disse aos risos quando ele me soltou.

- Quanto tempo... Bella... – ele estava emocionado.

- Dois meses.

- Meu Deus... dois meses já? – ela parou e pensou -  Foi no dia em fomos a fazendo não foi? Que eu te peguei na estufa?

- Foi exatamente nesse dia! Seu safado!

Ela caiu numa gargalhada gostosa e voltou a dançar comigo sorridente e Sue piscou para mim de longe. É tínhamos mais uma vida vindo para Lirical Music.  E essa viria sem dramas, só com muito amor num clima de compotas e campo.