Loucura escrita por kune-chan


Capítulo 10
Cap. 1O - Felizes para sempre (último capítulo)


Notas iniciais do capítulo

A música mencionada é Accidentally in Love - Couting Crows

—OOC

Fiquem com o último capítulo de Loucura! :D



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Estavam a seis horas no avião. Sakura olhava para o note book branco em mãos, procurando imagens na internet sobre a cultura brasileira, e Sasuke somente observava as nuvens.

Ele pensava, em tudo que estava deixando para trás, na sua família morta, no Naruto...

Mas, tudo isso valia a pena. Iria ser realmente feliz, finalmente. Iria ter filhos, iria se casar... E o melhor de tudo: Com a mulher da sua vida. A amava mais que tudo.

Olhou para a rosada do seu lado. Ela estava concentrada no note book e já havia posto o seu casaco logo no início da viajem, pois dentro do boing estava muito frio. Ele não havia tirado o casaco preto, somente havia tirado o capuz e os óculos, e havia trocado de calça. Agora tinha uma calça de também jeans clara, combinando com a calça dela.

Sasuke não conseguia desviar o olhar da mulher ao seu lado. Ela estava muito linda com o seu casaquinho lilás de moletom e de gola alta feita de crochê. Seu cabelo caía como uma cascata rosada sedosa sobre o seu ombro, passando por entre seus dedos brancos e tocando de leve no braço da poltrona, já que ela estava deixando o cabelo crescer.

Ela tinha um dos cotovelos apoiado no braço da poltrona e a cabeça apoiada na palma da mão, enquanto mexia com o dedo médio no mouse do note book. Ele viu que ela estava vendo agora uma imagem de umas das sete maravilhas do mundo: o Cristo Redentor.

Ele aproveitou para observar a imagem que ela havia acabado de ampliar.

-Bonita, não? – Ele murmurou com sua voz quente perto do ouvido dela. Sakura tomou um susto, arregalando os olhos e olhando para ele. Sasuke apenas riu da cara dela.

-Ai, que susto! – Disse se acalmando, voltando a olhar para a imagem. – É, é lindo. É maravilhoso. – Falou abaixando da poltrona da frente uma mesinha que servia para colocar a refeição. – Olha. – Falou botando o note book em cima da mesinha e girando para ele ver.

-Uhum, é lindo mesmo. – Disse observando. Ficou quieto por um minuto, sentindo o perfume delicioso que ela emanava. – Mas não mais que você... – Completou num sussurro alto o suficiente para ela ouvir.

Sakura nada respondeu, somente deu um beijinho no canto da boca dele. Sasuke se assustou com a ação repentina dela, mas não resistiu em virar o rosto e dar um selinho naquela boca tão deliciosa que ela possuía.

Sakura não se contentou e passou a mão na nuca dele, entreabrindo os lábios para permitir que a língua dele entrasse em sua boca e começasse a brincar com a sua. Ela pôde sentir os cabelinhos negros se arrepiarem com o toque dela. Estavam começando a aprofundar mais o beijo quando uma mulher de cabelo laranja e olhos azuis se aproximou do casal.

-Desculpe, mas não podem se beijar no avião. – Ouviram uma aeromoça falar baixinho ao lado deles.

-Desculpe. – Murmurou Sakura se separando dele e corando. Sasuke continuou sério, mas logo que a aeromoça saiu com uma cara amarga ele pegou a mão dela, e beijou a pequena sakura que ela tinha tatuada um pouco abaixo do dedo mindinho.

-Chata ela, né? – Sussurrou Sakura. – Estava tão bom... Por que é proibido se beijar no avião? Por acaso atrapalha o sinal de voo? – Disse irônica.

-Não sei. – Falou sussurrando enquanto entrelaçava os dedos.

Ela se sentou de lado na poltrona, ficando de frente para ele que já estava virado.

-Sasuke-kun...? – Perguntou manhosa.

-Hn?

-Nós vamos ficar num hotel até a gente comprar a nossa casa, num é? – Perguntou.

-Sim. – Disse. – Mas eu não quero nada muito glamuroso não...

-E você quer como? – Perguntou. – Eu gostaria de morar em uma casa...

-Eu também. Uma casa de três quartos, sala, cozinha e banheiro. Ah, e um quintal na frente e atrás.

-Mas pra que três quartos? – Perguntou confusa.

-Um para hóspede -isso se a gente tiver algum-, um para nós dois e outro para o nosso filho. – Falou.

-Sasuke... – Falou mais séria fechando a cara.

-Oque?

-Eu não quero ter filhos... Eu vou ficar uma baranga. Vou engordar quilos e mais quilos, e vou ficar com os meus seios lá no umbigo. – Disse voltando o olhar para o note book que tinha a imagem do Cristo Redentor ainda aberta. Ela não viu que o moreno ao seu lado fechou o sorriso ao ouvir isso.

-Então vamos adotar um... – Comentou.

-Aí pode até ser... Mas se eu descobrir que eu engravidei por acidente, eu vou abortar. – Falou séria.

-Não faça isso... É muito triste saber que você está tirando uma vida de dentro de você... Está matando um serzinho inocente...

Sakura ficou séria. Ela não queria ter filho pois acabaria com o seu corpo. E somente em cogitar a idéia de sentir alguém saindo por "lá" ela se arrepiava toda.

-Sasuke-kun, vamos mudar de assunto? – Disse apoiando o queixo no ombro dele.

-Claro, sobre oque você quer falar? – Perguntou fazendo carinho na cabeça dela enquanto ampliava outras imagens do cenário brasileiro.

-Sobre nós dois... – Disse. Em outros tempos, ele recusaria falar com ela. Pois o "nós" não existia.

-Mas sobre oque?- Perguntou.

-Bem, eu e você... Nós estamos namorando? – Perguntou manhosa deitando a cabeça no ombro dele. Ele ao ouvi-la, parou de mexer no note book e ergueu a cabeça dela com somente um toque de leve. Ela parou de olhar para a boca dele e olhou nos orbes negros, estabelecendo uma corrente em que não conseguiam quebrar. Negros nos verdes. Ela não entendia como havia conseguido terminar com ele anos atrás...

Foi interrompida de seus pensamentos quando ouviu a voz suave.

-Não é obvio, minha bonequinha? – Perguntou com um sorriso de canto.

-Não, não é não... – Ela sussurrou.

-Ah não? – Sussurrou de volta com o mesmo sorriso. –Por que não é?

-Por que você ainda não- Foi interrompida quando sentiu os lábios dele nos seus. Ela pode sentir a língua dele com a dela, se movimentando num rítimo calmo, com ambos aproveitando o momento. Ela então sentiu que a boca dele não estava mais junto com a dela. Ele aproximou a boca do ouvido dela e sussurrou:

-Isso responde a sua pergunta?

-Mas eu nem terminei de perguntar. – Ela disse abrindo um sorriso.

-Mas eu respondi antes do tempo. – Disse dando um selinho nela.

-Sem graça... –Murmurou voltando a sua atenção ao note book.

Ficaram em silêncio por um tempo.

-Sakura...? – Perguntou olhando novamente para as nuvens.

-Eu. – Disse concentrada no note book novamente.

-São mais ou menos quantas horas dos EUA até o Brasil? – Perguntou. Afinal, sua bunda já estava ficando quadrada.

-Se nada ocorrer de errado, doze horas. –Falou ainda concentrada. Poxa, então ainda faltavam seis horas. Apoiou a cabeça na poltrona, fechando os olhos e implorando para que um pouco de sono o atingisse.

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Uma semana depois...

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Naruto já havia decidido: Iria libertar seu amigo.

Desceu animado pelo elevador do prédio, andou feliz pelar ruas e, finalmente chegou ao Manicômio. Procurou a cela, e, arregalou os orbes azuis até não poder mais quando chegou ao seu destino.

A cela estava completamente vazia. Perguntou para a enfermeira que o havia acompanhado se ele havia trocado de cela. Ela respondeu que não, que ele havia conseguido escapar, ninguém havia suspeitado de nada. E, que procuraram por toda a cidade, e nem sinal de Sasuke. Disseram que quando arrombaram a sua casa, viram que o apartamento dele estava sem uma peça de roupa masculina.

Naruto não havia acreditado.

Sasuke estava mesmo disposto a fugir.

Naruto perguntou pela Sakura. A enfermeira falou que ela havia pedido demissão sem motivo algum, e logo em seguida se mudou para outro país.

"Outro país?" Perguntou Naruto assustado. Sim, mas ninguém sabia qual país – respondeu a enfermeira.

Naruto saiu do Hospício desanimado por duas razões – 1º : Perdeu seu amigo, ele nunca mais viria o Sasuke e 2º: Sakura havia ido embora junto com ele. Perdeu dois grandes amigos de uma vez só...

Perguntou quando ele havia conseguido escapar, e ela disse que foi a mais de uma semana.

Sorriu, além de estar chateado. Estava também feliz pela suposta felicidade de seu ex-amigo.

X

Já havia passado uma semana que haviam chegado e Sasuke estava adorando o Rio de Janeiro. Estavam procurando uma casa confortável, nada muito rico. Ele não queria.

Agora se encontravam no quarto de hotel, onde estavam hospedados à exatamente uma semana.

No momento se encontravam abraçados, livre de roupas. Haviam feito amor a noite inteira, e Sakura penou nas mãos de Sasuke. Ele estava sedento. Ela também, mas não tanto quanto ele. E, eles puderam finalmente explorar cada centímetro de ambos os corpos, se beijar até o amanhecer, compartilhar o prazer intenso que mantinham guardados por muito tempo.

Ela estava com a cabeça apoiada no peito dele, com os dedos entrelaçados. Ambos dormiam profundamente. Mas, de repente Sakura levantou num pulo, assustada acordando consigo o moreno.

-Oque houve, Sakura? – Perguntou sonolento esfregando os olhos.

-Sasuke... – Sussurrou com os olhos completamente marejados. Sasuke abriu com um certo esforço os orbes negros e percebeu com a vista ainda embaçada, que o belo par de esmeraldas na sua frente se encontravam completamente encharcados.

-Oque foi? – Perguntou se sentando.

-Nós... Nós não... – As lágrimas já escapavam. Sasuke estava começando a ficar preocupado.

-Oque houve, Sakura? Me responde... – Perguntou acariciando as bochechas dela. Sakura já soluçava, quando o abraçou forte enterrando a cabeça na curva do pescoço dele. –Fala oque houve, minha bonequinha... – Disse passando uma das mãos no cabelo dela.

-Nós não... Usamos... Nenhuma... Prote... Prote.. Prote-ção.. - Conseguiu balbuciar entre soluços. Sasuke entendeu o desespero dela. Numa tentativa de acalma-la envolveu os seus braços pálidos na cintura dela, como um consolo.

-Se acalme minha bonequinha... Nada vai acontecer... – Sussurrou tentando consolá-la.

-Vai, eu sei que... Vai... – Balbuciou com a testa encostada no ombro dele.

-Por que vai? – Perguntou com a voz gentil.

-Eu estou no meu... Período fértil... – disse ainda chorando. Sasuke não gostava de vê-la chorar. Lhe dava um aperto no peito quase que insuportável. Mesmo até porque o motivo era um provável pedaço de gente com os seus genes que nasceria daqui a nove meses.

-Se você engravidar, eu vou cuidar de vocês dois e vou dar a maior quantidade de amor que eu conseguir. – Confessou. Sakura o olhou, já mais calma. Ele era tão lindo falando dessa maneira com ela... Mesmo assim, ela não se sentia preparada para gerar e criar uma pessoa. Mesmo nem tendo certeza de nada: eram só suposições.

As lágrimas já estavam parando de brotar de seus orbes, quando voltou a deitar a cabeça no peito dele, falando manhosa:

-Promete..? – Perguntou agarrando forte e cintura dele.

-Sim. – Disse depositando um beijo no topo da cabeça dela. Permaneceu com o rosto enterrado nas madeixas rosadas, sentindo o perfume que ela emanava.

Nenhum dos dois queria sair daquela posição. Sakura se sentia segura, protegida quando estava nos braços dele. Era como se estivesse completa, e depois de tanto tempo, ainda não conseguia entender o seu cérebro. Como que havia conseguido abandoná-lo? Não, pior: Como havia conseguido trocá-lo por outro? Por outro homem, que só estava interessado no dinheiro? Ela realmente não conseguia entender.

Sasuke sentia como se, o seu coração finalmente estivesse batendo de verdade. Movido por um amor que ele desconhecia. Mas forte do que o que sentia na época do colegial. Muito, muito mais forte. Era tão forte, que se alguém roubasse a sua Sakura, ele não sabia se agüentaria. Agüentou no passado com muita dificuldade, mas agora, ela era uma parte essencial na sua vida. Era como se a sua outra metade do corpo finalmente tivesse voltado para onde nunca deveria ter saído.

Percebeu que Sakura já dormia, e decidiu tomar um banho. Levantou a cabeça dela com muito jeitinho e a deitou no travesseiro. Ouviu a sua pelirosa soltar um gemido de insatisfação. Deu um meio sorriso ao passar a ponta dos dedos de leve na bochecha rosada dela, e ao vê-la se aninhar no monte de travesseiros que estavam espalhados na cama.

Levantou-se, andando calmamente em direção ao banheiro que tinha no quarto do hotel. Se apoiou na pia, se olhando no espelho. Percebeu que tinha várias manchas rochas arredondadas no pescoço. Virou-se para checar suas costas. Tinham vários arranhões, e algumas marcas de unhas femininas. É, a noite havia sido agitada.

Deu uma espiada pelo batente da porta, e observou a sua boneca arrancar o lençol fino que a cobria, deixando-a completamente a mostra. Subiu o olhar pelo corpo esbelto e olhou de longe o pescoço dela: também continha várias manchas roxas, muito mais.

A noite realmente havia sido agitada.

Andou em direção a banheira, e ligou o chuveiro. Sentia a água fria espetar a sua pele.

Sakura se levantou esfregando os olhos. Sentiu os pelos de sua perna se arrepiarem ao sentir o solado de seu pé entrar em contato com o chão frio. Apesar de a cidade ser quente, havia dormido com o ar condicionado a noite inteira. E ainda estava ligado.

Queria tomar um banho, e lavar o rosto. Pois estava com os olhos vermelhos pela leve crise de choro que dera. Andou devagar até o banheiro. Enquanto andava, percebeu que o interior de seu íntimo doía levemente. Talvez Sasuke tivesse abusado muito dela...

Olhou para a banheira, e para o chuveiro ligado.

-Sasuke-kun...? – Murmurou rouca. Ele parou de esfregar o shampoo e olhou para ela.

-Hn? – Perguntou.

-Você está todo arranhado... – Murmurou ainda sonolenta no batente da porta.

-Eu sei. – Disse ainda olhando para ela.

-Fui eu não fui? – Perguntou andando em direção a ele. Ele reparou nos olhos vermelhos dela e nas marcas no pescoço. Também reparou que ela andava muito devagar e que com uma das mãos apertava a região de seu ventre.

-Está doendo, não está? – Perguntou fazendo gestos com a mão para ela ir tomar banho com ele. Sakura assentiu, esfregando os olhos e dando um longo bocejo.

Ela entrou na banheira, desligando o chuveiro.

-Por que desligou? – Ele perguntou. Sakura o olhou e pediu para ele passar para o morno, pois ela não alcançava o chuveiro.

-Eu estou com frio, Sasuke-kun. – Disse pegando o sabonete.

-Então por que arrancou o lençol? – Perguntou voltando a passar o shampoo.

-Ele estava me irritando. – Disse passando o sabonete pelo seu corpo. Logo ouviu uma canção preencher o ambiente. Uma voz grossa, macia, e quente. Uma voz que ela conhecia bem.

-…Accidentally in love… - Ele cantarolava. Nunca havia ouvido aquela música antes.

-Que música é essa? – Ela perguntou. Sasuke parou de cantarolar e a olhou nos olhos.

-Eu compus quando nós ainda estávamos estudando. Para você. – Ele disse. Sakura sentiu o seu peito se encher de alegria. Nunca ninguém havia composto nada para ela.

-Então você toca para mim? – Perguntou olhando novamente manhosa. Ele deu um sorriso de canto. Ela havia se esquecido que ele amava tocar em seu violão.

-Claro. – Falou. Sakura ainda sustentava o mesmo olhar, e estremeceu ao senti-lo acariciar o seu pescoço.

-Me abraça? – Ela perguntou com os olhos brilhantes. Quase que imediatamente, Sasuke se agachou um pouco para ficar do tamanho dela e a envolveu com seus braços grandes. Ele sentiu as mãos femininas agarrarem forte o seu pescoço.

-Eu te amo. Muito muito. Muito mesmo. Do fundo do meu coração. Eu te amo mais do que amo a mim mesma. – A ouviu dizer. Ele sorriu e beijou de leve uma das manchas roxa dela.

-Eu também... – E se beijaram em baixo do chuveiro ligado.

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Um mês depois...

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Sakura estava sentada no sofá da sala, com uma cara não muito boa. Suas regras estavam atrasadas a quase um mês. E o maldito enjôo não a abandonava. Estava enjoada desde que se mudaram para uma casa em Niterói.

Era um local confortável. Uma casa de dois andares, com um quintal relativamente grande que tinha uma piscina, área de churrasco (eles nem conheciam direito oque era um churrasco) e com um balanço.

Por fora, era uma casa de madeiras brancas. Por dentro, tinha quatro quartos. Sasuke falou que um ele iria deixar de reserva.

No primeiro andar tinha uma sala de vídeo, uma sala normal, a cozinha e um banheiro de visita. No segundo, tinham dois quartos com suíte e dois sem suíte.

E Sakura, agora sentada em um sofá branco na sala de visitas pensava seriamente em ir comprar um teste de gravidez. Estava realmente preocupada. Iria aproveitar que o pelinegro havia sumido. Não sabia para onde ele tinha ido, só sabia que ele estava fora desde as 1O da manha, e agora, quatro da tarde ele não havia voltado.

Sentiu mais um de seus enjoos voltar. Era um enjoo diferente, diferente de todos que ela havia sentido. Saiu correndo em direção ao banheiro de visitas e se curvou sobre o vaso sanitário.

Havia posto tudo para fora – o almoço, o lanche, e as torradas que havia comido com pasta de jiló. – Ah sim. Havia esquecido de mencionar os súbitos desejos.

Mesmo com todos os sintomas de gravidez, ela se recusava a aceitar. Não queria ter um filho e ponto final.

Levantou-se, e escovou os dentes. Claro, por que aquele gosto estranho na sua boca ninguém merece.

Iria realmente comprovar se estava grávida ou não.

Andou até a sala, e pegou a chave jogada na mesinha de centro de madeira que ficava em frente a televisão de plasma.

Abriu a posta branca de vidro e saiu. Andou até o muro, e com outra chave abriu a porta. Andou até a esquina, aproveitando que tinha uma farmácia lá. Haviam escolhido um lugar ótimo para morar, tinha tudo perto. Quando chegou, foi em direção a os testes de gravidez. Pegou um e se dirigiu ao caixa. A mulher que estava passando sua compra não parava de olhar para Sakura.

-Oque foi? – Perguntou a rosada, seca. Não estava com um humor dos melhores. A mulher do caixa percebeu o olhar com uma ponta assassina e somente lhe entregou a nota.

-Obrigada e volte sempre. – Falou mecanicamente. Sakura pegou com raiva e saiu com passos firmes até a sua casa. Abriu a porta, e se diregiu rapidamente ao banheiro. Ao chegar, nem fechou a porta. Tirou a embalagem e depositou sua urina lá.

Tinha que esperar dois minutos. Estava impaciente. Colocou o teste em cima da pia, e se dirigiu a sala. Pegou o controle da TV e ligou-a. Não tinha nenhum canal descente.

Esperou. Os minutos pareciam se arrastar. Quando finalmente acabou o tempo, correu até o banheiro. Pegou o teste em mãos.

-N... Não acredito... – Sussurrou com os olhos já marejados. Duas listras. É, estava grávida. Jogou o teste com raiva na lixeira. Não queria ter esse bendito filho, já havia falado isso. Saiu com raiva mais uma vez até a aquela farmácia. Iria comprar um remédio abortivo. Já sabia o nome, sabia tudo.

Ao chegar na porta, parou. Não iria contar para Sasuke, então, qual o problema?

"Você vai matar um serzinho inocente..." Ecoou na sua cabeça. Logo, a imagem do menino de cabelos negros e olhos verdes apareceram em sua cabeça. Sim, havia sonhado com ele também. A imagem do sorriso de felicidade do seu amado apareceu em sua cabeça. Talvez ela fosse feliz com um filho...

Mas não. Iria tira-lo. Não queria, não queria...

Andou até um dos vendedores.

-Oque deseja? – Perguntou um rapaz de cabelos caramelados. As lágrimas que estava prendendo despencaram com força. Talvez, gerar um filho, sentir alguém crescendo dentro de si seria uma boa idéia. Ficava feliz em pensar na suposta felicidade de seu moreno.

-Um... Um remédio para dor de cabeça... – Falou, enrolando um pouco a língua nos "r". Secou as lágrimas com a costa da mão.

-Uma Neosaldina está bom para você? – Perguntou entregando para ela.

-Uhum. – Pegou o remédio e andou até o caixa. A mesma mulher de enormes óculos não parava de olhar para ela. Nem um momento.

-Mas oque é que você tanto olha para mim? – Perguntou se estressando.

-Gostei de você. – Falou a caixa enquanto mandava beijinho.

"Eca" Pensou Sakura. Era realmente muita sorte ser paquerada por uma homossexual. Entregou o dinheiro, e pegou o remédio. Não queria ir mais naquela farmácia. Não queria mais ser paquerada por aquela mulher.

Aproveitou que estava na rua, e saiu em direção ao shopping que também era perto. Só atravessar duas ruas. Chegou no shopping, e correu em direção à uma loja infantil. Deslumbrou-se com as inúmeras peças de roupas de bebês.

Cada uma mais fofinha que a outra! Andou até uma prateleira repleta de sapatinhos para recém nascido. Tão pequenininhos... Cada um mais lindo que o outro. Mas um chamou a sua atenção: um feito de lã, amarelo com alguns detalhes azuis. Havia amado aquele. Não resistiu ao impulso e pegou. Andou até o caixa, com um sorriso enorme.

X

Sasuke chegou em casa, com um carro novo. Havia comprado um Vectra preto. Estava feliz.

Mas estranhou o fato das luzes estarem totalmente apagadas. Abriu a porta da sala, e acendeu a luz. Estava totalmente vazia. Avistou em cima da mesa de jantar uma sacola de loja infantil. Andou até lá, e tirou de dentro um par de sapatinho de bebês. Ficou olhando um tempão para os sapatinhos. Viu que dentro da sacola, tinha um papel.

Pegou, e logo reconheceu a caligrafia.

-"Parabéns, papai." – Era oque estava escrito. Ele sentiu o seu peito se encher de uma sensação que nunca havia sentido antes. Abriu o maior sorriso que havia aberto em toda a sua vida. Apertou forte o par de sapatinhos na sua mão, e subiu correndo para o seu quarto.

A Alegria em seu peito era enorme. Não acreditava que Sakura estava grávida.

Ao chegar em frente a porta, abriu e viu que estava tudo escuro. Acendeu a luz, e encontrou Sakura só de camisola de malha, coberta por um fino lençol. Dormia profundamente. Aproximou-se com passos lentos, para não acorda-la. Queria enchê-la de beijos, de abraços, e mais que tudo: queria compartilhar a sua alegria.

A abraçou forte, enterrando sua cabeça na curva do pescoço dela. Dentro de sua boneca tinha um pequeno ser com o seu sangue... Era um pedacinho dele dentro dela...

Sakura não havia acordado com o abraço sufocante dele. Aproveitou que ela estava dormindo, e levantou a camisola dela até o umbigo. Aproximou sua mão do ventre dela, acariciando de leve. Espalmou sua grande mão, para tentar sentir alguma coisa. Aproximou seu ouvido, queria ouvir seu filho. Queria, queria demais. A alegria que ele sentia era tanta que chegava a sufocá-lo. Beijou o ventre dela.

Não percebeu que Sakura abriu os orbes verdes, e se sentiu completa ao ver a pessoa que mais amava na vida dando pequenos beijinhos no seu ventre, com um sorriso bobo na cara.

-Sasuke? – Chamou Sakura sorridente. Sasuke avançou com vontade sobre ela, a beijando apaixonadamente. Separaram-se por falta de ar.

-É... Verdade...? – Sussurrou ele ofegante sorrindo. Sakura assentiu, deslumbrada pelo brilho nos olhos dele. Ela também devia estar assim, pois estava imensamente feliz. E completa, mais completa do que nunca. Tinha, Sasuke ao seu lado, mais agora do que nunca. E melhor...

-Eu tenho um pedacinho de você dentro de mim... – Sussurrou, passando a mão no ventre. Sasuke sorriu e perguntou quanto tempo tinha que ela estava grávida. Ela disse que achava que tinha um mês, e que ele havia sido feito no hotel, lembra?

Sasuke sorriu, entorpecido pela imensa felicidade.

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Oito meses depois...

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Estavam abraçados no sofá da sala. A barriga de Sakura estava enorme, meio pontuda para a frente, oque denunciava que era um menino.

Haviam descoberto que era um menininho aos quatro meses.

Sasuke as vezes se pegava imaginando o seu filho. Será que teria os cabelos caramelados ligeiramente rosados como o de sua bonequinha? Ou teria cor de ébano como os seus?

Passou a mão na barriga dela, sentindo um chute de seu filho.

-Chutou! – Ele disse aproximando o ouvido da barriga - agora descoberta - dela. Ouvia o coraçãozinho bater acelerado...

Sakura observava o pelinegro ouvindo a sua barriga. Não conseguia parar de sorrir ao sentir seu bebê chutar. A sensação era de uma bola de gás dentro dela que se movimentava.

Quando nascesse iria sentir falta daquele movimento dentro de si...

E, meu Deus! Como sua barriga crescia rápido! Parecia que era outro dia que estava com uma leve ondulação... E iria nascer logo! Mal esperava para o acontecimento, mal esperava para sentir em seus braços o filho do seu homem...

De pensar que haviam ficado tanto tempo separados, lhe dava nostalgia. Não conseguia se conformar em ter trocado o seu querido Sasuke-kun por uma pessoa interesseira, que não pensava em ninguém além dele mesmo...

Burra! Era isso que ela havia sido um dia. Havia o feito sofrer, e quase morrer por conseqüência. No final, ele havia começado a ver todos os seus parente, que por sinal estavam mortos.

E, como um bom amigo que Naruto é, o internou. Ficou mais ou menos quase dois meses internado sem saber oque se passava no mundo de fora. Ele nunca reclamava, mas era claro em seu olhar que ele não estava bem enquanto era internado.

Tanto é que ele teve problemas no coração, literalmente. Iria morrer se sofresse muita emoção.

Mas, a sua sorte é que Naruto a havia contratado, pois ele uma vez havia comentado que Sasuke havia enlouquecido por causa do término, mas ela não levava isso a sério.

Por bem ou por mal, foi cuidar dele a mando do loiro.

E não é que Sasuke a havia perdoado?

Havia ficado feliz, feliz feliz! Pulou que nem uma louca quando chegou em casa.

Mas a sua surpresa maior foi eles terem voltado a namorar.

E, estranhamente Sasuke havia parado de ver espíritos e ela também.

E ali, agora, que percebia que no final, a única loucura de Sasuke não era nada de ver espíritos nem depressão constante. Sua única loucura era estar apaixonado por ela, e estarem juntos.

Afinal, ele estava louco sim. Louco de amor.


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Notas finais do capítulo

E aí? Oque acharam?

PS: Ainda tem o Epílogo!

Bgx o/



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