Everything Can Change escrita por Sam
E assim, mais um dia começou. Eu não aguentava mais tantos pesadelos me perseguindo. Eram sempre os mesmos. Ou uma voz rouca e desesperada chamando o meu nome, ou um som ecoado de tiro e logo depois uma dor insuportável em meu coração. Acho que faziam meses que eu não sonhava com algo bom, mas eu ainda me lembrava de um. Eu estava em frente a um portão alto, coberto por lantas, que logo se abriu sozinho e revelou o maravilhoso jardim que escondia. Mas não durou muito, eu logo acordei. É incrível como eu sempre acordava nas melhores partes dos sonhos, até que comecei a ter pesadelos e minha mãe não precisava me acordar mais.
– Café da manhã! - Falando nela...
– Já desço, mãe!
Levantei toda descabelada e fui tomar um banho pra ganhar a disposição que eu precisaria ter para o dia longo que viria pela frente. Coloquei uma roupa simples e desci. Minha mãe estava arrumando a mesa para o café.
– A Anne não chegou? - Perguntei
– Não filha, você a chamou pra tomar café?
– Chamei. Vou ligar pra ela...
Ligação on:
– Oi Stew!
– Você já está vindo?
– Tô saindo de casa. Abre a porta.
Ligação off
Desliguei e fui em direção à porta. Antes que eu pudesse chegar até ela, a campainha tocou. Anne era minha vizinha da frente e minha melhor amiga desde que nos mudamos para São Paulo.
– Bom dia, flor do dia! - Disse Anne, me dando um abraço e indo até a cozinha. - Bom dia Julieta!
– Bom dia Anne! Sente-se.
Anne estava ansiosa para o meu aniversário. Se fosse por ela, já estaria tudo pronto, mas deixei as compras para a última hora.
– E então, aonde vamos? - Perguntou ela, passando geléia em uma bolacha.
– E você ainda pergunta? Qual é a rua mais barata e mais legal para se fazer compras aqui?
– 25 de Março!
Tomamos café e saímos. Minha casa era longe, então pegamos o ônibus.
– Temos que decidir a cor e o tema da decoração. - Disse Anne, se sentando.
– Que tal preto e branco, anos 60?
– Não! Algo mais original!
– Hummm... Colorido com letras de músicas legais e fotos de bandas famosas?
– Perfeito! Nós vamos arrasar! Vai ser o melhor aniversário de dezesseis anos do mundo!
– Não! O melhor do mundo foi o seu! Super tradicional. Foi incrível! Um sonho...
Meu celular tocou. Não reconheci o número, mas atendi.
Ligação on:
–Alô.
– Stew? – Perguntou a pessoa do outro lado. Eu conhecia aquela voz...
– Rick? – Rick era meu melhor amigo desde que eu tinha quatro anos. Ele estava morando na Irlanda com seus tios desde os quatorze anos, mas nunca deixamos de nos falar.
– E aí pimentinha?! Tudo bom? – Ele me chamava de pimentinha e eu o chamava de 16. Era um segredo nosso. Ninguém mais sabia o motivo a não ser nós dois.
– Oi Rick! Que bom falar com você! Não reconheci seu número. Mudou de novo?
– Mudei sim, mas não é por causa disso que eu te liguei. Lembra que eu sempre te disse que iria no seu aniversário de dezesseis anos, não importasse onde eu estaria?
– Lembro sim... – Fiquei um pouco desanimada.
– Então... A passagem já foi comprada e eu estou indo pro Brasil amanhã!
– Que ótimo! Você vai poder nos ajudar na organização!
– Legal! Vocês podem me pegar no aeroporto amanhã?
– Claro. Que horas?
– Onze horas. Vou estar morrendo de fome!
– Como sempre...
– Vejo você amanhã! Beijos!
– Tchau Rick!
Ligação off.
– Deixa eu adivinhar, o Rick cumpriu sua promessa e vai vir pro seu aniversário?
– Ah, Anne! Não fica assim! Não foi culpa dele... – Ele tinha feito a mesma promessa pra Anne, mas não pode vir. Aconteceu alguma coisa que o fez perder o avião e ele não pode pegar outro.
– Tudo bem, já passou. – Disse Anne e nós levantamos, pois havíamos chego. – Vamos às compras!!!!
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