Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 21
Capítulo 19: Eddard & Lailla


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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Eddard Baratheon

Ned xingou Gyles Tyrell até a décima geração, em consequência da imprudência dele à pobre garota Tully, que quase havia sido violentada. Agradeceu aos deuses por Rhaego Targaryen ter aparecido antes que danos sérios fossem causados. Raven Arryn estava muito arrependida por ter ajudado a garota a escapar de seu protetor e agora era uma das que consolava a menina.

Sua mão foi instintivamente para o martelo de guerra que mantinha preso à cintura, era uma arma poderosa, havia pertencido ao avô, Robert Baratheon, fora com esse martelo que o rei abrira o peito de Rhaegar Targaryen no tridente. Um dos raros presentes de Lord Gendry, Eddard sabia manejar todo o tipo de arma, a mãe se assegurara disso, mas ainda assim, preferia o martelo.

Nesse momento os Homens de Ferro carregavam o navio com suprimentos que a Capitã Greyjoy havia comprado. Lailla por outro lado distribuía vestes próprias para o frio, as quais havia comprado com ele e os irmãos Lannister, logo elas seriam necessárias. O Tyrell entretanto ainda não tinha regressado ao navio, para a infelicidade de Sor Astor, Ned desconfiava que assim que o Mallister pusesse os olhos nele o socaria. E quem poderia culpá-lo?

Suspirou observando o titã de Braavos, a estátua ainda era maior do que ele imaginara. Porém apesar da curiosidade que sentira quando ouvira as lições do Meistre sobre Essos, jamais sentiu o mínimo desejo de abandonar o Norte, quanto mais Westeros. Entretanto aqui ele estava, contra a vontade da mãe, apenas para satisfazer a Rainha Dragão. Se não tivesse visto o monstro com seus próprios olhos jamais teria acreditado naquela loucura, e ainda assim não achava uma boa ideia viajar tão longe para combater um inimigo do qual nada sabiam.

Se não tinham conhecimento sobre adversário, deveriam ao menos escolher um campo de batalha familiar. No leste o inimigo estaria em seu território e teria inúmeras vantagens. Apesar de tudo isso fora ele o primeiro a se pronunciar quanto a viagem, aceitando a missão. Não fizera por bravura, heroísmo ou por se importar com os Targaryen, fizera por saber que se admitisse que essa loucura era contra sua vontade, a mãe iria enfrentar uma guerra contra Daenerys Targaryen antes de permitir que ele fosse. A única saída que manteria Arya e sua família seguras seria fingir que estava ansioso para a jornada suicida.

Viu ao longe duas silhuetas familiares, o primo Drogo regressava acompanhado de Sor Gyles. O Tyrell tinha o cenho franzido e parecia preocupado, provavelmente Drogo já lhe contara o quê havia acontecido. Eles subiram ao navio, assim que Sor Astor pôs os olhos no Tyrell avançou furioso. Mas Ned o deteve, ainda que achasse a atitude do Espinho Sangrento irresponsável, não permitiria que uma briga se iniciasse, eles já tinham muitos problemas sem isso.

O cavaleiro de Highgarden pediu sinceras desculpas a Sor Astor, que ameaçou matá-lo caso ele colocasse Lady Tully em perigo novamente. Então Gyles se afastou indo até a cabine feminina, provavelmente se desculpar com Shiera também. Não demorou muito para que o Black Kraken estivesse em movimento e logo eles deixaram Braavos.

A Capitã reuniu todos os doze em sua própria cabine, o local era espaçoso como bem Ned se lembrava, olhou para a enorme e luxuosa cama e sentiu o rosto corar. Estivera ali com a Capitã à poucos dias, tal qual todos os cavaleiros, a Greyjoy era extremamente promiscua e uma selvagem na cama, se deitara com cada um dos homens no navio, exceto, é claro, Aemon Martell.

- Temos suprimentos suficientes para uma volta de lua, na qual viajaremos para Ibben e retornaremos. Creio que alguns de vocês compraram vestes para frio e outros conseguiram informações...

- Lord e Lady Baratheon acompanharam a mim e meu irmão na compra de vestes pesadas, capitã, talvez em uma jornada a lugares tão frios quanto Ibben você possa usar roupas menos vulgares, Greyjoy. – disse Narcysa com a voz carregada de sarcasmo.

Mary Lane corou de raiva e parecia a ponto de avançar na garganta da Lannister, mas conteve-se e respondeu com a voz igualmente cheia de ironia.

- Pelo menos eu tenho algo para mostrar, não deveria ter inveja minha criança, um dia também terá um corpo de mulher.

Foi a vez de Narcysa corar, ela abriu a boca para responder, mas foi cortada por Raven.

- Eu tive que ficar no navio, juntamente com Melony, mas creio que alguns dos rapazes conseguiriam informações sobre o leste e me lembro de alguém comentando algo sobre Ibben.

- Sim – disse Gyles rapidamente – As informações que tenho é sobre um guerreiro que subjugou com um exército de harpias Astapor, Meeren, New Ghis e Yunkai. Há é claro boatos fantasiosos e é quase impossível tirar a verdade deles.

- Sim. – afirmou Drogo – Também ouvi boatos fantasiosos e estórias de pescadores. O que posso afirmar é que o inimigo é demasiado cruel, acorrentou os escravos libertos pela rainha e fez uma verdadeira chacina nas cidades que lhe resistiram.

A balburdia se instalou, muitos começaram a falar ao mesmo tempo, Narcysa e Mary Lane ainda trocavam farpas, Aemon gritava com Gyles Tyrell. O grupo só se calou quando, Jhoria, uma das companheiras de sangue de Rhaego deu uma sonora chicotada na mesa, todas as atenções voltaram-se para o Príncipe Perdido, ele falou com a voz grave de um comandante, porém carregada pelo seu sotaque dothraki.

- O quê me aflige é a velocidade com que ele faz essas conquistas. Meses atrás só tinha as ruínas de Valyria, agora subjugou quatro das grandes Cidades Libertas, se continuar seguindo para oeste devemos supor que seu próximo alvo é Tolos. Porém o verdadeiro perigo é Volantis, a cidade tem centenas de navios de guerra, isso lhe daria armas suficientes para causar grandes problemas nos portos de Westeros.

- Storm End jamais foi derrubada. – disse a irmã Lailla Baratheon parecendo insultada – Nem por ataques marítimos nem por ataques por terra.

- Sim, mas Storm End não é o único castelo no litoral – disse Ned colocando uma mão no ombro da irmã tentando acalmá-la.

Lailla relaxou sobre seu toque. Antes que todos começassem a falar ao mesmo tempo novamente Gyles Tyrell se pronunciou.

- Hoje encontrei um velho braavosiano que afirma ter visto esse último filho da Harpia. Ele o descreveu como um albino, isso está certo Rhaego?

O dothraki assentiu pesadamente.

- Então talvez o resto que ele me disse também seja verdadeiro, porém temo que sejam notícias preocupantes.

- Fale logo, florzinha. – provocou Aemon.

Gyles ignorou o Martell, como se este não passasse de uma mosca zumbindo ao seu ouvido

- Ele afirmou que ‘O Último Filho da Harpia’ não possui apenas um exército de monstros, mas também uma criatura híbrida, uma mistura de dragão e harpia. Viu tal besta Rhaego?

- Não, mas recordo de ter ouvido rugidos aterrorizadores, deduzi que fosse um dragão ou um dos monstros. Eu vi muito pouco quando estava em Valyria, tentava escapar e não ser notado.

- Pela quantia certa ele me vendeu dois itens um tanto quanto valiosos. – disse Gyles tirando dois pergaminhos do bolso, ele colocou um sobre a mesa, todos os doze se aproximaram para ver o que continha, depois foram passando o item de mão em mão, o retrato desenhado habilidosamente no papel só podia ser de uma deusa.

Ned analisou impressionado. Era como um anjo de asas negras, com penas cobrindo-lhe também o corpo feminino e sensual, o rosto era belo, ela parecia estar calçada porem os sapatos se incorporavam aos seus pés a trança longa era retratada acima de sua cabeça como se não conhecesse a gravidade, ela trazia em uma das mãos uma espécie de cajado. E no lugar das unhas possuía longas garras afiadas.

- Essa, pelo que dizem é a Mãe Harpia, a general de nosso inimigo?

- A Mãe Harpia. – repetiu Aemon, num tom um tanto quanto incrédulo – Estamos lidando com deuses agora? O que é isso? A abelha-rainha dos monstros?

- Meu informante disse apenas que essa é a segunda no comando. – respondeu Gyles colocando um segundo pergaminho – Isso de acordo com o velho é a criatura híbrida.

Tal como o primeiro pergaminho este desenho passou de mão em mão, Eddard mal pode segurar sua curiosidade até que chegasse a sua vez. O animal retratado se assemelhava a um dragão, era negro e parecia feroz, porém ao invés de couro, suas asas possuíam penas negras.

- Sua Valyria pode cuidar dessa gracinha? – perguntou Renly para Rhaego.

O dothraki franziu o cenho e respondeu com sinceridade.

- Depende do tamanho dele suponho e também se cospe ou não fogo.

Todos ficaram em um silêncio tenso, mesmo Aemon Martell parecia pensativo. Até que Ned se pronunciou.

- Então, alguém sabe o que nos aguarda em Ibben?

- Primeiramente: muito frio. Segundo: isolamento. – disse Drogo – O local foi completamente abandonado no último inverno. Mas eu consegui um mapa da ilha.

Ele desenrolou um grande pergaminho na mesa. Este era tão detalhado e claro que ninguém precisou se mover para enxergar claramente.

- Vêem as circunferências próximas às praias? São cavernas subaquáticas e esta aqui, no extremo norte. – Drogo apontou para o maior dos círculos – é a maior. De acordo com o homem de quem comprei isso, com a maré baixa é fácil de entrar e sair, porém com a maré cheia é impossível ter acesso.

- A caverna fica totalmente submersa com a maré cheia? – perguntou Mary Lane se aproximando do mapa

- Não. E é o local mais quente da ilha, há algumas cavidades que permitem a troca de ar, pode-se mesmo acender uma fogueira sem ter o perigo de morrer sufocado. Se eu precisasse me esconder em Ibben seria esse o local ideal.

- Se Ramsay está em Ibben é aí que ele está – disse a capitã de cenho franzido.

- Foi o que pensei. – admitiu Drogo.

Mary Lane assentiu e enrolou o mapa novamente.

- Por hora isto ficará aqui comigo na cabine. Sugiro que vão se recolher. Uma viagem longa nos aguarda.

Lailla Baratheon

Mary Lane não havia mentido, estava sendo de fato uma viagem muito longa e cada vez mais fria. Os homens de ferro diziam que era provável que chegassem a uma parte do mar que estaria congelada. Aquilo sinceramente assustou Lailla, já tinha ouvido falar que tão ao norte uma camada de gelo cobria o mar, porém as ondas continuavam igualmente ferozes abaixo. Em alguns locais o gelo era grosso o suficiente para aguentar mesmo um mamute, em outros era tão fino que não suportaria o peso de uma criança.

Suspirou entediada. Havia sido absurdamente difícil convencer o pai a deixá-la embarcar nessa jornada, mas ele sinceramente não tinha escolha. Não poderia começar uma guerra contra o Trono de Ferro. Lailla se perguntou o quê a rainha teria feito se cada uma das grandes casas não tivesse permitido que seus membros mais jovens partissem, declararia ela guerra à todo o reino? Mas ninguém pensara nisso, e agora aqui estava ela.

A Baratheon desconfiava que o pai só permitira tal loucura pois seria acompanhada pelo irmão. Mesmo que tivessem crescidos separados era evidente o quanto Lailla e Ned se amavam, eles protegeriam um ao outro. Lailla sorriu lembrando-se das palavras de Ned assim que embarcaram no navio.

- Eu guardo suas costas e você guarda as minhas, certo irmãzinha?

Os dias se passavam, o próximo sempre igual ao anterior. Aemon tentava levar a Capitã para a sua cama, sendo sempre mal sucedido. Narcysa continuava reclusa em sua cabine, de modo que Lailla só a via nas refeições e quando chegava a hora se de recolher, excetuando-se umas poucas vezes que a Lady Lannister fora ao convés e conversara um pouco com Rhaego Targaryen. Este, assim como todos os outros cavaleiros passava boa parte de seu tempo ensinando Shiera e Melony a se defenderem, às vezes se ausentava e voava no dorso de sua dragão. Lailla já havia visto os filhos da rainha, porém não podia deixar de se impressionar, o animal era quase do tamanho do navio, possuía escamas rubras e brilhantes.

Se recostou observando Lady Tully treinar com o arco e flecha, ela era tão patética que chegava a ser engraçado. O irmão Ned, estava ao seu lado, lhe ensinado a postura certa e como segurar o arco. Sentiu passos ao seu lado, mas não se moveu, apenas esperou, entretanto, seja lá quem a rondasse, não se pronunciou.

- Se não falar nada vou supor que estava observando meus atributos de donzela. – sussurrou – Meu irmão certamente não gostaria disso.

Uma voz rouca e grave ressoou perto de seu ouvido.

- Não ousaria cometer tal insolência, milady. – respondeu Renly Lannister – Apesar de ser uma opção tentadora eu não desrespeitaria-a desse modo.

- Então...

- Estava apenas observando o treino de Lady Tully.

- Ela ainda tem muito que aprender. – comentou Lailla observando enquanto Shiera deixava a flecha cair novamente.

- E você, milady, não deseja se juntar às aulas?

- Minhas mãos são muito pesadas para manejar um arco. – respondeu ela com sinceridade – Minha arma é o martelo de guerra.

Uma das sobrancelhas do loiro subiu em tom de duvida. Ele tomou as mãos dela nas suas. Lailla sentiu-se como uma criança ao observar as mãos dele, que eram quase o dobro das suas.

- Com braços tão finos e mãos tão delicadas eu chego a duvidar, milady – sorriu ele.

- Não me viu lutando contra os piratas, Sor?

- Estava um tanto quanto ocupado. – disse dando de ombros e sorrindo complacente.

Ela notou naquele sorriso que ele a subestimava. Que duvidava que ela pudesse sequer segurar um martelo de guerra. Em outros tempos Lailla não se importaria, afinal a Septã não cansava de repetir o quão inapropriado era para uma lady saber lutar, ainda mais com uma arma tão rude. Porém agora, naquela viagem, quando a sua vida e as de seus companheiros dependia de suas habilidades, ela não gostou de ser subestimada. Por isso apertou a mão do Lannister, não usou muita força, mas apareceu impressioná-lo. Ela quase sorriu, tinha puxado a mão pesada do pai. Colocou mais força.

- Muito bem, milady, eu entendi o seu ponto. – disse ele afastando as mãos – É surpreendente que sendo tão pequena possua tanta força.

Ela deu de ombros sorrindo.

- Ainda não me viu manejando, Damsel, Sor.

- Quero morrer seu aliado, milady. – sorriu ele.

Nesse momento foram interrompidos pelo som de uma flecha sendo solta, a seta se cravou no poste do outro lado do navio, muito longe do alvo, mas pelo menos Shiera havia conseguido dispará-la.

A Tully ficou radiante com o progresso. Lailla sorriu, observando-a, Shiera era um ano mais velha, mas parecia ser tão ingênua e inocente que a Baratheon julgaria-a mais nova. Observou a flecha cravada no mastro, depois dessa seria melhor se descesse para seus aposentos, se Shiera continuar a praticar assim, logo acerta um alvo... E não continuaria ali para que o alvo fosse ela própria. Com um esgar irônico no rosto foi cumprimentar a Tully pelo seu sucesso.


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Notas finais do capítulo

E os nossos bebês continuam se conhecendo. Aposto que depois dessa conversa vai ter gente shippando, Renly e Lailla. O que dizer desses dois... Nada. Não darei spoilers e pronto!
Agora rumo à Ibben, o que nos encontraremos lá? Quem encontraremos lá? Como os heroi reagirão à isso?
O que acharam desse monstro? E da Mãe Harpia?
E uma pergunta dirigida à cada um que me mandou uma ficha, eu estou sendo fiel ao personagem? Modifiquei muito? Em suma, o que está achando? E com querem que seus personagens fiquem, isso é, presumindo que eles vão permanecer vivos para ficarem com alguem.
MUAHHAHAHHA
Quem não comentar terá seu personagem brutalmente assassinado. (dá um sorrisinho malefico). Estou avisando.