–Mantenham a calma, cavalheiros. Não a necessidade do uso de força nesta situação. Não a necessidade de que o muito se torne pouco. –Sua voz era aguda e pomposa de forma que ecoava gloriosamente por toda a sala. O homem era extremamente bonito, sua roupa dourada costurada com uma linha de o que parecia ser ouro, combinava com seus cachos loiros e olhos que se assemelhavam a rubis. Porém o que mais chamou a atenção de Hinata, que assistia a cena de longe foi a espada que ele carregava, ela parecia ser feita unicamente de ouro, com o cabo incrustado de cristais dos mais variados tipos e tinha um brilho especial, um brilho que a fazia sentir uma imensa vontade de ir para as maquinas de jogos e não parar até ter tanto dinheiro quanto a espada do rapaz bonito valia.

–Temo dizer que brigas bobas e desnecessárias são proibidas em minha casa. –Continuou, passando entre as pessoas que se aglomeraram para ver a briga, arrancando suspiros afoitados das mulheres próximas. –Brigas quebram o equilíbrio, elas cegam e machucam... Em uma briga você nunca ganha tudo que quer, e perde muito mais do que imagina. Em minha casa nós resolvemos as coisas de uma maneira... Mais divertida. Que tal fazermos uma aposta. –O homem estalou os dedos e duas belas mulheres lhe trouxeram um baralho de cartas das quais ele tirou três.

–consecutivamente nessas três cartas a um elefante de vestido, uma foca com um guarda-chuva e um rei sem espada. Vamos nós três tirar uma carta quem pegar o rei fica com o dinheiro, o elefante de vestido, será o escravo do outro até a morte.

–Então, quem será o primeiro?

Os dois irmãos que antes brigavam, agora estavam apreensivos e se entreolhavam constantemente, como se estivessem decidindo silenciosamente o que fazer. Um brilho estranho passou pelos olhos deles e expressão amedrontada deu lugar a uma de repulsa.

– Lord Mann é justo, ele vai dar a vitoria aquele que merecer. –Disse o rapaz que parecia ser o mais velho do irmãos.

Os homens engoliram em seco e puxaram cada um uma carta, deixando o negociante dourado com apenas uma. A respiração do rapaz entroncado estava pesada e suas mãos, tremulas, o irmão não estava muito diferente, enquanto o homem das carta permanecia calmo, como se já soubesse o resultado do jogo.

–Virem suas cartas, cavalheiros. –Anunciou o próprio.

Uma gota de suor caiu da testa do rapaz que até poucos minutos atrás havia sido jogado porta fora. Eles viraram suas cartas ao mesmo tempo deixando apenas o homem dourado com a sua em segredo.

–Você tem um elefante de vestido. –Disseram os dois irmãos ao mesmo tempo.

–O que? Temos cartas iguais, como? –Disse o mais novo dos dois.

–Você nos enganou! –Reclamou o outro. Ficando novamente exaltado.

–Claro que não, lod Mann os julgou, como você mesmo disse ele é justo, deu a vocês aquilo que mereceram. –Seu tom ainda era calmo e passivo, como se nada fora do normal estivesse se passando.

–Mas nenhum de nós venceu. –Continuou o mais magro.

–Exatamente, ele avaliou que nenhum dos dois é digno dessa riqueza. –Continuou suavemente.

–Mas esse dinheiro é meu por direito, meu pai deixou pra mim. –Retrucou o que usava gel no cabelo.

–Eu o tenho por direito, sou o mais velho, o herdeiro, você enganou meu pai, seu trapaceiro. –Gritou abruptamente para o irmão, o outro.

–Ambos desejam riqueza. Porém, ambos perderam a riqueza quando apostaram e perderam... –Interrompeu o negociante dourado.

–O quê? –Repetiram os dois ao mesmo tempo.

–Porém eu posso devolver a riqueza a vocês. –Aquele brilho estranho que Hinata vira antes retomou a espada, fazendo todas as moedas que Kiba carregava no bolso ficasse cada vez mais pesadas.

A raiva dos irmãos pareceu ter ido embora e eles novamente ficaram interessados na proposta do loiro.

– Toda moeda tem cara e coroa. Para que exista luz, faz-se necessário as trevas. Essas foram às palavras de meu mestre, lord Mann. Você nunca pode ter tudo o que quer. Quando se deseja muito uma coisa tem que se abrir mão de algo. Para que meu mestre faça algo por vocês, ambos devem fazer algo por ele. Tudo que ele pede, é vossa alma. –O rapaz do qual antes a beleza foi apreciada por Hinata, agora estava sombrio, sua voz calma tornou-se aguda e ameaçadora.

Com a menção de trocar as almas o dois irmãos deram dois passos para trás.

–Vocês terão uma breve vida se aceitarem o acordo, porém o tempo em que viverem será farto. Terão todas as riquezas que necessitam, e tudo que quiserem.

–E-eu aceito. –Aquele que reclamava ser o mais velho deu um passo à frente.

–Eu t-também. –Outro o acompanhou. –O que nós precisamos fazer?

–Tudo que necessito no momento é de um pouco de sangue. –Sua voz voltou ao normal assim como sua beleza lustrosa. Ele os entregou uma kunai da qual cada um tirou um pouco de sangue. –Muito bem, agora que o pacto foi selado, vamos a segunda parte do acordo.

–Segunda parte. –Indagou o mais novo.

–Como eu disse... Você nunca pode ter tudo o que quer. Quando se deseja muito uma coisa tem que se abrir mão de algo. –Falou ignorando o protesto do rapaz. – Hitomi, Você sempre foi leal ao seu pai, por isso não tem nada que seja realmente seu. Você preza sua família, portanto isso é algo importante para você. Você ama seu irmão, ele única coisa que realmente foi deixada a você. No entanto você o inveja, sua mãe sempre o amou mais. Ele tem uma bela família, e a mulher da qual você sempre gostou. Lod Mann o elegeu como digno de riqueza. Você tem uma escolha a fazer: Mate-o e você terá tudo o que é dele ou morra e dê a ele tudo é seu por direito. –Os olhos do irmão mais novo arregalaram-se, e ele olhou nervosamente para seu familiar.

–Mano você não vai fazer isso vai, você não seria capaz, seria?

– Masako, me perdoe. –Lamentou o rapaz direcionando a kunai antes usada para a oferenda do sangue.

Masako realmente estava disposto a matar o irmão para obter o que queria, mas, foi impedido por um ninja de konoha e seu cão.

–Não poderei permitir que faça isso senhor. –Interrompeu Kiba, que já não agüentava mais aquilo. Apesar de não acreditar nesse tipo de coisa, como um lorde que pede almas em troca de dinheiro, ele não poderia deixar que uma vida fosse tirada por causa de ganância.

–É tarde demais ninja de Konoha, a alma destes dois já é minha. Você sempre está atrasado Kiba. Chegou atrasado durante o ataque na vila da folha e também tardara demais na procura por seu amigo... –Kiba ficou totalmente de guarda baixa. Como aquele homem sabia o nome dele, e sobre o atraso dele durante o ataque de Konoha e mais ainda, sobre a busca por Naruto sendo que era uma missão secreta? Masako aproveitou o transtorno dele e se desvencilhou de seu aperto, enfiando desajeitadamente a lamina peito adentro de seu irmão.

–O que? –uma batida do coração de Kiba falhou quando ele viu o rapaz morto no chão, o seu sangue escorrendo por baixo de seus pés. –Como? –Eu estive em um transe? Como não vi isso? Varias coisas passavam pela cabeça do moreno ao mesmo tempo.

–Viu meu rapaz? Sacrifício. Você estaria disposto a fazer um. Você não conseguirá chegar a tempo com Naruto a menos que faça. Você não conseguirá encontrá-lo a menos que aceite nossa ajuda. –Então Kiba? O que você acha?- A mesma luz tomou conta da espada do homem juntamente com uma expressão nova na face do Inukuza. Então ele disse:

–Eu...