Me lembro como se fosse ontem. Era o meu primeiro dia de aula na escola do distrito 12. Saí da padaria dos meus pais, onde nós moramos. Fui com uma camisa branca e uma calça preta, nada com detalhes. Dentro da minha pequena mochila não havia muita coisa. Na verdade, nem eu sabia o que tinha, já que minha mãe que tinha enfiado milhares de objetos e biscoitos que ela fez.

Cheguei num estranho lugar onde entrava e saía pessoas que nunca havia visto. No pátio da escola havia crianças correndo e gritando. Me senti deslocado, afinal, todos estavam conversando e me sentia como um intruso ali. Apenas uma ou duas pessoas já havia visto, mas nunca conversado, na colheita: o evento mais assustador para todos nós que temos entre 12 e 18 anos.

Desde o ano passado frequento, como um possível tributo, a colheita. Nunca pensei que fosse tão assustador. Fiquei ali, imóvel no meio de tantos meninos observando a mulher de cabelos coloridos da capital que sempre dizia:

''Feliz Jogos Vorazes, e que a sorte esteja sempre a seu favor.''

Ela atravessava o palco e tirava de cada bola de vidro um papelzinho. Nesse papel tinha o nome de quem iria lutar até a morte no lugar mais assustador dos seus pesadelos: A arena. Me senti aliviado ao saber que não iria para os Jogos Vorazes no meu primeiro ano, mas fiquei mal por saber que Luke, meu vizinho iria.

Quando deu o sinal, cada um foi para a sua sala. Na minha turma não havia tantas pessoas e a nossa professora era linda. Seus cabelos eram loiros ondulados e tinha olhos azuis. Seu nome era Mel.

– Hoje quero começar o dia de um jeito bem alegre. Quem aí sabe a canção do vale?- Disse Srta. Mel.

Uma menina, cabelos escuros e trançados caindo sobre suas costas, logo levantou a mão bem bem bem alto... Ela era linda, com olhos cinzentos, seu nome era Katniss Everdeen.

–Bem, então cante para nós docinho.

Katniss se levantou e cantou. Os pássaros do lado de fora ficaram em silêncio e só se ouvia a sua linda voz doce, que me deixava hipnotizado.

A aula havia acabado e todos estavam indo embora, e no meio daquela multidão vi a menina que queria muito que soubesse meu nome. Observei ela ir embora, até as árvores não me permitirem mais.