Chocolate Com Amora escrita por MistyMayDawn


Capítulo 2
Capitulo 2 – Doce e Amargo


Notas iniciais do capítulo

Eu estou amando escrever essa fanfic!
Obrigada pelos comentários.
O capitulo ficou pronto rapidinho.
Boa leitura.



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– Me ama? – Foi a única coisa que consegui dizer.

Eu te amo são três pequenas palavras que significam muito. Amar não é a mesma coisa que gostar pra mim. Amar é quando você faria de tudo por aquela pessoa, não a deixaria por nada e, principalmente, pra o amor ser verdadeiro precisa de muitos anos de convivência.

– Sim. Eu te amo – Ele confirma.

– Nós começamos a nos falar hoje, como você pode me amar? – Digo um pouco surpresa, devido ao que ele disse.

– Eu não preciso ter conhecido você há anos pra te amar. Tem gente que te conhece, mas não te ama.

– Apenas me conhece, só isso. Conhecido é a palavra. – Novamente mechas do meu cabelo caem pros meus olhos, me deixando irritada. As tiro rapidamente e as jogo pro lado. – Por que você me ama? O que eu tenho de especial que me diferencia das garotas do distrito 11?

– Elas não são ruivas, e não têm cara de raposa. – Ele diz irônico e com um meio sorriso nos lábios.

– Eu estou falando sério! – Digo irritada.

– Bem... Elas não são tão inteligentes quanto você. Pra mim não importa a beleza, contanto que tenha conteúdo, e você é exatamente isso. E antes que você diga alguma coisa, você é linda, bonita, inteligente e cativante.

Eu? Cativante? Sério isso? Acho que aquela garota do distrito 1, como é mesmo o nome dela? Glimmer. Ela sim é cativante, ou seja, convidativa, estimulante, provocante e tentadora. Para todo homem, é claro. Mas eu não sou isso... Bom, pelo menos é o que eu acho. Ele gosta de conteúdo... Acho que ela não tem. Mas afinal por que eu tô falando dela?!

– Então prove – É a única coisa que digo, mesmo tendo um monte de coisas entaladas na garganta.

– Não se preocupe, vai ter sua prova.

O hino da capital começa a tocar. Olho pro céu e aparece o símbolo da capital, e logo após a imagem de Clove. O céu fica escuro e o hino para de tocar. Fica um silêncio.

– Eu fico de vigia primeiro. – Thresh diz

– Está bem, mas me acorde quando ficar cansado.

Afasto-me dele, pego minha mochila, deito-me e a uso como travesseiro. Tudo o que ele disse está martelando em minha cabeça. Ele acha tudo isso mesmo? Prefere a mim do que as garotas de seu distrito? Eu tenho conteúdo? Não sei. Não sei de nada! Não sei o que sinto, e muito menos o que devo fazer. Era tão simples quando... Quando você só pensa em você mesmo, que você fica acima de todos, que você é quem deve sobreviver. E vem Thresh e me deixa totalmente confusa. Se ele realmente me ama, eu não sei.

Uma luz irrita meus olhos, me fazendo tirar a mochila debaixo da minha cabeça e colocá-la em cima do meu rosto. Ouço os tordos cantando, e barulhos de outros animais andando. Foi aí que percebi que...

– Já está de manhã? – Pergunto pra mim mesma, me levantando bruscamente.

Sim. Já estava de manhã. Olho pro céu e o sol já está um pouco alto. Amaldiçoo-me por dentro por ter dormido tanto. Espreguiço-me dando um longo bocejo. Por que Thresh não me acordou? Dou uma olhada melhor no local, ele não está aqui? Onde ele se enfiou?

– Thresh? – Pergunto por ele. Mas não ouço absolutamente nada, a não ser o som dos animais.

Como ele me deixa aqui sozinha? E dormindo?

Vou até o rio e lavo o rosto. Se isso é a prova que ele tem a me mostrar, ele não me ama. Quem é que deixa a pessoa que ama sozinha, dormindo e nos Jogos Vorazes? Eu sei que ele sabe que sou inteligente o suficiente pra acordar na hora. Mas onde ele está? Por que ele não me acordou? Ele desistiu da aliança?

Lágrimas escorrem do meu rosto. E começo a chorar baixinho, quase não dá pra ouvir. Olho meu reflexo na água e meus olhos estão vermelhos. Por que estou chorando, afinal?

– Já acordou? – Quase dou um pulo quando ouço a voz de Thresh.

Ele não me pode ver chorar. Isso é fraqueza e não quero demonstrar isso, nem pra ele, nem pra Penem. Não viro pra encará-lo, apenas continuo lavando o rosto.

– Onde você foi? Por que me deixou sozinha? – Pergunto aparentemente irritada, mas não penso em encará-lo. Meus olhos estão vermelhos.

– Não estava acontecendo nada, e eu não estava com sono, então decidi caçar. Mas não queria lhe acordar. – Ele diz e joga alguma coisa no chão. Viro-me pra ver o que, apenas um coelho e dois esquilos. Volto a virar de costas pra ele. – Achei que você ia acordar depois. Eu estava aqui perto, não vi problema.

– Nunca mais me deixe sozinha aqui! – Berrei enfurecida. Levantei-me e fui para direção oposta de onde ele estava, ou seja, para longe do acampamento – Vou procurar ervas que achei quando estava aqui há alguns dias atrás.

– Desculpe Finch. Mas eu estava aqui pertinho, e atento a qualquer barulho estranho. Eu nunca me perdoaria se acontecesse algo a você, eu não sei o que eu faria.

Paro de andar e começo a fitar o chão. Pego uma mecha do meu cabelo e começo a fazer movimentos circulares enrolando-o. Dou um longo suspiro. Não sei como reagir. Acreditar, ou não acreditar, eis a questão. Um vento forte me atinge, ele balança meus cabelos e consigo traz folhas secas. Sinto alguém atrás de mim, mãos tocam minha cintura, sinto sua respiração em minha nuca e isso me causa calafrios e me dá arrepios. Por impulso minhas mãos ficam sobre as dele. Nossos corpos ficam colados.

– Confia em mim? – Ele sussurra em minha nuca. Fico arrepiada.

Não sei se confio nele. Ele me deixou sozinha aqui, não é mesmo? Mas ele falou que estava perto, e nunca se perdoaria se acontecesse alguma coisa comigo. Apesar de tudo apenas respondo:

– Confio – Thresh me pega no colo me dando um susto. Vamos em direção ao rio. Fico aterrorizada – O que vai fazer?

– Espere um pouco que você vai descobrir.

Seus passos ficaram largos, logo ele começou a correr. Quando chega perto do rio ele dá um pulo no mesmo. Prendo a respiração antes de entrar em contato com ele. Já lá dentro, Thresh me solta indo para uma direção que não consigo ver direito. Felizmente ele pulou perto da margem, e me deixa um pouco aliviada. Agarro em uma raiz e me puxo para a superfície, me apoio na margem. Nenhum sinal de Thresh. Dou um longo suspiro. Ele tá querendo me matar? Estava me preparando pra subir quando algo me puxa pra dentro da água, esse mesmo algo me deixa a centímetros de distância dele. Tiro a água dos olhos e me deparo com Thresh.

– Você só pode estar querendo me matar.

Ele me dá um sorriso sapeca.

– Você disse que confiava em mim.

– Mas não imaginava que você me trouxesse pro rio.

Ele me puxa mais ainda pra ele, acabando com a pouca distância entre nós.

– Você é tentadora.

Antes que eu possa responder ele sela nossos lábios, iniciando um beijo. Esse demorou mais do que os outros, e eu gostei. Estava ficando quente (mesmo estando na água), muito quente. Thresh parou o beijo e começou a beijar meu pescoço, apertando meu quadril com força, e eu arranhava suas costas por debaixo de sua camisa. Ele voltou a me beijar, e suas mãos deslizam para minha coxa. Confesso que eu estava gostando, mas não podia. Lembro-me que meu pai e meus irmãos estão assistindo isso. O que direi a eles quando chegar em casa? Se eu chegar em casa.

– Thresh! – Ele ainda me beijava, e minha voz saiu um pouco abafada – Thresh! Thresh! – Berro, minhas mãos o empurravam.

Finalmente chamei sua atenção.

–O que dói, FoxFace?

– E-eu acho que vou procurar aquelas ervas que eu te falei - Amaldiçoo-me por dentro por ter eu gaguejado.

– Desculpa Finch. Mas como eu disse: Você é tentadora. - Saio da água e vou para a floresta – Não demore – Thresh diz saindo da água – E mais uma coisa – Eu paro de andar e o encaro – Você estava chorando?

Com tudo isso eu acabei esquecendo que não queria que ele percebesse que eu estava chorando. O que eu faço? Eu não posso dizer que estava chorando porque eu não o encontrei aqui. Tenho que pensar em uma desculpa convincente... E rápido!

– Não. Só entrou um pouco de água nos meus olhos.

Virei-me e andei a passos largos em direção à floresta. Soltei um som de alívio, falando baixinho: “Essa foi por pouco”.

Observei as árvores, procurando onde havia visto a erva. Analiso cuidadosamente as árvores, vejo suas raízes indo um pouco pra fora do chão e me agacho vendo o que tem embaixo. Depois de um tempo encontro a erva, sua cor é um verde escuro e suas folhas possuem pontas arredondadas. As descobri quando estava procurando um esconderijo há alguns dias atrás, dormi no chão mesmo e quando acordei me deparei com essas ervas. Não era uma boa ideia dormir em uma árvore, eu ia acabar caindo. Não sei pra que elas servem nem se são ervas, tenho esperança que Thresh saiba, seu distrito é o distrito da agricultura, não é mesmo?

Colho toda a erva que encontro, e levo-as na mão mesmo. Volto para o acampamento e Thresh havia feito uma fogueira. Ele estava assando o coelho e os esquilos que caçou.

– Eu achei a erva. Só não sei se é uma, e pra que ela serve. – Ele olhou pra mim com um sorriso.

– Sem problema. Deixa-me ver. – Coloco-a em suas mãos, ele as analisa – É sim uma erva.

– E pra que ela serve?

– Usamos pra colocar nos ferimentos, ameniza a dor. - Deixo escapar um “Ah”

Thresh tira o coelho do fogo o espetando com um galho. É meio perigoso fazer uma fogueira, mas sem ela não vamos comer o coelho e os esquilos. Comida crua não é nada convidativa.

– Amigos? Estendi a mão pra ele dando meu melhor sorriso. Ele a olhou confuso.

– Amigos?! – Ele parecia irritado.

– É... Bem, você quer ser meu amigo?

– Claro que quero.

– Então aperta minha mão, ora! - Ele a aperta, mas um segundo depois já a soltou – Já que somos amigos preciso saber sua cor favorita.

– Azul. O tom azulado que o céu fica quando está amanhecendo – Isso me faz olhar pro céu. O que é estupidez porque não está amanhecendo – E a sua?

– Preto. Os cabelos da minha mãe eram pretos, e essa cor me faz lembrar dela – Digo um pouco triste.

– Ela morreu?

– Sim. Ela morreu no parto do meu irmão.

– Meus pêsames.

– Tudo bem, foi há muito tempo.

O resto do dia não teve nada de especial. Nenhuma morte. Montamos outro acampamento em um lugar distante do outro. Thresh me contou que seu pai morreu de pneumonia e sua mãe tinha um tumor no cérebro que a matou depois de alguns meses. Agora ele só tinha a avó e a irmã mais nova. Isso me deixou um pouco deprimida, Thresh percebeu e tentou me alegrar ensinando-me a acertar um alvo móvel com uma faca. Ele me deu uma e ficou com a que restou. E além de dividir suas tirinhas de bacon comigo ele ensinou-me a preparar a erva e a aplicá-la no ferimento causando alivio imediato.

No céu avisto um paraquedas. Uma dádiva dos patrocinadores, finalmente. Eu a pego, a abro e lá tinha uma sopa quente de Legumes. Também tinha um bilhete: “Para Finch, aproveite”. Não é muita coisa, mas só de pensar que ganhei minha primeira dádiva fico feliz. Dividi com Thresh tudo.

Depois de algumas horas me ofereço para ficar de vigia. Thresh não dormiu noite passada, não seria justo. Encontrei-me em uma árvore e fiquei brincando com meu cabelo.

– Boa noite – Ele diz vindo em minha direção, logo após depositou um beijo na minha testa - Você continua sendo tentadora – Corei ao lembrar o que aconteceu da ultima vez que ele disse isso.

Thresh colocou meu cabelo pra trás, deu um sorriso e foi se deitar.

No dia seguinte comemos o resto da caça e saímos rapidamente do acampamento. Andamos por alguns minutos até que Thresh me empurrou contra uma árvore.

– Não consigo ser somente um amigo.

– Nem eu – Quê?! Por que eu disse isso?

Eu o beijei, ele me deixou. Ficamos assim por muito tempo até que ouvi algo longe, um graveto se partindo. Não dei importância, podia ser um animal. Ouvi mais gravetos se partindo. Thresh e eu nos separamos e um pouco longe, a uns sete metros estava Cato.


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Notas finais do capítulo

Já disse que eu estou amando escrever essa fanfic?
Se tiver algum erro me avise, por favor?



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