O Pomo de Ouro de Hera escrita por Feiticeira de Endor


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Gente, espero que gostem! Comentem!



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Há dois meses atrás a Segunda Grande Guerra terminara. Uma profecia fora proferida, e o mundo em si, ainda estava um caos, mas por mais incrível que pareça, esta semana fora bem tranquila para nós, caçadoras.

Infelizmente nos deparamos com apenas dois monstros. Uma Hárpia e um Manticore. Lisa, uma de nossas novas caçadoras, matara a Hárpia em um piscar de olhos, com um tiro certeiro no coração. Já o Manticore demorara um pouco mais para ser abatido, e for a preciso duas de nós.

Eu e Phoebe estavamos em volta da fogueira enquanto as outras estavam arrumando suas coisas e se preparando para dormir. Eu e ela ficaríamos de guarda aquela noite.

Estavamos quietas, observando as estrelas acima de nós. Apenas se ouvia o crepidar do fogo, e às vezes tinha a impressão de que Héstia estava ali. Por volta das 3 da madrugada Phoebe quebrou o silêncio.

– Eu me lembro do dia em que me tornei uma caçadora. Pais mortos, e uma deusa na minha frente me perguntando se eu queria ser imortal. Como poderia recusar?

– Não havia como. – disse esboçando um sorriso.

– E então me bateu um pensamento… - ela parou, mas eu a incentivei a continuar – Posso te fazer uma pergunta?

– Já não o fez?

– Ok, outra pergunta.

– Acabou de fazê-la – eu ri, e ela parecia irritada – Ande logo! Vós podeis contar comigo sempre.

– Mas é pessoal.

– Vós sois minha melhor amiga! Não vejo porquê em omitir-lhe algo.

– Sabe Zoë, alguém ainda vai pegar muito no seu pé por conta do seu jeito de falar garota! – Nós duas rimos, sei que ela tem razão, mas gosto do meu jeito de falar.

– Quando vós quiserdes.

– O quê?

– Perguntar.

– Ah, sim! Por que decidiu se tornar uma caçadora?

Gelei. Por mais que esperasse por essa pergunta, não sabia como respondê-la.

– Garotos Phoebe. Ártemis tem razão em relação a eles. São sempre um problema.

– Explica isso melhor. – Disse ela curiosa.

– A história ao me deixar de lado, acabou errando um uma coisa – respirei fundo e comecei a contar minha história – Como vós já sabeis, fora quase dois mil anos atrás.

“Era de noite quando eu perbera que havia alguma coisa observando a mim e minhas irmãs, mas como estava quase dormino, deixei passar, acreditando que não era nada. Me arrependo de ter pensado assim.

No dia seguinte vi novamente um vulto nos arbustos, e dessa vez, resolvi ir atrás. Eu o seguira por entre as sombras até que eu pude ver um acampamento loga a frente, onde havia uma fogueira acesa. Ele chegara perto da fogueira e foi aí que eu vi seu rosto. Quem dera eu não o tivesse visto. Phoebe, vós não tendes ideia… Ele era simplesmente maravilhoso!

Vestia uma tunica branca, e a pele do leão de Neméia caía em suas costas. Alguma força sobrenatural fez com que eu chegasse mais perto dele, porque não me lembro de ter mandado meus pés seguirem em frente. E infelizmente, cheguei perto demais, e então ele me viu.

Ficara indecisa se atacava ou se fugia. Resolvera fugir, ele parecia forte demais e impossível de derrotar sozinha. Iria avisar minhas irmãs. Quando me virei para ir embora ele gritou:

– Espera!

Eu parara na hora. Ficara sem reação, não sabia o que fazer. Me virei para encará-lo. Nisso ele me analisara da cabeça aos pés e eu nem mesmo conseguia me mover. Abrira a boca para mandá-lo embora, mas nada saíra, apenas o silêncio. Não sabia o que estava acontecendo comigo.

– Vós sois uma das Hespérides, não?

– Si-sim. E é por esse motivo que devo mandar-vos embora. E espero que não volte.

Eu tentara ir embora para avisar alguém, mas ele segurara meu pulso, e tinha um aperto tão forte que me impedia de ir em frente.

– Peço que me ajude. Preciso de algo em seu jardim e prefiro ter que pegá-lo sem que ninguém saia ferido.

– Se este objeto for um pomo de ouro, esquecei vós.

– Eu vos imploro. Ajude-me bela.

Não me pergunte, mas quando ele me chamara de bela, algo em meu coração amoleceu. Ninguém jamais havia me chamado daquilo.

Sem perceber estava abrindo a boca e dizendo: – Talvez… talvez consiga um pomo para você, apenas um.”

– Você disse o quê? – perguntou Phoebe perplexa.

– Exato. Ainda hoje torturo a mim mesma por esta resposta. Não tens ideia de como é cometer um erro desta magnitude. Era um pomo de ouro. De Hera. Onde estava com a cabeça?

– Eu que lhe pergunto.

– A verdade Phoebe é que quando eu o vi, foi amor a primeira vista. Sei que é ridículo ouvir uma coisa dessas, principalmente vindo de mim, mas aconteceu.

– Não acredito! Mas enfim… continua!

– Vós não tendes piedade garota?

– A curiosidade é maior.

Não pude evitar um sorriso. Recuperei o folego e voltei a contar-lhe minha trágica história.

– Mesmo? Vós ireis realmente me ajudar? – perguntara-me ele com um sorriso de orelha a orelha.

“–Sim – respondi – Venha comigo.

Peguei sua mão e o levei até o Jardim da Hespérides. Ao chegarmos nos escondemos atrás de uma pedra, e a nossa frente pudemos ver a árvore com os pomos de ouro. Héracles foi logo se levantando, mas eu o segurara e apontara Ládon logo a frente. Ele, quando o viu, nem mesmo demonstrou surpresa.

– Estás com medo dele, ér…?

– Zoë. E não é medo, apenas estou impedindo que sejais morto. Espere até que eu o deixe mais calmo e distraído, então estareis livre para correr até a árvore e pegar o que tanto desejais.

– Por que vós?

– Realmente! Vedes mais alguém disposto a lhe ajudar?

– Não! Mas será perigoso.

– Para vós será ainda pior – levantei-me e fui em direção a Ládon. Comecei a cantar para acalmá-lo. Quando ele estava bem mais tranquilo pude ver Héracles pelo canto do olho. Ele acabara de se levantar e estava indo em direção à árvore, mas foi aí que eu me lembrei. O pomo só podia ser pego por uma de nós, as Hespérides, e se qualquer outra pessoa tentasse pegar, Ládon não hesitaria em matá-la. Antes mesmo que eu pudesse gritar para Héracles parar, ele tocou no pomo, e Ládon se levantou na hora, atento e procurando o invasor.

– Corra! – gritava enquanto corria em direção a Herácles. Ele nem começara a se moveu, por isso eu o alcançara rapidamente, e com Ládon a minha cola.

Ao chegar ao lado de Héracles, puxei sua mão e o levei para a colina, onde mais acima ficava a saída.

– Depressa!

– Eu não tenho medo – ele tentava me dizer.

– Mas deve-se ter! – disse ainda o puxando. Corriamos colina e quando vimos um arbusto, nos jogamos nele e desabamos. Respirávamos forte, e estavamos bastante ofegantes.

– Não há necessidade de corrermos – ele me disse – Já venci mil monstros apenas com as mãos.

– Não este. Ládon é forte demais. É preciso dar a volta e subir a montanha até o meu pai. É a única saída.

– Não confio no seu pai.

– Ele realmente não é confiável – concordei – Faz-se mister enganá-lo. O prêmio não poderá ser pego diretamente. A morte reinará!

Ele riu. Coisa que eu não gostei nem um pouco.

– Então por que não me ajuda, minha bela?

– Eu… eu tenho medo. Ládon irá me deter. Minhas irmãs, se elas descobrissem… me repudiariam.

– Então não há outra atitude a tomar. – Ele se ergueu, esfregando as mãos, se preparando para a batalha. Não podia deixá-lo fazer aquilo, mas não o impediria. Então viera um pensamento estranho em minha mente.

– Um momento!

Aquilo me torturava. O que estava fazendo? Ajudando um homem desconhecido a roubar um pomo de ouro, que pertence a Hera ainda por cima. Mas por algum motivo, não dera importância para nada daquilo no momento.

Então, com os dedos trêmulos, retirara um grampo longo e branco de meus cabelos e entreguara a ele.

– Se tem de haver luta, este objeto deve ir junto. Foi presente de minha mãe, Pleione. Ela era filha do oceano, e o poder do oceano está nele. Meu poder imortal.

Eu assoprara o objeto e ele fulgurous levemente, brilhando sob a luz das estrelas. Eu entregara o objeto a ele e pedi que fizesse do grampo, sua arma. Ele riu.

– Um grampo de cabelo? Como isso irá matar Ládon, minha bela?

– Talvez não mate, mas é tudo que posso oferecer diante de tão grande teimosia.

Ele sorriu, e seu rosto tornou-se mais calmo, assim como o meu. Ele pegou o grampo e este se transformou em uma espada.

– Bem harmoniosa – ele disse – Embora, em geral, eu precise usar apenas as mãos. Como devo chamar esta lâmina?

– Anaklusmos – eu disse, a esse ponto a tristeza já estava tomando conta de mim, pois sabia que nunca mais veria aquele homem por quem me apaixonei nos primeiros minutos – A corrente que pega a pessoa de surpresa e, antes que ela se dê conta, a leva para o mar.

Ouvimos um som pesado na grama, um silvo como o de ar escapando de um pneu e soube na hora que Ládon havia nos encurralado.

– Tarde demais! Ele está aqui! – eu disse.

– Sem problemas bela. Em um segundo, a fera estará morta.

– Não! – eu gritara sem pensar – Não o mate! Precisamos dele.

Ele hesitou por um momento, mas assentiu.

– Retardar, mas não matar.

E dito isso ele saiu de trás do arbusto e foi enfrentar Ládon. Ele era incrivelmente forte e ágil, e por mais incrível que pareça, a luta estava equilibrada. Até certo ponto.

Ládon bateu em Héracles com sua calda, lançando-o longe. Ele ficara imóvel no chão, cheguara a pensar que estava morto, mas então de repende ele se levantara e partira para cima do dragão novamente, mas Héracles estava atordoado, e errava todos os golpes. Estava em desvantagem. Eu sabia que seria aquele o fim dele, então por que não pude ficar quieta, apenas observando?

Não, tivera eu que me meter. Sabia qua não importava quantas vezes eu chamasse a atenção de Ládon, ele empre iria atrás de Héracles quando ele tocasse o pomo. Eu deveria pegar o pomo. Saira do arbusto e gritei:

– Distraia-o por um tempo!

Ele, graças aos deuses, entendera o que devia ser feito. Levara o dragão para o outro lado do Jardim, dando-me espaço e tempo para pegar o pomo. Consegui. Peguei o pomo de ouro e voltei para o arbusto. Esperara pelo que parecia uma eternidade por Héracles, quando de repente ele apareceu ao meu lado ofegante.

Estendi-lhe o pomo e ele pegou. Eu o olhava nos olhos, azuis tão claros que mesmo de noite era possível enxergá-los, e me perdi neles.

Naquele momento, tudo o que eu esperava era um obrigado, um agradecimento simples, tudo menos o que recebi. Ele me beijou. Foi um beijo rápido, mas caloroso.”

– Ele fez o que? Vocês se beijaram? Você é uma caçadora! Deuses!

– Acalme-se Phoebe! Irás acordar a todas. Mas entendas, eu não era caçadora na época. Agora deixe-me continuar.

“– Qual seu nome? - perguntei.

– Héracles! – disse ele passando a mão por meus cabelos – Zoë, serei eternamente grato!

Dito isso ele foi embora, e aquela fora minha última noite no Jardim das Hespérides.”

– E por quê? – Perguntou Phoebe.

– Pois meu pai e minha irmãs descobriram o que aconteceu. Fui expulsa no mesmo dia. Depois disso, encontara ao acaso Lady Ártemis e resolvi tornar-me uma caçadora. Esquecer os homens, afinal, fora por causa de um que fui expulsa do meu próprio paraíso.

– Você se arrepende Zoë?

– Claro que não. Isso trouxe-me até vós. Jamais arrender-me-ei de ter feito o que fiz.

– E você já o esqueceu, não é?

– Claro que já!

Ficamos em silêncio o resto da noite, apenas observando as estrelas. Mas o que ela não sabe e jamais saberá é que mesmo sendo uma caçadora, Héracles nunca saiu totalmente da minha cabeça.

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Era uma noite qualquer no Olimpo, e Héracles estava observando o céu, quando de repente ele viu um novo conjunto de estrelas se formar no céu. Uma nova constelação.

Parecia uma garota com um arco, prestes a atirar. Lembrava uma caçadora. E isso fez sua memoria voltar há mais de dois mil anos atrás, e se lembrou de um beijo roubado que deu em uma Hespéride chamada Zoë, e que se tornou uma caçadora. Sabia que ela seria a única a ter aquele privilégio, e sentiu que algo havia acontecido à ela naquele momento. Sentiu que ela havia morrido. Ele esboçou um sorriso triste e disse aos céus:

– Descanse em paz, minha bela!



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Notas finais do capítulo

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