You're Not Alone escrita por Ágatha Geum


Capítulo 3
Será coincidência ou sacanagem do destino?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e desculpem a demora...
Obrigada pelos comentários meninas..
Boa leitura...



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Damon

Estava dormindo tranquilamente, mas de vez em quando Elena vinha à mente. Alias... Por que eu pensava tanto nela? Ela era tão irritante, chata e grossa.

Toc Toc Toc

– Damon filho acorda. – ouço minha mãe me chamar.

– Ahh mãe, só mais cinco minutos. – disse colocando os travesseiros na cara para não escutar o que ela dizia. Escutei a porta sendo aberta e maldita hora em que deixei a porta destrancada.

– Hã... Hã... Pode ir acordando mocinho. – ela disse abrindo as cortinas.

Caralho ficou iluminado para cacete. Droga! Terei que levantar e ir para a maldita escola.

– Okay. – disse irritado.

Bufei e me levantei.

– Assim que eu gosto mocinho. – ela disse sorridente e eu nem liguei. Entrei em meu banheiro e tratei de tomar um longo banho gelado para acordar e tirar a ressaca. Ontem havia cabulado aula e passado o dia e noite bebendo. Não me orgulho disso, mas não consigo e nem quero lagar esse vicio. Afinal esqueço-me da minha vida por um momento. Sai do banheiro e minha mãe não estava mais lá. Ainda bem. Minha mãe andava muito estranha ultimamente. Certamente havia encontrado um novo namorado, mas não ligo muito para isso, afinal a vida é dela. E assim como não gosto que se metam em minha vida, não me meto nas das outras pessoas. Andei até meu closet e peguei uma calça jeans preta folgada, minha camisa do the killers preta e minha jaqueta de couro. Coloquei meu coturno preto e separei uma regata branca, uma bermuda preta e um tênis, pois hoje teria que comparecer a aula de educação física ou iria reprovar nela. Odeio essa matéria maldita. Não entendo porque existe essa matéria, se eu quiser ficar correndo, corro na rua aqui de casa. Soquei tudo na minha mochila para fazer a maldita aula. Passei um perfume e dei uma leve bagunçada nos cabelos, pois não estava a fim de penteá-los e correr o risco de parecer um nerd. Logo desci as escadas e vi que minha mãe já havia colocado o café da manhã na mesa.

– Bom dia meu filho. – disse parecendo animada.

Não sei como uma pessoa de sã consciência consegue acordar alegre. Acho que só minha mãe, mas tenho quase certeza que ela não é desse planeta.

– Bom dia! – disse emburrado.

Tomamos o café em silencio eu não falei nada, pois estava “sem cabeça” para papear e sei que se falasse com minha mãe correria o risco de eu lhe dar uma bela de uma patada. E eu não queria correr o risco de levar uma porrada no meu da cara logo pela manhã. Me despedi de minha mãe e ela realmente estava estranha. Muito estranha por sinal. Mais do que ela já é. Tenho a sensação que ela me esconde algo e quer me contar mais não tem coragem. Deixei para lá subindo na minha moto e colocando o capacete.

Poderia jurar que fui na velocidade da luz para escola. Sempre andava muito rápido e minha mãe sempre dizia que eu podia sofrer um grave acidente e blablabla. Coisas que mãe sempre fazem: Falar demais e na maioria das vezes são sermões. Sim eu era imprudente no transito mais quem disse que eu ligo? Logo cheguei e entrei com tudo no estacionamento quase atropelando uma moça.

– CUIDADO AI MALUCO. – escutei uma voz estridente.

E nossa que voz mais nojentinha. Ignorei aquela loira maluca e estacionei minha moto. Quando olho em frente, vejo ao longe aquela pessoa que perturba até mesmo a minha mente. Sim era ela. Elena. O que raios ela faz aqui? Obvio que é estudar... Mas tinha que ser justo ESSA escola? Tem milhares por ai. Que droga, prevejo que será um inferno com essa garota aqui na escola Fico um tempo a observando. Até que ela estava linda naquela manha. O quê? Eu disse isso? Porra Elena. Você está me deixando louco. Quando olho para frente novamente vejo um cara bombado vindo na minha direção. Merda isso não vai prestar. Quase o atropelei, mas por sorte passei pela rampa dos cadeirantes e “voei” por cima do cara. Isso sim foi radical e sensacional.

– FICOU LOUCO MANÉ? QUER APANHAR? – o loiro engomadinho disse raivoso.

– Quem? Eu? – perguntei cínico.

– Não... Meu avô. – ele disse debochado.

– Oras então diga isso a ele e não a mim. – disse sarcástico e ele fica irado.

– Seu... Seu... – ele diz entre dentes.

– Seu o quê? – falei grosseiramente.

E ele ficou assustado pela minha voz grave. Não era pra menos eu era temido por muitos só pela minha voz grossa e fria que sempre vinha com uma expressão dura e sem expressão que mais parecia de um serial killer.

– Okay... Não vai falar nada? Que pena pensei que esse engomadinho tinha língua.

– Idiota. Se você continuar com isso eu vou... – atrevido.

– Vai fazer o quê? Hein? – pergunto raivoso. – Você não pode fazer nada idiota. Afinal, não fiz nada. Quem manda você ficar ai parado que nem um poste? Agora saia da minha frente que eu não tenho tempo para idiotas como você. – disse ríspido e sem saco para manés.

Ele me olhou com cara de paspalho. Ótimo. Liguei a moto novamente e arranquei com ela. Segui para a minha vaga de sempre e notei que na outra vaga tinha outras três motos. E eu vi algo que não pode ser desvisto. Aquilo é uma moto? Sério? Uma moto rosa com florzinhas? Que ridículo. Ao lado dessa aberração havia um lindo carro. meu queixo caiu quando vi fiquei até sem palavras. Quem teria tanto bom gosto? Era simplesmente espetacular. Com certeza meus olhos brilharam, sou apaixonado por antiguidades e igual a essa belezinha então. De quem seria? Com certeza alguém com muito bom gosto.

Parei de babar no carro e segui para a minha aula, e como sempre muitos me olhavam assustados e outros nem se quer olhavam. Tinham medo de mim ou apenas me desprezavam, na maioria das vezes os dois. Bem eu não ligo para isso, pois já me acostumei e sim eu sou terrível. Topei com Stefan no meio do caminho.

– E ai Salvatore. – ele diz sorridente e continuo andando o ignorando.

Stefan é meu melhor amigo, mas não o único. Tenho alguns amigos motoqueiros e minha melhor amiga, a Barbie Caroline. Inclusive falando nela eu tenho a sensação de que aquela aberração que chamam de moto é dela. Ela estava cansada de vir de carona com os pais e decidiu comprar uma moto, sem dúvidas aquela é dela. Apesar de gostar muito da Barbie, nossa amizade era recente, coisa de meses. E bem, eu não sou um cara muito amigável digamos assim. Mesmo sendo desse jeito desprezível, Stefan e Caroline me entendem, não é a toa que são meus melhores amigos.

– E ai Muller. – respondo finalmente.

– Já vi que está mal-humorado hoje. – ele fala sorridente batendo no meu ombro.

Sorrio de um jeito cínico.

– Okay, Quando é que não está? - ele revira os olhos.

Até riria da cara que ele fez, mas sorrir não é do meu feitio. Seguimos para nosso armário, mas antes que eu o alcance acabo esbarrando em alguém. De novo? Isso está virando costume isso já. Olhei para a bendita pessoa e... Ah não, de novo não. É muita coincidência. Tinha quer ser logo ela?

Elena

Estava no décimo sono quando Jer começa a gritar. Fala sério não posso dormir mais um pouco não? Não que eu não goste de ir para escola, mas – é claro, quem em sã consciência gosta? – estou com uma preguiça do cacete hoje e sem falar que tenho que fazer educação física que com certeza é minha matéria mais que odiada. Estou pagando pelos meus pecados, só pode. E se não bastasse tudo isso, para piorar tenho que dormir justo no mesmo quarto que meu irmão, pois só tem dois quartos.

– Elenaaaa, acorda mulher. – disse tirando meu lençol.

Coloquei o travesseiro na cara, tentando dormir só mais um pouco.

– Acorda já são 07:10. - disse me sacudindo.

– Porra Jeremias!Me deixa. – ralho – Não quero saber de escola hoje.

– Elena levanta logo caralho, vamos nos atrasar – ele grita.

– Não... Hoje vai ter aquela aulas dos infernos e eu não to afim de ir.

Ele pulou com tudo em cima de mim me assustando.

– Tá louco, guri?

– Guri nada sou seu irmão mais velho.

– Só 10 minutos Jer. – falo rindo.

– Que seja... Sou seu irmão mais velho e você tem que me obedecer. – ele diz se fingindo de sério.

– Quem disse? – pergunto.

– Eu, oras. – ele fala e ri.

– Vai-te catar filho da... Pera não vou xingar a minha mãe. – falo e rio.

– Acho bom né. – ele diz. – Bom agora cuida guria.

– Hã... Hã maninho. Deixa-me dormir só mais um pouquinho. – disse fazendo sinal de pouco com os dedos e em seguida me embrulhando da cabeça aos pés.

– Negativo. – ele fala sorrindo cínico e tirando meus lençóis. – Sou o irmão mais velho e tenho a obrigação de te acordar.

Ele fala de um jeito tão engraçado, que mais parece um presidente fazendo um discurso importantíssimo.

– Sério isso? – pergunto.

– Lógico né Lena... Ou você acha que eu ia vir aqui em plena 07h15min da manha para discutir com a minha maninha irritante? Nem pensar. Também fui obrigado a levantar...

– Sabia... Isso só podia ter dedo do senhor Alaric mesmo, não é? – disse rindo.

– Com certeza. – Jer falou rindo. – Em falar nele, você não acha que ele está bem estranho esses dias?

– Só agora você percebeu? – digo. – Ele está assim á dias...

– Sério?

– Aham – assenti pensativa.

– Nossa... O que será? – Jer pergunta.

– Não faço ideia, né Mané...

– Deve ser algo que nos deixaria com muita raiva. – Jer observa.

– Pelo jeito que ele vem agindo é bem isso mesmo. – falo.

– Com certeza. – Jer concorda. – Mas não tente me enrolar mocinha, levanta porque hoje tem prova de Educação física e se você faltar vai ficar com zero na média. Quer mesmo reprovar por causa disso?

– Nem pensar. - balanço a cabeça negativamente.

– Então cuida se não vamos chegar atrasados. – diz me puxando da cama.

– Okay. – falo me levantando contra minha vontade.

– Não demore muito se não o Sr. Alaric vem aqui puxar nossas orelhas.

– Okay. – falo.

– Falando de mim? – Meu pai chega bem na hora.

– Sim, estamos falando que se demoramos o senhor vem aqui puxar nossas orelhas. – sorrio.

– Com certeza, agora cuidem. Pois a aula já vai começar e eu tenho muitos assuntos para passar aos meus alunos. – ele diz sorridente.

Meu pai é o nosso professor de história e muito exigente por sinal. Se pensam que ele passa a mão nas nossas cabeças estão enganados, na verdade ele passa conteúdos mais complicados para nós e sempre diz que por sermos seus filhos somos capazes de fazer o que ele passa. O que não é cem porcento de verdade. Tirei meu pijama minúsculo e liguei o chuveiro escolhendo a água gelada. Sem duvidas água gelada tirava totalmente meu sono, mas, me deixava ainda mais mal humorada – se é que é possível -. Fiz minhas necessidades diárias, passei meu creme de morango e vesti uma roupa simples e coloquei outra muda de roupa na minha mochila para a aula insuportável de educação física. Assim que sai do banho vi que Jeremy já estava pronto.

– Vamos logo, antes que papai nos leve a pontapés. – disse rindo.

Descemos as escadas e logo vimos papai ajeitando a mesa. Ele havia preparado nosso café preferido: Panquecas com calda de caramelo. Semicerrei os olhos o encarando. Ele está escondendo alguma coisa. Ele só faz esses mimos quando quer algo.

– Uau! Panquecas. – Jer disse com satisfeito com o que via. – Como eu amo panquecas.

– Eu sei por isso eu fiz para meus amados filhos. – Papai disse sorridente.

Nos entreolhamos desconfiados voltando a atenção ao senhor Alaric.

– Okay. O que o senhor quer? – perguntei. - Desembuche!

– Nada uai, não posso mimar meus filhos? – ele disse parecendo meio nervoso.

– Até pode, mas isso é raro vindo do senhor. - Jer diz o observando. - E só faz quando quer algo.

– Apenas quero mimar vocês, oras! Deixem de ser mal agradecidos e tomem logo esse café. – ele disse autoritário nos fazendo rir da cara dele. Tomamos nosso maravilhoso café da manhã e seguimos para a garagem.

Cada um tinha seu meio de transporte próprio, mas papai sempre dizia para irmos com ele e economizar gasolina. E é claro que não o ouvíamos e íamos sozinhos. Era mais divertido e eu adorava sentir aquele gostinho de independência. Papai morria de medo quando andávamos em sozinhos e sempre dizia que correr do jeito que corríamos era perigoso. Nem ligamos. Peguei meu impala, e veio logo em seguida me ultrapassando com a sua moto da Ferrari e seguimos para escola. Papai vinha logo atrás com seu camaro 1969 e seguimos para a maldita escola.

No caminho avistei a Barbie em sua moto personalizada rosa com florzinhas. Nada contra isso, mas prefiro uma coisa mais tradicional. Acenei para ela e ela abriu o protetor do capacete e gritou.

– E AÍ AMIGA – Maluca viu.

– E AI BARBIE – disse no mesmo tom. - VAMOS APOSTAR CORRIDA? QUEM CHEGAR PRIMEIRO TEM DIREITO A LANCHE GRÁTIS.

– EU TOPO. - ela disse acelerando e passando de mim.

Mas que ladra, nem me esperou. Mas agora ela vai ver só, acelerei o carro andando em alta velocidade.

– Car, desiste! - disse ao pararmos no sinal. - Você não vai conseguir ganhar de mim e o Bob.

– Isso é o que vamos ver gata! - ela sorri cínica. - Com essa sucata velha você vai perder feio.

Sucata velha é? Você vai ver como o Bob corre.

– Não me decepcione baby, vamos ganhar essa corrida. - disse batendo no volante.

Assim que o sinal ficou verde aceleramos e saímos em disparada. A essa altura não ligava se iam ver e brigar, uma aposto depois de iniciada deve sempre ser cumprida. E eu tenho que ganhar. Barbie não percebeu que havia uma senhora atravessando na faixa e quase passa por cima, mas conseguiu desviar por pouco.

– HEY, VOCÊS DUAS PAREM DE FICAR FAZENDO RACHA E PRESTEM ATENÇÃO NA PORRA DO TRANSITO. – Jeremy que estava atrás da gente gritou aparecendo no meio da pista com expressão nada contente.

– OKAY. – gritamos sem graça.

Papai que minutos antes tínhamos perdido de vista pela sua lerdice no transito, passou buzinando e balançando a cabeça negativamente. Ele com certeza havia visto o que aconteceu.

– EM CASA NÓS CONVERSAMOS, ELENA. – Ele grita.

– FUDEU ELENA. – Jer gritou nos fazendo rir.

Logo chegamos na maldita escola e seguimos para o único lugar que havia vagas no momento, era um pouco distante das demais. Estacionamos lado a lado. Eu estudava nessa escola há apenas duas semanas, mais já conhecia Caroline, Bonnie e Matt há tempos, estudamos o fundamental todo juntos e nos tornamos amigos inseparáveis. Assim que eu soube que elas viriam para essa escola pedi para que papai me transferisse junto de Jer que queria fiar mais perto da Bonnie. Por isso ainda fico perdida por aqui e não conheço muita gente.

– Elena, papai vai nos matar. – Jeremy disse parecendo receoso.

– Relaxa maninho, ele quer algo e não vai esquentar com isso. – disse sem ligar para o fato.

– Tomara.

Ficamos um pouco em frente a entrada da escola esperando Bonnie chegar. Foi então que eu vi um motoqueiro muito lindo - pelo menos parecia - entrar com tudo no estacionamento. Ele estava de jaqueta de couro preta, camisa do the killers, calça preta e coturnos. Nossa que visão maravilhosa. E se não bastasse isso estava em uma linda moto preta. OMG ele olhou para mim e sorriu, juro que vi algo familiar ali. Além de lindo era radical.

Erik – primo de Elijah - vinha na mesma direção que o motoqueiro louco, e fiquei em choque com a besteira que ele ia fazer.

– Car olha lá. – disse apontando com a boca no chão

Car arregalou os olhos para o possível acidente.

– OMG! - gritamos em coral com o quase acidente.

Foi então que para nossa surpresa ele saltou por cima de Erick em uma manobra radical.

– Porra! o Dam é muito imprudente mesmo. – ela disse irritada.

– Você conhece aquele cara? – perguntei curiosa.

– Claro, ele é meu amigo. Se chama Damon. - ela sorriu de lado parecendo gostar muito dele.

– Você só tem amigos loucos. – Jeremy disse rindo.

– Eu sei, mas vocês estão inclusos nisso também.

Rimos.

– Mas sério, ele é demais. – disse interessada até demais. - Ele é legal?

– Bem, na verdade ele é um insuportável e um antissocial de primeira. – Car disse bufando.

– Nossa ele é tão horrível assim? – perguntei incrédula.

– Ele é pior do que imaginou. – ela rindo.

– Isso me lembra um idiota que conheci no mustang bar. - disse revirando os olhos ao lembrar daquele cara insuportável. - O cara era insuportável e irritante.

– Sério? – ela riu. – O Damon é desse nível e também adora um bar. Ele é um cachaceiro de primeira. Inclusive ele adora ir nesse bar, pois o amigo dele trabalha lá.

– Cruzes! – disse revirando os olhos. – Pelo jeito esse ai tem todos os defeitos possíveis e nenhuma qualidade.

– Verdade. – Car disse rindo alto.

Foi então que vimos Damon e o Erik discutirem e Erick estava com uma cara de puto da vida, enquanto o tal de Damon apenas o encarava. E ele ainda estava de capacete o que não facilitava em nada em ver seu rosto. O Damon falou algo que deixou Erick vermelho de raiva. Como era impossível escutar a conversa dos dois, resolvi então usar o meu "dom" de leitura labial – na qual aprendi no ensino fundamental para saber o que as meninas fofocavam - e pelo que entendi Erick havia dito “Seu... Seu...”. Li os lábios de Damon – que por sinal eram muito chamativos e vermelhos – e vi que ele havia ficado com raiva e dito “Seu o quê?” ele disse parecendo irritado e Erick o olhou um pouco assustado. Voltei a atenção para Damon e ele concluiu com “Okay... Não vai falar nada? Que pena pensei que esse engomadinho tinha língua.” Nossa mais ele tinha a língua afiada, não? Erick respondeu “Idiota. Se você continuar com isso eu vou...” ele respondeu e vi que Damon havia ficado estressado pelo jeito que ele batia o pé. E Damon respondeu “Vai fazer o quê? Hein?” e concluiu “Você não pode fazer nada idiota. Afinal, não fiz nada. Quem manda você ficar ai que nem parado igual um poste? Agora saia da minha frente que eu não tenho tempo para idiotas como você.” Nossa que esse Damon tem sempre a resposta na ponta da língua. Erick o olhou e ele apenas arrancou com a moto e parou do lado da minha vaga.

Vi que ele ficou rindo debochado da moto da Carol.

– Olha lá Carol ele está rindo da sua moto. – Jer falou rindo. – Não é para menos é broxante, parece uma moto vindo dos filmes da Barbie.

Ri alto e Carol deu um tapa no braço de Jeremy.

– Aiii

– Idiota. – Carol resmungou.

Assim que voltamos a olhar ele não estava mais lá. Poxa na hora que eu pretendia conhecê-lo. Mas não tem problemas, ele é amigo da Car não vai faltar oportunidades de nos tornarmos bons amigos. Bonnie logo chegou e entramos na escola. E para variar o casalzinho sumiu de minha vista, seguimos para nossos armários mais por infelicidade acabo me esbarrando em alguém. Olho para a pessoa mal educada e puta que pariu. Era ele. Aquele babaca do bar. E o que raios ele faz aqui? Pensei que ele era um alcoólatra que passava dias e noites no bar bebendo sem parar. Realmente me enganei.

– Você. – dissemos em coro.

Poderia jurar que saiam faíscas de nossos olhos de tanta raiva. Caroline nos olhou divertida. O encarei de cima a baixo e a decepção me consumiu. O cara que a poucos eu tinha achado um máximo não passa de um babaca alcoólatra. Argh!

– Estou começando a achar que você se esbarra em mim de propósito. – ele sorri cínico.

– De propósito? Se toca cara, você acha mesmo que eu ia querer sair me esbarrando em qualquer idiota assim? Não mesmo querido. – disse sarcástica o fazendo fechar a cara.

– Então vocês se conhecem?

– É logico, Caroline. – dissemos em coro e nos entreolhamos.

– Desculpa ai... - ela disse levantando as mãos. - Bem, agora vejo que o babaca do bar é o Dam, né Lena?

Caroline abre um enorme sorriso.

– Então quer dizer que a senhorita falou de mim é? – ele disse bem próximo de mim.

Fingi que o halito quente dele perto do meu pescoço não me afetou e continuei com a expressão durona.

– Claro que sim, quando alguém fala sobre alguém sem educação, irritante, enjoado para caralho e chato do cão eu só me lembro de você mesmo.

– Não vai me defender Barbie? – ele disse e logo fez um bico irresistível.

Irresistível? Só que não, que bico mais escroto. E que intimidade é essa com a MINHA Barbie? Ela só pode ser chamada de BARBIE por MIM e BONNIE.

– Não, você bem mereceu... – Car disse.

Ri por dentro me sentindo vitoriosa.

– Argh! Grande amiga você, hein? – ele disse revirando os seus belos olhos azuis. Belos? Está ficando louca Elena?

– Vamos para a sala amiga que o ar tá poluído. – disse a puxando para nossos armários antes que ele desse uma resposta. Reparei que ele estava atrás de nós, estava nos seguindo e isso já estava me irritando. Ele passou na nossa frente e deu língua. Criança. E fiz o mesmo. Conforme ele andava nós o acompanhávamos e isso não era bom sinal. Ele nos olhava de canto de olho, de repente ele virou-se de frente para nós e nos encarou.

– Estão me seguindo? – disse ele ateando uma sobrancelha.

– Lógico que não. – disse.

– Você sabe muito bem que não, Damon. - Car sorriu. - Estamos seguindo para nossos armários.

– Ótimo. – ele disse e seguiu.

Caminhamos mais um pedaço pelo longo corredor, ele parou e abriu o armário bem do lado direito do meu.

– Ah não, ninguém merece. – disse em voz alta revirando os olhos.

– O quê Lena? – Carol disse.

– Olha. – disse apontando com a cabeça.

– Vish - ela riu - Isso ainda vai dar merda.

– Pode apostar. – disse e segui para meu armário.

Abri o armário com certa brutalidade sem o olhar. Meu armário estava lotado de coisas , havia um espelho na porta com algumas fotos dos meus atores e cantores preferidos inclusive de um certo ator muito parecido com Damon. Argh! Arranquei o poste e joguei no fundo do armário. Havia também maquiagens, roupas extras caso acontecesse um acidente, remédios, além é claro dos livros e outras bugigangas. O olhei de soslaio e ele me olhou sorrindo sarcástico percebendo que eu o olhava. Ele trancou o armário e seguiu provavelmente para a sala. Peguei meus livros e segui para a sala e assim que eu entro vejo o maldito lá no fundão. Nossos olhares se encontram e ficamos nos olhando por um tempo e em seguida reviramos os olhos. Sério isso? Eu estou pagando pelos meus pecados mesmo. Isso é coincidência demais, ou será uma piada de mal gosto do destino?

Continua...


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Notas finais do capítulo

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