I will find you escrita por Kin


Capítulo 29
Planos


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora!



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Yurippe arremessou a bola bem certeiramente na luva que TK usava. Sekine até que tentou rebater, mas estava distraída com a torcida tímida que Irie dominava ali na arquibancada com Iwasawa. Não que a rosada fosse a maior fã da nossa baixista, mas parecia que era o melhor modo que encontrou para ajudar na partida. Eu, no entanto, estava aprendendo táticas de como segurar a bola com Hinata e Matsushita. Eles eram bem mais experientes com isso do que eu.

O Sol já estava fervendo minha cabeça quando Matsushita conseguiu fazer um home run. O garoto correu habilmente pelas bases e escorregou para a última. Foi demais para Yuri aceitar a derrota, mas no fim, acabamos rindo com tudo o que aconteceu. Minha testa estava suando e meu uniforme cheirava desagradavelmente, portanto, tive que tomar uma ducha antes de voltar para as aulas.

— Eu poderia ter ganhado aquela partida se não fosse a trupe da luta do Matsushita Faixa Preta e Shiina-san! – A líder rolou os olhos, emburrada.

— Que mente fraca. – A ninja sussurrou, ajeitando o cachecol ao redor do pescoço.

— Mas foi interessante trocar de times hoje! Você e a Kanade revezaram muito bem com os arremessos. – Hinata disse animadamente, coçando a nuca.

— Seu idiota! Você não tomou um banho sequer antes de voltar pra aula? É assim que você ousa me abraçar?! – Yui reclamou, conduzindo a cadeira de rodas sozinha. Como sempre, alterada e divertida ao mesmo tempo.

— Você fala como se você também tivesse feito isso, chata! – O garoto cruzou os braços enquanto andava, já franzindo o cenho. Estávamos passando pelo corredor próximo a sala, no momento.

— Fala sério, vocês não mudaram nada... – Matsushita riu baixinho, observando a briga dos dois.

— Parece que não... – Kanade sussurrou.

— What a shame! — TK deu um rodopio.

— Falando nisso, banda de garotas... Vocês irão tocar na abertura do campeonato? – Yuri nos interrogou e mesmo a frente do grupo, era possível ouvi-la.

— Ah, mas é claro, Yurippe-san. – Eu respondi prontamente.

— Nós já estamos compondo uma música nova! – Iwasawa revelou animadamente, enquanto eu segurava em sua mão, ajudando-a a andar mais confiante. Entramos na sala e a professora ainda não havia chegado, ainda faltavam alguns minutos pra aula retornar.

— Mas já estão compondo novamente? – Sekine veio por trás de nós duas e apertou nossos ombros juntos, nos olhando marotamente. – As pombinhas estão saindo e estão escondendo isso da gente! Que chocante! Imagina a reação das fãs? – Rolei os olhos e tratei de esconder o rubor crescente em minhas bochechas com minhas franjas grandes.

— Para de ser ridícula! – Prontamente reclamei, mostrando os demônios nos meus olhos pra cima daquela loira atrevida. Enquanto isso, a briga entre Hinata e Yui no fundo pegava fogo e Matsushita e Shiina apenas tentavam segurar os dois para que não se batessem ali mesmo.

— Mas Hisako-senpai e Iwasawa-senpai até andam de mãos dadas... – Irie disse baixinho, cruzando os dedos timidamente. – Assim como eu e Sekine-chan fazemos...

— Ehhh? Não precisava deixar a situação tão gay assim! – A garota dos olhos azuis olhou pra namorada com uma gota na lateral do rosto.

— Love is in the air. — O loiro mandou um beijo para as duas, piscando o olho direito.

— Acalmem-se, meninas... – Iwasawa tentou apartar a discussão, fazendo sua calma voz soar pela sala. – O importante é que estamos juntas de volta e uma música nova irá surgir.

— Exatamente! – Yuri levantou o dedo no ar, atenta a nossa conversa. Depois, virou-se repentinamente para o grupo logo atrás. – E vocês dois parem de discutir, idiotas!!

— Aqueles dois são difíceis, sinceramente... – Kanade levantou-se de sua cadeira e foi até o casal estressado e os olhou atentamente, até que eles se sentissem ameaçados o suficiente para pararem de discutir.

— Desculpe-me Tachibana-sama. – Os dois arregalaram os olhos e imploraram perdão, logo se abraçando.

A professora chegou e voltamos aos nossos assentos. Era estranho lembrar que antes não precisávamos nos preocupar com isso, mas agora deveríamos ler os livros e escutar aquelas explicações da professora quase robótica ali no centro, em frente ao quadro, ensinando questões de química.

Mas a matéria quase não me importava ao notar Iwasawa ali, que estava com os olhos fixados no objeto de escrita colado na parede. Era algo sobre o controle dos átomos, se não me engano. Ela anotava algumas coisas no caderno e às vezes me pegava encarando-a, um tímido sorriso sempre era enviado especialmente para mim e o meu rosto chegava a ferver. Era impossível não notar aqueles olhos e cabelos tom magenta, combinado com os lábios pálidos e finos.

Uma bolinha de papel fora arremessada na minha cabeça no meio do meu transe e eu olhei para trás para ver quem era. Obviamente tinha sido a diabinha da Sekine, mas ela apontou para Irie. Abri a folha e deduzi que a escrita era dela.

Creio que Iwasawa já saiba que você é extremamente caidinha por ela. Então pare de se distrair e vá estudar.”

Um sorriso bobo apareceu na minha boca e eu ri internamente. Era óbvio que nossa vocalista sabia que eu a amava mais que tudo, mas eu nunca fui a moça estudiosa e sim a que colava nas provas e trapaceava nos jogos. Então, enquanto a aula continuava se estendendo até o fim da manhã, peguei as folhas de composição que Iwasawa havia me entregado e comecei a fazer a parte da guitarra e do baixo de Sekine, que convenhamos, sempre burlava as partituras que criávamos. Cretina. Costumava dar o meu melhor para a música ficar ao gosto da Masami que era muito criteriosa. “A louca da música” como Sekine a intitulava em seus diários absurdos.

Era uma época em que eu descobri muito mais de música do que na minha antiga banda. Agora eu sei que podia alcançar ainda mais experiências com essas duas vocalistas juntas, o que era bom e ao mesmo tempo muito confuso. Imagina a bagunça que tínhamos antes juntando com a pirralhinha da Yui? A sorte é que a garota concordava assiduamente com as palavras da líder.

— Hisako, vamos nos reunir no refeitório então? – Olhei pra cima quando Iwasawa apertou levemente o meu ombro após a aula ter acabado.

— Está com fome? Eu queria ir para a sala de música. – Quase indaguei inaudível, mas ela entendeu o que eu quis dizer.

— Sim, mas não podemos levar a comida para a sala? Assim trabalharemos menos. – Ela coçou a bochecha, pensativa.

— Desde quando obedecemos as regras? – Eu sorri com minhas lembranças de garota trapaceira.

— Ah. De fato! – Ela deu um leve soco no meu braço, que não causou dano algum. – Isso é rock!

— Exato! – Dei pequenos tapinhas em suas costas e nos juntamos a turma que se dirigiu ao refeitório para almoçar. Pedimos pão de yakisoba enquanto Yuri e os outros pediram curry. Kanade optou pelo seu mapo tofu.

— Nós vamos para a sala ensaiar um pouco. – Tomei a frente na decisão, levantando da mesa e avisando a todos. – Quem quiser vir junto, deixaremos a porta aberta, sim?

— Eu quero ir, senpaaaaai! – Yui levantou o braço e engoliu a comida numa velocidade monstruosa.

— Nós também! – O casal de namoradas se prontificou, com a condição de que pudessem terminar seus pratos antes. Concordamos claramente.

— Eu irei! – Yuri sorriu e afirmou que estaria junto nessa.

— Estarei presente. – Kanade aceitou o convite para a nossa surpresa e então aproveitamos a nossa deixa para subir até a sala de música. Os meninos acabaram indo treinar mais um pouco e Shiina foi participar das atividades do clube dela.

— Ahh! Finalmente iremos voltar à ativa! – Iwasawa se espreguiçou e colocou a guitarra no colo, afinando-a de ouvido mesmo.

— Nem eu mesma acredito nisso. – Segui os passos dela e retirei a guitarra elétrica do assento, por sorte, ela estava bem afinada.

— Vai ser um grande show! – Ela deu uma batida com a palheta nas cordas de aço, num acorde de Si Bemol.

— Pode acreditar que sim. – Eu pisquei e após isso, olhei para a janela, pensando sobre a nossa esperada volta e também sobre o repertório do show.

— O que houve, Hisako? – Ela me olhou curiosamente e dedilhou as cordas primas da guitarra vermelha. – Parece pensativa.

— Então... Com que música nós abriremos a nossa apresentação? – Cocei o queixo.

— É uma boa pergunta... – Avistamos um corvo pousar sobre o peitoril da janela de nossa sala, que ficava no segundo andar no prédio.

— Que tal... Crow Song? – Yui chegou na sala no exato momento, guiando a cadeira eletrônica e apontando para a ave que bicava o vidro da janela.

— É uma ótima ideia. – Irie disse baixinho, chegando logo após, com nossa baixista.

— Acho meio repetitiva, mas por que não? – A loira deu de ombros e observei um sorriso nascer nos lábios de Iwasawa.

— Perfeito.


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Notas finais do capítulo

Continua...

Espero que gostem!

Ganbatte!



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