I will find you escrita por Kin


Capítulo 25
Recrutamento


Notas iniciais do capítulo

Depois do Enem sinistro que enfrentei, aqui está um novo capítulo cheio de surpresas! Desfrutem sem moderação.



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— Precisamos dar uma pausa, galera. – Yuri foi ao meio do campo, coçando o queixo nervosamente. Obviamente ela estava pensativa.

— Why? – TK interveio, desprendendo o capacete.

— Eu e o Hinata conversamos e acabamos por lembrar que precisamos de mais dois jogadores para registrar o time no campeonato.

— Yurippe tem razão. Devemos ter nove jogadores no time. Por enquanto, só temos sete. – Hinata tirou a luva, observando as falhas ao mesmo tempo em que nos avisava sobre as regras de formação.

— Seis na verdade. Kanade ainda não se pronunciou. No entanto, acho que ela daria uma ótima arremessadora. – Pensei na força que Tachibana sempre teve para executar qualquer coisa, era impressionante. Porém, não sabíamos se ela ainda possuía esses dotes. – Ou uma segunda base.

— Com a Tachibana-sama no arremesso, você ia levar uma bela bolada na cara, Hisako-senpai! – A loira que estava na reserva se contorcia de rir ao imaginar a minha desgraça. Safada! Já não era o tipo de garota inocente quando estava morta, imagina viva?

— Não se a gente lhe colocar como receptora, não é Shiori-san? – Gritei para me certificar de que a ameaça havia chegado em tom alto e claro.

— Ehhh?! Isso é o que vamos ver! – Antes que Sekine viesse correr em minha direção. Irie a segurou pelos pulsos.

— Fique calma, querida. Ela não faria isso com você... – A doce garota suspirou. Pobrezinha. Era muito amor pra aguentar aquela baixista.

— Suas idiotas, parem de brigar agora!! – Eu ri baixinho assim como Hinata e TK ao ouvirmos Yuri gritar.

— Isso até parece o dia que tentamos burlar a prova da Kanade. – O azulado apoiou o cotovelo no ombro de Yuri, segurando uma gargalhada.

— Crazy day, baby! – O dançarino loiro arriscou um moonwalk e todos sorriram, lembrando-se dos velhos tempos.

— Então vamos procurar mais membros para a nossa equipe. O campeonato não irá demorara chegar. – A líder acenou ao se retirar do diamante.

— É. Não tem outra escolha. – Hinata suspirou e seguiu o garoto seguido do loiro.

— Get chance and luck! – Eu dei um sinal de “Ok!” para ambos e me voltei para as meninas da banda, mas tive que me decidir por seguir meu próprio se não quisesse segurar vela para as duas. Sekine não tinha pudor algum em dar os beijos mais longos de todos os tempos em sua pequena baterista.

O jeito era dar uma volta pelos clubes, desde que não fossem os de esportes com arremesso de bola, afinal, todos estes já tinham formado times poderosos. Resolvi que passaria nos clubes de artes marciais, locais pra mim desconhecidos ainda, já que ficavam do outro lado do prédio e longe dos dormitórios.

No clube de taekwondo não tinha alguém que fizesse o porte nem o perfil de um jogador de beisebol, assim como o de judô e tai chi chuan. Confesso que minhas pernas estavam doloridas de tanto dar voltas por ali, até o clube de tiro ao alvo eu tive que visitar. Recebi muitos panfletos e propostas para ingressar em algumas atividades, mas é claro que meu objetivo era formar meu próprio clube de música e isso só será possível quando Iwasawa retornar do hospital. Tenho receio de que o processo demore muito. O que me motiva a seguir é aquele sorriso incrível a cada vez que ela conseguia completar um passo sem o apoio das barras e sem aquelas muletas que o doutor ofereceu.

Seguindo a minha linha de pensamentos, resolvi sentar no corredor, perto do clube de kung fu. Ainda não tinha passado lá, mas estava exausta demais para ficar mais um tempo em pé vendo performances, sem falar que a sala parecia estar vazia. Aproveitei e peguei um café gelado para saciar minha falta de líquidos. Ouvi um rangido na porta, mas não me importei muito.

— Ei garota, o que faz por aqui? Você está se sentindo bem? – Uma mão tocou o meu ombro enquanto senti que alguém se aproximou e falou comigo.

— Oh. Eu só estava dando uma olhada nos clubes e parei aqui para descansar. – Tomei um gole do café e arfei de exaustão. – Estou incomodando?

— Claro que não, me desculpe à intromissão. – Ela sentou ao meu lado e foi guardando o que parecia ser uma coleção de kunais na própria roupa, num cinturão de couro preto. – Como você se chama?

— Eu sou Hisako, terceiranista. – Respondi ao tomar o fôlego novamente. – E você?

— Meu nome é Shiina Eri. – Cocei o queixo quando ela me respondeu. Aquele nome não me era nada estranho. – Acho que te conheço de algum lugar.

— Se você já foi amiga da Yuri Nakamura, pode ter certeza de que nos conhecemos. – Eu ri baixinho, depois continuei bebendo a substância gelada e amarga.

— Yuri... Yurippe? – Ela arregalou os olhos, puxando a gola da minha camisa. Assustei-me com a reação dela e já fui me desculpando por qualquer coisa.

— Oh, gomenasai! Eu não quis ofendê-la. – Eu respondi nervosamente, sentindo o suor frio escorrer pela lateral da minha testa. – Se quiser, eu me retiro daqui agora mesmo, hehe...

— Onde ela está? Meu Deus! Faz tempo que eu não a vejo... – Ela me fitou curiosa com as íris avermelhadas.

— Ela está por aí, procurando membros para o time de beisebol... – Coloquei a mão na testa, suspirando ao ver que estava segura. Ela me soltou no chão de madeira por vez.

— Yuri ainda faz isso? – Shiina me olhou de um jeito divertido, acho que ela entrou em um flashback.

— Sim, então você deve ser aquela garota que andava sempre com ela e quase não falava. – Voltei a prender meu cabelo num rabo de cavalo, deixando minha nuca livre para que o ar fresco me trouxesse algum alívio para o calor.

— Você está certa. – Ela voltou a se sentar calmamente do meu lado, analisando meu perfil. – E você deve ser a líder daquela banda de distração, estou errada?

— Correto! Girls Dead Monster e um rock de muito sentimento. – Eu fiz o símbolo de ‘rock’ com os dedos e ela deu um sorriso calmo, sem muito alarde. Ela era fechada.

— Eu me lembro de bem quando a Yuri me fez entrar pra sua banda junto com ela. – Senti uma gota descer pelo meu rosto, lembrando-me da catástrofe que foi aquele dia. Junto com isso, recordei de outra cena que envolveu a banda.

— E quando você jogou aquele balde de sangue e fígado cru na minha cabeça quando a Sekine lhe subordinou... – Aquilo me embrulhava o estômago só de imaginar.

— Me desculpe! É que aquele cachorrinho era tão fofo... – Ela ficou sem graça e virou o rosto, tentando esconder as bochechas vermelhas.

— Você gosta mesmo disso, não é? – Eu apoiei meus cotovelos sobre meus próprios joelhos e ri baixinho. Ela apenas afirmou com a cabeça. – Então, já que a Yuri precisa recrutar mais gente, você quer ser do nosso time?

— Claro. Mal posso esperar pra ver ela de novo com todos aqueles idiotas. – Eu sorri desta vez e me levantei já recuperada. Com a proposta já aceita, pretendi que era melhor avisar a todos.

— Vamos lá, preciso te levar até eles. Fique escondida atrás de mim até eu chegar. – Prontamente, ela me seguiu após trancar a porta do clube de kung fu. Seguimos o caminho até o terraço da escola, imaginei que ela já estaria lá, como sempre, observando tudo o que acontecia a sua volta. E não deu outra, avistamos uma pequena reunião perto da grade e nos aproximamos.

— Hisako! Você voltou. Temos uma novidade! – Hinata já veio na minha direção, todo animado.

— Sério isso? Engraçado, pois eu também tenho uma. – Eu cruzei os braços, abrindo um sorriso convincente. Yuri ouviu a conversa e se aproximou também.

— E o que é, Hisako? – Ela veio por detrás do garoto, com aqueles olhos curiosos pra cima de mim.

— Recrutei uma pessoa nova para o time. – Dei um passo para o lado, revelando a garota ninja que estava atrás de mim.

— Shiina-san? – Yurippe arregalou os olhos, quase não crendo no que estava a ver.

— Yurippe-san, há quanto... – Ela não conseguiu completar a frase ao receber um abraço inesperado e um tanto apertado de sua amiga.

— Whoa, Shiina-san! Como vocês se encontraram? – O garoto ao lado ficou visivelmente surpreso.

— No clube de kung fu. Acabei parando lá para descansar e ela me fez companhia.

— Shiina-san, nós sentimos sua falta! Veja só, Matsushita faixa preta voltou para nós! – A líder puxou o garoto alto para perto, que estendeu a mão, piscando os olhos estreitos.

— Há quanto tempo, amigos! Esse campeonato vai ser incrível, principalmente agora que Shiina chegou. – Ele apertou a minha mão e a da jovem morena. – E a Hisako sempre foi boa com qualquer esporte!

— Eu espero ser de grande ajuda para o time. – Shiina retribuiu o cumprimento assim como eu.

— Matsushita, você é muito gentil, como sempre. – Eu respondi com timidez, eu não merecia tanto, afinal, eu costumava trapacear às vezes. – Por onde você andou?

— Eu estava no clube de karatê, mas nada se compara com a família que formamos, não é verdade? – O garoto abriu os olhos por um segundo, o que me surpreendeu, pois não era do seu feitio.

— Isso mesmo, meu amigo. Você tem toda a razão. – Hinata concordou, colocando a mão no ombro do amigo.

— Gente, agora que temos o time completo, já posso enviar esse formulário de inscrição.

Por hora, segui Yurippe até o refeitório. De lá, ela se dirigiu com os outros membros até a quadra, para entregar afolha com os nomes dos jogadores. Como não era mais necessária a minha presença, resolvi ficar por ali e já pedir o meu almoço. Estavam servindo arroz branco com curry, a fila estava enorme, mas valeu a pena.

Não muito distante da banca de pedidos, avistei a nossa presidente do conselho estudantil. Como não havia mais com quem conversar, eu me sentei ao lado da tímida garota.

— Ohayo, setokaichou! – Eu acenei, observando-a saborear um prato de mapo tofu.

— Não precisa usar de tanta formalidade, Hisako-san. – Ela se limitou a um sorriso hospitaleiro e provou uma colherada da sua comida quente. Já disse antes que isso me surpreendia?

— Então... Você vai mesmo jogar com a gente no campeonato? – Aproveitei o fim da interrogação e saboreei o meu curry, estava incrível.

— Sim, prometi a Yuri-san que ajudaria no que fosse necessário.

— Você não vai estar ocupada com o conselho?

— Não exatamente, todo o conselho tem permissão para participar dos jogos se for decidido alguém para cuidar do andamento das partidas...

— Oh, entendo... E quem vai ser um dos juízes?

— O Na... – Antes que a resposta exata saísse da boca de Kanade, ouvimos um estrondo que parecia vir da quadra. Rapidamente, nós corremos para ver o que estava acontecendo, largando nosso almoço ali na mesa.

— O que você pensa que está fazendo, porra? – Identificamos de quem se tratava depois que a poeira da pista de atletismo baixou, revelando um suplente muito furioso.

— Qual é o seu problema? – Hinata bateu a camiseta coberta de pó, tentando se levantar após o soco que recebera. – Eu só estava registrando meu time no campeonato da escola! Nós temos direito de fazer isso!

— Você não lembra que perdeu pra mim da última vez, garoto insolente? – Ayato investiu o pé contra o ventre de Hinata, que conseguiu desviar um pouco do golpe, sendo acertado no meio do estômago. Eu não estava entendendo muita coisa daquela briga, mas parecia uma rixa antiga.

— Mas que diabos..? – Eu sussurrei baixinho, incrédula.

— Parece que estão brigando por causa dos jogos... – Kanade respondeu quase inaudível. Concordei enquanto via Hinata indefeso no chão, com o braço sobre o estômago. Tachibana e eu corremos até ele para socorrê-lo, porém a ajuda não foi bem aceita.

— Hinata! Você está bem? – Eu exclamei me aproximando do jovem. Naoi cerrou os punhos e tirou o quepe. O Sol estava quente o bastante para deixar aquele lugar ainda mais insuportável de se ficar. A boca da vítima estava coberta de poeira, mas ele resistiu.

— Fique aqui, Hisako... – O azulado cuspiu as palavras e a areia, levantando com uma expressão intrigante no rosto. Quando menos esperei, ele puxou a gola do suplente. – Olha aqui, Mauricinho... Eu não sou uma putinha do Otonashi como você é! – E logo arremeteu um soco na boca do garoto e um chute no meio de suas pernas, deixando-o caído no chão, sem reação e sem palavras. – Você vai ver quem é que vai ganhar esse campeonato. E com certeza não é você. O Yuzuru-kun ficaria desapontado com sua postura por aqui!

— V-Volte... Aqui... – O fracote tentou se contorceu no chão, tentando se retratar.


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Notas finais do capítulo

Continua...

Espero que gostem. Até a próxima!
Ganbatte!



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