Akai Ito escrita por Ushio chan


Capítulo 19
Problemas.


Notas iniciais do capítulo

Er... Oyasumi. *Se esconde*
Eu sei que demorei, mas eu não tive escolha... Eu escrevia e escrevia, mas meu pai me mandava parar e eu estava agoniada para escrever e não conseguia dormir... Enfim, essa semana foi um inferno para escrever, ainda mais porque eu estava doente semana passada...
Bem, gomenasai... Espero que gostem, porque fiz com carinho.
Ah, e eu vou viajar esse fim de semana, então não postarei.



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__PDV MELLO__

 Fecho o zíper da pequena mala, repassando lentamente a lista de coisas a levar. Near disse que Halle e Rester darão um jeito para que não impliquem com minhas armas. Suponho que não deveria ter deixado para fazer a mala tão em cima da hora de partir; a meia noite do dia anterior à viagem.

Deixo a mala em cima da cama. Espero que Kim me de a honra de dormir com ela hoje. Saio de meus “aposentos”, fechando a porta atrás de mim. Sigo para o quarto da albina e entro sem fazer barulho. Mesmo no escuro, posso sentir as belas orbes roxas me seguindo. Escuto um lento e longo suspiro tomar conta do ambiente.

- Você não me engana, pequena, eu sei que está acordada. – Sento-me a seu lado. – Será que me concederia a honra de me deitar? – Espero que ela permita... Acendo a luz, fazendo-a gemer de desconforto.

- Apague isso! – Obedeço.

- Posso ficar?

- Sim. Mas, por favor, fique do outro lado.

- Por quê?

- Me sinto mais segura se dormir de frente para a porta. – Sua voz sonolenta carrega o tom de quem responde uma pergunta muito óbvia.

- Não confia em mim para te proteger, minha pequena?

- Ainda acho que pedir para confiar em você é um pouco demais, mas... Acho que sim. – Suas palavras doem mais do que ela imagina, mas fui eu quem causei isso tudo.

- Sabe, Kim, isso dói mais do que você quer me machucar. – Deito-me a seu lado e a abraço. – Mas deve ser justo, não é?

- Desculpe. – Seus braços também me envolvem. Em um curto momento de estupidez, beijo seus lábios desesperadamente. Automaticamente seu corpo se envolve na atividade como se tivesse sido ela a começar. Logo ela está deitada sobre mim, me beijando como se não houvesse amanhã. Lágrimas rolam de seus olhos, caindo em meu rosto. Quebro o beijo, arfando.

- Não chore, Kath. – Ajeito sua franja e enxugo suas lágrimas. – Eu não devia ter feito isso.

- Sim, devia.

- Então por que está chorando, Snowdrop? Se me ama e eu te amo, por que complicar as coisas? – Ela suspira em resposta.

- Mello... – Deito sua cabeça em meu peito, mas ela se levanta e, para minha surpresa, me beija. Um beijo que já trocamos uma vez, uma noite no orfanato na qual quase ficamos juntos, tendo sido interrompidos por ela me empurrando de cima de si e ficando sentada na cama para gritar “EU NÃO POSSO FAZER ISSO!”. Um beijo repleto de desejo. Nossos lábios se movem desesperadamente, buscando um pelo outro para se devorarem em um frenesi apaixonado.

- Snowdrop... – Meus dedos passeiam por sua camisola, buscando por pontos sensíveis que possam ser tocados. Um gemido escapa por seus lábios, o ar entrando em minha boca. Jogo seu cabelo para trás de seu pescoço, buscando as alças de sua camisola.

Entretanto, a mão fria de Katherine busca a minha e a puxa para longe, parando-me.

- Esta noite não. – Sussurra. Mas o que diabos tem de errado com esta noite? - Desculpe, devia ter me controlado melhor.

- Tudo bem. Eu te disse há cinco anos atrás, da última vez que isso aconteceu, que não vou te forçar a fazer nada que não queira. Continua valendo, Kim. – Beijo-a. Entretanto, como aconteceu da última vez, estou um pouco bravo com ela.

- Por favor, não fique bravo... E não é que eu não queira, não disse que não vou fazer isso, só disse que esta noite isso não vai acontecer.

- Ok. Mas será que eu posso saber por que esta noite é tão pior do que qualquer outra? – Mais beijos, desta vez da parte de Kim.

- É a véspera da viagem. – Um beijo. – E eu estou menstruada. – Sem beijos desta vez, além de ela ficar vermelha.

- Ah... Bem, se te consola, você realmente conseguiu me deixar constrangido. – Recebo um tapinha no braço em resposta. Agarro-a pela cintura e faço cócegas em sua barriga, arrancando-lhe risadas e tentativas inúteis de se salvar.

Aos poucos, adormecemos um nos braços do outro, como sempre sonhei. Seu cheiro suave, o calor do pequeno corpo, tudo nela me ajuda a dormir.

***

- Francamente, vocês deveriam dividir o quarto de uma vez por todas. Não passa uma noite sem eu chegar aqui e ver os dois abraçados, dormindo. Ao menos estão vestidos quando eu chego. – Near nos acorda. Abro os olhos e olho para o albino. Ele está de pé, os braços cruzados. Kim se move em meus braços, o cabelo roçando em meu rosto enquanto se vira para olhar o irmão.

- Bom dia, Ne-Ne. – Ela se levanta e vai até o armário pegar a roupa para a viajem. – Hm... Saiam, por favor. Preciso trocar de roupa. Obedecemos a ordem da albina e a deixamos sozinha, eu indo para meu quarto para me arrumar também. Passaremos as próximas 24 horas dentro de um avião, o que é um tanto triste. Espero ao menos me sentar ao lado de Kim.

Saio do quarto já vestindo minha clássica roupa de couro. Ao contrário do que todos pensam, é bem confortável, então posso usá-la em um avião. Depois, vou para a mesa do café da manhã, onde Leila já está comendo seus cereais e Near lentamente leva um pão com geleia à boca. Ushio brinca com uma fatia de bolo de chocolate. Que desperdício!

- Pare de brincar com isso e coma, você está me deixando enjoado.

- É você quem come um bolo de chocolate e bebe leite com chocolate no café da manhã, Mello-kun.

- Eu gosto de chocolate e se não engolir logo este bolo, eu farei isso por você. – Ushio faz uma expressão entediada e começa a comer o bolo. Vou até a cozinha preparar meu chocolate quente e  também pegar um pedaço do doce. Quando volto, Kim já está sentada a mesa, conversando com Near. Me sento a seu lado. – Bom dia, Snowdrop.

- Bom dia, Mello. – Seu sorriso quase para meu coração.

- Ohayou gozaimasu, Ki-chan.

- Ohayou, Ushio. Ohayou, Ino-kun. – Sorri para eles também. – Bom dia, Ne-Ne!

- Bom dia, Kim.

- Hm... Eu estava pensando se iria se importar se eu fizesse contato com Tomoya e Kyou? – A albina contrai os lábios, tal qual o irmão mais novo.

- Acho que tudo bem, desde que os convença a não contar para ninguém que te viram. Raito poderia acabar querendo fazer contato.

- Se ele quiser falar comigo, ele vai falar. Não vou me delatar, Ne-Ne. Seria ainda pior se eu me recusasse... Se bem que ele poderia deduzir que eu estou aqui... Ah, merda.

- O quê? – Pergunto, olhando-o preocupado.

- Bem... Eu conhecia o  Raito. E ele sabia da existência de vocês todos e seus codinomes... Não acho difícil que ele tenha feito a relação. E... Eu tinha aquela foto sua e o Raito deve ter visto... Mello... Se ele souber o seu nome e lembrar do seu rosto...

- Obrigado pela preocupação conosco. – Íris entra na sala de mãos dadas com Matt.

- Mello foi o único que teve contato direto com a policia japonesa... – Suas palavras me trazem um arrepio. Yagami Soichiro... Sabia meu nome. Ele o falou em voz alta e poderia estar usando uma escuta. Isso é um problema.

- Ele... Yagami Soichiro sabia meu nome. Ele tinha os olhos de Shinigami e disse meu nome em voz alta.

- Mello! – Kim soluça e se joga em meus braços. Seus ombros se sacodem, alertando-me sobre a crise de choro. – Eu não quero que você morra. – Abraço-a também, querendo apenas que relaxe. – Isso é minha culpa.

- Não, Kim, não é sua culpa. Relaxe, vai ficar tudo bem. Estou aqui com você, não vai acontecer nada. – Beijo seu cabelo. Sinto-a fazer que não com a cabeça, o rosto apertado contra meu peito.

- Eu só vou ficar calma quando pegarmos Kira.

- Então, por enquanto, ao menos pare de chorar. – Entrelaço os dedos em seu cabelo, como Near costuma fazer com os próprios cachos brancos.

- Ok. – Ela se afasta de mim e eu enxugo suas lágrimas com um dedo. Depois, em outro momento de estupidez, beijo-a novamente, como se estivéssemos deitados na cama, abraçados e nos preparando para dormir. Esqueço-me de que estão todos olhando, de que Near está olhando. E, para piorar tudo, ela me retribui. Me retribui como o faz todas as noites antes de dormir, abraçando meu pescoço e movendo os lábios junto aos meus. Obrigo-me a me separar dela, lembrando-me dos olhos que parecem nos perfurar a fogo.

- Eu não devia ter feito isso, não é? – Não consigo reunir coragem o bastante para olhar em volta, então mantenho meus olhos sobre Kim. Ela está tremendo e faz que não com a cabeça.

- Eu sabia. Finalmente isto aconteceu, estava torcendo por esse dia. – Íris ergue as mãos para o teto. Eu riria, não fosse o comentário seguinte, desta vez vindo de Near.

- Por que mentiu para mim, Kim? Por que sempre tem que me machucar?

- Ne-Ne... – Ela novamente tem lágrimas nos olhos e a voz está embargada. O albino deixa a sala e Kim vai atrás dele, ambos andando a passos largos. – Near, por favor...

- Kim, deixe ele por agora. – Tento segurar seu braço enquanto ela se levanta. A albina se livra de minhas mãos.

- Por que você fez isso? – Rosna.

- Me desculpe, eu não esperava este tipo de reação, foi impulsivo! – Levanto-me também, indo atrás dela. – Kim... Kim, por favor...

Sigo-a até a porta do quarto que está sendo usado por Near. Tento me acalmar para que possa falar com Kath calmamente, talvez até mesmo com Near. Escuto a conversa deles. Ou melhor, a briga.

- Near, por favor... Isso não foi... Near... – Soluça.

- Odeio quando você tenta achar uma mentira para contar. – Responde o garoto. – Por que insiste em mentir para mim? Por que gosta tanto de me machucar, Kim? Um suspiro. Este veio do albino. – Ele te tocou?

- Não. – Ela responde sinceramente e faz uma pausa. - Near, por favor, não faça isso comigo. Não transforme isso em um pesadelo. – É duro escutar os soluços de Kim sem poder entrar no quarto para consolá-la.

- Não fui eu quem mentiu para você. Não fui eu quem te machucou. Foi você quem mentiu para mim. Você me prometeu que não faria nada sem pensar. E uma semana depois começou a dormir com Mello todos os dias. E agora se beijam. Por que faz isso comigo, Kat? Desde que chegamos ao orfanato você me machuca vez após vez. Primeiro vai para o Japão... – Começa. Ele sabe que este é o maior ponto fraco de Kim.

- Não fale disso como se tivesse sido uma escolha minha, Near! Não fale disso como se não soubesse o quanto machuca. Como se não soubesse quantos pesadelos eu tive por causa disso, quantas vezes eu acordei com você me chamando. Não fale comigo como se eu fosse uma filha da puta que não se importa com você, não finja que é uma criança carente, porque eu te dei todo afeto que pude, eu cuidei de você como cuidaria de um filho. Sabe que amo você mais do que amo qualquer um, então não use isso contra mim. – Grita. Posso quase ver litros de lágrimas escorrendo por seus olhos.

- Chega. Chega, Kim, me deixe em paz. Eu desisto.

- Near...

- Por favor, saia daqui. – A voz do albino é fria. Mais fria o que jamais foi.

As lágrimas de Kim escorrem livremente, as mãos cobrindo a boca e o nariz para conter os soluços. Ela me empurra suavemente para fora de seu caminho e tenta passar. Desta vez, não permito, agarrando sua cintura por trás e virando-a para abraçá-la.

- Me solte. – Diz enquanto chora.

- Não, Kath. Não vou te deixar assim. – Ela tenta me empurrar, mas me recuso a soltá-la. – Respire. Se acalme.

- Não! Eu me recuso. Não vou me acalmar, eu não consigo. Eu... Eu o estou machucando, Mello. Eu não aguento mais isso. – Soluça novamente, finalmente cedendo ao meu abraço.

- Isso tem um nome, Kath, é ciúme. O seu irmão te ama mais do que tudo, ele não quis dizer aquilo.

- Ele quis. Ele não diria aquilo se não quisesse. Ele não usaria isso contra mim. Mello... Por que fez aquilo?

- Eu já te disse. Foi impulsivo, Kath... Eu não consigo te ver chorando, preciso fazer alguma coisa. E, geralmente, você se acalma quando eu te beijo. Só que não achei que você fosse me retribuir... E nem imaginei que a reação do Near seria tão... Exagerada.  – Suas mãos pousam em meu peito, apoiando todo o peso de seu corpo em mim.

- Eu sei... Não foi sua culpa. Eu só não quero machucá-lo, Mello. Não quero machucar ninguém. – Acaricio suas costas e o cabelo.

- Kath, isso é só uma crise de ciúmes. Vai passar.

- Não sei... Pode ser que sim, mas também pode ser que não, e se não for, se ele sair machucado... – É, eu sei que ela jamais ficaria comigo se machucasse o irmão. Sinceramente, acho que isso é um pouco demais, que ela tem que deixar isso para lá às vezes, que Near precisa fazê-la se sentir livre para fazer o que quiser.

- Eu sei. – Baixo os olhos. – Mas não vamos nos precipitar, ok? Vamos ver o que acontece. Não há necessidade de um beijo desencadear uma crise familiar, então vamos esperar. Eu... Eu não te engravidei e sumi, eu te dei um beijo. Um simples e inocente beijo. Não é possível que isso vá acabar com o seu irmão não falando com você.

- Ok. Eu... Também não quero acabar com isso por nada. Quer dizer, nós nem sequer realmente voltamos... Isso só... Aconteceu.

- É... – Sorrio, fingindo que suas palavras não me ferem. – Só aconteceu. Vai ficar tudo bem. E... Talvez devêssemos ficar juntos de uma vez. Quer dizer... Se nós morrermos, não vai ser melhor ao menos termos tido este tempo juntos e nos amado o mais ardentemente o possível?

- Talvez. Mas é uma má hora para me pedir em namoro. Preciso de um tempo para pensar e deixar a poeira abaixar um pouco. – Sorrimos suavemente um para o outro e novamente não me contenho antes de beijá-la. E tampouco ela deixa de retribuir, desta vez mais lenta e apaixonadamente. – Vem. Vamos terminar o café da manhã e levar as malas para porta.

Abandonamos o corredor, saindo da frendo do quarto de Near.

- O que aconteceu? – Halle pergunta enquanto força Chibi a engolir um comprimido para que ela durma durante a viagem de carro até a casa de uma amiga da agente loura. 

- Eles se pegaram na mesa do café e o Near ficou puto. – Ino e Ushio dizem em uníssono.

- O seu irmão se acalmou? – Leila pergunta delicadamente com toda a inocência do mundo.

- Não. – O nervosismo de Kim ainda é quase palpável em sua voz.

O tempo passa rapidamente e a hora de sair logo chega.


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Notas finais do capítulo

Hey! E aí? Curtiram? Valeu a pena esperar? Espero que sim! *sorriso digno do Luffy*
Bem... Por favor, comentem. Sou movida a reviews. kkk.
Kisu! Jya ne! Daisuki, minna-san!
- Ushio