Akai Ito escrita por Ushio chan


Capítulo 15
Fuga.


Notas iniciais do capítulo

Hey, yo!
Bem, eu demorei a postar porque viajei de novo... Escrevi tudo hoje mesmo! Espero que tenha ficado bom e este capítulo é em homenagem a mim mesma e a minha idiotice, por contar pro meu melhor amigo que gosto dele. Ao menos ele aceitou de boa... Né? NÉ?!
Bem, boa leitura.



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Estamos sendo atacados.

__PDV NEAR__

Isso não é bom. A probabilidade de sermos mortos aqui e agora é de mais ou menos 20%. Leila está sentada no chão, abraçando os joelhos com uma expressão apavorada no rosto. Corro até ela e a abraço.

- Está tudo bem. Tudo bem. Vamos ficar bem, mas fica calma, ok? – Ela faz que sim e eu beijo seus cabelos ruivos e ainda úmidos do banho. Olho em volta. Mello se afastou do computador e ficou de pé. Agora seu olhar agoniado percorre repetidas vezes a distância entre mim e minha irmã, como se me perguntasse o que fazer. – Anda logo! – Ordeno. O louro corre em direção a Kim, que está de pé com o olhar denunciando o medo que toma seu ser. Seus braços se fecham em torno dela, que se agarra a sua blusa como um filhote de coala assustado.

- Maldito Kira. – Xinga Matt enquanto prende a namorada contra si. Ino e Ushio, de mãos dadas, parecem atordoados com a situação.

- Ino-chan... Wareware... Shinu?*

- Não sei, Shio-chan. – Ele olha para mim.

- Não. Não estou disposto a morrer assim fácil. – Mello se mete no diálogo. Observo Kim se apertar contra ele, tremendo, e fechar os olhos. Imagino que, se for para morrer, ela prefira morrer ali, nos braços de seu amado.

- Tudo bem, vamos manter a calma. – Digo enquanto fico de pé com Leila ainda em meus braços. – Leila, preste atenção, fique calma ou não conseguirá pensar. E agora precisamos pensar, ouviu?

- Aham. Hm... Se morrermos, saiba que eu te amo.

- Também te amo, ruivinha. – Afago seus cabelos, sentindo olhares chocados vindo de todos os pontos da sala. Ok, como disse Íris uma vez, vamos ativar o modo “Near super pensante”.

- Gevanni, ligue para Yagami. – O agente faz o que digo, entrando em contato com o Japão.

- Near, estamos assistindo tudo pela televisão... Acho que é melhor fugir!

- Que coisa conveniente de se dizer, Kira. – Desafia minha irmã. Olho para ela, quase mandando-a calar a boca. Ok, quem liga? Raito já tem consciência de que sabemos que ele é Kira.

- Ainda continuam insistindo nisso? – A voz de Raito é calma e, não sendo muito bom com emoções humanas a parte as de minha irmã, tenho de olhar para Íris para perguntar com os olhos o se há algo estranho no tom do suspeito. Ela assente, delatando a mentira. Ela sempre foi uma das melhores aqui para detectar emoções.

- Ainda que outros grupos anti-Kira existam, atacou-nos apenas porque acreditamos que você seja Kira. – Ajoelho-me diante de alguns robôs espalhados pelo chão e passo a brincar com eles para me distrair da pontinha de pânico que começa a se formar dentro de mim.  – E em momento bem propício.

- Near, está confundido as coisas. Suas acusações falsas já passam dos limites.

- Senhores, Kira decerto está entre vocês. Reflitam sobre esta possibilidade, por  favor. – Alerto os outros agentes. Sinceramente não desejo a morte de nenhum deles por causa de Kira, mas por outro lado sem seu apoio jamais seremos capazes de pegar Yagami. Estamos distantes demais para isso.

Lá embaixo já é possível escutar as pessoas invadindo o prédio. Merda, tenho de ser rápido ou nos pegarão. Gevanni coloca as imagens de uma câmera de segurança no telão. Inferno. Eles já quebraram o vidro, agora discutem quem entrará primeiro. Idiotas. Obedecem a Kira apenas por temerem a morte. Eu gostaria muito de descer lá e dizer o quanto são estúpidos, mas isso prejudicaria a investigação... E machucaria Kim, Leila e os outros. Olho em volta. A tensão toma o ar. Rester se aproxima de mim.

- Near, temos que sair logo daqui. – Diz.

- De fato, são um bando de parvos. Não me admira que sejam apoiadores de Kira. – Derrubo um dos robôs com os quais brinco. – Os seguidores de Yagami realmente acreditam que ele seja o arauto da justiça... Mas estes aí fora são diferentes. São apenas humanos sem valor, aproveitando-se da violência. Vermes.

- Nia-kun, por mais estúpidos e miseráveis que sejam eles estão pondo nossas vidas em risco, será que não podemos ir logo? – Ushio grita para mim, o pânico fazendo com que o sotaque japonês tome sua voz e “coma” o R do final de meu nome. Não consigo evitar uma risadinha.

- Shio-chan, fique calma!

- Lie! Gomenasai... Shikashi... Watashi wa kowagatte!**

- DÁ PARA FICAR ASSUSTADA EM OUTRA LÍNGUA?! – Mello também não é a pessoa mais calma do mundo.

- Deixe ela, Mello! Japonês é a primeira língua da Ushio, quando ela fica nervosa começa a falar japonês, não é culpa dela. – Kim defende a “Menina-Roxa”, como costumava chamá-la.

- Tá bom, Snowdrop... Só estou nervoso. – O louro abraça minha irmã com mais força, como se isso pudesse protegê-la. – Desculpe, Violeta.

- Não me chame de Violeta! Meu nome é Ushio! Ok, não é Ushio, mas... Aff, você entendeu, só me chame de Ushio e pare de criar apelidos escrotos para mim.

- Qual é o problema de vocês? Eu sei que estão nervosos, mas ficar discutindo só vai dar mais tempo para que eles cheguem aqui em cima! Então vamos parar com a putaria e pensar em alguma coisa para fazer, por favor. – O sempre calmo Matt, ou quase sempre, interrompe a briga entre Ushio e Mello. Os olhares se voltam para mim.

- Vamos usar a herança de L e o esquadrão de busca anti-Kira. – Digo enquanto salvo meus robôs... Eu realmente adoro meus robôs.

- Mas... Se usarmos este plano... – Sim, dinheiro voando por aí não é o que se chama de normal, mas se pudermos mexer com a ganância das pessoas elas certamente pararão de nos atacar e nos darão tempo para sairmos disfarçados de dentro do prédio.

- Vamos usá-lo, já estamos prontos. Será interessante.

Não demora para que notas e mais notas de dinheiro caiam do topo do prédio. Lá embaixo a briga para enquanto homens e mulheres, tomados pelo instinto ganancioso presente em todos os seres humanos da face da terra, passam a buscar pelas pequenas tiras de papel, hoje consideradas tão valorosas.

A loucura toma a praça enquanto nos vestimos com os trajes policiais. Assim ninguém verá nossos rostos e nós poderemos sair daqui ilesos. Por sorte temos trajes extras para Mello e Matt.

- Vamos. – Digo, ainda segurando meus robôs no colo. Posso quase escutar Íris gritando sobre o quanto sou fofinho e sentir Kim apertando minhas bochechas. Sinto-me corar, mas isso não impede meu vício em brinquedos. – Agora podemos escapar em segurança via entrada principal.

Juntos descemos correndo pelo prédio e nos infiltramos nos esquadrões policiais que tentam reestabelecer a ordem do local. Observo a tensão de todos enquanto tento me manter perto de Leila. Normalmente ficaria também perto de Kim, mas sei que, hoje, Mello a protegerá com unhas e dentes se preciso for. Sendo assim, minha prioridade é a pequenina ruiva... E os robôs em meu colo. Ah, vamos, alguns deles foram presentes da Kim! E um deles da minha mãe. Eu tenho todo o direito de protegê-los, não tenho?

***

A tarde se passa enquanto pensamos no que fazer. No fim vamos para a casa de Halle, que é grande o bastante para abrigar toda a equipe de investigação. Matt e Mello se ofereceram para abandonar a  SPK e agir separadamente – mesmo que a contragosto -, mas sua oferta foi veementemente negada por Íris e a expressão que passou pelo rosto de Kim por um instante não foi ignorada nem por mim nem por seu ex-namorado. Pessoalmente, também não quero que eles fiquem longe... É como se o grupo estivesse ainda mais incompleto sem eles aqui. Já é difícil demais sem L e Beyond, em especial para mim, que passava muito tempo junto a meu mestre durante meu tempo no orfanato. Ele se tornou um amigo inestimável e sua perda foi realmente difícil de aceitar, embora não tenha sequer alterado meu semblante diante da notícia de Roger.

Entramos na grande e bem iluminada casa de Halle. Ela decorou sua sala de forma organizada, meticulosamente organizada... Suponho que tal organização seja apenas uma fachada, ocultando sua verdadeira identidade de agente. Creio que armas estejam espalhadas por todos os cantos. Ela nos manda sentar no sofá vermelho de veludo que se localiza na parede oposta à da porta, de costas para a cortina azul e encostado na parede que leva ao corredor cheio de portas. É como se o assento fosse um cão de guarda, vigiando a entrada. E por falar em cão...

- WOW! – Assuto-me quando um pequeno filhote de pastor alemão pula em meu colo. Leila, Kim, Íris e Ushio quase pulam sobre mim também enquanto afagam o cachorrinho.

- Cachorro, saia daí! – Manda Halle, mas o animalzinho parece contente demais com a atenção das meninas.

- Kawaii desu! Qual é o nome dele? – Pergunta Ushio sorrindo.

- Sei lá... Não dei um nome para ele.

- Chame-o de Shidoh... – Mello diz distraidamente.

- Shidoh? Quem é Shidoh? – Kim pergunta curiosa enquanto afaga as orelhas do filhotinho em meu colo, que lambe suas mãos.

- Er... Ele era o Shinigami dono do nosso Death Note. Ele também gostava de chocolate... Comeu muitas das minhas barras no tempo em que esteve conosco...

- Anata wa baka desu!*** - Diz Kim, um tanto irritada. Shinigamis nunca foram criaturas dóceis em sua mente. – Como pôde se associar a um Shinigami?

- E como pode sugerir dar um nome de Shinigami para uma criatura doce como este cachorro?

- Er... Desculpa! Caramba... E o Shidoh era legal... Embora tenha roubado meus chocolates.

- Baka! Baka! Baka! – Minha irmã dá vários tapas no ombro de Mello, que apenas segura suas mãos com um meio sorriso no rosto. Ele a puxa para si e a abraça. Espero que isso seja uma amizade florescendo e não uma crise histérica da Kim. Mas parece que está tudo bem, pois não demora para que ela comece a rir.

- Mas eu me identifico com criaturas que gostam de chocolate! – Reclama, ainda sendo suavemente estapeado e xingado. Começo a distraidamente fazer carinho no filhotinho enquanto observo a cena e, quando paro por um instante, recebo uma mordida exigente da parte do cachorro.

- Pare! – Dou um tapinha na cabeça dele.

- Coitado! – Reclama Leila.

- É fêmea. – Halle grita da cozinha. Ah.

- Posso dar um nome para ela? – Pede Ushio. Não conhecia este lado da menina.

- Ok... – A loura se senta em uma poltrona também de veludo vermelho que está posicionada na parede ao lado do sofá, oposta ao corredor.

- Ok... – A agente responde enquanto entra na sala com algumas xícaras de café para nós.

- Podemos chama-la de Chibi? É que ela é tão pequenininha!

- Chame do que quiser, mas não a mime muito... Comprei-a para evitar outros incidentes como o que o Mello causou. – Halle parece mal humorada.

- É mesmo... Não notei nenhum cachorro da última vez que estive aqui...

- Por onde você entrou naquele dia?

- Pela janela do seu quarto... – Responde o louro. Agora Kim tenta sair de seu colo, mas ele brinca com ela como se fosse uma boneca, prendendo-a contra si e rindo enquanto ela se remexe toda para escapar.

- Então, mesmo que a Chibi já morasse comigo, não a encontraria. Ela dorme na cozinha.

- Isso é um erro... Acho que um cão de guarda devia ficar pela casa toda, já que eles precisam rondar a casa para protege-la... em especial quando um cachorro é o único sistema de defesa da casa. – Diz Matt. Ele é mesmo inteligente... Nunca entendi bem porque ele era o terceiro da Wammy’s quando facilmente poderia ser o segundo junto com Kim e Mello.

Tiro a pequena Chibi do colo e a coloco no sofá, indo me sentar no chão para brincar com meus robôs.

- Creio que devêssemos fazer contato com Yagami agora que estamos segutos. – Digo. Halle nos guia até um cômodo diferente, mais espaçoso e cheio de computadores e com uma cadeira para casda. Uma pequena sala de investigações. Novamente me sento no chão com meus robôs enquanto Rester liga para Kira.

- Near! – Ele atende a ligação.

- Aqui é Near. Planejávamos fazer contato assim que tivéssemos uma linha segura.

- Então estão a salvo?

- Senhores, creio que em breve partilharão de minhas suspeitas com relação a Kira. Se algum dos senhores suspeita que Kira esteja entre vocês ou mesmo que seja o segundo L, tudo bem. Restauramos nossa antiga linha telefônica, por favor façam contato a qualquer momento. Obrigado. Aguardo ligações. – Depois Rester desliga.

- O “segundo L”, também conhecido como Yagami Raito, é Kira. – Mello não poupa o sarcasmo ao dizer “segundo L”.

- Sim. E temos de pressioná-lo para que se assuma enquanto Kira.

- Hai... Shikashi... Como?

- Do jeito que estamos fazendo, Ushio. É a única forma. – Respondo enquanto começo a brincar com meus dados.

***

As horas se passam e ninguém deu nenhum sinal de vida. Brinco com os dados, jogando-os sobre as fichas dos policiais envolvidos no caso Kira no QG do Japão. Kim está sentada, desta vez apenas com um ar reflexivo. Mello não está mais perto dela, embora os olhos vaguem até minha irmã a todo momento. Íris e Matt ainda estão agarrados, ela sentada no colo dele. Leila, depois da declaração antes da fuga, está meio embaraçada. Ela foi lá fora para brincar com Chibi. Ushio voltou para o modo J-Rocker e Ino para o modo otaku.

Então o telefone toca e Rester atende.

- Aqui é Aizawa, do QG de investigação japonês. – Sim... Eu não sou o único que suspeita de Yagami. – Compartilho de sua suspeita com relação ao segundo L.

- Entendo. Onegai, compartilhe conosco suas informações. – Pede Kim. O agente realmente nos informa sobre tudo, desde que L assumiu o caso. Conta sobre como Raito foi detendo por 50 dias, o que o excluiria da lista de suspeitos quando encontrassem o caderno e lessem a regra falsa. Ele nos conta sobre os olhos de Shinigami que revelam nomes. Mas não diz quem são os dois suspeitos.

- Obrigado. A informação sobre os olhos de Shinigami irá ser de grande ajuda. Até. – Digo antes de desligar.

- Tudo bem, Near? – Pergunta Rester. – Podiamos ter pedido mais informações.

- Tudo bem... Este nível de cooperação já me é suficiente. Além disso descobri que o chefe Yagami e o suspeito de ser Kira eram mesmo pai e filho. Apesar das informações dadas por minha irmã e Ushio, precisava ter absoluta certeza. Significa que a pessoa suspeita de ser Kira e usurpadora do título de L é, de fato, Yagami Raito.

- Nós já havíamos dito isso milhares de vezes! – Irrita-se Kim.

- Precisava de mais provas... Não é possível que Yagami seja um sobrenome tão raro assim... E, mesmo assim, nada podia comprovar que o segundo L era mesmo o filho de Yagami Soichiro.

- Ele é irmão da Sayu, foi só por isso que ela não morreu quando Mello a sequestrou... O ataque cardíaco poderia facilmente ser explicado pelo trauma psicológico e os maus tratos vindos do Mello-kun e Matt-kun e os outros! Raito-kun não matou Sayu-chan porque não poderia conviver com isso. – Argumenta Ushio.

- Eu não maltratei Sayu! E nem o Matt! Inclusive fomos nós que montamos guarda, para garantir que ninguém tocasse nela, apesar da putaria que comia solta no esconderijo... – Meu olhar voa para minha irmã, que encara Mello pelas costas, completamente magoada. Entretanto duvido que seu ciúme tenha algum fundamento. Mello jamais a trocaria por uma prostituta qualquer... Nem por ninguém. – Enfim, não importa muito o que os outros faziam ou não. Sayu não foi maltratada. Eu só me emputeci com ela uma vez, quando a colocamos no lugar da troca.

- O que ela fez? – Pergunta Íris.

- Sugeriu que eu tivesse matado a Kim. – Ele novamente se dirige à minha irmã e afaga seu cabelo enquanto ela, por um instante, se comporta como a pequena Chibi lá fora, inclinando-se na direção da mão de Mello. Mas em seguida ela se controla e se afasta. Eu realmente torço para que eles fiquem juntos depois que o caso Kira acabar. Ela ficará mais feliz. – Aí eu fiquei realmente bravo, mas não fiz nada. Só bati no vidro. E neguei.

- Certo... Negou enquanto xingava ela tudo o que é ruim e amaldiçoava sua família. – Ino soa sarcástico.

- Uma família cujo filho mais velho é Kira já é amaldiçoada. – Suspiro, levantando-me e esticando os braços.

- Não importa o que eu disse para ela. – Mello se irrita.

- O que disse à Sayu-chan? – Ushio parece quase assustada novamente.

- Eu... É particular! – Reclama, os dedos se enroscando no cabelo de Kim, que jogou a cabeça para trás e parece quase dormir.

- Meu deus, vocês não estão entendendo? Deixem ele! – Íris socorre Mello. Ou melhor, socorre Kim.

- Obrigado, Arco-Íris. – Mello solta o cabelo de Kim, que suspira em desaprovação, e sai da sala.


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Espero que sim!
Aiai... Quero ter mais ideias para postar mais momentos MelloxKim... Mas por outro lado não quero que a fic acabe!!! O que será da minha vida quando acabar???
Bem, kisu! Comentem aí! XD
Jya ne!
- Ushio.