Um Louis Em Minha Vida escrita por Kou


Capítulo 4
4 – Rabo engatado


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá! Aqui é a Anne falando õ/
Quando eu pensava que não voltaríamos... mentira kkk
Agradecemos os reviews lindinhos! Logo terminaremos de responder.
Boa leitura!



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Um, dois, três, Liam, Harry, Louis...

Ahhhhh, que susto! Mas já está na hora, de novo? Poxa vida, nem descanso eu tenho, desse jeito.

Como se fosse isso que o nosso amado Harry quisesse, não é? Oh, sim, talvez até estivesse gostando um pouco, naquela caminha macia, de outro dono, com seu melhor amigo ao lado, aquela criatura paciente o fazendo sentir-se bem. Ele nem precisava de mais coisa alguma...

É, bem, ele não precisava, todavia, estava lidando com uma... Uma vontade quase inaguentável, digo, irresistível, de pedir por carinho, como o bom gatinho indefeso que era... seja de quem for. Miau. Até me dá vontade de apertar, gente!

Claro, porque é o Harry, se fosse realmente um gatinho assustado e afobado, acho que nem o Liam ia querer, para ter os braços arranhadinhos... rawr!

Deixa a fera para lá que o momento agora não é nada animal... Isso fica para o Louis, mais tarde. Ops.

Ooooops. Não ando muito bom em guardar segredos ultimamente, né?

Ain.

Porque, convenhamos. Liam não fez o que Harry acha que fez, e não lembra muito bem de tudo o que Harry acha que ele lembra. Isso deu para notar, certo? Ai, céus! Liam, venha antes que eu fale demais, por favor...



Eu devia saber que o sossego não ia durar muito.

– Liam? Liiiiam! – o melhor era que ele sussurrava, como se quisesse verificar se eu não estava dormindo. – Está dormindo? – não falei?

– Tô. Volta outra hora. – me encolhi um pouco mais na cama. – AI!

Bem no meio das costas! Sacanagem!

– Pra que esse cutucão?! – virei, apertando os olhos para encontrar os dele assustados no colchão no chão mais embaixo.

– Não consigo dormir! Já sonhei umas três vezes com você-sabe-quem...

– O Louis? Até agora?

– Ele ficou me perseguindo! Veio todo quietinho pra cima de mim, sorrindo na cara de pau ‘veeem, gatinho, gatinho’! Queria pegar no meu rabo!

– Queria o quê?! – até arregalei o olho. Sim, eu acho que não entendi muito bem... Rabo?

– Eu tinha um rabinho felpudo... e ele queria puxar! Eu não deixei! Acho que arranhei minha bunda toda...

– Para de tirar a calça! – reclamei. Ele já estava totalmente virado para olhar os ‘arranhões’, sei lá!

– O Louis me deu um tapa. – falou choroso. Quase fiquei com dó. O problema é que o relógio do criado-mudo tinha acabado de me dizer que ainda eram quatro da manhã. Harry devia ser a única pessoa que conseguia ser elétrica a qualquer hora do dia. – Olha, Liam, acho que ficou marca de-!

– Não quero ver, vira essa bunda pra lá! – levantei a mão na frente do rosto.

– Mas seu espelho fica muito longe, não consigo ver sozinho...

Quando fui olhar, Harry estava se esticando todo para tentar enxergar alguma coisa lá longe do colchão de baixo, como se não soubesse onde sua bunda estava. Céus.

– Não tem nada aí, será que dá pra ficar quieto? – senão quem ia dar um tapa ali ia ser eu. Não que eu estivesse olhando. Mas ele não aquietava!

Minha mão começou a coçar.

– Tem certeza?

– Tenho.

– Mesmo?

– Sim. – achei ter um ouvido um “mas tá ardendo”, e preferi ignorar.

Silêncio. Abençoado silêncio. Será que agora ia dar certo? Meu travesseiro estava tão macio...

– Liam? – nem tive tempo de fechar os olhos outra vez. Maldição.

– Que foi?

– E... e se ele quiser puxar meu rabinho de novo?

– Ainda tá com medo dele? – olhei-o e Harry se limitou a fazer que sim com a cabeça, escondendo quase todo o rosto com o cobertor. Suspirei. Última alternativa... – Quer vir pra cá?

– Eu... posso? – ele pareceu tentar relutar com a tentação. Só tentar.

– Vem logo. – falei, abrindo espaço para ele, que pulou na minha cama e caiu do meu lado, aninhando-se em mim como um... gatinho.

Essa coisa pega.

– Mais calmo? – perguntei. Ficamos um de frente para o outro. O espaço era limitado também.

– Tô...

– Como é que vai fazer na escola? Somos de turmas diferentes, mas com certeza vamos cruzar com o Louis na hora do almoço, na saída... – e se o Harry já estava louquinho com só um dia de convivência...

– O almoço! – ele exclamou com um tom acusatório, apontando para mim como se eu tivesse cometido algum crime.

– Que é que tem?

– Só agora eu me lembrei dessa parte! Aquele... aquele coiso me aterrorizou tanto que quase deixei sua traição passar batida!

– Quê? – franzi a testa. Se antes já não entendi nada da conversa...

– Vocêêê! – Harry continuou apontando.

– Eu... – devia ser o sono, será?

– Você disse pro Louis que ele podia almoçar com a gente amanhã!

– Eu? – sério? Eu não conseguia me lembrar.

– Ele me contou tudo no telefone! Como é que você pôde fazer uma coisa dessas comigo, Liam? E se ele quiser fazer isso todo dia? – Harry ficou com uma voz sinistra. – E se ele resolver comer outra coisa no almoço que não seja comida...?

– Calma aí! – para onde o negócio estava indo?! Que garoto mais... pervertido! – Eu não chamei ninguém pra sentar com a gente... – mas essa até que não era má ideia.

– Então por que ele disse isso?

– Sei lá... – ele que conhecia o garoto de longa data e eu que saberia o porquê, bem certo isso. Ok, era o Styles, eu não podia culpá-lo... – mas nossa mesa é tão abandonada, Harry, fico até com dó do Zayn que é mais popular e sempre acaba morrendo lá mesmo. Será que o Louis só não quer companhia masculina? Sei lá, fazer amigos, como ele mesmo falou ontem?

– Não! – Harry exclamou totalmente convencido. – Tem algum propósito maligno aí. Eu sei que tem! Você não se lembra da história, Liam? – quase me fez um bico. Puro sofrimento. – Minha com o Louis?

– Lembro. – respondi. Ele já tinha perguntado aquilo mais cedo. Mas a verdade era que... bom, minha cabeça ficava meio enevoada quando pensava nessa história. Falar do Louis só me lembrava de uns olhos azuis piscantes e um sorriso lindo que-

– Então! Como pode ser tão inocente em relação a ele?

Inocente? Era isso que eu estava sendo?

Revi a piscadela que ele tinha me dado na hora do almoço. Hum, acho que o nome disso era outra coisa. Que era melhor não mencionar.

– Não tem com o que se preocupar, Harry. – falei, sorrindo sem querer quando revi também o sorriso dele.

– Como não? – ele me perguntou, mas a voz já soava tão diferente que dava para ver que estava ficando mais calmo. Mas por quê...?

Ah! O meu sorriso...

Acabei me sentindo culpado.

Era melhor ficar só no inocente mesmo, tadinho.

– Não. – confirmei, apesar de tudo, curvando os lábios afetuoso. – Vou estar lá o tempo todo, Zayn também, acha que deixaremos ele fazer alguma maldade com você?

– Capaz de o Zayn correr se a coisa ficar esquisita demais...

– Isso é... – por pouco não ri. – mas eu te protejo. – quase vi os olhinhos do Harry brilharem. Maldade da minha parte, só que...

Aí não teve jeito, ele tava ali na minha frente, praticamente colado em mim, uma coisa levou à outra e a gente acabou dando um beijo. Quer dizer, eu acabei por ganhar um beijo. Um selinho só. Harry conseguiu se agarrar mais em mim, aproveitando até que bem o pouco espaço, e roubou minha boca. Não era a primeira vez. E eu bem sabia que ele viria com essa de novo.

Nós nos separamos e agora seus olhinhos brilhavam de verdade. Ele parecia tão alegre que, se duvidar, eu conseguia até sentir sua boca brilhando também. Me apertou mais, como quem quer ronronar, para completar a cena. Até que enfim ia aquietar. E sorriu. Retribuí.

E finalmente ele me deixou dormir. Bem quentinho.

Depois disso, eu podia jurar ter ouvido um miado, mas não quis pensar de onde poderia ter vindo.



Nos dias que se passaram, Louis almoçou conosco todas as vezes. Harry estava à beira de um ataque.

– Não vai querer nada? – perguntei, Louis do meu lado, de pé também para irmos comprar a comida.

– Não. Perdi a fome. – respondeu, agarrado à sua cadeira, encarando fixamente o coiso.

– Não quer nem um leitinho? – Louis provocou, ao que eu virei para ele. Dei de cara com os olhares cheios de ódio das garotas oferecidas da escola, bravinhas por termos tomado o alvo delas aparentemente para sempre. Cercavam nossa mesa todo santo dia, mas nunca se aproximavam muito.

Nem preciso dizer que Zayn tinha corrido para longe em dois tempos. Ou seja... o gatinho inocente sobrava para mim.

– Posso pegar umas cenouras se você quiser. – propus. Harry fez cara feia para mim logo que Louis sorriu maligno. – Tá bom então...

– Cenouras? Eu lá tenho cara de coelho, Liam??!! Não me confunde, pô.

Louis fez o favor de rir da indignação do encaracolado ali, e acabou me contagiando. Harry tinha acabado de se assumir um gatinho. E bem mimado, por sinal.

Tá.

Fomos para a fila do refeitório, seguidos pelas interesseiras, é claro. Acenei para Zayn, que já estava lá, mas ele só me olhou preocupado.

– Estava protegendo ele, não é? – Louis murmurou de repente. Mirei-o.

– O quê?

– Sentou do meu lado esses dias todos, sempre vem comigo pra fila do refeitório... Nunca me deixa ficar sozinho com o Harry.

– Vocês já se conhecem. – dei de ombros. – Só queria ser seu amigo também.

– Amigo? – ele franziu as sobrancelhas, desconfiado. Mas chegou sua vez e, como Louis estava na minha frente, escolheu sua bandeja e talheres. – Então é só isso? Ou... – só que ele deixou cair o garfo, abaixando meio de costas para mim para pegar.

Mas o quê...?

Como é que eu nunca tinha reparado naquela bunda antes?!

Ela estava bem na minha cara, quase reluzindo, quando alguém cutucou meu ombro porque já era minha vez e a magia se extinguiu.

Uau.

Louis tinha se levantado. Bem a tempo. Ser pego nessa não seria muito... honrável.

– Tá afim de que hoje? – ele falou, sorrindo quase inocente, de lado, alheio ao que se passara atrás de si nos últimos segundos.

Tive que pensar muito bem antes de responder, apontando para qualquer coisa ali. Já nem ligava mais para aquela culpa incômoda, pequenininha, mínima... Harry que me perdoasse.



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Notas finais do capítulo

Qualquer coisa, é só perguntar.
Até o próximo!
Beijinhos!~