É a morbidez convivendo com a beleza,

é a raiz querendo respirar o ar,

o rio que insiste em mudar de curso

e o milagre que acontece.

Correr rápido demais,

poder despegar os pés do chão.

Um tropeço que atrapalha tudo

E deixa-o perdido numa falsa escuridão.

Quedas no caminho não são erros,

deixar-se levar pelo tombo é sim.

Se isso acontece se tornam seres desorientados

e a magia se esvai no fim.

Seres humanos são anjos,

doces iluminados tentando voltar ao céu;

asas machucadas que se perderam

no interior de cada um.

Mesmo assim a luz permanece

longe,

crescente,

esperando seu momento pacientemente.

(05/12/2002)