Reflexos Oblíquos escrita por Nami Otohime, Lady Salieri
A vida se sente no sangue a ponto de sair das veias,
não é privilégio de mortos-vivos que a tudo observa.
O corpo deitado no meio da estrada no meio do caminho,
a mente vagando a olhar as paredes do museu do passado.
Um passado só meu e por isso mesmo não vivido,
nada acontece sem ninguém estar lá.
Volto a cabeça em direção ao que está por vir,
esperar muito ou esperar nada se o resultado é o mesmo?
Como se já não precisasse de mim para decidir,
como se o momento decisivo me esmagasse e decidisse a mim.
Um dia saí do caminho e abri uma parte, o que chamam de vida,
fiz-me parte de alguma coisa, mas não senti nada sendo parte de mim.
Quis que tudo fosse parte de mim, mas não era parte de nada.
Esperei muito e foi como se não esperasse nada.
E voltei pela porta que abri
E retomei minha estrada de papel e imaginação.
Entretanto, não tenho vontade de caminhar,
Sinto em mim o furacão a me arrebatar,
e por isso mesmo tenho medo de andar.
Sinto tudo no peito de uma vez só
e sinto a explosão do choque,
todas as coisas boas, ruins, belas e vis.
Vejo tudo se misturar num caleidoscópio louco e perfeito,
mas olho pra fora e o céu só é azul,
a estrada é só a estrada,
as pessoas são como se fossem uma só
e eu sou só eu
carregando o tudo (carregando a mim mesma)
mas o que pesa é o nada.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
06/11/2006