Reflexos Oblíquos escrita por Nami Otohime, Lady Salieri


Capítulo 36
36 (Sem título) (existencial/desilusão)




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A vida se sente no sangue a ponto de sair das veias,

não é privilégio de mortos-vivos que a tudo observa.



O corpo deitado no meio da estrada no meio do caminho,

a mente vagando a olhar as paredes do museu do passado.

Um passado só meu e por isso mesmo não vivido,

nada acontece sem ninguém estar lá.



Volto a cabeça em direção ao que está por vir,

esperar muito ou esperar nada se o resultado é o mesmo?

Como se já não precisasse de mim para decidir,

como se o momento decisivo me esmagasse e decidisse a mim.



Um dia saí do caminho e abri uma parte, o que chamam de vida,

fiz-me parte de alguma coisa, mas não senti nada sendo parte de mim.

Quis que tudo fosse parte de mim, mas não era parte de nada.

Esperei muito e foi como se não esperasse nada.

E voltei pela porta que abri

E retomei minha estrada de papel e imaginação.



Entretanto, não tenho vontade de caminhar,

Sinto em mim o furacão a me arrebatar,

e por isso mesmo tenho medo de andar.

Sinto tudo no peito de uma vez só

e sinto a explosão do choque,

todas as coisas boas, ruins, belas e vis.

Vejo tudo se misturar num caleidoscópio louco e perfeito,

mas olho pra fora e o céu só é azul,

a estrada é só a estrada,

as pessoas são como se fossem uma só

e eu sou só eu

carregando o tudo (carregando a mim mesma)

mas o que pesa é o nada.


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Notas finais do capítulo

06/11/2006



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