Eu vi um corpo na esquina

da rua 66.

Era uma adolescente que estava ficando nua

com o olhar de vocês.

Um crime tão comum,

uma pessoa e um número...

Ninguém sabia ela era Mozart

ou se era o Messias que libertaria o mundo.

E ali o corpo dela na rua,

uma carcaça apenas.

Um mundo destruído sem explosão

e nenhuma estatística medirá o que se perdeu.

Vi o corpo dela na rua

e a imagem ainda atormenta meus sonhos.

Sinto que morri junto com ela

e sou menos eu por ter chegado tão tarde...

Penso na garota meiga

Na garota que vive uma noite eterna,

Imagino ainda eu e ela

planejando o futuro como imortais.

Mas ela era só um corpo

estirado na esquina da rua 66.

Nunca vou me esquecer desse dia,

o dia em que morri por primeira vez.