Straight Through My Heart escrita por WaalPomps
Notas iniciais do capítulo
HEEEEELLO. Pretendia postar só sábado, mas caramba, vocês estão comentando bastante *----*
Em todo caso, tá aqui mais um capítulo e estamos cada vez mais perto do final da fic hihi'
Quinn P.O.V
Quando Charlie tinha três anos, nós duas estávamos no Central Park com Rachel e Santana, quando ela começou a passar mal. Minha filha respirava com dificuldade e se não houvesse uma médica passando por ali no exato momento, penso que Charlie poderia ter morrido.
O que eu senti naquele momento foi o mesmo. Noah a apanhou nos braços, enquanto descíamos correndo. Sam assumiu a direção, enquanto eu e Finn entrávamos no banco traseiro com minha filha e o pai. Ter um médico por perto ajudou. Assim que Rachel e Santana bateram a porta traseira, Sam arrancou, com Finn cuidando de Charlie e nos orientando para o hospital mais próximo.
Lá chegando, ele desceu com minha filha no colo, já gritando em alemão com alguns médicos, que a pegaram e entraram no PS. E só o que nos restou foi esperar.
Sam e Santana saíram para a cafeteria, buscar algo para comermos já que ninguém havia comido nada o dia todo, mesmo depois de eu e Noah afirmarmos não termos fome. Ele por sua vez mantinha os braços a minha volta, enquanto eu escorava minha cabeça em seu ombro, sem força para nada. Finn era nosso contato com os médicos, enquanto Rachel se mantinha distante.
_ Die eltern von Charlie Fabray? – chamou uma enfermeira e Finn se manifestou, apontando nós dois - Begleiten sie mich, bitte.
_ Vocês devem acompanhá-la. – avisou Finn e nós assentimos – Já avisei que vocês não falam alemão, então ela apenas vai mostrar o quarto. Assim que ela me explicar certinho como Charlie está, encontro com vocês.
_ Dê-nos um tempo. – pediu Noah – Acho que precisamos conversar com ela.
Finn assentiu, enquanto seguíamos a enfermeira pelo longo corredor. Ela rabiscou numa folha 3 – 215. Nós a olhamos e ela apontou o 3 e o elevador, e o 215 e uma porta de quarto e nós assentimos.
Chegando ao 3º andar, procuramos a porta 215, entreaberta a nossa espera. Fiz sinal para Noah ir mais devagar e entrei primeiro.
_ Oi meu anjo. – disse em voz baixa, vendo Charlie meio sonolenta dos remédios. Ela não ergueu os olhos e eu suspirei – Tem alguém aqui para te ver.
Noah entrou no quarto e ela ergueu os olhos, começando a chorar logo depois. Nós nos entreolhamos, antes de sentarmos na cama dela, um de cada lado. Ela ficou olhando as próprias mãozinhas, enquanto eu sentia a garganta fechar.
Noah P.O.V
_ Você vai deixar nós explicarmos tudo? – perguntou Quinn, mas sem resposta – Charlie...
_ Pode falar. – concordou a pequena com a voz tristonha e Quinn lhe acariciou o rostinho.
_ Como eu já te contei, quando eu tinha 18 anos eu sai com algumas amigas, num lugar que não era muito legal. – explicou Quinn – Mas lá tinha uma pessoa legal, só que eu não sabia que ela era assim e nem ele. Então, nós dois nos apresentamos com outros nomes. Elise e...
_ Wayne. – completou Charlie, já conhecendo meu nome falso através de Rachel.
_ Isso. – concordou Quinn, prosseguindo com a voz cada vez mais chorosa – Então eu passei a noite com o Wayne e...
_ O que é passar a noite? – perguntou Charlie, sua curiosidade infantil falando mais alto que a raiva. Eu e Quinn não conseguimos evitar rir.
_ Passar a noite quer dizer que nós ficamos juntos e sozinhos, e fizemos algo que só as pessoas adultas sabem fazer... – explicou Quinn calmamente – E com isso, eu fiquei grávida de você.
Ela deu um tempo para Charlie assimilar antes de prosseguir.
_ Mas no outro dia, o Wayne tinha ido para a empresa onde ele trabalhava e ele deixou o telefone dele comigo. Mas tinha uma moça muito malvada que trabalhava lá e me disse que o Wayne não trabalhava lá...
_ Mas se o nome dele não é Wayne, é claro que ela não ia saber. – exclamou Charlie me olhando brava.
_ Meu segundo nome é Wayne. – confessei – Noah Wayne Puckerman. E como meu pai também chama Noah, na empresa todos me conhecem por Wayne.
_ E porque a moça mentiu então? – perguntou Charlie e eu suspirei.
_ A moça era uma antiga namorada minha. – achei melhor omitir a parte de que ela me trocou por outra mulher – E tinha ciúmes. Então falou para sua mãe que eu não trabalhava lá e não me contou que ela havia ligado.
_ Então, eu desisti de tentar achar ele. – continuou Quinn – E algum tempo depois, eu soube que você estava dentro de mim.
_ E você ficou triste. – disse Charlie baixando os olhinhos.
_ Nunca... – protestou Quinn, erguendo o rostinho da nossa filha – Você foi a melhor coisa que me aconteceu Charlie, eu nunca ficaria triste por você existir.
_ Mas porque você não me contou que o namorado da tia Rachel era meu pai? – perguntou Charlie e nós dois suspiramos.
_ Ela não sabia meu amor... Nenhum de nós dois sabíamos quem éramos até o dia em que vocês duas chegaram em Nova York. – expliquei segurando sua mãozinha – E quando eu afinal descobri que eu era seu pai... Bom, nós já estávamos praticamente a caminho daqui e sua mãe não queria magoar a Rachel, e nem eu.
_ E vocês nunca iam me contar? – perguntou Charlie com um bico e eu vi que Quinn já lacrimejava.
_ Nós íamos conversar com a Rachel hoje e te contar a noite princesa. – afirmou Quinn – Mas como você viu, as coisas meio que saíram do plano.
_ E é verdade que você ainda ama ele, mamãe? – perguntou a pequena e a mais velha ficou sem graça, mas logo me olhou.
_ Todos os dias, ao longo de todos esses anos eu amei seu pai Charlie... – confirmou a loira.
_ E eu nunca esqueci sua mãe. – completei e minha filha me encarou – Eu sei que eu estive ausente todos esses anos meu anjo, e acredite, eu estou sofrendo a cada instante por isso. Mas eu sou seu pai e é o que eu quero ser, se você deixar.
Ela ficou me encarando um tempinho, olhando de mim para a Quinn em dúvida, antes de suspirar.
_ Só se você prometer que vai conversar com a tia Rachel. – disse ela – Eu não quero que ela fique chateada porque você é meu pai.
_ Ela não vai ficar chateada, eu prometo. – garanti segurando suas duas mãozinhas – Agora que tal você me dar um abraço bem gostoso?
Ela concordou e eu a puxei para mim, enquanto ela com cuidado me abraçava, pois ainda estava ligada aos fios. Nesse momento, todo o choro que eu estava segurando se esvaiu enquanto minha filha também chorava nos meus braços e Quinn ao nosso lado.
_ Eu te amo papai. – sussurrou ela e eu sorri.
_ Eu também te amo minha filha. – garanti, beijando sua testa – Muito.
_ Vem aqui mamãe. – chamou Charlie soltando um dos braçinhos e estendendo para Quinn. A loira se aproximou, envolvendo a cintura da nossa filha, enquanto se aninhava a mim. Passei meu braço sobre o ombro dela, apertando-a mais perto de nós.
_ Jurei que não ia chorar. – fungou alguém e nos afastamos, virando e dando com Santana, Sam, Finn e Rachel, a última meio afastada – Ai, vocês parecem família de comercial de margarina.
_ Arranje um bocudinho com o Sam e quem sabe eu diga o mesmo sobre você. – resmungou Quinn secando os olhos e o loiro envolveu a latina pela cintura.
_ Pera, então a mamãe não está mais com o Sam? – perguntou Charlie e todos negamos – Legal, agora eu posso voltar a gostar dele.
Todos riram de cada de bunda que o loiro fez, mas logo ele ria também, enquanto ele e Santana vinham dar um abraço em Charlie, que já estava novamente acomodada na cama.
Rachel P.O.V
_ E como ela está? – perguntou Quinn ainda acariciando os cabelos de Charlie e Finn sorriu.
_ Melhor, bem melhor. – respondeu ele – Como ela teve uma crise esses dias, todo o conflito emocional de agora a pouco não foi bom. Mas por sorte a mocinha ai é bem forte e já estará bem pra ter alta amanhã. Mas assim que vocês voltarem, é melhor levá-la ao médico.
_ Vou ligar para o meu pai, pedindo para ele mandar o jato da empresa depois de amanhã. – anunciou Noah se levantando e pegando o celular.
_ Papai, o senhor não tinha uma coisa para fazer? – perguntou Charlie e ele assentiu – E você também mamãe.
Os dois concordaram se levantando e me encarando e eu entendi o que era. Acenei com a cabeça e nós três saímos do quarto, deixando Santana e Sam a entreter Charlie, enquanto Finn apenas observava.
Nós caminhamos até a sala de espera do andar, enquanto os dois se entreolhavam.
_ Vocês transaram não é? – perguntei de supetão e eles pareceram surpresos, mas não negaram – Quanta consideração por mim.
_ Ah é... E você não transou com o Finn noite passada? – perguntou Noah e eu me preparei para retrucar.
_ Aqui não. – pediu Quinn – Estamos no hospital e se começarmos a brigar, Charlie pode voltar a piorar.
_ Claro, usa sua filha como escudo Quinn. – desdenhei e a loira me encarou.
_ Eu nunca fugi dos meus problemas Rachel...
_ E ter escondido que Noah era o pai da Charlie foi o que? – perguntei.
_ Respeito a você. – retrucou ela – Eu fui até Nova York para seu casamento, como eu disse, acreditando que vocês se amavam. Mas vejo que não era bem assim né...
_ E porque contou a Santana e Sam? – perguntei irritada e ela bufou.
_ Santana descobriu ainda em Nova York. E Sam percebeu pelas atitudes de Noah. Convenhamos, até Finn percebeu. – retrucou a loira – Acho que em uma coisa o Finn está certo... Se você não tivesse passado essa viagem toda olhando seu próprio umbigo, nervosa demais porque alguém estava tentando te mostrar que a vida é mais do que dinheiro e luxo, você teria percebido, assim como todo mundo. – ela disse de uma vez só, me deixando sem fala – E eu vou parar por aqui, por que minha filha está lá dentro e precisa de mim.
E virou as costas, caminhando em direção ao quarto, deixando-me embasbacada e Noah em silêncio.
_ Pois se considere desconvidada para o papel de madrinha. E pro casamento. – gritei birrenta e Noah suspirou.
_ Não vai haver casamento Rachel. – disse ele de uma vez e eu o encarei chocada – Eu não posso fazer isso, me desculpe.
_ Você tá me largando por ela? – perguntei com nojo e ele negou.
_ Eu estou evitando um erro Rachel. Eu não te amo e nem você me ama. – disse ele me encarando – E agora não é mais apenas um capricho dos nossos pais, tem a Charlie no meio. Se não quiser respeitar isso por mim ou pela Quinn, respeite pela Charlie.
Eu fiquei o encarando, enquanto ele caminhava pelo corredor discando no celular e pude ouvi-lo falar com o pai. Senti as lágrimas virem aos meus olhos e suspirei, ouvindo alguém rir atrás de mim.
_ Dói né? Quando tiram tudo de você? – perguntou Finn e eu o encarei.
_ Ainda me culpando pela sua família? – perguntei e ele negou.
_ Não Rachel... Sabe, eu falei bem sério ontem. – disse ele – Eu te amo e é desde aquela noite. Você parecia totalmente deslocada ali, completamente bêbada. E ai você cantou. – nessa ele me pegou de surpresa e ele riu – Eu nunca contei isso né? Você cantou “My Man” para mim e desde aquele dia, eu tenho assistido Funny Girl todos os dias, lembrando de você. Depois nós ficamos completamente bêbados e quando me dei conta, estávamos na capela e depois naquele quarto. E depois que fizemos amor, você começou a cantarolar “My Man” novamente, até que adormeceu sobre mim. Desde aquele dia, por mais que eu tente, não consigo te tirar da cabeça.
Eu fiquei o encarando abismada, com lágrimas marcando meu rosto e vendo ele enxugar os olhos freneticamente.
_ E então, de repente, você vem e me mostra que você não é a pessoa que eu pensava. E eu penso, tenho um lapso, que talvez as coisas possam dar certo. E então, depois de uma noite... Incrível, pra dizer o mínimo, eu acordo. E ao invés de você estar ali, você está lá fora, falando que está me ‘domando’.
A dor e a angustia em sua voz me feriam e eu queria correr e abraçá-lo, mas meu orgulho era maior.
_ Eu te amo. – sussurrei e ele riu desdenhoso.
_ E o que isso importa? – perguntou ele – Você vai contrariar seu pai? Vai largar sua vida em Nova York? Vai largar todo o luxo e dinheiro? Não Rachel, você não vai fazer isso, porque essa é você... E esse sou eu, essa minha vida. Aquele orfanato aqui, no fim do mundo é minha vida.
Nós ficamos nos encarando, enquanto eu digeria tudo que ele dizia. Ele parecia esperar alguma reação, mas só o que fiz foi baixar a cabeça. Ele suspirou, apertando o botão do elevador e entrando.
_ Adeus... docinho. – disse enquanto a porta se fechava.
Eu fiquei ali imóvel, vendo-o descer. Pouco depois, eu mesma chamei o elevador e desci. Finn não estava mais lá, mas o carro de Noah ainda estava aberto em frente ao hospital. Caminhei até lá apanhando minha bolsa e chamando um táxi.
Não muito depois, eu cruzava o lobby do hotel, enquanto Hans vinha me cumprimentar.
_ Menino Noah ligou, falando de Charlie . – disse ele e eu assenti – Ela está melhor?
_ Ela está bem. – o tranquilizei – Hans... Ligue para o aeroporto, por favor. Eu quero ir para casa hoje mesmo.
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*fugindo das balas, facas e azarações*
Amo vocês, comentem e até breve ♥
http://ask.fm/WaalPompeo